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segunda-feira, 29 de abril de 2013

FÍLON DE ALEXANDRIA (10 a.C - 50 d.C)

O incômodo silêncio da história de Jesus.
Na ânsia de justificar sua crença, os cristãos citam Filon de Alexandria como prova robusta da existência de Jesus. O filósofo falou sobre Tibério e Pilatos, mas não escreveu uma única vez a palavra - Jesus.


Fílon de Alexandria

Fílon foi um dos mais renomados filósofos do judaísmo helênico, interpretou a bíblia utilizando elementos da filosofia de Platão, para ele o Demiurgo(1) de Platão é o Deus criador dos hebreus.


 “Os que exaltam as grandezas do mundo como sendo um bem, devem ser reprimidos.”; “A distinção humana está na inteligência e na justiça, embora partam do nosso escravo, comprado com o nosso dinheiro.”; “Porque hás de ser sempre orgulhoso e te achares superior aos outros?”; “Quem te trouxe ao mundo? Nu vieste, nu morrerás, não recebendo de Deus senão o tempo entre o nascimento e a morte, para que o apliques na concórdia e na justiça, repudiando todos os vícios e todas as qualidades que tornam o homem um animal”; “A boa vontade e o amor entre os homens são a fonte de todos os bens que podem existir”.

E ainda:


“O Verbo seria o Ungido do Senhor, o ideal da natureza — o Adão Celeste é a doutrina da encarnação do Verbo — tomando a forma humana. O Verbo é o intermediário entre Deus e os homens. Diz ainda que o Verbo é o pão da vida”.

Como vemos, não há nada de novo no cristianismo.

Filon de Alexandria, apesar de haver contribuído muito para a construção do cristianismo, nega a existência de Cristo. Escrevendo sobre Pôncio Pilatos e sobre sua atuação como Procurador da Judéia, diz Filon que “era um homem duro e tão desumano quanto Tibério. A vida de um ou menos um judeu, para ambos, era coisa da pouca importância”.

Filon faz de Pilatos um carrasco e mostra que ele, em Jerusalém, agia com carta branca. Além disso, as reações de Pilatos com Tibério eram quase fraternais e ele era um delegado de absoluta confiança do imperador.

Não faz referência alguma ao suposto julgamento de Jesus.

Fala dos essênios e de sua doutrina comunal sem mencionar para nada o nome de Jesus. Quando esteve em Roma para defender os judeus, Filon fez os relatos mais diversos de acontecimentos ocorridos na Palestina, não dando nenhum dado sobre o personagem Jesus.

É importante lembrar que Filon foi um dos maiores intelectuais de seu tempo, que estava muito bem informado e que jamais omitiria uma vida tão curiosa e tão trágica como a de Jesus. E Filon não faz citação apenas a Jesus, mas também aos apóstolos, a José e a Maria. Bastaria o silêncio dele para provar que estarmos diante de uma nova criação mitológica, de cunho metafísico.

É muito comum nos fóruns onde se debate o Cristianismo, os apologistas citarem como prova existencial de Jesus, livros e documentos ou outras composições literárias produzida por pessoas intelectuais da época. Muitos dos debatedores nunca leram nada a respeito da autoridade que eles apresentam como testemunha do fato, e por isso tornam-se ridículos.

Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido, teria sido por eles abundantemente falado. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação.


(1) Demiurgo


Demiurgoo Artífice ou Criador, em alguns sistemas de crenças, é a deidade responsável pela criação do universo físico. Originalmente, o demiurgo era descrito como uma entidade divina nos trabalhos de Platão, cerca de 360ac, porém mais tarde no Gnosticismo o termo refere-se ao maligno deus criador do mundo material.

O demiurgo aparece em diferentes sistemas religiosos e filosóficos, mas notavelmente no Platonismo e mais tarde no Gnosticismo. No platonismo, o demiurgo é uma divindade ou força criativa que deu forma ao mundo material. Platão usa o termo para significar a criação omni-benevolente. Para Platão, o demiurgo é uma criador (de leis ou do céu) ou o criador (do Mundo) em Timaeus. Já no Gnosticismo, uma divindade subordinada à Divindade suprema, algumas vezes considerada como o criador do mal. Uma força que governa ou poder criativo.

O neoplatonista Plotinus identificou o demiurgo como nous (divino propósito), a primeira emanação do "Único" (veja mônada). Neoplatonistas personificaram o demiurgo como Zeus. No Gnosticimo, o universo material é visto como mal e o demiurgo é o criador mal do mundo físico. Nomes Gnosticos alternativos para o Demiurgo, incluem Yaldabaoth, Yao ou Iao, Ialdabaoth e várias outras variantes. Os Gnósticos identificaram o Demiurgo com Yahweh (veja os Setianos e Ophitas). Ele é conhecimento como Ptahil no Mandaeanismo.

Ele é o formador do Mundo inferior (ou material). Considerado como o chefe dos Arcontes e de sabedoria limitada e imperfeita. Segundo os Gnósticos, esta entidade seria o Deus do Velho Testamento da Biblia. Este ente tem a arrogância típica dos que se acham onipotentes, contudo não é mau. Criador de tudo que conhecemos, porém acha que todos devem curvar-se a sua divindade. Entretanto questionado por Sophia que quer que as Almas do Mundo sejam livres, rebela-se e envia aos homens o seu filho mais querido, o Cristo. Assim as Almas tenham consciência de sua parcela divina e partam para o Pleroma. Para impedir isso, o Demiurgo cria inúmeras ilusões para afastar as Almas de sua legítima parcela divina e sejam escravos da roda do Mundo, a Reencarnação. Portanto, a entidade poderá continuar a ser governante desta pequena Esfera de Vida onde é absoluto.


Origem da Palavra
A palavra demiurgo é derivada do Grego antigo δημιουργός (dēmiourgós, latinizado demiurgus). No Grego Clássico, a palavra Demiourgos significa "artesão" ou "artífice", literalmente "aquele que trabalha a para o povo", trabalhador especializado, criador; dēmios (δήμιος) que pertence ao povo; dêmos, “o povo”.



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