O FUNDADOR DA IGREJA
CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
Também conhecido como Constantino I, Constantino Magno
ou simplesmente Constantino, foi um Imperador Romano, proclamado Augusto pelas
suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império
Romano até sua morte, em 22 de maio de 337.
O Imperador Constantino era um homem profundamente supersticioso, mas
também um político astuto. Sumo sacerdote do Mithraismo, ele próprio, entretanto, continuou adorando o Deus-sol
embora seguisse várias religiões, tentando se salvaguardar, até mesmo depois de
sua suposta "conversão", e era extremamente arbitrário e impulsivo.
Ele entregou prisioneiros de guerra aos leões, cometeu atos de genocídio em
massa nas suas campanhas na África do Norte, e era famoso pelo seu
comportamento insuportável, egoísta, impiedoso e de falsa moral.
Mas quem, na verdade, era esse CONSTANTINO ?
Era um homem de moral abaixo da crítica, um
assassino. Aliado de Licínio, que o ajudou a assumir o poder, governou com ele,
mas depois, tendo-se indisposto contra este, derrotou-o em 324 e mandou assassiná-lo
em 325.
Mandou executar seu próprio filho Crispus e depois
sua mulher Fausta (326). Mandou matar, também, um cunhado e dois sobrinhos. Com todas
essas falhas morais assumiu a direção da cristandade, plenamente aceito pelos
bispos e dirigentes cristãos. Ao mesmo tempo em que colocava e dirigia
concílios, restaurava templos politeístas, sacrificava aos ídolos e aceitava
adoração pagã. Deixou gravada a afirmação de sua divindade lado a lado a
divindade cristã.
Em certa ocasião, para efetuar seu culto ornou a
estátua de Apolo com relíquias do martírio de Jesus.
Seu sobrinho Juliano dizia que sua aparência era estranha, usava roupas
engomadas à moda oriental, jóias nos braços complementadas por uma tiara em
cima de uma peruca pintada. Constantino aparentemente considerava o
cristianismo simplesmente mais um dos cultos ou seitas de seu reino, e ele
parecia ser membro de todas indiferentemente, sem se aprofundar em nenhum. Ele só foi batizado quando estava no leito de morte, minutos antes do
óbito, “segundo afirma Eusébio Pamphili”, um bispo católico, historiador e um dos pais da Igreja
Católica.
O Imperador Constantino,
apesar de toda sua esquisitice, era realmente um ótimo político. Ele entendeu
muito bem o fato dos cristãos estarem se tornando tão numerosos a ponto de
representar uma ameaça política considerável se saíssem da confusão e se
organizassem como um todo.
Prevendo isso, ele
convenientemente inventou um milagre para sua conversão, a fim de se tornar
aliado dos mesmos. Em 312, um ano antes do Edito de Milão, ele travou a batalha
da Ponte de Milyan, contra um rival ao trono. Havia muitos cristãos entre seus
soldados já com o cristograma nas suas espadas e escudos.
Pelos historiadores, os
céus se abriram e o imperador teve uma "visão" e lhe foi concedida a
vitória na batalha. Pelo menos essa é a história que apologistas cristãos
contam.
Infelizmente não sabemos
ao certo o que aconteceu porque o querido imperador mudava sua história o tempo
todo cada vez que a contava para alguém. Pelo menos seis versões contraditórias
e diferentes sobreviveram contadas por pessoas que diziam tê-las ouvido do
próprio imperador em pessoa.
Enquanto contava essas histórias, ele
aparentemente nunca abandonou o culto ao sol - Mitraismo, comum na Europa na
época. Como monumento a sua vitória em Milyan, alguns anos mais tarde, ele
levantou o Arco do Triunfo, que sobrevive até hoje. Nele consta um testemunho
ao "Sol Invicto" (uma referência a Mitra) e outro a Jesus Cristo
"guiando sua (do sol) carruagem de uma ponta a outra do céu". Ele
ordenou que os cristãos mudassem suas missas para o Dia do Sol (Domingo).
O Cristianismo primitivo
não tinha um comando centralizado, inexistia a figura do Papa e havia mais de
cem livros sobre Jesus lidos às escondidas nas catacumbas e igrejas
clandestinas. Todos tinham sua lista de favoritos; as várias facções, com sede
em Roma, Constantinopla, Antioquia, Cesárea, Jerusalém, Alexandria, e Cartago
tinham suas próprias idéias sobre o que era ou não escritura. E elas não
chegavam a um acordo.
Cada bispo seguia uma corrente doutrinária
diferente, como hoje acontece com as seitas protestantes e outras que se
desmembraram do Cristianismo com a reforma de Lutero, onde cada pastor se diz
iluminado pelo Espírito Santos e daí passa a fazer pregações dentro das
diversas correntes teológicas – Teoria da Prosperidade, Teoria da
Predestinação, mas isso é assunto para outro post.
Essa briga interna entre os bispos enfraquecia a
nova religião tornando-a medíocre, não se prestando desta forma para unificar o
Império. A disputa religiosa sobre a criação do mistério dogmático da Trindade,
foi a primeira enfrentada por Constantino – As primeiras heresias.
Em virtude dessas polêmicas, no ano 325,
CONSTANTINO convoca todos os bispos para dirimir sobre o Cristianismo e aí
nasce o famoso Concílio de Nicéia, criado para extinguir as divergências entre
os cristãos da época. Nesse concílio CONSTANTINO demonstra toda sua força ao expulsar
mais de 1.700 participantes do conclave (inicialmente com 2.048 membros) por
não concordarem com suas imposições. Com os 300 restantes, que se submetiam à
sua vontade, tomou a decisão de estabelecer o dogma, até hoje vigente, de que
Jesus era igual ao Pai, era Deus.
No seu discurso inaugural
do Concílio de Nicéia, o imperador começou por fazer entender que os bispos
tinham na mão um dos melhores negócios do mundo e que querelas pessoais e
recriminações intermináveis não podiam se sobrepor por ser de menor valor que a
proposta imperial. - “Parem de brigar e cheguem a um acordo. Criem uma doutrina
que seja universal (em outras palavras, católica - note o "c"
minúsculo), e que seja entendida e praticada por todos”, gritou Constantino
aos bispos participantes do conclave. (Enciclopédia Católica, O Primeiro Concílio de Nicéia)
E é claro que os bispos
obedeceram prontamente para não correr o risco de incorrer na malquerença do
imperador.
A maioria
dobrou-se à força.
Começavam os cristãos, a desmentir Jesus que nunca
se disse Deus, pelo contrário, sempre se disse subordinado inteiramente à
vontade do Pai. Passam-se os anos, mas não passa o prazer de estar junto do
poder temporal e a riqueza mesmo que isso imponha situações lamentáveis à fé
cristã. (Já Estava Escrito, Hélio da Silveira Pinto, Arc Editora)
No meio de todo esse torvelinho intelectual,
Constantino ordenou a Eusébio Pamphili, bispo da Cesárea na Palestina, que
juntasse algumas cópias dos livros cristãos lidos nas igrejas e apresentasse no
Concílio de Nicéia.
“Não sabemos quais livros entre as
centenas disponíveis foram apresentados ao imperador, e nem o quanto foram
revisados (já que muitos não são conhecidos antes de Eusébio), mas sabemos com
certeza que ele percebeu que era questão de tempo antes que os "oráculos
inspirados" como ele os chamava, tivessem que ser reunidos para que os
cristãos estudassem em conjunto por todo o mundo algo na forma de uma
biblioteca escritural, uma bíblia”.
(Enciclopédia Católica, Eusébio de Cesaréia)
Então,
inspirados pelos oráculos, os mais de 100 livros escritos a respeito de Jesus
foram reunidos em textos de vários autores, todos desconhecidos, em apenas
quatro livros – Marcos , Mateus,
Lucas e João. Não
se pode admitir que existam nem mais e nem menos do que quatro evangelhos, alega
Irineu de Lyon, (citado por Eusébio), uma vez que existem quatro regiões do
mundo onde vivemos, e quatro ventos dos quatro pontos cardeais, e, por outro
lado, a Igreja está espalhada por toda a terra e o Evangelho e o Espírito da
vida são os pilares e as fundações da Igreja, segue que esta Igreja tem quatro
pilares...
E assim, todo o processo foi controlado por
Constantino, que era um pagão, que acreditava em deuses trinos, nascidos
de uma virgem, que faziam milagres, que morreram e ressuscitaram, eram tidos
como os salvadores do mundo, um deles tinha
como símbolo a cruz e o dia da semana a eles consagrados era o domingo.
Essa religião
híbrida, que tomou emprestado alguns conceitos judaicos da seita dos nazarenos,
na realidade, mantinha antigas estruturas do politeísmo romano, de modo que os
pagãos puderam confortavelmente encontrar seu nicho na nova fé. O processo foi
semelhante ao sincretismo do Catolicismo com as religiões afro, no Brasil
colonial.
Faca-se Jesus a imagem e semelhança do Deus que
acredito e confio, e saiu Jesus com os mesmos atributos do Mitrianismo.
O Jesus
primitivo deixou de existir, e passaram a adorar um outro Jesus igualzinho ao
Deus Mithra, do qual Constantino era o sumo sacerdote. Enxertando-se ainda nos textos
sagrados do Cristianismo, mitos de Deuses pagãos, por imposição do seu
presidente e aceitos sem resistência pelos demais membros religiosos.
Neste concílio foi deliberada a crença na
Santíssima Trindade e o culto a cruz. Foi lá que se definiu o cânone, com
exceção do Apocalipse, que só foi incorporado ao Novo Testamento no ano 397. E
eles mesmo dizem que os textos foram refundidos, e adaptados aos interesses da
catequese. (Seria melhor dizer: adaptados aos interesses do Imperador
Constantino). Foi ainda neste período que foi erguida a primeira igreja cristã
em Jerusalém e ocorreu a mudança do dia santificado de descanso do sábado, como
mandava a Lei de Moisés, para o domingo, dia consagrado ao Deus Mithra, o Sol
Invencível.
O admirável Rui Barbosa, na introdução que escreveu
para a edição em português do livro O Papa e o Concílio, de Janus, é claro em
sua revolta quando se refere às modificações e concessões feitas no
cristianismo a partir de CONSTANTINO.
(...) A obra de Janus possui 324 págs., a
introdução 332, sendo, portanto, 8 págs. Maior que o livro. É preciso dizer
também que é mais elucidativa.
Vejamos um trecho:
“Havia simplicidade, ausência de cerimônias
teatrais, severa proibição de imagens, pureza de ensino. Nos dias de CONSTANTINO,
porém, passou a igreja por uma revolução.”
Começou o cesarismo religioso.
Sacrificou-se o cristianismo ao engrandecimento da
hierarquia. O imperador (não batizado) recebe o título de bispo exterior; julga
e depõe bispos; convoca e preside concílios; resolve sobre dogmas.
Já não era mais a igreja dos primeiros cristãos.
Adquiriu poder temporal, mas sua autoridade moral decresceu.
De PERSEGUIDA passa a PERSEGUIDORA.
Buscou riquezas e corrompeu-se, derramou sangue e
sujeitou o espírito à letra.”
Não há dúvida que o grande tribuno baiano estava coberto de razões.
Vejamos o que disse o bispo Eusébio de Cesárea em
335, um discurso proferido no 30º ano do reinado de Constantino:
“É um novo
Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente. Constantino, tal o patriarca
judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do
Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César.
Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela
intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para
os homens”.
Designando-o como “pastor, pacificador, mestre,
médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de
Deus”(Laud. Constant., 5; 7,12).
E ASSIM NASCEU A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.