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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

HEREGES


Por David Bailly





Os Arminianistas

De todos os hereges, os arminianistas eram de longe considerados os piores. Afirmavam que qualquer um tinha o direito de professar a religião em que mais acreditasse, sem ser perseguido.

Jacó Armínio (1560-1609), professor de Teologia na Universidade de Leida, era um defensor do livre-arbítrio e da tolerância para com as minorias religiosas. Além disso, refutava totalmente a doutrina calvinista da predestinação. Um sínodo internacional de reformistas, na maioria calvinistas, realizado em Dort, em 1618-1619, condenou o arminianismo.

Poucos dias depois, um de seus líderes foi decapitado e outro foi condenado à prisão perpétua.

Na Holanda, os arminianistas, também chamados de arminianos, criaram uma Igreja separada.






Os quacres

Também chamados de "amigos", eram conduzidos pelo apóstolo John Foxe, homem inculto, mas pacifista, que pregava a presença de Deus em todos os homens e acreditava ser possível aproximar-se Dele sem sacramentos, sacerdotes ou celebrações espetaculares.

O quacrismo promovia um novo estilo de vida que tendia a favorecer a simplicidade das relações e a igualdade de sexo, raça e classe. Foxe difundiu o movimento especialmente em Gales e na Inglaterra, enquanto outros fiéis pregaram na Holanda, na Polônia e em Massachusetts. A repressão puritana ocorrida durante o Commonwealth (1649-1659) matou cerca de 3.170 quacres.








Giordano Bruno

Tendo vivido entre 1548 e 1600, foi o herege mais famoso do século XVII. Sacerdote e frei dominicano, formado em Teologia em 1575, fugiu da prisão "apertada e negra do convento" e adotou uma vida nômade pela Europa.

Tornou-se "mago", astrólogo e escritor. Reivindicou para si a teoria heliocêntrica de Copérnico (é a Terra que gira em volta do Sol, e não o contrário) e afirmou que as estrelas do firmamento também são sóis em volta dos quais orbitam mundos parecidos com o nosso.

Entregue à Inquisição em 1592, sofreu um processo que durou oito anos. Acabou abjurando parte de suas convicções. Mas quando o obrigaram a condenar todas as suas idéias, inclusive as que não foram analisadas como heréticas pelo tribunal, Giordano Bruno negou-se, resistindo até à tortura, e em 20 de janeiro de 1600 foi condenado à morte.

"Talvez vocês tenham mais medo de pronunciar minha sentença do que eu tenho de recebê-la!" foram as palavras com que ouviu o veredicto.

Em 17 de fevereiro de 1600, a execução foi finalmente realizada. O filósofo foi queimado vivo em Roma, no Campo del'Fiori. Antes, foi-lhe enfiada na boca uma mordaça, instrumento de madeira que impedia que o condenado mexesse a língua, por causa dos "palavrões que dizia, sem querer ouvir quem o confortasse ou outras pessoas".






Galileu Galilei

Viveu entre 1564 e 1642. Foi um dos pais da ciência moderna. Por ter reivindicado as teorias de Copérnico, mas principalmente por ter afirmado que as Escrituras eram infalíveis nos assuntos de fé, mas não nos científicos, Galileu acabou na mira na Inquisição. Submetido à prisão e à tortura, mesmo sendo idoso e estando gravemente doente, no final, o cientista abjurou todas as suas convicções.

A SENTENÇA DE GALILEU







Paulo Sarpi

Historiador e teólogo veneziano (1552-1623). Entrou para a Ordem dos Servitas em 1566, e tornou-se seu procurador-geral em 1585. Após uma estada em Roma, onde esteve em contato com a Cúria (1585-1588), estabeleceu-se em Veneza.

Consultado como especialista sobre uma questão jurídica que opunha a República de Veneza à Santa Sé, Paulo Sarpi defendeu Veneza com uma série de escritos que lhe proporcionaram grande fama, mas também a excomunhão e uma tentativa de assassinato por parte dos jesuítas.

Em 1619, publicou em Londres a história do Concilio de Trento, com o pseudônimo de Pietro Soave Polano.

A obra defendia a tese segundo a qual o Concilio de Trento representou o ápice de um processo secular de decadência moral da Igreja e que suas deliberações foram resultados de embates políticos, e não conseqüência de autênticos debates sobre a fé. Sarpi também jogava sobre o papado a grave responsabilidade de ter tornado irrevogável o cisma com os protestantes.


Os reformadores católicos

Antes mesmo do cisma de Lutero, houve intelectuais e eclesiásticos que tentaram reformar a Igreja Católica de dentro. Teólogos estudaram com escrúpulo e rigor filológico a Palavra de Deus. Filósofos e eclesiásticos tentaram difundir, com sermões e tratados, um cristianismo mais maduro também junto ao povo, procuram evitar que práticas religiosas como o culto aos santos e às relíquias se transformasse em superstições e idolatria. Finalmente, alguns fundaram novas ordens religiosas que tentavam restaurar as regras primitivas de pobreza e simplicidade.


O muro da Contra-Reforma

O sucesso da Reforma Protestante na Europa criou na Igreja Católica muitos problemas de cunho político, econômico, administrativo e doutrinário. Os próprios prelados católicos haviam se dividido a respeito do comportamento a adotar com relação aos reformistas: alguns buscavam a reconciliação, ao menos com os luteranos "moderados", outros defendiam uma posição intransigente e antiluterana.

Era preciso um momento de clareza que levasse a uma profunda reorganização da instituição eclesiástica. Por essas razões, o papa Paulo III convocou um concilio ecumênico que teve início em Trento em 13 de dezembro de 1545. Os trabalhos da assembléia se estenderam, entre interrupções e transferências de sede, por quase vinte anos, sendo concluídos apenas em 14 de dezembro de 1563.

Qualquer possibilidade de diálogo encontrava obstáculos por parte dos papas, que temiam que o concilio tomasse uma feição "democrática" demais, o que prejudicava sua autoridade.

A corrente intransigente e antiluterana acabou triunfando, aliada a setores que reivindicavam uma reforma moral do clero e uma maior disciplina. O concilio se encerrou com a aprovação de algumas afirmações doutrinárias: a tradição histórica (ou seja, o conjunto de dogmas, regras e ritos introduzidos ao longo dos séculos e que não tinham nenhuma relação com as Escrituras) tinha o mesmo peso que a Bíblia; a única versão autorizada dos textos sagrados era a Vulgata de São Jerônimo; a única interpretação correta das Sagradas Escrituras era aquela dada pela Igreja; todo ser humano nascia trazendo em si a mácula do pecado original, que só podia ser apagada com o batismo, celebrado nas formas estabelecidas pela Igreja; também foram confirmados o número e a validade dos sacramentos; e a característica sagrada do ministério sacerdotal, que não podia se estender a todos os fiéis.

Na prática, foram refutados todos os argumentos de fé protestante.

As afirmações do concilio constituíam a verdade da fé e eram formuladas de forma a não deixar margem a dúvidas ou ambigüidades. O funil da ortodoxia se tornava cada vez mais estreito. Também foram tomadas medidas de reorganização e moralização do clero. Os bispos foram obrigados a residir no território das próprias dioceses, foi proibido o acúmulo de benefícios eclesiásticos e confirmado, com vigor, o celibato. Foram criados os seminários diocesanos, que deveriam formar um clero mais instruído, capaz de fazer frente aos pregadores hereges.

Nasceu o Índex, uma lista, atualizada continuamente, de publicações condenadas pela Igreja, que um católico só poderia ler com autorização.


Foi reconhecida a faculdade do papa de aprovar e ratificar as decisões dos concílios, o que confirmava o princípio da autoridade absoluta do pontífice.

SABER MAIS:

O Que é Heresia

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Sentença de Galileu Galilei

GALILEO GALILEI





"Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem."
Cardeal Bellarmino (1615, durante o julgamento de Galileu)

"Nós (seguem os nomes e os títulos dos cardeais) pela misericórdia de Deus, Cardeais da Santa Igreja Romana, delegados especialmente como Inquisidores gerais da Santa Sé Apostólica, contra a maldade herética, da República Cristã.

"Sendo certo que tu, Galileo, filho de Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, foste denunciado em 1615 a este Santo Ofício por teres como verdadeira a falsa doutrina, ensinada por alguns, que o Sol seja centro do mundo e imóvel, e que a Terra se mova, ainda de movimento diurno; por, acerca da mesma, teres correspondência com alguns matemáticos da Germânia; por teres dado à estampa cartas intituladas "Das manchas Solares", nas quais explicavas a mesma doutrina como verdadeira; por, às objecções que às vezes te faziam tiradas da Sagrada Escritura, responderes interpretando a dita Escritura, conforme o teu sentido;

"E tendo sucessivamente sido apresentada cópia dum manuscrito, sob a forma de carta, a qual se dizia ter sido escrita por ti, a um tal teu discípulo, e nessa, seguindo a posição de Copérnico, se conterem várias proposições contra o verdadeiro sentido e autoridade da Sagrada Escritura;

"Querendo por isto este Sacro Tribunal dar providências contra a desordem e o dano que de aqui provinha e andava crescendo com prejuízo da Santa Fé;

"Por ordem de Nosso Senhor e dos Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais desta Suprema e Universal Inquisição, foram, pelos Qualificadores Teólogos, qualificadas as duas proposições da estabilidade do Sol e do movimento da Terra do seguinte modo:

"Que o Sol seja centro do mundo e imóvel de movimento local, é proposição absurda e falsa em filosofia, e formalmente herética, por ser expressamente contrária à Sagrada Escritura;

"Que a Terra não seja centro do mundo nem imóvel, mas que se mova, ainda de movimento diurno, é igualmente proposição absurda e falsa em filosofia, e considerada em teologia ad minus errónea em Fé.

"Mas querendo-se naquele tempo proceder para contigo com benignidade, foi decretado na Sacra Congregação reunida diante de Nosso Senhor a 25 de Fevereiro de 1616, que o Eminentíssimo Cardeal Bellarmino te ordenasse que tu devesses totalmente abandonar a dita opinião falsa e que, recusando tu tal fazeres, te fosse pelo Comissário do Santo Ofício intimado que deixasses a dita doutrina e que não pudesses ensiná-la a outros, nem defendê-la, nem tratar dela, e que, se não te conformasses com a intimação, fosses encarcerado;

"Em execução do mesmo decreto, no dia seguinte, no mesmo palácio e na presença do acima dito Eminentíssimo Senhor Cardeal Bellarminio, depois de teres sido pelo mesmo Senhor Cardeal benignamente avisado e admoestado, te foi pelo Comissário do Santo Oficio daquele tempo intimado, com notário e testemunhas, que totalmente devesses abandonar a dita falsa opinião e que no futuro a não pudesses sustentar, nem defender, nem ensinar de qualquer maneira, nem pela voz nem pelo escrito, e tendo tu prometido obedecer, foste mandado em paz.

"E a fim de que tolhesse inteiramente tão perniciosa doutrina e não andasse caminhando mais, com grave prejuízo da verdade católica, saiu um decreto da Sacra Congregação do Índice, por meio do qual foram proibidos os livros que tratam de tal doutrina e foi esta declarada falsa e totalmente contrária à Sagrada e Divina Escritura.

"E tendo ultimamente aparecido aqui um livro, estampado em Florença no ano passado, cuja inscrição mostrava que fosses tu o seu autor, dizendo o título: "Diálogos de Galileo Galilei acerca dos dois Máximos Sistemas do Mundo, Ptolomaico e Copernicano"; e informada depois a Sacra Congregação de que, com a impressão do dito livro, cada vez mais tomava pé e se disseminava a falsa opinião do movimento da Terra e da estabilidade do Sol; foi o dito livro diligentemente considerado e nele achada expressamente a transgressão do preceito que te foi intimado, tendo tu no mesmo defendido a opinião já condenada e na tua face por tal declarada, acontecendo que tu, no dito livro, procuras persuadir que a deixas como indecisa e expressamente provável, o que também é erro gravíssimo, não podendo de nenhum modo ser provável uma opinião declarada e definida por contrário à Escritura Divina.

"Por isso, por nossa ordem foste chamado a este Santo Ofício, no qual, com o teu juramento, examinado, reconheceste o livro como por ti composto e dado à estampa. Confessaste que, cerca de dez ou doze anos depois de te ter sido feita a intimação como acima, começaste a escrever o dito livro; que pediste autorização para o estampar sem porém significares àqueles que te deram semelhante faculdade que te tinha sido ordenado não sustentar, defender, nem ensinar de qualquer modo tal doutrina.

"E parecendo a nós que tu não tinhas dito inteiramente a verdade acerca da tua intenção, julgamos ser necessário proceder a um rigoroso exame de ti; no qual sem porém prejuízo algum das coisas por ti confessadas e contra ti deduzidas como acima acerca da tua intenção, respondeste catolicamente.

"Portanto, vistos e maduramente considerados os méritos desta tua causa, com as supraditas tuas confissões e escusas e quanto de razão se devia ver e considerar, chegámos contra ti à infra-escrita sentença:

"Invocando o Santíssimo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e da gloriosíssima Mãe sempre virgem Maria;

"Por esta nossa definitiva sentença, a qual, pro tribunali, de conselho e parecer dos Reverendíssimos Mestres de Sacra Teologia e Doutores unius utriusque iuris, nossos consultores, proferimos nestes escritos, na causa e causas pendentes ante nós entre o Magnífico Carlo Sinceri, doutor unius utriusque iuris, Procurador Fiscal deste Santo Ofício, duma parte e tu, Galileo Galilei ante-dito, réu aqui presente, inquirido, processado e confesso como acima, da outra parte:

"Dizemos, pronunciamos, sentenciamos e declaramos que tu, Galileo supra-dito, pelas coisas deduzidas no processo e por ti confessadas como acima, te tornaste veementemente suspeito de heresia, a saber, por teres sustentado e crido doutrina falsa e contrária às Sagradas e Divinas Escrituras, que o Sol seja centro da Terra e que não se mova de oriente para ocidente e que a Terra se mova e não seja centro do mundo, e que se possa ter e defender por provável uma opinião depois de ter sido declarada e definida por contrária à Sagrada Escritura;

"E consequentemente estás incurso em todas as censuras e penas dos sagrados cânones e outras constituições gerais e particulares contra semelhantes delinquentes impostas e promulgadas.

"Das quais nos apraz absolver-te desde que primeiro, com coração sincero e fé não fingida, diante de nós, abjures, maldigas e detestes os supra-ditos erros e heresias e qualquer outro erro e heresia contrária à Igreja Católica e Apostólica, pelo modo e forma que por nós te será dada.

"E, a fim que este teu grave e pernicioso erro e transgressão não fique de todo impune, e sejas mais cauto para o futuro e exemplo a outros para que se abstenham de semelhantes delitos, ordenamos que, por público édito, seja proibido o livro dos "Diálogos de Galileo Galilei".

"Te condenamos ao cárcere formal neste Santo Ofício ao nosso arbítrio; e por penitência salutar te impomos que pelos três próximos anos digas uma vez por semana os sete salmos penitenciais, reservando para nós a faculdade de moderar, mudar ou levantar, no todo ou em parte, as supra-ditas penas e penitencias.

"E assim dizemos, pronunciamos, sentenciamos, declaramos, ordenamos e reservamos, nisto e em tudo o mais, do melhor modo e forma que de razão podemos e devemos." (Seguem as assinaturas de sete dos dez cardeais).

Seguidamente o acusado ajoelhou e, com as mãos sobre os Evangelhos, leu em voz alta este outro documento, para esse fim expressamente confeccionado por mão alheia:

"Eu, Galileo Galilei, filho do falecido Vincenzo Galilei, de Florença, de minha idade setenta anos, constituído pessoalmente em juízo e ajoelhado diante de vós Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais, inquisidores gerais em toda a República Cristã contra a maldade herética;

"Tendo diante dos meus olhos os sacrossantos Evangelhos, os quais toco com as minhas próprias mãos, juro que sempre cri, creio agora, e com a ajuda de Deus crerei para o futuro, tudo aquilo que afirma, prega e ensina a Santa Igreja Católica Apostólica.

"Mas visto que, por este Santo Oficio, por haver eu (depois de me ter intimado juridicamente pelo mesmo que abandonasse totalmente a falsa opinião que o Sol seja centro do mundo e que não se mova e que a Terra não seja centro do mundo e que se mova, e que não pudesse afirmar, defender nem ensinar de qualquer modo, pela voz ou pelo escrito, a dita falsa doutrina, e depois de me ter sido notificado que a dita doutrina é contrária à Sagrada Escritura) escrito e dado à estampa um livro no qual trato a mesma doutrina já condenada e empregado argumentos com muita eficácia a favor dela, sem dar nenhuma solução, fui julgado veementemente suspeito de heresia, por haver dito e crido que o Sol seja centro do mundo e imóvel, e a Terra não seja centro e se mova;

"Portanto, querendo eu afastar da mente das Eminências Veneráveis e de todo o fiel cristão esta veemente suspeição, justamente de mim concebida, com coração sincero e fé não fingida, abjuro, amaldiçoo e detesto os supraditos erros e heresias, e geralmente qualquer outro erro, heresia e seita contrária à Santa Igreja; e juro que para o futuro não mais direi nem afirmarei, pela voz ou pelo escrito, coisas tais que por elas se possa haver de mim semelhante suspeição; mas, se conhecer algum herético, ou que seja suspeito de heresia, o denunciarei a este Santo Oficio, ou ao Inquisidor ou Ordinário do lugar onde me encontrar.

"Juro ainda e prometo cumprir e observar inteiramente todas as penitências que me foram impostas, ou vierem a ser, por este Santo Oficio;

"E, no caso de transgredir algumas das ditas promessas ou juramentos, o que Deus não queira, submeto-me a todas as penas e castigos pelos sagrados cânones e outras constituições gerais e particulares contra semelhantes delinquentes impostas e promulgadas.

"Assim Deus me ajude e estes seus santos Evangelhos, que toco com as minhas próprias mãos.

"Eu, Galileo Galilei, abjurei, jurei, prometi e me obriguei como acima; e, em fé do verdadeiro, pela minha própria mão subscrevi a presente cédula da minha abjuração e a recitei de palavra em palavra, em Roma, no convento de Minerva, neste dia 22 de Junho de 1633."
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