Na ânsia de justificar sua crença, os cristãos citam Filon de Alexandria como prova robusta da existência de Jesus. O filósofo falou sobre Tibério e Pilatos, mas não escreveu uma única vez a palavra - Jesus.
Fílon de Alexandria |
Fílon foi um dos mais
renomados filósofos do judaísmo helênico, interpretou a bíblia utilizando
elementos da filosofia de Platão, para ele o Demiurgo(1) de Platão é o Deus
criador dos hebreus.
“Os que exaltam as
grandezas do mundo como sendo um bem, devem ser reprimidos.”; “A distinção
humana está na inteligência e na justiça, embora partam do nosso escravo,
comprado com o nosso dinheiro.”; “Porque hás de ser sempre orgulhoso e te
achares superior aos outros?”; “Quem te trouxe ao mundo? Nu vieste, nu
morrerás, não recebendo de Deus senão o tempo entre o nascimento e a morte,
para que o apliques na concórdia e na justiça, repudiando todos os vícios e
todas as qualidades que tornam o homem um animal”; “A boa vontade e o amor
entre os homens são a fonte de todos os bens que podem existir”.
E ainda:
E ainda:
“O Verbo seria o Ungido do Senhor, o ideal da natureza — o
Adão Celeste é a doutrina da encarnação do Verbo — tomando a forma humana. O
Verbo é o intermediário entre Deus e os homens. Diz ainda que o Verbo é o pão
da vida”.
Como vemos, não há nada de novo no cristianismo.
Filon de Alexandria,
apesar de haver contribuído muito para a construção do cristianismo, nega a
existência de Cristo. Escrevendo sobre Pôncio Pilatos e sobre sua atuação como
Procurador da Judéia, diz Filon que “era um homem duro e tão desumano quanto
Tibério. A vida de um ou menos um judeu, para ambos, era coisa da pouca importância”.
Filon faz de Pilatos
um carrasco e mostra que ele, em Jerusalém, agia com carta branca. Além disso,
as reações de Pilatos com Tibério eram quase fraternais e ele era um delegado
de absoluta confiança do imperador.
Não faz referência
alguma ao suposto julgamento de Jesus.
Fala dos essênios e de
sua doutrina comunal sem mencionar para nada o nome de Jesus. Quando esteve em
Roma para defender os judeus, Filon fez os relatos mais diversos de
acontecimentos ocorridos na Palestina, não dando nenhum dado sobre o personagem
Jesus.
É importante lembrar
que Filon foi um dos maiores intelectuais de seu tempo, que estava muito bem
informado e que jamais omitiria uma vida tão curiosa e tão trágica como a de
Jesus. E Filon não faz citação apenas a Jesus, mas também aos apóstolos, a José
e a Maria. Bastaria o silêncio dele para provar que estarmos diante de uma nova
criação mitológica, de cunho metafísico.
É muito comum nos fóruns onde se debate o Cristianismo, os
apologistas citarem como prova existencial de Jesus, livros e documentos ou
outras composições literárias produzida por pessoas intelectuais da época.
Muitos dos debatedores nunca leram nada a respeito da autoridade que eles
apresentam como testemunha do fato, e por isso tornam-se ridículos.
Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não
teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores.
Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando
sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se
tivesse de fato existido, teria sido por eles abundantemente falado. Os mínimos
detalhes de sua maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação.
(1) Demiurgo
(1) Demiurgo
O Demiurgo, o
Artífice ou Criador, em alguns sistemas de crenças, é a
deidade responsável pela criação do universo físico. Originalmente, o demiurgo
era descrito como uma entidade divina nos trabalhos de Platão, cerca de 360ac,
porém mais tarde no Gnosticismo o termo refere-se ao maligno deus
criador do mundo material.
O demiurgo
aparece em diferentes sistemas religiosos e filosóficos, mas notavelmente no
Platonismo e mais tarde no Gnosticismo. No platonismo, o demiurgo é
uma divindade ou força criativa que deu forma ao mundo material. Platão usa o
termo para significar a criação omni-benevolente. Para Platão, o demiurgo é uma
criador (de leis ou do céu) ou o criador (do Mundo) em Timaeus. Já no Gnosticismo,
uma divindade subordinada à Divindade suprema, algumas vezes considerada como o
criador do mal. Uma força que governa ou poder criativo.
O neoplatonista
Plotinus identificou o demiurgo como nous (divino propósito),
a primeira emanação do "Único" (veja mônada). Neoplatonistas
personificaram o demiurgo como Zeus. No Gnosticimo, o universo material é visto
como mal e o demiurgo é o criador mal do mundo físico. Nomes Gnosticos
alternativos para o Demiurgo, incluem Yaldabaoth, Yao ou Iao, Ialdabaoth e
várias outras variantes. Os Gnósticos identificaram o Demiurgo com Yahweh (veja
os Setianos e Ophitas). Ele é conhecimento como Ptahil
no Mandaeanismo.
Ele é o
formador do Mundo inferior (ou material). Considerado como o chefe dos Arcontes e
de sabedoria limitada e imperfeita. Segundo os Gnósticos, esta entidade
seria o Deus do Velho Testamento da Biblia. Este ente tem a arrogância típica
dos que se acham onipotentes, contudo não é mau. Criador de tudo que
conhecemos, porém acha que todos devem curvar-se a sua divindade. Entretanto
questionado por Sophia que quer que as Almas do Mundo sejam livres,
rebela-se e envia aos homens o seu filho mais querido, o Cristo. Assim as
Almas tenham consciência de sua parcela divina e partam para o Pleroma.
Para impedir isso, o Demiurgo cria inúmeras ilusões para afastar as Almas de
sua legítima parcela divina e sejam escravos da roda do Mundo, a Reencarnação.
Portanto, a entidade poderá continuar a ser governante desta pequena Esfera de
Vida onde é absoluto.
Origem da
Palavra
A palavra
demiurgo é derivada do Grego antigo δημιουργός (dēmiourgós,
latinizado demiurgus). No Grego Clássico, a palavra Demiourgos significa
"artesão" ou "artífice", literalmente "aquele que
trabalha a para o povo", trabalhador especializado, criador; dēmios (δήμιος)
que pertence ao povo; dêmos, “o povo”.
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