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domingo, 31 de julho de 2016

INSPIRAÇÃO DIVINA - O QUE É ISSO?



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Não antes do terceiro século supunha-se ou acreditava-se que os livros compondo o Novo Testamento eram inspirados. 

Devemos lembrar que havia grande número de livros, de Evangelhos, Epístolas, Atos e entre estes, os "inspirados" eram escolhidos por homens "não-inspirados". 

Entre os "Pais do Cristianismo" havia grandes diferenças de opinião sobre quais seriam os livros inspirados; havia muitas discussões cheias de ódio. 

Muitos livros que hoje são considerados espúrios, eram tidos nos primórdios como divinos, e alguns dos hoje considerados inspirados eram considerados espúrios. 

Muitos dos antigos cristãos e alguns dos pais repudiaram o Evangelho de João, as Epístolasa os hebreus, Jade, James, Pedro e a Revelação de São João. 

Por outro lado, muitos deles tinham os Evangelhos dos hebreus, dos egípcios, os Ensinamentos de Pedro, os Pastores de Hermas, as Epístolas de Barnabé, o Pastor de Hermas, s Revelação de Paulo, as Epístolas de Clemente, o Evangelho de Clemente como livros inspirados, igualáveis aos melhores. 

De todos esses livros e de muitos outros, os cristãos escolheram quais os "inspirados". 

Os homens que fizeram a seleção eram ignorantes e supersticiosos. Eram crentes convictos no miraculoso. Pensavam que doenças podiam ser curadas colocando-se sobre o paciente um lenço que supunham ter pertencido a um apóstolo, ou os ossos de um morto. 

Acreditavam na fábula de fênix, e que as hienas mudavam de sexo todos os anos. 

Seriam os homens que fizeram a seleção há muitos séculos, inspirados? Seriam eles -- ignorantes, supersticiosos, estúpidos e maliciosos -- mais qualificados para julgar a "inspiração" que os estudantes do nosso tempo? Por que teríamos de seguir suas opiniões? Não poderíamos nós mesmos escolher?




Erasmo, um dos líderes da Reforma declarou que a Epístola aos hebreus não havia sido escrita por Paulo, e negava a inspiração do segundo e terceiro livros de João, e também da Revelação.


Lutero tinha a mesma opinião. Declarou James ser uma Epístola de palha e negou a inspiração da Revelação. Zwinglius rejeitou o livro da Revelação e até Calvino negou que Paulo fosse o autor de Hebreus. 

A verdade é que os protestantes não concordaram com quais os livros que eram inspirados até o ano de 1647, na Assembléia de Westminster. 

Para provar que um livro é inspirado você precisa provar a existência de Deus. Deve provar também que este Deus pensa, age, objeta, tem fins e meios. Isto é um tanto difícil. 

É impossível conceber um deus infinito. Não havendo conceito de um ser infinito, é impossível dizer se todos os fatos que sabemos tendem a provar ou não a existência de tal ser. 

Deus é uma suposição. Se a existência de Deus é admitida, como poderemos provar que ele inspirou os escritores dos livros da Bíblia? 

Como pode um homem estabelecer a inspiração de um outro? Como pode um homem estabelecer que ele próprio é inspirado? Não há como provar o fato da inspiração. A única evidência é a palavra de alguns homens que não poderiam de maneira alguma saber sobre a questão. 

O que é inspiração? Usaria Deus o homem como instrumento? Usaria-o para escrever suas idéias? Tomaria ele posse das nossas idéias para destruir nosso arbítrio? 

Eram esses escritores controlados parcialmente, de modo que seus erros, sua ignorância e seus preconceitos foram diminuídos pela sabedoria de Deus? 

Como poderíamos separar os erros do homem da sabedoria de Deus? Poderíamos fazer isto sem sermos nós mesmos inspirados? Se os escritores originais eram inspirados, então os tradutores deveriam também sê-lo, e também as pessoas que nos dizem o significado da Bíblia.


Como pode um ser humano saber que ele é inspirado por um ser infinito? Mas de uma coisa podemos ter certeza: um livro inspirado deveria de todas as maneiras exceder todos os livros já escritos por homens não inspirados. Deveria estar acima de tudo, deveria conter a verdade, cheio de sabedoria, beleza. 


Muitos sacerdotes me questionam como posso ser tão mau em atacar a Bíblia.

Vou dizer a você: Este livro, a Bíblia, tem perseguido até a morte, os mais inteligentes, os melhores. Este livro obstruiu e dificultou o progresso da espécie humana. Este livro envenenou as fontes do aprendizado e desviou as energias do homem. 

Este livro é inimigo da liberdade, o suporte da escravidão.

Este livro semeou as sementes do ódio dentro de famílias e nações, alimentou as chamas da guerra e empobreceu o mundo. 

Este livro é o livro de cabeceira de reis e tiranos -- o escravizador de mulheres e crianças. 

Este livro corrompeu parlamentos e cortes. 

Este livro fez de colégios e universidades os professores do erro e os inimigos da ciência. 

Este livro encheu a cristandade com seitas cruéis, cheias de ódio e guerreiras. 

Este livro ensinou homens a matar seus semelhantes por motivos religiosos. 

Este livro fundou a Inquisição, seus instrumentos de tortura, construiu as masmorras, nas quais os bons e justos pereceram, forjou as correntes que rasgavam suas carnes, erigiu os patíbulos onde eles eram assassinados. 

Este livro juntou pilhas de lenha nos pés dos homens justos. Este livro baniu a razão da mente de milhões e encheu os asilos com os insanos.


Este livro fez pais e mães derramar o sangue de seus bebês. 


Este livro foi a justificativa que se dava para separar a mãe escrava de seu bebê. 

Este livro encheu os navios mercantes e fez da carne humana mercadoria. 

Este livro acendeu as fogueiras que queimaram as "bruxas" e "feiticeiras".

Este livro preencheu a escuridão com fantasmas e os corpos de homens e mulheres com demônios. 

Este livro poluiu a alma humana com o infame dogma do sofrimento eterno. 

Este livro fez da credulidade a maior das virtudes e a investigação o pior dos crimes. 

Este livro encheu as nações com eremitas, monges e freiras -- com piedosos e inúteis. 

Este livro colocou santos sujos e ignorantes acima de filósofos e filantropos. 

Este livro ensinou o homem a desprezar as alegrias da vida para que pudesse ser feliz numa outra -- desperdiçar este mundo em benefício de um próximo. 

Eu ataco este livro porque ele é inimigo da liberdade -- a maior obstrução na frente do progresso da humanidade. 

Deixe-me fazer uma pergunta aos sacerdotes: Como vocês podem ser tão maus em defender este livro?







Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll



Tradução: Afonso M. C. Amorim 


Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html




sábado, 19 de janeiro de 2013

SERÁ O VELHO TESTAMENTO INSPIRADO?




Para ser, deveria ser um livro que nenhum homem -ou grupo de homens- poderia produzir.

Deveria conter a perfeição da Filosofia.

Deveria estar de acordo com todo fato da natureza.

Não deveria conter nenhum erro em Astronomia, Geologia ou qualquer assunto da Ciência.

Sua moralidade deveria ser a mais alta e pura.

Suas leis e regras para a conduta deveriam ser as mais justas, sábias, perfeitas, e perfeitamente adaptadas aos fins desejados.

Não deveria conter nada que faça o homem cruel, vingativo ou infame.

Deveria ser cheio de justiça, pureza, honestidade, piedade e espírito de liberdade.

Deveria ser avessa à opressão e à guerra, à escravidão e avidez, ignorância, credulidade e superstição. 


Deveria desenvolver a mente e civilizar o homem.

Deveria satisfazer o cérebro e o coração dos mais sábios e inteligentes.

E deveria ser verdadeira.

Será que o Velho Testamento satisfaz estes parâmetros?

Há algo no Velho Testamento - em História, teoria, lei, moralidade, ciência - acima e além das idéias, crenças, costumes e preconceitos existentes naqueles povos entre os quais os autores viveram?

Há qualquer raio de luz de qualquer fonte sobrenatural?

Os antigos hebreus acreditavam que a Terra era o centro do Universo, e que o sol, lua e estrelas eram manchas no céu.

Com isto a Bíblia concorda.

Pensavam que a terra era plana, com quatro cantos; que o céu, o firmamento, era sólido -- o piso da casa de Jeová.

A Bíblia ensina o mesmo.

Imaginavam que o sol girava em torno da Terra e que, parando o sol, o dia se prolongaria.

A Bíblia concorda com isto.

Acreditavam que Adão e Eva seriam o primeiro homem e mulher; que eles haviam sido criados alguns anos antes e que eles, os hebreus, eram seus descendentes.

Isto a Bíblia ensina.

Se alguma coisa é ou pode ser certa, os escritores da Bíblia estavam enganados sobre a criação, Astronomia, Geologia; sobre as causas de fenômenos, a origem do mal e as causas da morte.

Agora deve-se admitir que se foi um Ser Infinito o autor da Bíblia, ele deveria saber todos os fatos, todas as ciências e não cometeria qualquer erro.

Se no entanto, há erros, desvios, falsas teorias, mitos ignorantes e asneiras na Bíblia, ela só pode ter sido escrita por seres finitos; ou seja, por pessoas ignorantes e equivocadas.

Nada pode ser mais claro que isto.

Por séculos a Igreja sustentou que a Bíblia era absolutamente certa; que não continha nenhum erro; que a história da criação era verdadeira; que sua Astronomia e Geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordassem do Velho Testamento eram infiéis e ateus.

Hoje as coisas mudaram. Cristãos educados admitem que os escritores da Bíblia não eram tão inspirados como a ciência. Eles agora dizem que Deus, ou Jeová não inspirou os escritores desse livro com o propósito de ensinar o mundo sobre Astronomia, Geologia ou qualquer outra Ciência.

Eles agora admitem que os homens inspirados que escreveram o Velho Testamento não sabiam coisa alguma de ciência, e que eles escreveram sobre a terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época.

Foram precisos muitos séculos para forçar os Teólogos a admitir isto.

Relutantemente, cheios de malícia e ódio, os pregadores se retiraram de campo, deixando a vitória com a ciência.

Então eles assumiram outra tática;

Eles passaram a afirmar que os autores da Bíblia eram inspirados em questões espirituais e morais; que Jeová queria informar seus filhos seus desígnios e seu infinito amor; que Jeová, vendo seu povo mau, ignorante e depravado, queria fazê-lo piedoso, justo, sábio e espiritual, e que a Bíblia é inspirada em leis, na religião que ela ensina e em suas idéias de governo.

Essa é a situação atual. Estaria a Bíblia mais próxima a seus ideais de justiça, piedade, moralidade ou religião que suas concepções de ciência? ou sua moral?

Ela apoiou a escravidão - sancionou a poligamia.

Poderia o diabo fazer pior?

É ela piedosa?

Na guerra, ela estendia a bandeira negra; comandava a destruição, o massacre de tudo - do idoso, do doente e desesperançado - de esposas e bebês.

Eram suas leis inspiradas?

Centenas de ofensas eram punidas com a morte. Pegar em ferramentas de trabalho nos domingo, assassinar seu pai na Segunda, eram crimes iguais. Não há na literatura código de leis mais sangrento.

As leis da vingança - retaliação - eram as leis de Jeová. Um olho por um olho, um dente por um dente, um membro por um membro.

Isto é selvageria - não Filosofia.

Seria justa e racional?

A Bíblia é o oposto de tolerância religiosa -- de liberdade religiosa. Quem discordasse da maioria era apedrejado até a morte. Investigação era um crime. Maridos eram ordenados a denunciar e ajudar na matança de esposas não crentes.

É inimiga da arte. "Não farás imagem esculpida". Isto é a morte da arte.

Palestina jamais produziu um pintor ou escultor.

Será a Bíblia civilizada?

Ela apoia a mentira, roubo, furto, assassinato, venda de carne estragada a estrangeiros, e até o sacrifício de seres humanos a Jeová.

Será ela filosófica?

Ensina que pecados de uma pessoa sejam transferidos a um animal -- um bode. Faz da maternidade uma ofensa para a qual a oferta de um pecado teve de ser feito.

Era mau parir um menino, e duas vezes mau parir uma menina.

Fabricar o óleo que era usado pelos padres era uma ofensa punida com a morte.

O sangue de um pássaro morto em água corrente era tido como medicinal.

Mancharia um Deus civilizado seu altar com o sangue de ovelhas, cordeiros e cabritos? Transformaria seus padres em carniceiros? Sentiria prazer em sentir cheiro de carne queimando?


Ensaio de Robert Ingersoll