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sexta-feira, 29 de março de 2013

"É A BÍBLIA, VERDADEIRAMENTE, A PALAVRA DE DEUS?"

PERGUNTA RETIRADA DO FÓRUM GOTQUESTIONS.

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Resposta dada pelo evangelizador do site Gotquestions:

Nossa resposta a esta pergunta não irá apenas determinar como vemos a Bíblia e sua importância para nossas vidas, mas também, ao final, provocar em nós um impacto eterno. Se a Bíblia é de fato a palavra de Deus, devemos então estimá-la, estudá-la, obedecer-lhe e nela confiar. Se a Bíblia é a Palavra de Deus, dispensá-la, então, é dispensar o próprio Deus.


O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidência e exemplo de Seu amor por nós. O termo “revelação” significa simplesmente que Deus comunicou à humanidade como Ele é e como nós podemos ter um correto relacionamento com Ele. São coisas que não poderíamos saber se Deus, na Bíblia, não as tivesse revelado divinamente a nós. Embora a revelação de Deus sobre Si mesmo tenha sido dada progressivamente, ao longo de aproximadamente 1500 anos, ela sempre conteve tudo que o homem precisava saber sobre Deus para com Ele ter um bom relacionamento. Se a Bíblia é realmente a Palavra de Deus, é portanto a autoridade final sobre todas as questões de fé, prática religiosa e moral.

A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: como podemos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único sobre a Bíblia que a separa de todos os outros livros religiosos já escritos? Existe alguma evidência de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus? Estes são os tipos de perguntas que merecem análise se formos seriamente examinar a afirmação bíblica de que a Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática.

Não pode haver dúvida sobre o fato de que a própria Bíblia afirma ser a verdadeira Palavra de Deus. Tal pode ser claramente observado em versículos como 2 Timóteo 3:15-17, que diz: “... desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

A fim de responder a estas perguntas, devemos observar tanto as evidências internas quanto as evidências externas de que a Bíblia é mesmo a Palavra de Deus. Evidências internas são aquelas coisas do interior da Bíblia que testificam sua origem divina. Uma das primeiras evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a sua unidade. Apesar de, na verdade, ser composta de sessenta e seis livros individuais, escritos em três continentes, em três diferentes línguas, durante um período de aproximadamente 1500 anos, por mais de 40 autores (que tinham profissões diferentes), a Bíblia permanece como um livro unificado desde o início até o fim, sem contradições. Esta unidade é singular em comparação a todos os outros livros e é evidência da origem divina das palavras, enquanto Deus moveu homens de tal forma que registraram as Suas palavras.

Outra evidência interna que indica que a Bíblia é a Palavra de Deus é observada nas profecias detalhadas contidas em suas páginas. A Bíblia contém centenas de detalhadas profecias relacionadas ao futuro de nações individuais, incluindo Israel, ao futuro de certas cidades, ao futuro da humanidade, e à vinda de um que seria o Messias, o Salvador, não só de Israel, mas de todos que Nele cressem. Ao contrário de profecias encontradas em outros livros religiosos, ou das profecias feitas por Nostradamus, as profecias bíblicas são extremamente detalhadas e nunca falharam em se tornar realidade. Há mais de trezentas profecias relacionadas a Jesus Cristo apenas no Antigo Testamento. Não apenas foi predito onde Ele nasceria e de qual família viria, mas também como Ele morreria e que ressuscitaria ao terceiro dia. Simplesmente não há maneira lógica de explicar as profecias cumpridas da Bíblia a não ser por origem divina. Não existe outro livro religioso com a extensão ou o tipo de previsão das profecias que a Bíblia contém.

Uma terceira evidência interna da origem divina da Bíblia é notada na sua autoridade e poder únicos. Enquanto esta evidência é mais subjetiva do que as duas evidências anteriores, ela não é nada menos do que testemunho poderoso da origem divina da Bíblia. A Bíblia tem autoridade única, que não se parece com a de qualquer outro livro já escrito. Esta autoridade e poder podem ser vistos com mais clareza pela forma como inúmeras vidas já foram transformadas pela leitura da Bíblia. Curou viciados em drogas, libertou homossexuais, transformou a vida de pessoas sem rumo, modificou criminosos de coração duro, repreende pecadores, e sua leitura transforma o ódio em amor. A Bíblia possui um poder dinâmico e transformador que só é possível por ser a verdadeira Palavra de Deus.

Além das evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus, existem também evidências externas que indicam isto. Uma destas evidências é o caráter histórico da Bíblia. Como a Bíblia relata eventos históricos, a sua veracidade e precisão estão sujeitas à verificação, como qualquer outro documento histórico. Através tanto de evidências arqueológicas quanto de outros documentos escritos, os relatos históricos da Bíblia foram várias vezes comprovados como verdadeiros e precisos. Na verdade, todas as evidências arqueológicas e encontradas em manuscritos que validam a Bíblia a tornam o melhor livro documentado do mundo antigo. O fato de que a Bíblia registra precisa e verdadeiramente eventos historicamente verificáveis é uma grande indicação da sua veracidade ao lidar com assuntos religiosos e doutrinas, ajudando a substanciar sua afirmação em ser a Palavra Deus.

Outra evidência externa de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a integridade de seus autores humanos. Como mencionado anteriormente, Deus usou homens vindos de diversas profissões e ofícios para registrar as Suas palavras para nós. Estudando as vidas destes homens, não há boa razão para acreditar que não tenham sido homens honestos e sinceros. Examinando suas vidas e o fato de que estavam dispostos a morrer (quase sempre mortes terríveis) pelo que acreditavam, logo se torna claro que estes homens comuns, porém honestos, realmente criam que Deus com eles havia falado. Os homens que escreveram o Novo Testamento e centenas de outros crentes (1 Coríntios 15:6) sabiam a verdade da sua mensagem porque haviam visto e passado tempo com Jesus Cristo depois que Ele ressuscitou dentre os mortos. A transformação ao ter visto o Cristo Ressuscitado causou tremendo impacto nestes homens. Eles passaram do “esconder-se com medo” ao estado de “disposição a morrer pela mensagem que Deus lhes havia revelado”. Suas vidas e mortes testificam o fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.

Uma última evidência externa de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus é seu “caráter indestrutível”. Por causa de sua importância e de sua afirmação em ser a Palavra de Deus, a Bíblia sofreu mais ataques e tentativas de destruição do que qualquer outro livro na história. Dos primeiros imperadores romanos como Diocleciano, passando por ditadores comunistas e até chegar aos ateus e agnósticos modernos, a Bíblia resistiu e permaneceu a todos os seus ataques e continua sendo o livro mais publicado no mundo hoje.

Através dos tempos, céticos tiveram a Bíblia como mitológica, mas a arqueologia a estabeleceu como histórica. Seus oponentes atacaram seus ensinamentos como sendo primitivos e desatualizados, porém estes, somados a seus conceitos morais e legais, tiveram uma influência positiva em sociedades e culturas do mundo todo. Ela continua a ser atacada pela ciência, psicologia e por movimentos políticos, mas mesmo assim permanece tão verdadeira e relevante como quando foi escrita. Ela é um livro que transformou inúmeras vidas e culturas através dos últimos 2000 anos. Não importa o quanto seus oponentes tentem atacá-la, destruí-la ou fazer com que perca sua reputação, a Bíblia permanece tão forte, verdadeira e relevante após os ataques quanto antes. A precisão com que foi preservada, apesar de todas as tentativas de corrompê-la, atacá-la ou destruí-la é o testemunho claro do fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus. Não deveria ser surpresa para nós que, não importa o quanto seja atacada, ela sempre volta igual e ilesa. Afinal, Jesus disse: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Marcos 13:31). Após observar as evidências, qualquer um pode dizer sem dúvida nenhuma que “Sim, a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.




COM A PALAVRA, Emmett F. Fields



Eu não teria nenhuma dificuldade, se estivesse em uma parte muçulmana do mundo, em convencer as pessoas de lá que a Bíblia Cristã não é "a palavra de Deus."
Se eu estivesse falando a budistas, hindus, ou às pessoas de qualquer outra religião eu não teria nenhuma dificuldade em provar, para a satisfação delas, que a Bíblia Cristã não é a palavra inspirada de Deus.
Mas estou numa parte do mundo dominada por Cristãos. E estando em uma parte Cristã do mundo, sinto que eu não teria nenhuma dificuldade em convencer a maioria de vocês que os livros sagrados muçulmanos são falsos, e que esses livros não são a verdadeira palavra de Deus.
Você tenderia a concordar que todas essas outras pessoas que têm outros Deuses e outros livros religiosos são enganadas. Você tenderia a concordar que elas foram mal informadas, ou até mesmo que foram enganadas.
Pareceria que as pessoas em outras partes do mundo são levadas tão facilmente a acreditar no que quer que seja aceito em sua parte do mundo. Elas acreditam tão facilmente em falsos ídolos.
Apenas nós, que por acaso nascemos na parte Cristã do mundo, temos a "verdadeira verdade." Bem, a maioria de nós temos. Há, claro, os judeus, e esses terríveis velhos Ateus, e muitos outros que recusam aceitar a "verdade" da Bíblia Cristã.... mas esses não contam.
Vamos ignorar os não-Cristãos entre nós e supor que a religião Cristã - e a Bíblia, sejam totalmente aceitas nesta parte do mundo.
O ponto é simplesmente este: a verdade é geográfica? 
As mesmas coisas que são verdades no Irã não deveriam ser também verdades na Índia, Japão, África, Canadá, e no resto do mundo?
Deveria ser assim, não é?
Verdades científicas são universais, por que verdades religiosas não são universais?
É razoável supor que só nós estamos certos e todo o resto do mundo errado? Que somos os únicos que temos o verdadeiro Deus e o verdadeiro livro da "palavra de Deus"?
Pode o Deus simples da Bíblia Cristã que é tão parecido com um homem que é tão parecido com as pessoas que primeiro encontraram Deus, pode ser este Deus que a sabedoria busca?
A sabedoria conhece bem o Deus que a mente primitiva encontrou. A sabedoria conhece bem a Bíblia, e a todos os outros livros divinos, conhece todas as religiões construídas baseadas nesses livros e nesses Deuses; e ainda assim a sabedoria e a razão continuam buscando Deus, ou até mesmo um rastro de Deus.
Uma vez que a idéia "Deus" era estabelecida numa tribo, era passada de geração para geração, os filhos foram ensinados a acreditar como os pais acreditavam, e os filhos dos filhos foram ensinadas acreditar por sua vez. Da mesma maneira que fomos ensinados acreditar no que nossos pais acreditaram. As crianças foram sempre ensinadas a acreditar, mas nunca a questionar.
E assim Deus se tornou uma suposição auto perpetuante.
Em nossa parte do mundo a Bíblia Cristã domina. Nestes países há muitas pessoas que acreditam que a Bíblia é "a palavra inspirada de Deus." Eles foram ensinados a acreditar que aquele livro é a fundação de nossas leis, a essência da justiça, a fonte de nossa liberdade e até mesmo de nossa civilização. Eles acreditam que ela promete derrotar a morte e dá esperança de outro mundo onde a felicidade será deles para toda a eternidade.

Queria eu que isso fosse verdade.
Essas pessoas não leram a Bíblia, ou leram com a mente fechada. Elas não vêem a ignorância, a injustiça, o ódio da liberdade, a intolerância religiosa, as perseguições e a imoralidade bruta que estão na Bíblia.
Elas se lembram do céu, mas elas se esquecem do inferno.
Não é de leve que tomo a tarefa de provar que a Bíblia não pode ser a palavra de Deus. Se as promessas, mesmo falsas, fossem úteis à humanidade, eu as ignoraria em silêncio. Mas elas não são benéficas!
"Livros santos" nunca foram uma ajuda à humanidade, e nunca serão. De fato eles estão ficando mais perigosos diariamente. O historiador honrado sabe que livros religiosos são, e sempre foram, um grande fardo para a raça humana. E apesar de todo nosso conhecimento moderno esses livros velhos continuam causando ódio e guerras até hoje.
Assim temos que examinar a Bíblia Cristã, não porque é muito diferente de outros livros religiosos, de outras nações e de outros Deuses, mas porque é o um livro que foi feito para dominar nossa sociedade através da doutrinação.
Fomos ensinados a acreditar nisto na infância, e proibidos de questionar isto na maioridade. Isto põe em perigo o nosso mundo moderno, evita a maturidade intelectual e limita o âmbito de nossos pensamentos com lendas primitivas.
A Bíblia Cristã é "A palavra inspirada de Deus"? Vamos pensar cuidadosamente no que esta afirmação deve significar.
Com esta afirmação vem a conclusão óbvia que a Bíblia deve ser "Divinamente perfeita." Significa dizer que a Bíblia deve ser mais perfeita que qualquer mera mente humana pudesse fazer. Qualquer engano nesse livro, qualquer erro ou contradição, de fato ou forma, provaria que este livro não pode ser a "palavra inspirada de Deus."
Não só a Bíblia seria perfeita em si mesma, mas estaria igualmente clara e compreensível a toda mente humana, e toda pessoa entenderia nela exatamente o mesmo.
Talvez você sinta que estou exigindo muito de um mero livro. De um Deus que pôde criar a compreensão humana, não se pode esperar que produza um livro que concorde com sua criação?
Pessoalmente, acredito que está se pedindo muito de nós, em acreditar que Deus escreveria, ou inspiraria, um livro no qual a humanidade não pôde concordar em sua interpretação.
Um livro que causou guerras infinitas, perseguições, tortura, fanatismo e ódio. Um livro que é tão ininteligível que não só faz "os não-crentes" rejeitá-lo, mas aqueles que acreditam que ele é a verdadeira palavra de Deus, não podem concordar em sua interpretação.
Há centenas de seitas Cristãs diferentes só aqui no Brasil, e isso não inclui os milhares de incontáveis indivíduos em particular que têm sua própria interpretação pessoal da Bíblia.
O próprio fato deste debate, ou qualquer debate sobre a Bíblia, é prova irrefutável que a Bíblia não pode ser "a palavra de Deus."
É reivindicado freqüentemente por teólogos que as escrituras originais estavam perfeitas, mas que a Bíblia perdeu sua perfeição por erros de cópia e por ser traduzida em vários idiomas. Impossível! Não pôde haver uma cópia defeituosa ou tradução de um livro perfeito que fosse perfeitamente compreendido pelo tradutor. Deus não permitiria isto!

 Se é que há um Deus.
Há muitas versões da Bíblia Cristã e há muitas interpretações contraditórias em cada versão. Não só pelos crentes Cristãos comuns e clérigos, mas por esses estudiosos que gastaram suas vidas inteiras estudando as escrituras. Tal confusão não é o trabalho de Deus.
Desde o mal e a confusão que a Bíblia causou, e continua causando, e desde a natureza primitiva, tola e contraditória deste livro, é evidente que a Bíblia não pode representar a palavra de Deus.
Citarei algumas passagens, de uma das muitas versões da Bíblia para mostrar por que rejeito a Bíblia. Citarei a versão do Rei Jaime, como a li e como a entendo. Não sou tolo o bastante para acreditar no que entendo a Bíblia para dizer, é o que a Bíblia diz.
Considerando as numerosas versões e interpretações da Bíblia, fico surpreso que haja qualquer pessoa na Terra tola o bastante para acreditar que sua interpretação da Bíblia é a correta; que alguém sozinho, de alguma maneira, tropeçou no verdadeiro significado da Bíblia, enquanto todos os outros crentes, não-crentes, ministros, padres, estudiosos e infiéis interpretaram mal, e entenderam mal, a Bíblia.
Algumas pessoas dizem há mais de duas mil auto-contradições na Bíblia, algumas outras pessoas dizem que elas não podem achar nem uma sequer. Tudo que posso fazer neste momento, é mostrar algumas, das muitas, que a mim parecem contraditórias.
Começarei com a primeira ordem que Deus deu para os homens; aquela onde nenhum Cristão Fundamentalista alguma vez quebrou.
Gênese 2: versos 16-17 lê-se: "E o Senhor Deus, comandou o homem e disse "de toda árvore do jardim tu podes comer livremente: (17) Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, tu não deves comer: pois no dia que tu comeres tu irás certamente morrer."
De acordo com a Bíblia, o homem, Adão, não morreu no dia que ele comeu da árvore proibida. A Bíblia diz que Adão e Eva foram expulsos do jardim e; Gênese 5: verso 5 lê: "E todos os dias que Adão viveu eram novecentos e trinta anos; e ele morreu."
Mas, como entendo a Bíblia, ainda há outra contradição a Gênese 2: verso 16-17.
Em Gênese 3: verso 22-23 Deus parece estar falando a alguns outros Deuses e li isto dizendo: (22) "E o Senhor Deus disse, observe, o homem tornou-se como um de nós, ao conhecer o bem e o mal - para que ele avance sua mão, e também tome da árvore de vida, coma, e viva para sempre; (23) então o Senhor Deus o enviou do jardim de Éden para cultivar o solo do qual ele foi tirado."
Em Gênese 2:16-17, Deus disse "de toda árvore do jardim tu podes comer livremente mas da árvore do conhecimento..." Agora, em Gênese 3:22-23 achamos que ainda há outra árvore no jardim que foi proibida; a árvore de vida.
Conforme leio a Bíblia, parece que a palavra de Deus não pode ser confiada como nesta, aparente, contradição:
Êxodo 33: verso 20, é dito que Deus disse: "Tu não podes ver minha face; por isso nenhum homem pode me ver e viver."
Êxodo 33: verso 22 lê: "E o Senhor falou cara a cara com Moisés, como um homem fala com seu amigo."
Isso parece uma auto-contradição para mim, mas como disse, a Bíblia é obviamente incompreensível, e você pode não ver nada de estranho nas duas declarações afinal de contas. Eu poderia gastar o resto da noite dando as contradições que são encontradas no Velho Testamento, assim tenho que pular o resto.
E quanto ao Novo Testamento, há contradições também nele? Bem, alguns dizem obviamente que há muitas contradições no Novo Testamento, e há outros que dizem que não há nenhuma. Só posso lhe contar o que esse livro me diz.
Conforme leio o Novo Testamento encontro a primeira contradição bem no primeiro verso, bem no primeiro capítulo, do primeiro livro do Novo Testamento.
Em Mateus 1: verso 1, leio. - "O livro da geração de Jesus Cristo, o filho de Davi, o filho de Abraão." E depois daquele verso vem uma longa linha de "pai de fulano, filho de fulano" até chegarmos ao verso 16, que se lê: "E Jacó é o pai de José o marido de Maria, de quem nasceu Jesus que é chamado de Cristo."
Agora se o José não foi o pai natural de Jesus, mas só o marido de Maria, como Mateus 1:16 diz, então Mateus 1, 1 a 16, não é, não pode ser, "a origem de Jesus Cristo, como é declarado no primeiro capítulo, primeiro verso de Mateus.
Mas se o José é o pai natural de Jesus, como está implícito em outros versos da Bíblia, então a história de que Jesus nasceu de uma virgem é uma contradição. Aquela lenda está em Mateus 1:18 e lê: "Agora a origem de Cristo estava neste modo. Quando Maria sua mãe ficou noiva de José, antes que eles ficassem juntos ela descobriu estar grávida pelo Espírito Santo."
Também, e mais importante, se Jesus nasceu de uma virgem e não era descendente de Davi, então as palavras de Pedro em Atos 2:29-30 são falsas. Em Atos 2:29-30 diz Pedro: "homens e irmãos, deixem-me falar livremente a vocês sobre o patriarca Davi, que ele está morto e enterrado, e seu sepulcro está conosco até este dia. (30) sendo então um profeta, e sabendo que Deus tinha jurado solenemente a ele, que o seu descendente, de acordo com a carne, ele criaria Cristo para se sentar em seu trono;"
Agora temos uma "bela feijoada." Se Jesus é o filho de Deus pelo "Espírito Santo," como é declarado em Mateus 1:18-20, então ou ele não é o Cristo, ou Deus "jurou solenemente" uma mentira a Davi. Ou então, Jesus é o filho de José, filho de Davi, filho de Abraão, e assim poderia ser o "Cristo"; entretanto ele não pode ser o filho de Deus pelo Espírito Santo, e não poderia ter nascido de uma virgem.
Novamente eu poderia passar a noite inteira comentando as contradições que aparecem no Novo Testamento. Mas como estamos falando de um livro que é dito ser a palavra de Deus, precisamos apenas de uma só contradição, em qualquer lugar na Bíblia para provar que ela não é a palavra e o trabalho de Deus.

Se é que há um Deus.
A Bíblia não pode ser verdade já que ela constantemente se contradiz. Ainda ela poderia ser uma inspiração à boas moralidades e conduta apropriadas. Assim vamos ver o que a Bíblia diz sobre bondade, justiça, generosidade, moralidade e respeito à família, amigos e vizinhos.
Vamos olhar algumas das moralidades sexuais que estão na Bíblia.





Começarei com Gênese 19. Conforme leio a história, dois "anjos" são os convidados na casa de Ló, quando "os homens da cidade" vêm para a casa e em Gênese 19:5-8 lê: "E eles chamaram Ló, e disseram, onde estão os homens que vieram até você esta noite? Traga-os até nós, para que possamos conhecê-los. (6) e Ló saiu, fechou a porta: (7) e disse, eu rezo a vocês, irmãos, não sejam assim maldosos. (8) Veja agora, eu tenho duas filhas que ainda são donzelas; eu vo-las trarei, e vós usais delas como for do vosso gosto; só não faça nada a estes homens, porque eles vieram à minha casa como um lugar de segurança."

               
Naturalmente, não posso saber o que isso diz para outros, mas a mim parece dizer: "Veja agora, eu tenho duas filhas que ainda são donzelas; eu vo-las trarei, e vós usais delas como for do vosso gosto;".
Que tipo de pai ofereceria suas filhas a uma turba a ser usada como eles quiserem?
Serei honrado com você, se você fosse um convidado em minha casa, eu o protegeria com todo meu poder, mas se viesse ao ponto de escolher entre você ou minhas crianças, seria você. E esperaria o mesmo, se fosse sua escolha entre suas filhas ou eu. Se fosse o próprio Deus, se é que há um Deus, ele iria antes de minhas filhas. Não sou um Cristão. Sou muito a favor da família, meus filhos inocentes vêm primeiro.
Mas isso não é o fim da história, ela continua e piora. Em Gênese 19:31-32, estão falando as filhas de Ló: "E a mais velha disse á mais jovem, Nosso Pai é velho, e não há um homem na terra com quem possamos casar, segundo o costume de todo mundo: (32) venham vamos fazer nosso pai beber vinho, e deitaremos com ele, que podemos preservar a semente de nosso pai."



E esta história indigente vai até Gênese 19:36 lê: "Assim estavam ambas as filhas de Ló esperando um filho de seu pai."
Agora sei que isso não é o que a Bíblia diz a você que acredita que ela é "a palavra de Deus." Mas a, mim, parece dizer:
"Assim estavam ambas as filhas de Ló esperando um filho de seu pai." A mim essa história é pura obscenidade, mas outros dizem não há nenhuma sujeira, e nenhuma imoralidade, na Bíblia, assim não sei o que aquela história diz a outros, mas a mim é pura sujeira. E, a mim, obscenidade não pode ser uma parte de "a palavra de Deus."


Há muitas histórias na Bíblia Cristã que acredito ser sujeira imoral, pura. mas esta servirá como um exemplo para o resto. Afinal de contas, estamos considerando a Bíblia como "a palavra de Deus," precisamos apenas de uma só história "ruim", só uma contradição, só uma mentira ou injustiça, provar a Bíblia não é a "palavra de Deus."

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O que Substituiria a Bíblia como um Guia Moral?

Robert Ingersoll


 
Perguntam-me o que “substitui a Bíblia como guia moral”. 


Sei que muitas pessoas têm a Bíblia como o único guia moral e acreditam que somente nesse livro se encontra o verdadeiro e perfeito padrão de moralidade. 


Existem muitos preceitos bons, muitos provérbios sábios e muitas regras e leis excelentes na Bíblia — mas estão misturados com preceitos péssimos, provérbios tolos, regras absurdas e leis cruéis. 


Porém, temos de nos lembrar que a Bíblia é uma coleção de muitos livros escritos durante séculos, e que representa e conta, em parte, o desenvolvimento e a história de um povo. Precisamos nos lembrar também que seus escritores tratam de uma ampla variedade de assuntos. Muitos desses escritores não têm nada a declarar sobre o certo e o errado, sobre o vício e a virtude. 


O livro do Gênesis não contém nada sobre moralidade. Não há nele nenhuma linha calculada para iluminar o campo de nossa conduta. Ninguém pode chamar este livro de um guia moral. Ele constitui-se de mitos e milagres, de tradição e lenda. 


No livro do Êxodo encontramos uma explicação de como Jeová libertou os judeus da escravidão dos egípcios. 


Nós atualmente sabemos que os judeus jamais foram escravizados pelos egípcios, que a história toda é uma ficção. Nós sabemos disso porque não há no hebraico qualquer palavra de origem egípcia, e não foi encontrada na língua egípcia qualquer vocábulo de origem hebraica. Assim sendo, inferimos que os hebreus e os egípcios não poderiam ter convivido durante séculos. 


Certamente o livro do Êxodo não foi escrito para ensinar moralidade. Neste livro é impossível encontrar qualquer palavra contra a escravidão humana. De fato, Jeová era conivente a esta instituição. 


A matança do gado com peste e granizo, o assassinato dos primogênitos — de modo que em todos os lares houve morte porque o rei recusou-se a deixar os hebreus partirem — certamente não foi algo moralmente correto: foi algo demoníaco. O autor deste livro considerava todo o povo do Egito — suas crianças, suas manadas e seus rebanhos — como propriedades do Faraó. Esse povo e esse gado foram mortos, não porque fizeram algo de errado, mas simplesmente com o objetivo de punir o rei. É possível extrairmos alguma lição moral desta história? 


Todas as leis encontradas no Êxodo — incluindo os Dez Mandamentos —, que estão tão longe do que é realmente bom e sensato, estavam naquele tempo sendo impostas à força a todos os povos do mundo. 


O assassinato é, e sempre foi, um crime, e sempre o será enquanto a maioria da população negar-se a ser assassinada. 


A diligência sempre foi e sempre será a inimiga do latrocínio. 


A natureza do homem é tal que ele admira aquele que diz a verdade e despreza o mentiroso. Entre todas as tribos, entre todos os povos, o “dizer a verdade” tem sido considerado uma virtude, e um juramento ou pronunciamento falsos, um vício. 


O amor dos pais pelos filhos é natural, e este amor pode ser encontrado entre todos os animais vivem. Deste modo, o amor dos pais pelos filhos é natural — não foi e não pode ser criado por lei. O amor não surge do senso de dever e tampouco floresce curvado em obediência a comandos. 


Assim, neste sentido, os homens e as mulheres não são virtuosos por causa de algum livro ou de alguma crença. 


De todos os Dez Mandamentos, os que eram bons eram antigos, eram resultado da experiência. Os mandamentos originais de Jeová eram tolos. 


A adoração “qualquer outro Deus” não poderia ter sido pior do que a adoração de Jeová, e nada poderia ser mais absurdo do que a santidade do Sabá. 


Se os mandamentos concedidos fossem contra a escravidão e a poligamia, contra guerras de invasão e extermínio, contra a perseguição religiosa sob todas as formas, de modo que o mundo pudesse ser livre, de modo que a mente pudesse ser desenvolvida e o coração civilizado, então poderíamos, com propriedade, chamar tais mandamentos de um “guia moral”. 


Antes de podermos dizer que os Dez Mandamentos constituem realmente um guia moral, devemos adicionar e subtrair alguns deles — devemos jogar alguns fora e escrever outros em seus lugares. 


Os mandamentos que possuem alguma aplicação conhecida aqui, neste mundo, que tratam de compromissos humanos, são sábios; os outros não se fundamentam em fatos ou experiências. 


Muitos dos regulamentos encontrados no Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio são bons. Entretanto, muitos são absurdos e cruéis. 


As cerimônias de adoração são completamente insanas. 


A maior parte das punições prescritas para violações de leis são irracionais e brutais. O fato é que o Pentateuco justifica praticamente todos os crimes, e chamá-lo de um guia moral é tão absurdo quanto dizer que ele é misericordioso ou verdadeiro. 


Nenhuma moral natural pode ser encontrada em Josué ou em Juízes. Estes livros estão repletos de crimes — com massacres e assassinatos. Em boa parte, são como a história real dos índios Apache. 


A história de Rute não é particularmente moral. 


Em Samuel I e II não há uma palavra calculada para desenvolver o cérebro ou a consciência. 


Jeová matou setenta mil judeus porque Davi fez um censo do povo. David, segundo o relato, era o único culpado, porém somente inocentes foram mortos. 


Em Reis I e II não pode ser encontrada qualquer coisa de valor ético. Todos os reis que se recusaram a obedecer aos sacerdotes foram denunciados, e todos os vilões coroados que ajudaram os sacerdotes foram declarados como os favoritos de Jeová. Nestes livros não se pode encontrar uma única palavra em favor da liberdade. 


Há alguns Salmos bons e alguns infames. A maioria dos Salmos é egoísta. Muitos deles são apelos passionais à vingança. 


A história de Jó choca o coração de qualquer homem de boa índole. Neste livro há alguma poesia, algum sentimento e alguma filosofia, mas a história deste drama chamado Jó é desalmada ao mais alto grau. As crianças de Jó foram assassinadas devido a uma pequena aposta entre Deus e o Diabo. Posteriormente, tendo Jó permanecido firme, outras crianças foram colocadas no lugar das assassinadas. Todavia, nada foi feito pelas crianças que foram assassinadas. 


O livro de Éster é completamente absurdo, e a única coisa boa nele é o fato de que o nome de Jeová não é mencionado. 


Aprecio o Cântico dos Cânticos porque fala sobre o amor humano, e isso é algo que posso compreender. A meu ver, este livro é melhor que todos aqueles que o precedem e, de longe, é um guia moral superior. 


Há alguns provérbios sábios e compassivos. Alguns são egoístas e outros são superficiais e triviais. 


Gosto do livro de Eclesiastes porque lá podemos encontrar alguma sensatez, alguma poesia e alguma filosofia. Excetuando-se as interpolações, trata-se de um bom livro. 


Obviamente, não há nada em Neemias ou Esdras para tornar o homem melhor; não há nada em Jeremias ou em Lamentações cujo objetivo é atenuar vícios, e somente poucas passagens de Isaías podem ser utilizadas em prol boas causas. 


Em Ezequiel e Daniel encontramos somente delírios de insanos. 


Em alguns dos profetas menores, aqui e acolá encontramos um bom verso, aqui e acolá um pensamento elevado. 


Podemos, através de uma seleção de trechos de diferentes livros, obter uma crença excelente. Entretanto, através de uma seleção de trechos de outros livros, podemos obter uma péssima crença. 


O problema é que o espírito do Velho Testamento — sua disposição, seu temperamento — é maldoso, egoísta e cruel. As coisas mais atrozes comandadas, recomendadas e aplaudidas. 


As estórias contadas de José, de Eliseu, de Daniel e de Gideão — e de muitos outros — são hediondas, diabólicas. 


Na sua íntegra, o Antigo Testamento não pode ser considerado um guia moral. 


Jeová não foi um Deus moral. Ele possuía todos os vícios e carecia de todas as virtudes. Ele geralmente executava suas ameaças, mas nunca cumpriu fielmente uma promessa. 


Ao mesmo tempo, devemos ter em mente que o Antigo Testamento é uma produção natural, que foi escrito por selvagens que estavam caminhando, lentamente, em direção à civilização. Devemos dar-lhes crédito pelas coisas nobres que disseram e devemos ser compreensivos o suficiente para desculpá-los por suas faltas, e mesmo pelos seus crimes. 


Sei que muitos cristãos consideram o Velho Testamento como o “alicerce” e o Novo como a “superestrutura”. Por outro lado, muitos admitem que há falhas e erros no Antigo Testamento, mas insistem que o Novo Testamento é uma flor, um fruto perfeito. 


Admito que há muitas coisas boas no Novo Testamento e, se retirarmos deste livro os dogmas da dor eterna, da vingança infinita, da expiação, do sacrifício humano, da necessidade de derramamento de sangue; se colocarmos de lado a doutrina da não-resistência — de amarmos os inimigos —, se colocarmos de lado a ideia de que a prosperidade é consequência da perversão, que a miséria é uma preparação para o Paraíso. Enfim, se deixarmos isso tudo para trás e selecionarmos apenas as passagens sensatas e bondosas, que são aplicáveis à nossa conduta, então poderíamos construir um guia moral razoavelmente bom — estreito e limitado, mas moral. 


Neste caso, evidentemente, muitas coisas importantes ficariam de fora. Não haveria qualquer coisa quanto aos direitos humanos, nada em favor da família, nenhuma palavra sobre a educação, nada em favor do espírito investigativo, do pensamento e da razão — mas, ainda assim, teríamos um guia moral razoável. 


Por outro lado, se selecionarmos apenas as passagens tolas — as mais extremas —, então poder-se-ia construir uma doutrina capaz satisfazer um manicômio inteiro. 


Se pegarmos as passagens cruéis, os versos que inculcam o ódio eterno, os versos que rastejam e sibilam como serpentes, então poder-se-ia construir um doutrina que chocaria até o coração de uma hiena. 


Talvez nenhum livro contenha passagens melhores que as do Novo Testamento — mas certamente nenhum livro contém piores. 


Sob o desabrochar da flor do amor encontra-se o aguilhão do ódio; nos lábios que beijam encontra-se o veneno da serpente. 


A Bíblia não é um guia moral. 


Qualquer homem que seguir fielmente todos os seus ensinamentos é um inimigo da sociedade — e provavelmente irá terminar seus dias numa prisão ou num manicômio. 


Que é moralidade? 


Neste mundo, precisamos de certas coisas. Possuímos muitos desejos. Somos expostos a muitos perigos. Precisamos de alimento, combustível, vestimentas e abrigo; além desses desejos, há o que poderíamos denominar nossa “fome mental”. 


Somos seres condicionados e, por isso, nossa felicidade depende de condições. Há coisas que reduzem e há coisas que aumentam nosso bem-estar. Há certas coisas que o destroem e outras que o preservam. 


A felicidade — também em suas formas mais elevadas — é, em última instância, a única coisa boa. Portanto, todas as coisas cujo objetivo é produzir ou assegurar a felicidade são boas, ou seja, morais. Tudo que destrói ou diminui o bem-estar é ruim, ou seja, imoral. Em suma, tudo que é bom é moral, tudo que é ruim é imoral. 


Então o que é — ou poderia ser denominado — um guia moral? A resposta mais curta possível consiste de apenas uma palavra: inteligência.


Queremos a experiência da humanidade, a verdadeira história de nossa raça. Queremos a história do desenvolvimento intelectual, do fortalecimento da ética, da ideia de justiça, da consciência, da caridade, do altruísmo. Almejamos conhecer as estradas e os caminhos que foram percorridos pela mente humana. 


Esses fatos em geral, o esboço dessas histórias, os resultados obtidos, as conclusões alcançadas, os princípios envolvidos — tudo isso, tomado em conjunto, consistiria no melhor guia moral concebível. 


Não podemos nos apoiar nos assim chamados “livros inspirados” ou nas religiões do mundo. Estas religiões são fundamentadas no sobrenatural e, de acordo com elas, estamos obrigados a adorar e a obedecer algum ser ou seres sobrenaturais. Todas essas religiões são incompatíveis com a liberdade intelectual. São inimigas do pensamento, da investigação, da honestidade intelectual. Elas despojam do homem sua própria humanidade. Prometem recompensas eternas para a crença, para credulidade — para aquilo que denominam “fé”. 


Essas religiões ensinam virtudes que escravizam. Transformam coisas inanimadas em coisas sagradas e falsidades em dogmas sacrossantos. Criam crimes artificiais: comer carne na sexta-feira, divertir-se aos sábados, comer nos dias de jejum, ser feliz na Quaresma, debater com um sacerdote, buscar evidências, rejeitar uma crença, expressar seu pensamento honestamente — todos esses atos são pecados, são crimes contra algum deus. Emitir sua opinião sincera sobre Jeová, Maomé ou Cristo é muito pior do que caluniar maliciosamente seu próximo. Questionar ou duvidar de milagres é muito pior do que rejeitar fatos conhecidos. 


Somente os obedientes, os crédulos, os bajuladores, os ajoelhadores, os submissos, os que não questionam — os verdadeiros crentes —, são considerados morais, virtuosos. Não basta ser honesto, generoso e prestativo; não basta seguir as evidências, os fatos. Além disso, é necessário crer. Essas doutrinas são inimigas da moralidade, elas subvertem todas as concepções naturais de virtude. 


Todos os “livros inspirados”, ensinando que os mandamentos sobrenaturais são corretos — corretos porque foram ordenados —, ensinando que aquilo que o sobrenatural proíbe é errado — errado porque foi proibido —, são absurdamente antifilosóficos. 


E todos os “livros inspirados”, ensinando que somente aqueles que obedecem aos mandamentos sobrenaturais são — ou podem ser — verdadeiramente virtuosos, e que uma fé inquestionada será recompensada com a eterna bem-aventurança, são grosseiramente imorais. 


Declaro novamente: a inteligência é o único guia moral.