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sábado, 6 de junho de 2015

O LIVRO DE ENOQUE




O livro de Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch etíope. 



Capítulo 1

1 - As palavras das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo.

Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.

2 - Deles eu ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa geração que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.

3 - A respeito deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus do mundo:

4 - O qual pisará sobre o Monte Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus.

5 - Todos estarão temerosos e as Sentinelas estarão aterrorizadas.

6 - Grande temor e tremor se apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo. A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos:

7- Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.

8- Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.


Capítulo 2

1- Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e mundana que foi feita, e cometida contra Ele.(2 )
(2) Citado por Judas, vss. 14, 15.


14  E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;
15  Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.



Capítulo 3

1- Todos os que estão nos céus sabem o que transcorre lá.

2- Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam. A VISÃO da terra, e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.

3- Eles vêem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles vêem o verão e o inverno:percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na.


Capítulo 4

1- Eles consideram e vêem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair, exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.


Capítulo 5

1- Novamente eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas em conseqüência do calor.


Capítulo 6

1- Eles consideram como as árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós:

2- Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.

3- Eles vêem também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações:

4- Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade.

5- Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo!

6- Portanto teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia.

7- Nestes dias tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te execrarão;

8- Eles te execrarão com tudo o que não é divino.

9- Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.

10- Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado.

11- Então a sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão transgressão.

12- Eles não condenarão todo o período das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.


Capítulo 7

1- E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas.

2- E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.

(3) No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167).

3- Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento;

4- E que só eu sofrerei por tão grave crime.

5- Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;

6- (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado.

7- Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis,(4 ) o qual é o topo do monte Armon.

(4) de Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1893], p. 63).

8- Aquele monte portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraram-se por mútuo juramento.

(5) Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição (Charles, p. 63).

9- Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel,
Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos com eles.(6 )

(6) O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah; Artqoph; Ramtel; Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel; Stawel; Samsiel; Sahriel; Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).

10- Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a abordar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos, e a divisão de raízes e árvores.

11- E as mulheres conceberam e geraram gigantes, (7).


(7) O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta secção, "E elas [as mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem “mataram"] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.

12- Cuja estatura era de trezentos cúbitos. (Cerca de 137 metros) Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e tornou-se impossível alimentá-los;



13- Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;

14- E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do outro,(8 ) e para beber seu sangue.

(8) Sua carne, um depois do outro. Ou, "de uma outra carne".

 R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).

15- Então a terra reprovou os injustos.


Capítulo 8

1- Além disso, Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado.

2 -A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos.

3- Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes:

4- Armersensino u a solução de sortilégios;

5- Barkayalensino u os observadores das estrelas, (9)

(9) Observadores das estrelas. Astrólogos (Charles, p. 67).

6- Akibeelensino os sinais;

7- Tamiel ensinou astronomia;

8- E Asaradel ensinou o movimento da lua,

9- E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.


Capítulo 9

1- Então Miguel e Gabriel, Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre ela, e disseram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores;

2- A terra desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até os portões do céu.

3- E agora a ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça para conosco com o Altíssimo.

(1 0 ). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja Teu nome santificado e glorificado.

(10) Obtém justiça para conosco. Literalmente, "Traz julgamento para nós do..." (Richard Laurence, ed. and trans.,
The Book of Enoch the Prophet [London: Kegan Paul, Trench & Co., 1883], p. 9).

4-Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.

5- Tu viste o que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.

6- Samyaza também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão associados Contigo. Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se contaminado;

7- E têm descoberto crimes a elas. (11)

(11) Descoberto crimes. Ou, "revelado estes sinais" (Charles, p. 70).

8- As mulheres igualmente têm gerado gigantes.

9- Assim toda a terra tem se enchido de sangue e iniqüidade.

10- E agora, vês que as almas daqueles que estão mortos clamam.

11- E queixam-se até ao portão do céu.

12- Seus gemidos sobem; nem podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas, antes de elas existirem.

13- Tu conheces estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.

14- O que, por conta destas coisas, devemos fazer contra eles?


Capítulo 10

1- Então o Altíssimo, o Grande e Santo falou,

2- E enviou a Arsayalalyur (12) ao filho de Lamech,

(12)Arsayalalyur . No texto em grego lê-se "Uriel”.

3- Dizendo: Diz a eles em Meu nome: Esconde-te.

4- Então explicou-lhe a consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.

5- E agora, ensina-o como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra.

6- Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e abrindo o deserto que está em Dudael, lança-o nele.

7- Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão;

8- Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.

9- E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo.

10- Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.

11- Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo, pelo qual as Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram;

12- Toda a a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se atribui todo crime.

13- A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da fornicação; e destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens; traga-os e excita- os uns contra os outros. Faça-os perecer por mútua matança; pois o prolongamento de dias não será deles.

(13) "bastardos" (Charles, p. 73; Michael A. Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford: Clarendon
Press, 1978], p. 88).

14- Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respeito a eles; pois eles esperaram por vida eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos.

15- A Miguel, igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem- amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.

16- Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerrados em confinamento para sempre.

17- Imediatamente depois disso ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles serão amarrados até a consumação de muitas gerações.

(14)Ele. I.e., Samyaza.

18- Destrói todas as almas viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam a humanidade.

(15) "luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).

19- Que todo opressor pereça na face da terra;

20- Que toda má obra seja destruída;

21- A semente da justiça e da retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.

22- Justiça e retidão serão plantados para sempre com prazer.

23- E então todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o período se sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz. Naqueles dias toda a terra será cultivada em retidão; ela será totalmente cultivada com árvores, e será cheia de bendições; toda árvore de delícias será plantada nela.

24- Vinhas serão plantadas; e a vinha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda semente que nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas produzirá dez prensas de óleo.

25- Purifica a terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda impureza que é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.

26- Então todos os filhos dos homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me abençoarão; e todos Me adorarão.

27- A terra será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não enviarei novamente dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.

28- Naqueles dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa fazê-las descer sobre a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.

29- Paz e eqüidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gerações.






Capítulo 11 (não tem)

Capítulo 12

1- Antes de todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acontecido.

2- Ele esteve totalmente engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias.

3- Eu, Enoque, fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz.

4- E eis que as Sentinelas chamaram-me Enoque, o escriba.

5- Então o Senhor disse-me: Enoque, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, os quais desertaram o alto céu e seu santo e eterno estado, os quais foram contaminados com mulheres.

6- E fizeram como os filhos dos homens fazem, tomando para si esposas, e os quais têm sido grandemente corrompidos na terra;

7- Que na terra eles nunca obterão paz e remissão de pecados. Pois eles não se regozijarão em sua descendência; eles verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição dos seus filhos e farão petição para sempre; mas não obterão misericórdia e paz.


Capítulo 13

1- Então Enoque, passando ali, disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença há contra ti. Ele te amarrará;

2- Socorro, misericórdia e súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens ensinado;

3- E por causa de todo ato de blasfêmia, tirania e pecado que tens descoberto aos filhos dos homens.

4- Então partindo dele, falei a eles todos juntos;

5- E eles todos ficaram apavorados, e tremeram;

6- Abençoando-me por escrever por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter perdão; e que eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus olhos aos céus por causa da infame ofensa com a qual eles foram julgados.

7- Então eu escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que eles haviam feito, e pelo assunto de sua solicitação, para que eles obtivessem remissão e descanso.

8- Procedendo nisso, eu continuei sobre as águas de Danbadan, (16) as quais estão da direita para o oeste de Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.

(16)Dan badan. Dan in Dan (Knibb, p. 94).

9- E eis que um sonho veio a mim, e visões apareceram acima de mim. E caí e vi uma visão de castigos, para que eu pudesse ralatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando eu acordei fui até eles. Todos estavam reunidos chorando em Oubelseyael, que está situada entre o Libano e Seneser,
(17) com suas faces escondidas.

(17) Libanos e Seneser. Líbano e Senir (próximo a Damasco).

10- E relatei em sua presença todas as visões que eu havia visto, e meu sonho;

11- E comecei a pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu.


Capítulo 14

1- Este é o livro das palavras de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao mundo,(18) de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Eu percebi em meu sonho que eu estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego, que o Poderoso colocou na boca dos homens, para que eles pudessem conversar com Ele.

(18) Os quais pertencem ao mundo. Ou, "os quais (são) da eternidade" (Knibb, p. 95).

2- Eu entendi com o coração. Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de compreender a palavra de entendimento, assim criou, e deu a mim o poder de reprovar os Sentinelas, a geração dos céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que seu pedido não lhes será atendido enquanto o mundo perdurar.

3- Julgamento passou sobre vós: vosso pedido não vos será atendido.

4- De agora em diante, nunca ascendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará, tanto tempo quanto o mundo existir.

5- Mas antes destas coisas tu verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os possuireis, mas eles cairão diante de vós pela espada.

6- Nem pedireis por eles, nem por vós mesmos;

7- Mas chorareis e suplicareis em silêncio. As palavras do livro que eu escrevi.(19)

(19) Mas chorareis… Eu escrevi. Ou, "Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis nada, de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito" (Charles, p. 80).

8- Uma visão então me apareceu.

9- Eis que naquela visão, nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de relâmpagos impeliram-me e pressionaram-me adiante, enquanto ventos na visão assistiram meu vôo, acelerando meu progresso.

10- Eles elevaram-me no alto ao céu. Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro construído com pedras de cristal. Uma chama de fogo vibrante(2 0 ) rodeou-o, a qual começou a golpear-me com terror.

(20) Chama de fogo vibrante. Literalmente, "uma língua de fogo”.

11- Nesta chama de fogo vibrante eu entrei;

12- E aproximei-me de uma espaçosa habitação, também construída com pedras de cristal. Seus muros também, bem como o pavimento, eramfo rmados com pedras de cristal, e de cristal também era o piso. Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos; e entre eles haviam querubins de fogo num céu tempestuoso.(21) Uma chama queimava ao redor dos muros; e seu portal queimava com fogo. Quando eu entrei nesta habitação, ela era quente como fogo e frio como o gelo. Nenhum tra ço de encanto ou de vida havia lá. O terror sobrepujou-me, e um tremor de medo apoderou-se de mim.

(21) Num céu tempestuoso. Literalmente, "e seu céu era água" (Charles, p. 81).

13- Violentamente agitado e tremendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei.

14- E ví que lá havia outra habitação mais espaçosa que a primeira, cada entrada da qual estava aberta diante de mim, elevada no meio da chama vibrante.

15- Tão grandemente superou em todos os pontos, em glória, em magnificência, em magnitude, que é impossível descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.

16- Seus pisos eram de fogo, acima haviam relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado exibia um fogo ardente.

17- Eu examinei-a atentamente e vi que ela continha um trono exaltado;

18- A aparência do qual era semelhante à da geada, enquanto que sua circunferência assemelhava-se à órbita do sol brilhante; e havia a voz de um querubim.

19- Debaixo desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante.

20- Olhar para ele foi impossível.

21- Alguém grande em glória assentava-se sobre ele,

22- Cujo manto era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve.

23- Nenhum anjo era capaz de penetrar para olhar a Sua face, o Glorioso e Efulgente; nem podia algum mortal vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O.

24- Também um fogo de grande extensão continuava a elevar-se diante dEle; de modo que nenhum daqueles que estavam ao redor dEle eram capazes de aproximar-se dEle, entre as miríades de miríades(22) que estavam diante dEle. Para Ele santa consulta era desnecessária. Contudo, o Santificado, que estava próximo dEle, não apartou-se dEle nem de noite nem de dia; nem eram eles tirados de diante dEle. Eu também estava tão adiantado, com um véu sobre minha face, e trêmulo. Então o Senhor com sua própria boca chamou-me, dizendo: Aproxima-se aqui acima, Enoque, à minha santa palavra.

(22) Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil (Knibb, p. 99).

25- E Ele ergueu-me, fazendo aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para o chão.


Capítulo 15

1- Então dirigindo-se para mim, Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque, tu escriba da retidão: aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem te enviei para rogar por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por ti.

2- Portanto, deves abandonar o sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com mulheres; vos corrompestes com as filhas dos homens; tomastes para ti esposas; agistes igual aos filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência.(23)

(23) Uma ímpia descendência. Literalmente, "gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).

3- Sois espirituais, santos, e possuidores de uma vida que é eterna; vos contaminastes com mulheres, procriastes em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que são carne e sangue fazem.

4- Estes, contudo, morrem e perecem.

5- Portanto, de agora em diante Eu dou-vos esposas, para que possais coabitar com elas; para que filhos nasçam delas; e que isto seja negociado sobre a terra.

6- Mas desde o princípio fostes feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não sujeito à morte para sempre.

7- Portanto, eu não fiz esposas para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no céu,

8- Agora, os gigantes que têm nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra de maus espíritos, e na terra estará a sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne, porque eles foram criados de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a sua primeira fundação. Maus espíritos eles serão sobre a terra, e de espíritos da maldade eles serão chamados. A habitação dos espíritos do céu será no céu, mas sobre a terra estará a habitação dos espíritos terrestriais, os quais são nascidos na terra.(24)

(24) Note as muitas implicações dos versículo 3-8 com respeito à progênie dos maus espíritos.

9- Os espíritos dos gigantes serão semelhantes às nuvens, (25) os quais oprimem, corrompem, caem, contendem e confundem sobre a terra.

(25) A palavra grega para "nuvem" aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga leitura, Napheleim (Nephilim).

10- Eles causarão lamentação. Nenhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se esconderão e não (26) se levantarão contra os filhos dos homens, e contra as mulheres; pois eles virão durante os dias da matança e da destruição.

(26)Não. Quase todos os manuscritos contêm esta negativa, mas Charles, Knibb, e outros acreditam que o “não” deve ser deletado para que na frase leia-se "levantarão".


Capítulo 16

1- E quanto à morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; que sua carne, que é perecível, esteja sem julgamento.(27) Assim eles perecerão, até o dia da grande consumação do mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá.

(27) Que sua carne… esteja sem julgamento. Ou, "sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).

2- E então às Sentinelas, aos quais enviei-te para rogar por eles, os quais no princípio estavam no céu,

3- Dize: No céu tens estado; coisas secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a ti; contudo tens conhecido um reprovável mistério.

4- E isto tens relatado às mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as mulheres e a humanidade têm multiplicado males sobre a terra.

5- Dize a eles: Nunca, portanto, obtereis paz.


Capítulo 17

1- Eles levantaram-me a um certo lugar, onde lá havia (28) a aparência de um fogo fervente; e quando eles se agradaram assumiram a semelhança de homens.

(28) Onde havia. Ou, "onde eles [os anjos] eram semelhantes" (Knibb, p. 103).

2- Eles levaram-me a um alto lugar, a uma montanha, cujo topo alcançava o céu.

3- E eu vi os receptáculos da luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde ele era profundo. Havia um arco de fogo, e flechas em seu vibrar, uma espada de fogo, e toda espécie de relâmpagos.

4- Então eles levaram-me a um arroio murmurante, (29) e a um fogo no oeste, o qual recebeu todo pôr-do-sol. Eu vim a um rio de fogo, o qual fluiu como água, e desaguou no grande mar para o oeste.

(29) A um arroio murmurante. Literalmente, "à água da vida, a qual fala" (Laurence, p. 23).

5- Eu vi todo largo rio, até que cheguei à grande escuridão. Eu fui para onde toda carne migra; e vi as montanhas da escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui a água em cada abismo.

6- Eu vi também as bocas de todos os rios no mundo, e as bocas das profundezas.


Capítulo 18

1- Eu então examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem para adornar toda criação, e para preservar a fundação da terra.

2- Eu examinei a pedra que apóia os cantos da terra.

3- Também vi os quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.

4- E eu vi os ventos ocupando o céu exaltado,

5- Surgindo no meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu.

6- Eu vi os ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de todas as estrelas; e sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.

7- Eu vi o caminho dos anjos.

8- Percebi na extremidade da terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a direção do sul,

9- Onde queimam, tanto de dia quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas pedras, três em direção ao leste, e três em direção ao sul.

10- Aquelas que estão em direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de margarite, e outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do meio aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro, o topo do qual era de safira. Vi também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.

11- E lá eu vi um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.

12- Também vi fontes terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.

13- E nas colunas do céu eu vi fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no profundo. Sobre estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do céu acima dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o lugar era desolado.

14- E lá eu vi sete estrelas, semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.

15- Então o anjo disse: Este lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das estrelas, e das hostes do céu.

16- As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes que seu tempo chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se com elas, e amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano secreto.


Capítulo 19

1 Então Uriel disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;

2 E sendo numerosos em aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem; assim
eles sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia a verá um julgamento, no qual eles serão julgados, até que sejam consumidos; e suas esposas também serãoju lga das, as quais levaram desencaminhadamente os anjos do céu para que as saudassem.

(30) Sendo numerosos em aparência. Ou, "assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).

3 E eu, Enoque, só vi a aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum homem enquanto via as coisas.


Capítulo 20

1 Estes são os nomes dos anjos Sentinelas:

2 Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.

3 Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.

4 Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.

5 Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.

6 Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que 
transgridem.

7 Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (31) sobre o paraíso e sobre o querubim.

(31)Ikisat. As serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).



 Capítulo 21

1 - Então eu fiz um circuito para um lugar no qual nada estava completo.

2 - E lá eu não vi nem as tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida, mas um lugar desolado, preparado e terrível.

3 - Lá também vi sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e semelhante ao fogo fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por que foram removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, e o qual conduzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas consigo mesmo, e ansiosamente indagas? Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo Deus; e estão aqui amarradas, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo.

4 - Dali eu passei depois para um outro lugar terrível;

5 - Onde eu vi a operação de um grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia uma divisão. Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua descida. Mas sua medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. Então exclamei: Quão terrível é este lugar, e quão difícil explorá-lo!

6 - Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás alarmado e maravilhado com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é a prisão dos anjos; e aqui eles serão mantidos para sempre.


Capítulo 22

1 - Dali eu me dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte rocha, e quatro lugares deleitosos.

2 - Internamente ele era profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.

3 - Então Rafael, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os lugares deleitosos onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi formado e aqui serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens.

4 - Estes lugares, nos quais habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período escolhido.

5 - Seu período escolhido será longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos filhos dos homens que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.

6 - Então inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a voz do qual alcança o céu, e acusa?

7 - Ele respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual acusará aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;

8 - Até que sua semente desapareça da semente da raça humana.

9 - Naquele tempo portanto eu inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por que um está separado ou outro? Ele respondeu: Trêssep araçõ es foram feitas entre os espíritos dos mortos, e assim os espíritos dos justos foram separados,

10 - Nomeadamente,por uma fenda na terra,por água, epor luz acima dela.

11 - E da mesma maneira os pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra; julgamento não os surpreenderá em seu tempo de vida.

12 - Aqui suas almas estão separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande julgamento, o castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são munidas e amarradas lá para sempre.

13 - E assim tem sido desde o princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas daqueles que proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua matança no dia dos pecadores.

14 - Um receptáculo deste tipo foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que cometeram crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas não serão aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. Então eu bendisse a Deus,

15 - E falei: Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para sempre e sempre.


Capítulo 23

1 - Dali eu fui para outro lugar, em direção ao oeste, até às extremidades da terra,
2 - Onde vi um fogo resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não intermitente, nem de dia nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente.

3 - Eu indaguei,dizendo: O que é isto, que nunca cessa?

4 - Então Raguel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu,
5 - E disse: Este fogo flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas as 
luminárias do céu.


Capítulo 24

1 - Eu fui dali para outro lugar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto de noite. Fui em direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram diferentes umas das outras.

2 - Suas pedras eram brilhantes e belas; todas eram brilhantes e esplêndidas à vista e formosa era sua superfície. Três montanhas estavam em direção ao leste, consolidadas e fortalecidas por estarem colocadas uma sobre a outra; três estavam em direção ao sul, consolidadas de maneira similar. Três eram igualmente vales profundos, os quais não se acercavam uma da outra. A sétima montanha estava no meio delas. Em comprimento elas todas se assemelhavam ao assento de um trono, e árvores odoríferas rodeavam-nas.

3 - Entre estas havia uma árvore de um odor incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia lá alguma, de todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. Suas folhas, suas flores, nunca ficam murchas, e seu fruto era belo.

4 - Seu fruto assemelhava-se ao cacho da palmeira. Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de aspecto, agradável em suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. Então Miguel, um dos santos anjos que estava comigo, e um dos que presidem sobre elas, respondeu,

5 - E disse: Enoque, por que inquires a respeito do odor desta árvore?

6 - Por que estás inquisitivo para sabê-lo?

7 - Então eu, Enoque, respondi-lhe, e disse: Concernente a tudo eu estou desejoso de instrução, mas particularmente com respeito a esta árvore.

8 - Ele respondeu-me dizendo: A montanha que tu vês, o prolongamento da qual assemelha-se ao assento do Senhor, será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória, o eterno Rei, quando Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade.

9 - E aquela árvore de agradável aroma, não de um odor carnal; lá ninguém terá poder para toca-la até o tempo do grande julgamento. Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto será conferido sobre os justos e humildes. O fruto da árvore será dado ao eleito. Pois em direção ao norte, vida será plantada no santo lugar, em direção à habitação do eterno Rei.

10 - Então eles se regozijarão grandemente e exultarão no Santo. O doce odor entrará em seus ossos; e eles viverão uma longa vida na terra como seus antepassados; em seus dias não haverá tristeza, angústia, aborrecimento e nem punição os afligirá.

11 - E eu abençoei o Senhor da glória, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para os santos, formou-a, e declarou que Ele a daria para eles.


Capítulo 25

1 - Dali eu fui para o meio da terra, e vi um feliz e fértil lugar, o qual continha ramos espalhando-se continuamente das árvores que estavam plantadas nele. Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo dela a água do lado de traz fluía em direção ao sul. Eu vi no oriente outra montanha tão alta quanto aquela; e entre elas havia um profundo, mas não largo vale.

2 - Água corria para a montanha para o ocidente dela; e debaixo dela havia igualmente outra montanha.

3 - Lá havia um vale, mas não um vale largo, abaixo; e no meio deles havia outro profundo e seco vale em direção da extremidade da árvore. Todos esses vales, que eram profundos, mas não oblíquo, consistia de uma forte rocha, com a árvore que estava plantada nela. E eu maravilhei-me com a rocha e o vale, ficando extremamente surpreso.


Capítulo 26

1 - Então eu disse: O que significa esta terra abençoada, e todas estas altas árvores, e o vale amaldiçoado entre elas?

2 - Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu: Este vale é o amaldiçoado dos amaldiçoados para sempre. Aqui serão reunidos todos os que pronunciaram com suas bocas linguagem imprópria contra Deus, e falaram rudes coisas da Sua glória. Aqui eles serão reunidos. Aqui será seu território.

3 - Nos últimos dias um exemplo de julgamento será feito em retidão diante dos santos, enquanto aqueles que receberam misericórdia, para sempre, todos os dias, abençoarão a Deus, o eterno Deus.

4 - E no período do julgamento eles abençoarão a Ele por sua misericórdia, como Ele distribuiu-a a eles. Então eu abençoei a Deus, dirigindo-me a Ele, e fazendo menção, como foi reconhecida, Sua grandiosidade.


Capítulo 27

1 - Dali eu fui à direção do leste para o meio da montanha no deserto, do qual somente o nível da superfície eu percebi.

2 - Ele estava cheio de árvores da semente aludida; e água jorrava sobre ela.

3 - Ali apareceu uma catarata composta de muitas cachoeiras voltadas tanto para o oriente quanto para o ocidente. Sobre um lado havia árvores; sobre o outro água e orvalho.


Capítulo 28

1 - Então eu fui para outro lugar do deserto; em direção ao leste daquela montanha da qual eu havia me aproximado.

2 - Ali eu vi árvores escolhidas, (32) particularmente aquelas que produzem o cheiro doce opiato, incenso e mirra; e árvores diferentes umas das outras.

(32) Árvores escolhidas. Literalmente "árvores de julgamento" (Laurence, p. 35; Knibb, p. 117).

3 - E sobre elas havia a elevação da montanha ocidental, a não grande distância.


Capítulo 29

1 - Igualmente vi outro lugar com vales de água que nunca param, 

2 - Onde percebi uma agradável árvore, a qual em odor assemelha-se a Zasakinon. (33)

(33)Zasakin on . A árvore de mastic (Knibb, p. 118).

3 - Em direção ao vale eu percebi o cinamomo de doce odor. Sobre eles avancei em direção ao leste.


Capítulo 30

1 - Então vi outra montanha contendo árvores, da qual água fluía como Neketro.(34) Seus nomes eram Sarira, e Kalboneba.(35) E sobre esta montanha eu vi outra montanha, sobre a qual haviam árvores de Alva. (36) (34)Neketro. O néctar (Knibb, p. 119). (35) Sarira, e Kalboneba. Styrax e galbanio (Knibb, p. 119). (36)Alva. Aloé (Knibb, p. 119).

2 - Estas árvores estavam cheias como amendoeiras, e fortes; e quando elas produziam frutos eram
superiores a toda redondeza.


CAPÍTULO 31...