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domingo, 21 de abril de 2013

FLAVIUS VALERIUS CONSTANTINUS



O FUNDADOR DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA


Também conhecido como Constantino I, Constantino Magno ou simplesmente Constantino, foi um Imperador Romano, proclamado Augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até sua morte, em 22 de maio de 337.

O Imperador Constantino era um homem profundamente supersticioso, mas também um político astuto. Sumo sacerdote do Mithraismo, ele próprio, entretanto, continuou adorando o Deus-sol embora seguisse várias religiões, tentando se salvaguardar, até mesmo depois de sua suposta "conversão", e era extremamente arbitrário e impulsivo. Ele entregou prisioneiros de guerra aos leões, cometeu atos de genocídio em massa nas suas campanhas na África do Norte, e era famoso pelo seu comportamento insuportável, egoísta, impiedoso e de falsa moral.
Mas quem, na verdade, era esse CONSTANTINO ?

Era um homem de moral abaixo da crítica, um assassino. Aliado de Licínio, que o ajudou a assumir o poder, governou com ele, mas depois, tendo-se indisposto contra este, derrotou-o em 324 e mandou assassiná-lo em 325.

Mandou executar seu próprio filho Crispus e depois sua mulher Fausta (326). Mandou matar, também, um cunhado e dois sobrinhos. Com todas essas falhas morais assumiu a direção da cristandade, plenamente aceito pelos bispos e dirigentes cristãos. Ao mesmo tempo em que colocava e dirigia concílios, restaurava templos politeístas, sacrificava aos ídolos e aceitava adoração pagã. Deixou gravada a afirmação de sua divindade lado a lado a divindade cristã.

Em certa ocasião, para efetuar seu culto ornou a estátua de Apolo com relíquias do martírio de Jesus.

Seu sobrinho Juliano dizia que sua aparência era estranha, usava roupas engomadas à moda oriental, jóias nos braços complementadas por uma tiara em cima de uma peruca pintada. Constantino aparentemente considerava o cristianismo simplesmente mais um dos cultos ou seitas de seu reino, e ele parecia ser membro de todas indiferentemente, sem se aprofundar em nenhum. Ele só foi batizado quando estava no leito de morte, minutos antes do óbito, “segundo afirma Eusébio Pamphili”, um bispo católico, historiador e um dos pais da Igreja Católica.
O Imperador Constantino, apesar de toda sua esquisitice, era realmente um ótimo político. Ele entendeu muito bem o fato dos cristãos estarem se tornando tão numerosos a ponto de representar uma ameaça política considerável se saíssem da confusão e se organizassem como um todo.
Prevendo isso, ele convenientemente inventou um milagre para sua conversão, a fim de se tornar aliado dos mesmos. Em 312, um ano antes do Edito de Milão, ele travou a batalha da Ponte de Milyan, contra um rival ao trono. Havia muitos cristãos entre seus soldados já com o cristograma nas suas espadas e escudos.
         Pelos historiadores, os céus se abriram e o imperador teve uma "visão" e lhe foi concedida a vitória na batalha. Pelo menos essa é a história que apologistas cristãos contam.
Infelizmente não sabemos ao certo o que aconteceu porque o querido imperador mudava sua história o tempo todo cada vez que a contava para alguém. Pelo menos seis versões contraditórias e diferentes sobreviveram contadas por pessoas que diziam tê-las ouvido do próprio imperador em pessoa.
Enquanto contava essas histórias, ele aparentemente nunca abandonou o culto ao sol - Mitraismo, comum na Europa na época. Como monumento a sua vitória em Milyan, alguns anos mais tarde, ele levantou o Arco do Triunfo, que sobrevive até hoje. Nele consta um testemunho ao "Sol Invicto" (uma referência a Mitra) e outro a Jesus Cristo "guiando sua (do sol) carruagem de uma ponta a outra do céu". Ele ordenou que os cristãos mudassem suas missas para o Dia do Sol (Domingo).

O Cristianismo primitivo não tinha um comando centralizado, inexistia a figura do Papa e havia mais de cem livros sobre Jesus lidos às escondidas nas catacumbas e igrejas clandestinas. Todos tinham sua lista de favoritos; as várias facções, com sede em Roma, Constantinopla, Antioquia, Cesárea, Jerusalém, Alexandria, e Cartago tinham suas próprias idéias sobre o que era ou não escritura. E elas não chegavam a um acordo.
Cada bispo seguia uma corrente doutrinária diferente, como hoje acontece com as seitas protestantes e outras que se desmembraram do Cristianismo com a reforma de Lutero, onde cada pastor se diz iluminado pelo Espírito Santos e daí passa a fazer pregações dentro das diversas correntes teológicas – Teoria da Prosperidade, Teoria da Predestinação, mas isso é assunto para outro post.

Essa briga interna entre os bispos enfraquecia a nova religião tornando-a medíocre, não se prestando desta forma para unificar o Império. A disputa religiosa sobre a criação do mistério dogmático da Trindade, foi a primeira enfrentada por Constantino – As primeiras heresias.

Em virtude dessas polêmicas, no ano 325, CONSTANTINO convoca todos os bispos para dirimir sobre o Cristianismo e aí nasce o famoso Concílio de Nicéia, criado para extinguir as divergências entre os cristãos da época. Nesse concílio CONSTANTINO demonstra toda sua força ao expulsar mais de 1.700 participantes do conclave (inicialmente com 2.048 membros) por não concordarem com suas imposições. Com os 300 restantes, que se submetiam à sua vontade, tomou a decisão de estabelecer o dogma, até hoje vigente, de que Jesus era igual ao Pai, era Deus.

 No seu discurso inaugural do Concílio de Nicéia, o imperador começou por fazer entender que os bispos tinham na mão um dos melhores negócios do mundo e que querelas pessoais e recriminações intermináveis não podiam se sobrepor por ser de menor valor que a proposta imperial. - “Parem de brigar e cheguem a um acordo. Criem uma doutrina que seja universal (em outras palavras, católica - note o "c" minúsculo), e que seja entendida e praticada por todos”, gritou Constantino aos bispos participantes do conclave. (Enciclopédia Católica, O Primeiro Concílio de Nicéia)

E é claro que os bispos obedeceram prontamente para não correr o risco de incorrer na malquerença do imperador.

A maioria dobrou-se à força.

Começavam os cristãos, a desmentir Jesus que nunca se disse Deus, pelo contrário, sempre se disse subordinado inteiramente à vontade do Pai. Passam-se os anos, mas não passa o prazer de estar junto do poder temporal e a riqueza mesmo que isso imponha situações lamentáveis à fé cristã. (Já Estava Escrito, Hélio da Silveira Pinto, Arc Editora)

No meio de todo esse torvelinho intelectual, Constantino ordenou a Eusébio Pamphili, bispo da Cesárea na Palestina, que juntasse algumas cópias dos livros cristãos lidos nas igrejas e apresentasse no Concílio de Nicéia.

“Não sabemos quais livros entre as centenas disponíveis foram apresentados ao imperador, e nem o quanto foram revisados (já que muitos não são conhecidos antes de Eusébio), mas sabemos com certeza que ele percebeu que era questão de tempo antes que os "oráculos inspirados" como ele os chamava, tivessem que ser reunidos para que os cristãos estudassem em conjunto por todo o mundo algo na forma de uma biblioteca escritural, uma bíblia”.  (Enciclopédia Católica, Eusébio de Cesaréia)

Então, inspirados pelos oráculos, os mais de 100 livros escritos a respeito de Jesus foram reunidos em textos de vários autores, todos desconhecidos, em apenas quatro livros – Marcos, Mateus, Lucas e João. Não se pode admitir que existam nem mais e nem menos do que quatro evangelhos, alega Irineu de Lyon, (citado por Eusébio), uma vez que existem quatro regiões do mundo onde vivemos, e quatro ventos dos quatro pontos cardeais, e, por outro lado, a Igreja está espalhada por toda a terra e o Evangelho e o Espírito da vida são os pilares e as fundações da Igreja, segue que esta Igreja tem quatro pilares...

E assim, todo o processo foi controlado por Constantino, que era um pagão, que acreditava em deuses trinos, nascidos de uma virgem, que faziam milagres, que morreram e ressuscitaram, eram tidos como os salvadores do mundo, um deles tinha  como símbolo a cruz e o dia da semana a eles consagrados era o domingo.

Essa religião híbrida, que tomou emprestado alguns conceitos judaicos da seita dos nazarenos, na realidade, mantinha antigas estruturas do politeísmo romano, de modo que os pagãos puderam confortavelmente encontrar seu nicho na nova fé. O processo foi semelhante ao sincretismo do Catolicismo com as religiões afro, no Brasil colonial.

 Faca-se Jesus a imagem e semelhança do Deus que acredito e confio, e saiu Jesus com os mesmos atributos do Mitrianismo.

O Jesus primitivo deixou de existir, e passaram a adorar um outro Jesus igualzinho ao Deus Mithra, do qual Constantino era o sumo sacerdote. Enxertando-se ainda nos textos sagrados do Cristianismo, mitos de Deuses pagãos, por imposição do seu presidente e aceitos sem resistência pelos demais membros religiosos.



Neste concílio foi deliberada a crença na Santíssima Trindade e o culto a cruz. Foi lá que se definiu o cânone, com exceção do Apocalipse, que só foi incorporado ao Novo Testamento no ano 397. E eles mesmo dizem que os textos foram refundidos, e adaptados aos interesses da catequese. (Seria melhor dizer: adaptados aos interesses do Imperador Constantino). Foi ainda neste período que foi erguida a primeira igreja cristã em Jerusalém e ocorreu a mudança do dia santificado de descanso do sábado, como mandava a Lei de Moisés, para o domingo, dia consagrado ao Deus Mithra, o Sol Invencível.


O admirável Rui Barbosa, na introdução que escreveu para a edição em português do livro O Papa e o Concílio, de Janus, é claro em sua revolta quando se refere às modificações e concessões feitas no cristianismo a partir de CONSTANTINO.

(...) A obra de Janus possui 324 págs., a introdução 332, sendo, portanto, 8 págs. Maior que o livro. É preciso dizer também que é mais elucidativa.


Vejamos um trecho:


“Havia simplicidade, ausência de cerimônias teatrais, severa proibição de imagens, pureza de ensino. Nos dias de CONSTANTINO, porém, passou a igreja por uma revolução.”

Começou o cesarismo religioso.

Sacrificou-se o cristianismo ao engrandecimento da hierarquia. O imperador (não batizado) recebe o título de bispo exterior; julga e depõe bispos; convoca e preside concílios; resolve sobre dogmas.

Já não era mais a igreja dos primeiros cristãos. Adquiriu poder temporal, mas sua autoridade moral decresceu.

De PERSEGUIDA passa a PERSEGUIDORA.

Buscou riquezas e corrompeu-se, derramou sangue e sujeitou o espírito à letra.”


Não há dúvida que o grande tribuno baiano estava coberto de razões.




Vejamos o que disse o bispo Eusébio de Cesárea em 335, um discurso proferido no 30º ano do reinado de Constantino:
  
 “É um novo Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente. Constantino, tal o patriarca judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César.

Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para os homens”.

Designando-o como “pastor, pacificador, mestre, médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de Deus”(Laud. Constant., 5; 7,12).


E ASSIM NASCEU A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.