sábado, 19 de janeiro de 2013

SERÁ O VELHO TESTAMENTO INSPIRADO?




Para ser, deveria ser um livro que nenhum homem -ou grupo de homens- poderia produzir.

Deveria conter a perfeição da Filosofia.

Deveria estar de acordo com todo fato da natureza.

Não deveria conter nenhum erro em Astronomia, Geologia ou qualquer assunto da Ciência.

Sua moralidade deveria ser a mais alta e pura.

Suas leis e regras para a conduta deveriam ser as mais justas, sábias, perfeitas, e perfeitamente adaptadas aos fins desejados.

Não deveria conter nada que faça o homem cruel, vingativo ou infame.

Deveria ser cheio de justiça, pureza, honestidade, piedade e espírito de liberdade.

Deveria ser avessa à opressão e à guerra, à escravidão e avidez, ignorância, credulidade e superstição. 


Deveria desenvolver a mente e civilizar o homem.

Deveria satisfazer o cérebro e o coração dos mais sábios e inteligentes.

E deveria ser verdadeira.

Será que o Velho Testamento satisfaz estes parâmetros?

Há algo no Velho Testamento - em História, teoria, lei, moralidade, ciência - acima e além das idéias, crenças, costumes e preconceitos existentes naqueles povos entre os quais os autores viveram?

Há qualquer raio de luz de qualquer fonte sobrenatural?

Os antigos hebreus acreditavam que a Terra era o centro do Universo, e que o sol, lua e estrelas eram manchas no céu.

Com isto a Bíblia concorda.

Pensavam que a terra era plana, com quatro cantos; que o céu, o firmamento, era sólido -- o piso da casa de Jeová.

A Bíblia ensina o mesmo.

Imaginavam que o sol girava em torno da Terra e que, parando o sol, o dia se prolongaria.

A Bíblia concorda com isto.

Acreditavam que Adão e Eva seriam o primeiro homem e mulher; que eles haviam sido criados alguns anos antes e que eles, os hebreus, eram seus descendentes.

Isto a Bíblia ensina.

Se alguma coisa é ou pode ser certa, os escritores da Bíblia estavam enganados sobre a criação, Astronomia, Geologia; sobre as causas de fenômenos, a origem do mal e as causas da morte.

Agora deve-se admitir que se foi um Ser Infinito o autor da Bíblia, ele deveria saber todos os fatos, todas as ciências e não cometeria qualquer erro.

Se no entanto, há erros, desvios, falsas teorias, mitos ignorantes e asneiras na Bíblia, ela só pode ter sido escrita por seres finitos; ou seja, por pessoas ignorantes e equivocadas.

Nada pode ser mais claro que isto.

Por séculos a Igreja sustentou que a Bíblia era absolutamente certa; que não continha nenhum erro; que a história da criação era verdadeira; que sua Astronomia e Geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordassem do Velho Testamento eram infiéis e ateus.

Hoje as coisas mudaram. Cristãos educados admitem que os escritores da Bíblia não eram tão inspirados como a ciência. Eles agora dizem que Deus, ou Jeová não inspirou os escritores desse livro com o propósito de ensinar o mundo sobre Astronomia, Geologia ou qualquer outra Ciência.

Eles agora admitem que os homens inspirados que escreveram o Velho Testamento não sabiam coisa alguma de ciência, e que eles escreveram sobre a terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época.

Foram precisos muitos séculos para forçar os Teólogos a admitir isto.

Relutantemente, cheios de malícia e ódio, os pregadores se retiraram de campo, deixando a vitória com a ciência.

Então eles assumiram outra tática;

Eles passaram a afirmar que os autores da Bíblia eram inspirados em questões espirituais e morais; que Jeová queria informar seus filhos seus desígnios e seu infinito amor; que Jeová, vendo seu povo mau, ignorante e depravado, queria fazê-lo piedoso, justo, sábio e espiritual, e que a Bíblia é inspirada em leis, na religião que ela ensina e em suas idéias de governo.

Essa é a situação atual. Estaria a Bíblia mais próxima a seus ideais de justiça, piedade, moralidade ou religião que suas concepções de ciência? ou sua moral?

Ela apoiou a escravidão - sancionou a poligamia.

Poderia o diabo fazer pior?

É ela piedosa?

Na guerra, ela estendia a bandeira negra; comandava a destruição, o massacre de tudo - do idoso, do doente e desesperançado - de esposas e bebês.

Eram suas leis inspiradas?

Centenas de ofensas eram punidas com a morte. Pegar em ferramentas de trabalho nos domingo, assassinar seu pai na Segunda, eram crimes iguais. Não há na literatura código de leis mais sangrento.

As leis da vingança - retaliação - eram as leis de Jeová. Um olho por um olho, um dente por um dente, um membro por um membro.

Isto é selvageria - não Filosofia.

Seria justa e racional?

A Bíblia é o oposto de tolerância religiosa -- de liberdade religiosa. Quem discordasse da maioria era apedrejado até a morte. Investigação era um crime. Maridos eram ordenados a denunciar e ajudar na matança de esposas não crentes.

É inimiga da arte. "Não farás imagem esculpida". Isto é a morte da arte.

Palestina jamais produziu um pintor ou escultor.

Será a Bíblia civilizada?

Ela apoia a mentira, roubo, furto, assassinato, venda de carne estragada a estrangeiros, e até o sacrifício de seres humanos a Jeová.

Será ela filosófica?

Ensina que pecados de uma pessoa sejam transferidos a um animal -- um bode. Faz da maternidade uma ofensa para a qual a oferta de um pecado teve de ser feito.

Era mau parir um menino, e duas vezes mau parir uma menina.

Fabricar o óleo que era usado pelos padres era uma ofensa punida com a morte.

O sangue de um pássaro morto em água corrente era tido como medicinal.

Mancharia um Deus civilizado seu altar com o sangue de ovelhas, cordeiros e cabritos? Transformaria seus padres em carniceiros? Sentiria prazer em sentir cheiro de carne queimando?


Ensaio de Robert Ingersoll


 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A ORIGEM DA BÍBLIA




Algumas famílias de viajantes - pobres, esfarrapados, sem educação, arte ou poder; descendentes daqueles que foram escravizados por centenas de anos; ignorantes como os habitantes da África Central e recém-fugidos dos seus senhores no deserto de Sinai.

Seu suposto comandante, segundo nos relata a Bíblia, era Moisés, um homem que havia sido educado pela família do faraó que havia aprendido a mitologia e as leis do Egito. Com o propósito de controlar seus seguidores ele fingiu que fora instruído e assistido por Jeová, o deus dos fugitivos.
 
Tudo o que acontecia era atribuído à interferência do seu Deus. Moisés dizia que encontrara esse Deus cara a cara; que no topo do Monte Sinai ele recebera as tábuas de pedra nas quais, pelos dedos de Deus, os dez mandamentos haviam sido escritos, e que Jeová havia dito quais os sacrifícios e cerimônias que o agradavam e quais as leis que deveriam governar esse povo.
 
Deste modo a religião judaica e o código de leis foram estabelecidos.

Não foi dito que esta religião e esse código de leis se estenderiam a toda a humanidade.

Naquela época esses andarilhos não tinham qualquer relacionamento com outros povos. Não havia linguagem escrita, eles não sabiam ler ou escrever. Não havia meios de trazer essas mensagens a outros povos, de modo que elas ficaram enterradas no linguajar dessas tribos ignorantes, miseráveis e desconhecidas por mais de dois mil anos.
 
Muitos séculos depois de Moisés, o suposto líder, estar morto, muitos séculos depois que todos os seus seguidores já não mais existissem, o Pentateuco foi escrito, o trabalho de muitos escribas, e para dar força e autoridade, disseram que Moisés fora o autor.

Sabemos hoje que o Pentateuco não foi escrito por Moisés.

Cidades são mencionadas que não existiam na época em que Moisés viveu.

Dinheiro, cunhado séculos após sua morte, é citado.

Ninguém conhece ou finge conhecer o autor dos julgamentos; o que sabemos é que foi escrito séculos após os julgamentos deixarem de existir.
 
Ninguém conhece o autor de Ruth, nem o primeiro e segundo de Samuel; o que sabemos é que Samuel não escreveu os livros que levam seu nome. No 25º capítulo do primeiro Samuel é citada a aparição de Samuel pela bruxa de Endora ou Endor.


A Bruxa de Endor, a partir Sadducismus Triumphatus por Joseph Glanvill


Ninguém sabe quem foi o autor do primeiro e segundo livro dos reis ou o primeiro e segundo livro das Crônicas; tudo o que sabemos é que esses livros são de nenhum valor.

Sabemos que os Salmos não foram escritos por David. Nos Salmos a escravidão é citada, e isto não aconteceu até quinhentos anos após David ter ido dormir com seus pais.

Sabemos que Salomão não escreveu os livros dos Provérbios ou as Canções; que Isaías não foi o autor do livro que leva seu nome; que ninguém sabe o autor de Eclesiastes, Jó, Ester, ou qualquer outro livro do Velho Testamento, com exceção de Ezra.
 

Sabemos que Deus não é mencionado ou de qualquer outra maneira citado no livro de Ester. Sabemos também que o livro é cruel, absurdo e impossível.

Deus não é mencionado no salmo de Salomão, o melhor livro do Velho Testamento.
 
E sabemos que Eclesiastes foi escrito por um não-crente.

Sabemos que os judeus não decidiram qual dos livros eram inspirados - autênticos - até o segundo século depois de Cristo.

Sabemos que a idéia da inspiração teve um crescimento gradual, e que a inspiração havia sido determinada por aqueles que tinham certos fins a atingir.


Ensaio de Robert Ingersoll


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

OS PERIGOS DA FÉ

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JORNAL TERRA

“Vamos matar os infiéis”, disseram militantes a refém na Argélia.

 


Moktar Belmoktar, que liderou sequestro de reféns na Argélia


LAMINE CHIKHI - Reuters

Militantes islâmicos que sequestraram centenas de funcionários de uma usina de gás no Saara disseram a empregados argelinos do local que eles não farão mal aos muçulmanos, mas pretendem matar os ocidentais que chamaram de "cristãos e infiéis", disse um homem que fugiu de lá nesta quinta-feira. 


Num raro testemunho em primeira mão da ação ocorrida na madrugada de quarta-feira, um empregado da remota usina disse à Reuters que os militantes pareciam conhecer bem a planta do local e usavam termos do islamismo radical. 


"Os terroristas nos disseram bem no começo que não iriam machucar os muçulmanos, e que só estavam interessados nos cristãos e infiéis", disse Abdelkader, de 53 anos, por telefone da sua casa, na cidade de Amenas, próxima da usina. "'Vamos matá-los', eles diziam." 


Sua voz estava trêmula. "Sou um homem de sorte", disse ele, em meio ao alarido de crianças que brincavam e de uma TV que dava as últimas notícias. O homem, que pediu para não ter o sobrenome divulgado, contou como conseguiu fugir do cativeiro, junto com muitos dos centenas de argelinos inicialmente capturados. 


"Ainda estou sufocado e estressado", disse ele, acrescentando temer que muitos dos seus colegas estrangeiros tenham sido mortos. "Os terroristas pareciam conhecer a base muito bem", disse ele. "Deslocavam-se mostrando que sabiam aonde estavam indo." 


Os sequestradores, que têm se pronunciado por meio de contatos com a imprensa da vizinha Mauritânia, disseram agir em retaliação à ofensiva francesa iniciada na semana passada contra militantes islâmicos no Mali. Eles exigiram que Paris suspenda a operação e que a Argélia retire sua cooperação com os militares franceses. 


Especialistas em segurança, porém, disseram que a ação parece ter sido planejada com bastante antecedência, embora a decisão de iniciá-la possa ter sido influenciada pelos fatos no Mali. 


Uma operação militar argelina para encerrar o cerco parecia prosseguir nesta quinta-feira à noite. Fontes argelinas disseram que 25 reféns estrangeiros já conseguiram fugir, e que seis foram mortos. Na quarta-feira, os militantes disseram ter 41 reféns ocidentais, incluindo norte-americanos, japoneses e europeus de várias nacionalidades. 

Fonte:


 

 

 

 

Centro de Santos, São Paulo, Brasil.

Terça-feira, 29 de janeiro de 2013
 
Homem invade loja de artigos religiosos e destrói duas imagens
De A Tribuna On-line



Um homem invadiu uma loja de artigos religiosos para umbanda e candomblé no Centro de Santos e destruiu imagens de Iemanjá e de Oxalá. No ato de vandalismo, que ocorreu nesta terça-feira, o infrator chegou a afirmar com gritos que a Cidade de Santos estava tomada por macumbeiros e ele executara tal destruição em nome de Deus. Leia a matéria completa nesta quarta-feira, em A Tribuna.

TJ-SP condena Universal por agressão a fiel epilética em templo.

 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) a pagar indenização de R$ 10 mil a uma fiel por uma agressão sofrida em um templo. A sentença foi publicada na última terça-feira. De acordo com o processo, Alcione Saturnino dos Santos sofreu agressões de pastores da IURD sob a alegação de estar "possuída pelo demônio". Ela, contudo, sofria um ataque epilético naquele momento.

O caso ocorreu em 2011, em um templo de Sumaré (SP). A Justiça já havia condenado a IURD em primeira instância, mas a igreja recorreu da decisão alegando "cerceamento de defesa, por conta da falta de provas". Na ação, a Universal admitiu o ataque epilético sofrido por Alcione no interior do templo, mas refutou as agressões. De acordo com o juiz Luís Francisco Aguilar, no entanto, a IURD recorreu da decisão fora do prazo legal.

"Ainda que comprovado que o ataque partiu de ato voluntário de empregados ou terceiros, a requerida (IURD) responde pelos danos causados, independentemente de culpa, observados os termos do Código de Defesa do Consumidor (...) considerando que, como visto, é incontroversa a presença do autor no culto religioso", diz o acórdão.

 

OS PERIGOS DA FÉ




Em Luanda, Angola, a Igreja Universal convocou no dia 31 de dezembro de 2012 uma vigília no estádio Cidadela Desportiva.

O estádio tem capacidade para 70 mil pessoas, compareceram entre 250 e 280 mil fiés.

Como conseqüência, 13 pessoas morreram e 120 ficaram feridas.

O Governo angolano mandou suspender “toda a actividade” da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) por 60 dias, enquanto decorrerem as investigações da Procuradoria-Geral da República.

Foram também proibidas as actividades de seis outras confissões evangélicas que, “apesar de não estarem reconhecidas pelo Estado”, realizam “cultos religiosos e publicidade”, recorrendo às “mesmas práticas” que a IURD. São elas as Igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.



Evangélicos agridem família espírita em Santo André

O crime foi motivado por uma denúncia feita ao síndico do prédio pelo barulho do culto
Fonte:

http://noticias.gospelprime.com.br/evangelicos-agridem-familia-espirita-em-santo-andre/




Festival que promovia tolerância religiosa acaba com morte de sacerdote.

 Sequência de ataques em Zanzibar é obra de muçulmanos que exigem sua independência


Cinco igrejas cristãs foram incendiadas na ilha principal em 2012. A ilha é considerada uma região semiautônoma da Tanzânia e possivelmente os extremistas muçulmanos que exigem sua independência estão por trás dos ataques.

Foram quatro ataques com vítimas motivados por religião nos últimos quatro meses. O assassinato mais recente ocorreu justamente no último dia do festival de música Sauti za Busara [Sons da Sabedoria] que defendia justamente o fim da intolerância religiosa em Zanzibar.

Yusuf Mahmoud, o diretor do festival, disse que o objetivo principal do evento era “quebrar as barreiras entre muçulmanos e cristãos, negros e brancos”.

No mesmo dia o padre Evaristo Musi foi morto a tiros por dois homens ainda não identificados.  Sua morte aumentou a preocupação de que as tensões religiosas na ilha estão aumentando.

Três dias depois, a Igreja Poço de Siloé foi incendiada. Segundo a polícia, três homens apedrejaram um segurança antes de incendiar o templo. Foi o segundo ataque contra aquela igreja em dois anos. Em 2011, 80 pessoas conseguiram derrubar o templo de madeira.





Governo cria comitê para combater a intolerância religiosa

Representantes de diversas religiões participaram da solenidade em Brasília

O Governo Federal, através da Secretaria de Direitos Humanos, criou o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa, órgão que vai receber denúncias de intolerância religiosa e administrar políticas públicas com o objetivo de promover o respeito entre as religiões.

A portaria que prevê a criação desse comitê foi assinada pela ministra Maria do Rosário diante de diversos representantes religiosos que foram convidados para a solenidade que aconteceu na terça-feira (22) no templo da Legião da Boa Vontade, em Brasília (DF).

“O objetivo do governo brasileiro é favorecer a existência de políticas públicas que favoreçam essa pluralidade [religiosa] como um bem no Brasil e que realmente consolide no Brasil o respeito a todas as pessoas a partir da fé que exercem”, disse Rosário.

A ministra comentou também sobre a defesa daqueles que não possuem ligações religiosas como ateus dizendo que estes também precisam ter seus direitos respeitados.

O Comitê Nacional terá 15 representantes, sendo cinco ligados ao governo e dez membros da sociedade civil que serão selecionados através de um edital. Mas a proposta é criar comitês estaduais para que os trabalhos sejam feitos próximo às comunidades.

As denúncias de intolerância religiosa têm aumentado no país, sendo que muitas delas são contra membros de religiões de matriz africana, como lembra a ministra, afirmando que ciganos também estão sendo vítimas desses ataques.




Primeira Carta-Manifesto da Academia de Livres Pensadores da Paraíba – ALPP






O novo diretor-executivo da Funjope, Maurício Burity, anunciou que, como parte da programação da série de eventos denominada Extremo Cultural, a Funjope promoverá shows de caráter religioso, estando o evento evangélico marcado para 17 de janeiro de 2013, e o católico agendado para o dia 21 do mesmo mês e ano.

            A Academia de Livres Pensadores da Paraíba (ALPP) entende que a promoção de eventos religiosos por parte de uma entidade pública e estatal fere o princípio da laicidade do Estado brasileiro, inicialmente estabelecido pelo Decreto n. 119-A, de 07 de janeiro de 1890, e ratificado, além de ampliado, pela Constituição de 1988, materializado no artigo 19, inciso I, da Constituição Federal.

O laicismo estatal relegou à esfera privada a organização jurídica das religiões que desejam atuar em território brasileiro, consolidando o racionalismo científico como fio condutor das políticas estatais, assegurando a igualdade entre os cultos e instituindo uma ética própria, dissociada dos ritos, dogmas e mitos religiosos, para disciplinar o exercício das funções públicas. A par disso, ainda hoje flagramos agentes políticos e servidores públicos utilizando o patrimônio estatal para divulgar crenças religiosas, mediante a exibição de símbolos, textos e imagens que as identificam, fechando pois os olhos a este baluarte da liberdade nacional que é a separação entre igreja e Estado. Agora, a Fundação Cultural de João Pessoa, inova negativamente, acrescentando aos problemas e erros anteriormente mencionados a realização de shows religiosos sob patrocínio estatal.


Além de quebrar a neutralidade do Estado quanto ao gerenciamento da fé, sugere que seus servidores estão submetidos a outros princípios que não aqueles que regem a administração pública no Brasil, sem falar no constrangimento que pode despertar nos cidadãos que professam diferentes filosofias de vida, aos quais à sombra do preconceito religioso fará companhia quando forem atendidos pelo Estado, numa evidente infração ao disposto no artigo 5º, incisos VI e VIII, da Constituição Federal.

As instituições religiosas, em sua grande maioria, já possuem infra-estrutura, recursos financeiros próprios e isenção tributária. A inclusão dos movimentos religiosos no orçamento da cultura é desleal com representações culturais que não têm todos esses privilégios.

Enfim, certamente não cabe à Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Funjope ou de qualquer outro órgão, a promoção de shows e eventos de cunho religioso. Consequentemente, a Academia de Livres Pensadores da Paraíba espera que o senhor Prefeito de João Pessoa, que se comprometeu em sua campanha a defender o Estado Laico, regularize essa situação junto à Funjope.

João Pessoa, 11 de janeiro de 2013



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