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sexta-feira, 29 de março de 2013

"É A BÍBLIA, VERDADEIRAMENTE, A PALAVRA DE DEUS?"

PERGUNTA RETIRADA DO FÓRUM GOTQUESTIONS.

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Resposta dada pelo evangelizador do site Gotquestions:

Nossa resposta a esta pergunta não irá apenas determinar como vemos a Bíblia e sua importância para nossas vidas, mas também, ao final, provocar em nós um impacto eterno. Se a Bíblia é de fato a palavra de Deus, devemos então estimá-la, estudá-la, obedecer-lhe e nela confiar. Se a Bíblia é a Palavra de Deus, dispensá-la, então, é dispensar o próprio Deus.


O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidência e exemplo de Seu amor por nós. O termo “revelação” significa simplesmente que Deus comunicou à humanidade como Ele é e como nós podemos ter um correto relacionamento com Ele. São coisas que não poderíamos saber se Deus, na Bíblia, não as tivesse revelado divinamente a nós. Embora a revelação de Deus sobre Si mesmo tenha sido dada progressivamente, ao longo de aproximadamente 1500 anos, ela sempre conteve tudo que o homem precisava saber sobre Deus para com Ele ter um bom relacionamento. Se a Bíblia é realmente a Palavra de Deus, é portanto a autoridade final sobre todas as questões de fé, prática religiosa e moral.

A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: como podemos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único sobre a Bíblia que a separa de todos os outros livros religiosos já escritos? Existe alguma evidência de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus? Estes são os tipos de perguntas que merecem análise se formos seriamente examinar a afirmação bíblica de que a Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática.

Não pode haver dúvida sobre o fato de que a própria Bíblia afirma ser a verdadeira Palavra de Deus. Tal pode ser claramente observado em versículos como 2 Timóteo 3:15-17, que diz: “... desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

A fim de responder a estas perguntas, devemos observar tanto as evidências internas quanto as evidências externas de que a Bíblia é mesmo a Palavra de Deus. Evidências internas são aquelas coisas do interior da Bíblia que testificam sua origem divina. Uma das primeiras evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a sua unidade. Apesar de, na verdade, ser composta de sessenta e seis livros individuais, escritos em três continentes, em três diferentes línguas, durante um período de aproximadamente 1500 anos, por mais de 40 autores (que tinham profissões diferentes), a Bíblia permanece como um livro unificado desde o início até o fim, sem contradições. Esta unidade é singular em comparação a todos os outros livros e é evidência da origem divina das palavras, enquanto Deus moveu homens de tal forma que registraram as Suas palavras.

Outra evidência interna que indica que a Bíblia é a Palavra de Deus é observada nas profecias detalhadas contidas em suas páginas. A Bíblia contém centenas de detalhadas profecias relacionadas ao futuro de nações individuais, incluindo Israel, ao futuro de certas cidades, ao futuro da humanidade, e à vinda de um que seria o Messias, o Salvador, não só de Israel, mas de todos que Nele cressem. Ao contrário de profecias encontradas em outros livros religiosos, ou das profecias feitas por Nostradamus, as profecias bíblicas são extremamente detalhadas e nunca falharam em se tornar realidade. Há mais de trezentas profecias relacionadas a Jesus Cristo apenas no Antigo Testamento. Não apenas foi predito onde Ele nasceria e de qual família viria, mas também como Ele morreria e que ressuscitaria ao terceiro dia. Simplesmente não há maneira lógica de explicar as profecias cumpridas da Bíblia a não ser por origem divina. Não existe outro livro religioso com a extensão ou o tipo de previsão das profecias que a Bíblia contém.

Uma terceira evidência interna da origem divina da Bíblia é notada na sua autoridade e poder únicos. Enquanto esta evidência é mais subjetiva do que as duas evidências anteriores, ela não é nada menos do que testemunho poderoso da origem divina da Bíblia. A Bíblia tem autoridade única, que não se parece com a de qualquer outro livro já escrito. Esta autoridade e poder podem ser vistos com mais clareza pela forma como inúmeras vidas já foram transformadas pela leitura da Bíblia. Curou viciados em drogas, libertou homossexuais, transformou a vida de pessoas sem rumo, modificou criminosos de coração duro, repreende pecadores, e sua leitura transforma o ódio em amor. A Bíblia possui um poder dinâmico e transformador que só é possível por ser a verdadeira Palavra de Deus.

Além das evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus, existem também evidências externas que indicam isto. Uma destas evidências é o caráter histórico da Bíblia. Como a Bíblia relata eventos históricos, a sua veracidade e precisão estão sujeitas à verificação, como qualquer outro documento histórico. Através tanto de evidências arqueológicas quanto de outros documentos escritos, os relatos históricos da Bíblia foram várias vezes comprovados como verdadeiros e precisos. Na verdade, todas as evidências arqueológicas e encontradas em manuscritos que validam a Bíblia a tornam o melhor livro documentado do mundo antigo. O fato de que a Bíblia registra precisa e verdadeiramente eventos historicamente verificáveis é uma grande indicação da sua veracidade ao lidar com assuntos religiosos e doutrinas, ajudando a substanciar sua afirmação em ser a Palavra Deus.

Outra evidência externa de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a integridade de seus autores humanos. Como mencionado anteriormente, Deus usou homens vindos de diversas profissões e ofícios para registrar as Suas palavras para nós. Estudando as vidas destes homens, não há boa razão para acreditar que não tenham sido homens honestos e sinceros. Examinando suas vidas e o fato de que estavam dispostos a morrer (quase sempre mortes terríveis) pelo que acreditavam, logo se torna claro que estes homens comuns, porém honestos, realmente criam que Deus com eles havia falado. Os homens que escreveram o Novo Testamento e centenas de outros crentes (1 Coríntios 15:6) sabiam a verdade da sua mensagem porque haviam visto e passado tempo com Jesus Cristo depois que Ele ressuscitou dentre os mortos. A transformação ao ter visto o Cristo Ressuscitado causou tremendo impacto nestes homens. Eles passaram do “esconder-se com medo” ao estado de “disposição a morrer pela mensagem que Deus lhes havia revelado”. Suas vidas e mortes testificam o fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.

Uma última evidência externa de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus é seu “caráter indestrutível”. Por causa de sua importância e de sua afirmação em ser a Palavra de Deus, a Bíblia sofreu mais ataques e tentativas de destruição do que qualquer outro livro na história. Dos primeiros imperadores romanos como Diocleciano, passando por ditadores comunistas e até chegar aos ateus e agnósticos modernos, a Bíblia resistiu e permaneceu a todos os seus ataques e continua sendo o livro mais publicado no mundo hoje.

Através dos tempos, céticos tiveram a Bíblia como mitológica, mas a arqueologia a estabeleceu como histórica. Seus oponentes atacaram seus ensinamentos como sendo primitivos e desatualizados, porém estes, somados a seus conceitos morais e legais, tiveram uma influência positiva em sociedades e culturas do mundo todo. Ela continua a ser atacada pela ciência, psicologia e por movimentos políticos, mas mesmo assim permanece tão verdadeira e relevante como quando foi escrita. Ela é um livro que transformou inúmeras vidas e culturas através dos últimos 2000 anos. Não importa o quanto seus oponentes tentem atacá-la, destruí-la ou fazer com que perca sua reputação, a Bíblia permanece tão forte, verdadeira e relevante após os ataques quanto antes. A precisão com que foi preservada, apesar de todas as tentativas de corrompê-la, atacá-la ou destruí-la é o testemunho claro do fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus. Não deveria ser surpresa para nós que, não importa o quanto seja atacada, ela sempre volta igual e ilesa. Afinal, Jesus disse: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Marcos 13:31). Após observar as evidências, qualquer um pode dizer sem dúvida nenhuma que “Sim, a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.




COM A PALAVRA, Emmett F. Fields



Eu não teria nenhuma dificuldade, se estivesse em uma parte muçulmana do mundo, em convencer as pessoas de lá que a Bíblia Cristã não é "a palavra de Deus."
Se eu estivesse falando a budistas, hindus, ou às pessoas de qualquer outra religião eu não teria nenhuma dificuldade em provar, para a satisfação delas, que a Bíblia Cristã não é a palavra inspirada de Deus.
Mas estou numa parte do mundo dominada por Cristãos. E estando em uma parte Cristã do mundo, sinto que eu não teria nenhuma dificuldade em convencer a maioria de vocês que os livros sagrados muçulmanos são falsos, e que esses livros não são a verdadeira palavra de Deus.
Você tenderia a concordar que todas essas outras pessoas que têm outros Deuses e outros livros religiosos são enganadas. Você tenderia a concordar que elas foram mal informadas, ou até mesmo que foram enganadas.
Pareceria que as pessoas em outras partes do mundo são levadas tão facilmente a acreditar no que quer que seja aceito em sua parte do mundo. Elas acreditam tão facilmente em falsos ídolos.
Apenas nós, que por acaso nascemos na parte Cristã do mundo, temos a "verdadeira verdade." Bem, a maioria de nós temos. Há, claro, os judeus, e esses terríveis velhos Ateus, e muitos outros que recusam aceitar a "verdade" da Bíblia Cristã.... mas esses não contam.
Vamos ignorar os não-Cristãos entre nós e supor que a religião Cristã - e a Bíblia, sejam totalmente aceitas nesta parte do mundo.
O ponto é simplesmente este: a verdade é geográfica? 
As mesmas coisas que são verdades no Irã não deveriam ser também verdades na Índia, Japão, África, Canadá, e no resto do mundo?
Deveria ser assim, não é?
Verdades científicas são universais, por que verdades religiosas não são universais?
É razoável supor que só nós estamos certos e todo o resto do mundo errado? Que somos os únicos que temos o verdadeiro Deus e o verdadeiro livro da "palavra de Deus"?
Pode o Deus simples da Bíblia Cristã que é tão parecido com um homem que é tão parecido com as pessoas que primeiro encontraram Deus, pode ser este Deus que a sabedoria busca?
A sabedoria conhece bem o Deus que a mente primitiva encontrou. A sabedoria conhece bem a Bíblia, e a todos os outros livros divinos, conhece todas as religiões construídas baseadas nesses livros e nesses Deuses; e ainda assim a sabedoria e a razão continuam buscando Deus, ou até mesmo um rastro de Deus.
Uma vez que a idéia "Deus" era estabelecida numa tribo, era passada de geração para geração, os filhos foram ensinados a acreditar como os pais acreditavam, e os filhos dos filhos foram ensinadas acreditar por sua vez. Da mesma maneira que fomos ensinados acreditar no que nossos pais acreditaram. As crianças foram sempre ensinadas a acreditar, mas nunca a questionar.
E assim Deus se tornou uma suposição auto perpetuante.
Em nossa parte do mundo a Bíblia Cristã domina. Nestes países há muitas pessoas que acreditam que a Bíblia é "a palavra inspirada de Deus." Eles foram ensinados a acreditar que aquele livro é a fundação de nossas leis, a essência da justiça, a fonte de nossa liberdade e até mesmo de nossa civilização. Eles acreditam que ela promete derrotar a morte e dá esperança de outro mundo onde a felicidade será deles para toda a eternidade.

Queria eu que isso fosse verdade.
Essas pessoas não leram a Bíblia, ou leram com a mente fechada. Elas não vêem a ignorância, a injustiça, o ódio da liberdade, a intolerância religiosa, as perseguições e a imoralidade bruta que estão na Bíblia.
Elas se lembram do céu, mas elas se esquecem do inferno.
Não é de leve que tomo a tarefa de provar que a Bíblia não pode ser a palavra de Deus. Se as promessas, mesmo falsas, fossem úteis à humanidade, eu as ignoraria em silêncio. Mas elas não são benéficas!
"Livros santos" nunca foram uma ajuda à humanidade, e nunca serão. De fato eles estão ficando mais perigosos diariamente. O historiador honrado sabe que livros religiosos são, e sempre foram, um grande fardo para a raça humana. E apesar de todo nosso conhecimento moderno esses livros velhos continuam causando ódio e guerras até hoje.
Assim temos que examinar a Bíblia Cristã, não porque é muito diferente de outros livros religiosos, de outras nações e de outros Deuses, mas porque é o um livro que foi feito para dominar nossa sociedade através da doutrinação.
Fomos ensinados a acreditar nisto na infância, e proibidos de questionar isto na maioridade. Isto põe em perigo o nosso mundo moderno, evita a maturidade intelectual e limita o âmbito de nossos pensamentos com lendas primitivas.
A Bíblia Cristã é "A palavra inspirada de Deus"? Vamos pensar cuidadosamente no que esta afirmação deve significar.
Com esta afirmação vem a conclusão óbvia que a Bíblia deve ser "Divinamente perfeita." Significa dizer que a Bíblia deve ser mais perfeita que qualquer mera mente humana pudesse fazer. Qualquer engano nesse livro, qualquer erro ou contradição, de fato ou forma, provaria que este livro não pode ser a "palavra inspirada de Deus."
Não só a Bíblia seria perfeita em si mesma, mas estaria igualmente clara e compreensível a toda mente humana, e toda pessoa entenderia nela exatamente o mesmo.
Talvez você sinta que estou exigindo muito de um mero livro. De um Deus que pôde criar a compreensão humana, não se pode esperar que produza um livro que concorde com sua criação?
Pessoalmente, acredito que está se pedindo muito de nós, em acreditar que Deus escreveria, ou inspiraria, um livro no qual a humanidade não pôde concordar em sua interpretação.
Um livro que causou guerras infinitas, perseguições, tortura, fanatismo e ódio. Um livro que é tão ininteligível que não só faz "os não-crentes" rejeitá-lo, mas aqueles que acreditam que ele é a verdadeira palavra de Deus, não podem concordar em sua interpretação.
Há centenas de seitas Cristãs diferentes só aqui no Brasil, e isso não inclui os milhares de incontáveis indivíduos em particular que têm sua própria interpretação pessoal da Bíblia.
O próprio fato deste debate, ou qualquer debate sobre a Bíblia, é prova irrefutável que a Bíblia não pode ser "a palavra de Deus."
É reivindicado freqüentemente por teólogos que as escrituras originais estavam perfeitas, mas que a Bíblia perdeu sua perfeição por erros de cópia e por ser traduzida em vários idiomas. Impossível! Não pôde haver uma cópia defeituosa ou tradução de um livro perfeito que fosse perfeitamente compreendido pelo tradutor. Deus não permitiria isto!

 Se é que há um Deus.
Há muitas versões da Bíblia Cristã e há muitas interpretações contraditórias em cada versão. Não só pelos crentes Cristãos comuns e clérigos, mas por esses estudiosos que gastaram suas vidas inteiras estudando as escrituras. Tal confusão não é o trabalho de Deus.
Desde o mal e a confusão que a Bíblia causou, e continua causando, e desde a natureza primitiva, tola e contraditória deste livro, é evidente que a Bíblia não pode representar a palavra de Deus.
Citarei algumas passagens, de uma das muitas versões da Bíblia para mostrar por que rejeito a Bíblia. Citarei a versão do Rei Jaime, como a li e como a entendo. Não sou tolo o bastante para acreditar no que entendo a Bíblia para dizer, é o que a Bíblia diz.
Considerando as numerosas versões e interpretações da Bíblia, fico surpreso que haja qualquer pessoa na Terra tola o bastante para acreditar que sua interpretação da Bíblia é a correta; que alguém sozinho, de alguma maneira, tropeçou no verdadeiro significado da Bíblia, enquanto todos os outros crentes, não-crentes, ministros, padres, estudiosos e infiéis interpretaram mal, e entenderam mal, a Bíblia.
Algumas pessoas dizem há mais de duas mil auto-contradições na Bíblia, algumas outras pessoas dizem que elas não podem achar nem uma sequer. Tudo que posso fazer neste momento, é mostrar algumas, das muitas, que a mim parecem contraditórias.
Começarei com a primeira ordem que Deus deu para os homens; aquela onde nenhum Cristão Fundamentalista alguma vez quebrou.
Gênese 2: versos 16-17 lê-se: "E o Senhor Deus, comandou o homem e disse "de toda árvore do jardim tu podes comer livremente: (17) Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, tu não deves comer: pois no dia que tu comeres tu irás certamente morrer."
De acordo com a Bíblia, o homem, Adão, não morreu no dia que ele comeu da árvore proibida. A Bíblia diz que Adão e Eva foram expulsos do jardim e; Gênese 5: verso 5 lê: "E todos os dias que Adão viveu eram novecentos e trinta anos; e ele morreu."
Mas, como entendo a Bíblia, ainda há outra contradição a Gênese 2: verso 16-17.
Em Gênese 3: verso 22-23 Deus parece estar falando a alguns outros Deuses e li isto dizendo: (22) "E o Senhor Deus disse, observe, o homem tornou-se como um de nós, ao conhecer o bem e o mal - para que ele avance sua mão, e também tome da árvore de vida, coma, e viva para sempre; (23) então o Senhor Deus o enviou do jardim de Éden para cultivar o solo do qual ele foi tirado."
Em Gênese 2:16-17, Deus disse "de toda árvore do jardim tu podes comer livremente mas da árvore do conhecimento..." Agora, em Gênese 3:22-23 achamos que ainda há outra árvore no jardim que foi proibida; a árvore de vida.
Conforme leio a Bíblia, parece que a palavra de Deus não pode ser confiada como nesta, aparente, contradição:
Êxodo 33: verso 20, é dito que Deus disse: "Tu não podes ver minha face; por isso nenhum homem pode me ver e viver."
Êxodo 33: verso 22 lê: "E o Senhor falou cara a cara com Moisés, como um homem fala com seu amigo."
Isso parece uma auto-contradição para mim, mas como disse, a Bíblia é obviamente incompreensível, e você pode não ver nada de estranho nas duas declarações afinal de contas. Eu poderia gastar o resto da noite dando as contradições que são encontradas no Velho Testamento, assim tenho que pular o resto.
E quanto ao Novo Testamento, há contradições também nele? Bem, alguns dizem obviamente que há muitas contradições no Novo Testamento, e há outros que dizem que não há nenhuma. Só posso lhe contar o que esse livro me diz.
Conforme leio o Novo Testamento encontro a primeira contradição bem no primeiro verso, bem no primeiro capítulo, do primeiro livro do Novo Testamento.
Em Mateus 1: verso 1, leio. - "O livro da geração de Jesus Cristo, o filho de Davi, o filho de Abraão." E depois daquele verso vem uma longa linha de "pai de fulano, filho de fulano" até chegarmos ao verso 16, que se lê: "E Jacó é o pai de José o marido de Maria, de quem nasceu Jesus que é chamado de Cristo."
Agora se o José não foi o pai natural de Jesus, mas só o marido de Maria, como Mateus 1:16 diz, então Mateus 1, 1 a 16, não é, não pode ser, "a origem de Jesus Cristo, como é declarado no primeiro capítulo, primeiro verso de Mateus.
Mas se o José é o pai natural de Jesus, como está implícito em outros versos da Bíblia, então a história de que Jesus nasceu de uma virgem é uma contradição. Aquela lenda está em Mateus 1:18 e lê: "Agora a origem de Cristo estava neste modo. Quando Maria sua mãe ficou noiva de José, antes que eles ficassem juntos ela descobriu estar grávida pelo Espírito Santo."
Também, e mais importante, se Jesus nasceu de uma virgem e não era descendente de Davi, então as palavras de Pedro em Atos 2:29-30 são falsas. Em Atos 2:29-30 diz Pedro: "homens e irmãos, deixem-me falar livremente a vocês sobre o patriarca Davi, que ele está morto e enterrado, e seu sepulcro está conosco até este dia. (30) sendo então um profeta, e sabendo que Deus tinha jurado solenemente a ele, que o seu descendente, de acordo com a carne, ele criaria Cristo para se sentar em seu trono;"
Agora temos uma "bela feijoada." Se Jesus é o filho de Deus pelo "Espírito Santo," como é declarado em Mateus 1:18-20, então ou ele não é o Cristo, ou Deus "jurou solenemente" uma mentira a Davi. Ou então, Jesus é o filho de José, filho de Davi, filho de Abraão, e assim poderia ser o "Cristo"; entretanto ele não pode ser o filho de Deus pelo Espírito Santo, e não poderia ter nascido de uma virgem.
Novamente eu poderia passar a noite inteira comentando as contradições que aparecem no Novo Testamento. Mas como estamos falando de um livro que é dito ser a palavra de Deus, precisamos apenas de uma só contradição, em qualquer lugar na Bíblia para provar que ela não é a palavra e o trabalho de Deus.

Se é que há um Deus.
A Bíblia não pode ser verdade já que ela constantemente se contradiz. Ainda ela poderia ser uma inspiração à boas moralidades e conduta apropriadas. Assim vamos ver o que a Bíblia diz sobre bondade, justiça, generosidade, moralidade e respeito à família, amigos e vizinhos.
Vamos olhar algumas das moralidades sexuais que estão na Bíblia.





Começarei com Gênese 19. Conforme leio a história, dois "anjos" são os convidados na casa de Ló, quando "os homens da cidade" vêm para a casa e em Gênese 19:5-8 lê: "E eles chamaram Ló, e disseram, onde estão os homens que vieram até você esta noite? Traga-os até nós, para que possamos conhecê-los. (6) e Ló saiu, fechou a porta: (7) e disse, eu rezo a vocês, irmãos, não sejam assim maldosos. (8) Veja agora, eu tenho duas filhas que ainda são donzelas; eu vo-las trarei, e vós usais delas como for do vosso gosto; só não faça nada a estes homens, porque eles vieram à minha casa como um lugar de segurança."

               
Naturalmente, não posso saber o que isso diz para outros, mas a mim parece dizer: "Veja agora, eu tenho duas filhas que ainda são donzelas; eu vo-las trarei, e vós usais delas como for do vosso gosto;".
Que tipo de pai ofereceria suas filhas a uma turba a ser usada como eles quiserem?
Serei honrado com você, se você fosse um convidado em minha casa, eu o protegeria com todo meu poder, mas se viesse ao ponto de escolher entre você ou minhas crianças, seria você. E esperaria o mesmo, se fosse sua escolha entre suas filhas ou eu. Se fosse o próprio Deus, se é que há um Deus, ele iria antes de minhas filhas. Não sou um Cristão. Sou muito a favor da família, meus filhos inocentes vêm primeiro.
Mas isso não é o fim da história, ela continua e piora. Em Gênese 19:31-32, estão falando as filhas de Ló: "E a mais velha disse á mais jovem, Nosso Pai é velho, e não há um homem na terra com quem possamos casar, segundo o costume de todo mundo: (32) venham vamos fazer nosso pai beber vinho, e deitaremos com ele, que podemos preservar a semente de nosso pai."



E esta história indigente vai até Gênese 19:36 lê: "Assim estavam ambas as filhas de Ló esperando um filho de seu pai."
Agora sei que isso não é o que a Bíblia diz a você que acredita que ela é "a palavra de Deus." Mas a, mim, parece dizer:
"Assim estavam ambas as filhas de Ló esperando um filho de seu pai." A mim essa história é pura obscenidade, mas outros dizem não há nenhuma sujeira, e nenhuma imoralidade, na Bíblia, assim não sei o que aquela história diz a outros, mas a mim é pura sujeira. E, a mim, obscenidade não pode ser uma parte de "a palavra de Deus."


Há muitas histórias na Bíblia Cristã que acredito ser sujeira imoral, pura. mas esta servirá como um exemplo para o resto. Afinal de contas, estamos considerando a Bíblia como "a palavra de Deus," precisamos apenas de uma só história "ruim", só uma contradição, só uma mentira ou injustiça, provar a Bíblia não é a "palavra de Deus."

sábado, 23 de março de 2013

D E U S

A fé humana ultrapassa a discussão da existência dele.


No teto da Capela Sistina, em Roma, Ele tem a forma de um senhor barbado e grisalho, de corpo musculoso e rosto sereno que transmite a segurança e a autoridade de quem sabe que está acima de tudo. Já em rituais xamânicos de origem indígena, Sua força se manifesta nas plantas e nos animais e pode ser sentida por todos aqueles que mantêm relações com a natureza. Para 750 milhões de hindus, não há um só, mas vários Deles: Brahma, Shiva e Krishna, só para ficar nos mais famosos.



Não importa como é retratado, se como homem, luz ou apenas uma energia que emana sobre nós, o fato é que Deus está presente em quase todas as culturas do planeta. Em diferentes religiões e crenças, é freqüente a idéia da existência de uma força maior que ajuda os homens a se guiarem, seja nesta ou em outras vidas.


Durante séculos, na sociedade ocidental, Deus foi apresentado como o único responsável pelo sucesso da aventura humana na Terra. Até que a ciência começou a duvidar disso. Por volta de 1860, Charles Darwin e suas teorias da seleção natural e da evolução das espécies lançaram as primeiras dúvidas sobre a criação divina. A partir daí, cientistas começaram a negar à fé e à religião a possibilidade de explicar sozinha todos os fenômenos naturais. No século 20, filósofos como Nietzsche, Marx, Freud e Sartre chegaram a propor a “morte de Deus” e o início de uma “era da razão”. 

A idéia levanta polêmicas até hoje no mundo inteiro, mas não conseguiu diminuir a fé das pessoas, que passa atualmente por um processo de revitalização, até mesmo entre cientistas. Se Deus existe ou não, cabe a cada um decidir. A pergunta é, no entanto, tão interessante que um inusitado estudo matemático foi realizado há menos de 10 anos na tentativa de respondê-la. Em The Probability of God (A Probabilidade de Deus), o físico inglês Stephen Unwin revela que, segundo seus cálculos, Deus tem 67% de chances de existir!


Na obra, Unwin mostra com equações como chegou a essa conclusão, baseando-se para isso no chamado cálculo bayesiano, que começa com uma probabilidade de 1 para 1 e, depois, vai somando as evidências contra ou a favor da afirmação inicial. Ajudar os pobres? Ponto para o mundo onde Deus existe. Assassinos em série e políticos do mal que roubam de pobrezinhos? Hum, talvez Deus seja apenas imaginação de alguns... e por aí vai. O curioso é que o livro vem acompanhado de várias planilhas de Excel para que o leitor vá colocando suas respostas. Se o físico Stephen Unwin é doido ou oportunista, não vem ao caso. Mas não deixa de ser mais um jeito bastante interessante de continuarmos a refletir a respeito de uma das mais intrigantes questões humanas.



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O QUE É RELIGIÃO?






I

Afirma-se que um Deus infinito criou todas as coisas, que governa todas as coisas e que suas criaturas devem ser obedientes e gratas ao criador; que tal criador exige certas coisas, e a pessoa que concorda com tais demandas é religiosa. Este tipo de religião tem sido substancialmente universal.

Por muitos séculos e em muitos povos existiu a crença que tal Deus exigia sacrifícios – que lhe agradava quando pais derramavam o sangue de seus bebês. Posteriormente, supôs-se que ficava satisfeito com o sangue de bois, cordeiros e pombas, e que, em troca ou em consideração a tais sacrifícios, Deus dava a chuva, o sol e a colheita. Também se acreditava que se os sacrifícios não fossem feitos, este Deus enviaria pestilência, fome, inundação e terremotos.

A última fase desta crença no sacrifício foi, de acordo com a doutrina cristã, que Deus aceitou o sangue de seu filho – que, depois de seu filho ter sido assassinado, ele, Deus, satisfez-se e deixou de desejar sangue.

Durante todos esses anos e em todos esses povos, havia a crença de que este Deus ouvia e respondia orações, que perdoava pecados e salvava as almas dos verdadeiros fiéis. Isso, de um modo genérico, é a definição de religião.

Agora, as questões são estas: será que a religião foi fundamentada em qualquer fato conhecido? Será que este tipo de ser – Deus – existe? Será que foi ele quem nos criou? Será que alguma oração já foi respondida? Será que algum sacrifício de bebês ou bois assegurou a mercê deste Deus invisível?

Primeiro:

Um Deus infinito criou os homens?

Por que criou os intelectualmente inferiores?

Por que criou os deformados e os desvalidos?

Por que criou os criminosos, os dementes, os loucos? O poder e a sabedoria infinitas podem apresentar qualquer justificativa para a criação dessas falhas?

Tais falhas estão sob a obrigação de seu criador?

Segundo:

Um Deus infinito é o governador deste mundo?

É o responsável por todos os chefes, reis, imperadores e rainhas?

É o responsável por todas as guerras que foram travadas, por todo o sangue inocente que foi derramado?

É o responsável por séculos de escravidão, pelas costas que foram feridas pelo flagelo, pelos bebês que foram vendidos ainda no seio de suas mães, pelas famílias que foram separadas e destruídas?

Este Deus é o responsável pela perseguição religiosa, pela Inquisição e por todos os instrumentos de tortura?

Este Deus permitiu que os cruéis e vis destruíssem os bravos e os virtuosos? Permitiu que tiranos derramassem o sangue de patriotas?

Permitiu que seus inimigos torturassem e queimassem seus amigos?

Quanto vale um Deus dessa espécie?

Um homem decente, tendo poder para evitá-lo, permitiria que seus inimigos torturassem e queimassem seus amigos?

É possível concebermos uma malevolência suficiente para dar preferência aos inimigos em vez dos amigos?

Se um Deus bondoso e infinitamente poderoso governa este mundo, como podemos justificar os ciclones, os terremotos, a pestilência e a fome?

Como podemos justificar o câncer, os micróbios, a difteria e o milhar de outras doenças que atacam durante a infância?

Como podemos justificar as bestas selvagens que devoram seres humanos e as serpentes cujas mordidas são letais?

Como podemos justificar um mundo onde a vida alimenta-se da vida?

Será que os bicos, garras, dentes e presas foram inventados e produzidos pela infinita misericórdia?

A bondade infinita deu asas às águias para que suas presas fugazes pudessem ser arrebatadas?

A bondade infinita criou os animais de rapina com a intenção de que eles devorassem os fracos e os desamparados?

A bondade infinita criou as inumeráveis criaturas inúteis que se reproduzem dentro de outros seres e se alimentam de sua carne?

A sabedoria infinita produziu intencionalmente os seres microscópicos que se alimentam do nervo óptico?

Pense na idéia de cegar um homem para satisfazer o apetite de um micróbio!

Pense na vida alimentando-se da própria vida! Pense nas vítimas! Pense no Niagara de sangue se derramando no precipício da crueldade!

Tendo em vista tais fatos, o que é, afinal, a religião?

É o medo.

O medo constrói altares e oferece sacrifícios.

O medo erige catedrais e curva a cabeça dos homens em adoração.

O medo dobra os joelhos e profere as orações.

O medo finge amar.

A religião ensina virtudes escravizantes – obediência, humildade, autonegação, perdão econformismo.

Lábios – religiosos e tementes – repetem, tremulantes, esta passagem: “Ainda que ele me mate, nele confiarei” (cf. Jó – 13:15). Isso é um abismo de degradação.

A religião não ensina autoconfiança, independência, hombridade, coragem, autodefesa. A religião faz de Deus o mestre e do homem seu servo. E tal mestre não consegue ser suficientemente grandioso para fazer da escravidão algo aprazível.

  
II

Se Deus existe, como podemos saber se ele é bom? Como podemos provar que é misericordioso, que se importa com sua criação?

Se tal Deus existe, então viu, em muitas ocasiões, milhões de suas pobres criaturas arando os campos, semeando grãos, e quando os viu, sabia que dependiam da colheita para sobreviver e, ainda assim, esse bondoso Deus, esse ser compassivo, não lhes proveu chuva. Fez o sol nascer, roubando da terra toda a umidade, e não enviou chuva. Viu as sementes que os homens plantaram murchar e perecer, mas não enviou chuva.

 Viu as pessoas olharem, com tristeza, a terra estéril, e não enviou chuva. Viu-os, lentamente, devorar o pouco que tinham, e viu-os quando vieram os dias de fome – viu-os definhando lentamente, viu-os famélicos, com seus olhos combalidos; ouviu suas preces, viu-os devorar os miseráveis animais que tinham, viu pais e mães, ensandecidos pela fome, matando e comendo seus bebês depauperados – e, apesar de o céu sobre eles ser como bronze e a terra abaixo como ferro, não enviou qualquer chuva. Podemos dizer que, no coração deste Deus, havia a flor da piedade? Podemos dizer que se importa com sua criação? Podemos dizer que sua piedade é eterna?

Constitui uma prova de que este Deus é bondoso o fato de ele enviar ciclones que destroem vilarejos e cobrem os campos com corpos desfigurados de pais, mães e bebês? Constitui uma prova de sua bondade ver que ele abriu precipícios na terra que engoliram milhares de crianças indefesas? Ou será que ele é bom porque vulcões os devastaram em rios de fogo? Podemos inferir que Deus é bondoso a partir dos fatos que conhecemos?

Se essas calamidades não ocorressem, suspeitaríamos que Deus não se importa com os seres humanos? Se não houvesse fome, pestilência, ciclones ou terremotos, pensaríamos que Deus não é bom?

De acordo com os teólogos, Deus não fez todos os homens iguais. Fez raças que diferem em inteligência, estatura e cor. Há algum traço de bondade, de sabedoria nisso?

Deveriam as raças superiores agradecer a Deus pelo fato de não serem inferiores? Se dissermos que sim, então faço outra pergunta: deveriam as raças inferiores agradecer a Deus por não serem superiores, ou talvez deveriam agradecer a Deus por não serem bestas selvagens?
Quando Deus fez essas raças diferentes, sabia que as superiores escravizariam as inferiores, sabia que os inferiores seriam conquistados e, finalmente, destruídos.

Se Deus fez isso, se sabia do sangue que seria derramado, das agonias que seriam enfrentadas, se viu os incontáveis campos repletos de cadáveres, se viu as costas ensangüentadas dos escravos, todos os corações partidos das mães cujos bebês foram roubados – se Deus viu e sabia disso tudo, será que conseguiríamos conceber um demônio mais malevolente?

Por que, então, deveríamos dizer que Deus é bondoso?

As paredes úmidas dos calabouços contra as quais os bravos e os generosos viram-se definhar, os patíbulos manchados e glorificados com sangue nobre, os escravos sangrando e sem uma gota de esperança, os mártires que foram envolvidos em chamas, os virtuosos estirados em aparelhos de tortura, vendo suas juntas e músculos desfazendo-se, os corpos feridos e sanguinolentos dos justos, os olhos que foram extintos por buscarem a verdade, os incontáveis patriotas que lutaram e pereceram em vão, as esposas exploradas, espancadas e infelizes, os rostos esquálidos de bebês desprezados, os milhões de assassinados no passado, as vítimas de vendavais, inundações e incêndios, as forças aprisionadas da Terra, os trovões e raios, as torrentes de lava escaldante, a fome, a praga e as dores intermináveis, as bocas pingando sangue, as presas que envenenam, os bicos que ferem e dilaceram, o triunfo da escória, as leis e o poder dos corruptos, as coroas que a crueldade vestiu, os hipócritas de batina, com suas mãos ensangüentadas e unidas em oração, agradecendo seu Deus – este fantasma demoníaco – pela liberdade ter sido banida do mundo: essas recordações de um passado amedrontador, esses horrores ainda existem.

Tais fatos aterrorizantes negam a existência de qualquer Deus que deseja e possui poder para proteger e abençoar a raça humana.

  
III

A maior parte das pessoas se apega ao sobrenatural. Se abandonarem um Deus, logo em seguida imaginam outro. Tendo posto Jeová de lado, falam sobre o poder que trabalha pelo bem.

O que é este poder?

O homem avança, e necessariamente avança através da experiência. Um homem, desejando ir a um certo local, chega a um ponto onde a estrada bifurca-se. O homem segue pelo caminho da esquerda, acreditando ser esse o caminho certo, e continua a viajar até descobrir que tomou o caminho errado.

Então redefine seu percurso e toma o caminho da direita, chegando, assim, ao local desejado. A próxima vez em que o homem quiser ir àquele lugar, não seguirá pelo caminho da esquerda, pois já fez essa trajetória e sabe que é errada. Assim, ele segue pelo caminho da direita, e por isso os teólogos dizem: “Há um poder que trabalha pelo bem”.
Uma criança, encantada pela beleza de uma chama, tenta pegá-la com a mão. A mão é queimada, e após isso a criança mantém sua mão longe do fogo. O poder que trabalha pelo bem ensinou uma lição à criança.

A experiência acumulada do mundo é o poder e a força que trabalha pelo bem. Essa força não é consciente, não é inteligente. Não tem vontade, não tem objetivo. É somente um resultado.

Milhares também tentaram estabelecer a existência de Deus pelo fato de termos aquilo que se denomina senso moral; isto é, uma consciência.

Teólogos e muitos dos assim chamados “filósofos” insistem que este senso moral, este senso de dever, de obrigação, veio de fora, e que a consciência é algo especial. Partindo da idéia de que este senso moral não foi produzido aqui, que não foi produzido pelos homens, então imaginam um Deus do qual isso proveio.

O homem é um ser social. Vivemos juntos em famílias, tribos e nações.

Os membros de uma família, de uma tribo ou de uma nação que aumentam a felicidade da família, da tribo ou da nação são considerados bons membros. São elogiados, admirados e respeitados. São considerados bons, isto é, morais.

Os membros que produzem miséria na família, na tribo ou na nação são considerados maus membros. São acusados, desprezados e punidos. São considerados imorais.

A família, a tribo, a nação, criam padrões de conduta, de moralidade. Não há qualquer coisa de sobrenatural nisso.

O mais grandioso dos seres humanos disse: “A consciência nasce do amor”.

Este senso de obrigação, de dever, foi produzido naturalmente.

Entre selvagens, as conseqüências imediatas das ações são levadas em consideração. Na medida em que os povos avançam, as conseqüências mais distantes são percebidas. O padrão de conduta tornasse mais elevado. A imaginação é cultivada. O homem torna-se capaz de colocar a si mesmo no lugar do outro. O senso de dever torna-se mais forte, mais imperativo. O homem passa a julgar a si próprio.

O homem ama, e o amor é o princípio, a fundação das mais elevadas virtudes. Se fere alguém que ama, então vem o remorso, o arrependimento, a tristeza, a consciência. Nisso tudo não há nada de sobrenatural.

O homem enganou a si próprio. A natureza é um espelho no qual o homem vê sua própria imagem, e todas as religiões sobrenaturais se embasam na pretensão de que a imagem, que parece estar por detrás deste espelho, foi alcançada.

Todos os metafísicos espiritualistas, de Platão a Swedenborg, manufaturaram seus fatos, e todos os fundadores de religião têm feito o mesmo.

Suponhamos que um Deus infinito exista. O que podemos fazer por ele? Sendo infinito, também é incondicional; sendo incondicional, não pode ser beneficiado ou prejudicado. Deus não pode querer: ele tem.

Pense no egotismo de um homem que acredita que um ser infinito deseja suas preces!

  
IV

O que nossa religião produziu? Obviamente, os cristãos admitem que todas as outras religiões são falsas, e conseqüentemente precisamos examinar apenas a nossa.

O cristianismo deu luz a algo bom? Tornou o homem mais nobre, mais compassivo, um pouco mais honesto? Quando a Igreja tinha o controle, isso tornou os homens melhores e mais felizes?

Qual foi o efeito do cristianismo na Itália, na Espanha, em Portugal e na Irlanda?

O que a religião fez pela Hungria ou pela Áustria? Qual foi o efeito do cristianismo na Suíça, na Holanda, na Escócia, na Inglaterra, na América? Sejamos honestos. Esses países poderiam ter sido piores sem religião? Poderiam ter sido piores se tivessem qualquer outra religião, que não o cristianismo?

Torquemada teria sido pior se tivesse sido um seguidor de Zoroastro? Calvino teria sido mais sanguinário se tivesse acreditado na religião dos habitantes das Ilhas do Sul? Os holandeses teriam sido mais tolos se tivessem negado o Pai, Filho e Espírito Santo e, em vez disso, adorassem a sagrada trindade da salsicha, da cerveja e do queijo? John Knox teria sido pior se tivesse deserdado Cristo e se tornado um seguidor de Confúcio?

Peguemos nossos caros e compassivos patriarcas puritanos. O que o cristianismo fez por eles? Os fez odiar o prazer. Na porta da vida penduraram as vestimentas da morte. Eles silenciaram todos os sinos da alegria. Faziam berços embalando caixões. No ano puritano havia doze dezembros. Tentaram fazer desaparecer a infância e a juventude, o canto de bebês e a melodia da manhã.

A religião dos puritanos era uma pura maldição. Os puritanos acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, e esta crença sempre fez aqueles que a portaram cruéis e vis. Os puritanos teriam sido piores se tivessem adotado a religião dos índios da América do Norte?

Permitam que eu me refira a apenas um fato que demonstra a influência da crença na Bíblia em seres humanos: “No dia da coroação da rainha Elizabeth, ela foi presenteada com uma Bíblia por um velho homem representando o Tempo, com a verdade sentada ao seu lado como uma criança. A rainha recebeu a Bíblia, beijou-a, e empenhou-se em lê-la diligentemente. Em dedicação a esta Bíblia abençoada, a rainha foi piamente exortada a passar todos os papistas pelo fio da espada”.

Neste incidente vemos o real espírito dos protestantes que amam a Bíblia. Em outras palavras, é tão demoníaco, tão infame quanto o espírito católico.

A Bíblia fez com que o povo da Geórgia se tornasse gentil e compassivo? Os linchadores seriam mais ferozes se adorassem deuses de madeira e pedra?


V

A religião foi utilizada e, em todos os países, em todos os tempos, ela falhou.

A religião nunca tornou o homem misericordioso.

Lembre-se da Inquisição.

Que efeito teve a religião na escravidão?

A religião sempre foi inimiga da ciência, da investigação e do livre-pensamento.

A religião nunca tornou os homens livres.

Nunca tornou o homem moral, moderado, laborioso e honesto.

Os cristãos são mais moderados, sequer mais virtuosos, sequer mais honestos que selvagens?

Entre selvagens não percebemos claramente que seus vícios e crueldades são fruto de suas superstições?

Para aqueles que acreditam na uniformidade da natureza, a religião é impossível.

Podemos afetar a natureza e as características da matéria através da oração? Podemos apressar ou atrasar as marés através da oração? Podemos mudar a direção dos ventos oferecendo sacrifícios? Se nos ajoelharmos, isso nos trará saúde? Podemos curar uma doença através da súplica? Podemos enriquecer nosso conhecimento através de uma cerimônia? Podemos receber virtude ou honra como esmolas?

Não são os fatos do mundo mental produzidos de um modo tão necessário quanto os fatos do mundo material? Deste modo, aquilo que chamamos de mente não é precisamente tão natural quanto aquilo que chamamos de corpo?

A religião apóia-se na idéia de que a natureza tem um Mestre, que este mestre ouve preces e orações, que este mestre pune e recompensa, que ama a adoração e a lisonja e odeia os bravos e os livres.

O homem obteve, alguma vez, qualquer ajuda do céu?


VI

Se temos uma teoria, precisamos de fatos para fundamentá-la. Precisamos de embasamento empírico. Não podemos construir nosso conhecimento através da intuição, de fantasias, de analogias ou inferências. A estrutura precisa de uma fundamentação. Se pretendemos construir, devemos começar pelo alicerce.

Tenho uma teoria e tenho quatro fundamentos para ela.

O primeiro fundamento é que a matéria – a substância – não pode ser destruída, não pode ser aniquilada.

O segundo é que a força não pode ser destruída, não pode ser aniquilada.

O terceiro é que matéria e força não podem existir separadamente – nenhuma matéria à parte da força e nenhuma força à parte da matéria.

O quarto é que aquilo que não pode ser destruído também não pode ser criado – que o indestrutível é incriável.

Se essas quatro proposições são fatos, segue-se necessariamente que a matéria e a força são eternas, que não podem ser aumentadas ou diminuídas.

Segue-se que nada foi ou pode ser criado, que nunca houve ou pode haver um criador.

Segue-se que não pode haver qualquer inteligência, qualquer intenção por detrás da matéria e da força.

Não há inteligência sem força. Não há força sem matéria. Conseqüentemente, não há qualquer possibilidade de ter existido uma inteligência, uma força por detrás da matéria.

Logo, o sobrenatural não existe e não pode existir. Se essas quatro proposições são fatos, a natureza não tem qualquer mestre. Se a matéria e a força são eternas, segue-se necessariamente que Deus não existe, que nenhum Deus criou ou governa o Universo, que nenhum Deus existe para responder às orações, que nenhum Deus socorre os oprimidos, que nenhum Deus se compadece com o sofrimento dos inocentes, que nenhum Deus se importa com os maus tratos dispensados aos escravos ou com as mães que perderam seus bebês, que nenhum Deus resgata os torturados, que nenhum Deus salva os mártires das chamas. Em outras palavras, isso prova que o homem nunca recebeu qualquer ajuda do céu, que todos os sacrifícios foram em vão e que todas as preces foram proferidas ao vento, sem ninguém para ouvi-las. Não finjo saber – apenas digo o que penso.

Se matéria e força são eternas, segue-se que tudo que foi possível já aconteceu, que tudo que é possível está acontecendo e que tudo que será possível acontecerá.

No Universo não há acaso, não há caprichos. Todos eventos têm seu antecedente.

Aquilo que nunca aconteceu não poderá acontecer. O presente é o produto necessário de todo o passado, a causa necessária de todo o futuro.Na cadeia infinita de eventos não há – e não pode haver – qualquer elo quebrado, qualquer elo faltando. A forma e o movimento de cada estrela, o clima do mundo todo, todas as formas de vida animal e vegetal, todos instintos, a inteligência e a consciência, todas as afirmações e negações, todos os vícios e virtudes, todos os pensamentos e sonhos, todas as esperanças e medos, são necessidades. Nenhuma das incontáveis coisas e relações no Universo poderia ser diferente.


VII

Se a matéria e a força são eternas, então podemos dizer que o homem não teve um criador inteligente, que o homem não foi uma criação especial.

Sabemos – se é que sabemos qualquer coisa – que Jeová, o oleiro divino, não misturou e moldou barro na forma de homens e mulheres e então lhes soprou o sopro da vida.

Sabemos agora que nossos primeiros pais não eram “estrangeiros” neste mundo. Sabemos que eram nativos, que foram produzidos aqui, que suas vidas não foram criadas pelo sopro de qualquer divindade. Sabemos agora – se é que sabemos qualquer coisa – que o Universo é natural e que os homens e as mulheres surgiram naturalmente. Atualmente, sabemos quais são nossos ancestrais, podemos fazer nossa árvore genealógica.

Temos todos os elos da corrente – e não obtivemos tais informações de livros inspirados. Temos fatos: fósseis e formas vivas.

Das criaturas mais simples, de uma sensação cega, de uma forma viva rudimentar, de um desejo vago, até uma única célula com núcleo, até uma estrutura cheia de fluido, até uma estrutura com paredes duplas, até um verme achatado, até algo que já respira, até um organismo que possui uma medula espinhal, até um elo entre os invertebrados e os vertebrados, até um que possui um crânio – uma casa para o cérebro –, até uma forma dotada de barbatanas e, em seguida, outra com barbatanas posteriores e anteriores, até os répteis, até os mamíferos, até os marsupiais, até os lêmures habitantes de árvores, até os simiescos e, finalmente, até o homem.

Conhecemos os caminhos que a vida percorreu. Conhecemos as pegadas da evolução – elas foram traçadas. O último elo foi encontrado. Por isso, estamos em débito, acima de tudo, ao maior dos biólogos, Ernest Haeckel.

Acreditamos agora que o Universo é natural; negamos a existência do sobrenatural.


VIII

Por milhares de anos homens e mulheres têm tentado reformar o mundo. Criaram deuses e demônios, paraísos e infernos; escreveram livros sagrados, realizaram milagres, construíram catedrais e calabouços; coroaram e destronaram reis e rainhas; maltrataram e aprisionaram, torturaram e queimaram pessoas vivas; pregaram e rezaram; valeram-se de promessas e ameaças; adularam e persuadiram; apregoaram e ensinaram; de diversos modos, empenharam-se em tornar as pessoas honestas, temperadas, laboriosas e virtuosas; construíram hospitais e asilos, universidades e escolas. Parecem ter feito o máximo que estava ao seu alcance para tornar a humanidade melhor e mais feliz, e ainda assim falharam.

Por que falharam? Vou dizer o porquê.

Ignorância, pobreza e vício estão povoando o mundo. A sarjeta transformou-se num berçário.

Pessoas incapazes de sustentarem a si próprias enchem lares, casebres e choupanas de crianças, ficando à mercê do “Senhor”, da sorte e da caridade. Não são suficientemente inteligentes para pensar sobre as conseqüências ou sentir responsabilidade. Ao mesmo tempo, não querem crianças, pois estas são uma maldição – para os pais e para si próprias.

O bebê não é bem-vindo porque, na verdade, constitui um fardo. Essas crianças inconvenientes abarrotam prisões, asilos, creches, hospitais, e também lotam os patíbulos. Poucas se salvam pelo acaso ou pela caridade, mas a grande maioria constitui um malogro. Elas se tornam viciosas, ferozes. Vivem através da fraude e da violência, e posteriormente transmitem seus vícios aos seus filhos.

Contra esta inundação de vícios, as forças reformistas são inúteis, e a própria caridade se converte em uma forma inconsciente de promover o crime.

O insucesso parece ser a “marca registrada” da natureza. Por quê? Porque a natureza não possui um projeto e tampouco inteligência. A natureza produz sem objetivo, sustenta sem intenção e destrói sem pensamento. O homem possui uma pequena inteligência, e deveria usá-la. O intelecto é a única coisa capaz de elevar a humanidade.

A verdadeira questão é esta: podemos evitar que os ignorantes, os pobres e os viciosos continuem abarrotando o mundo com seus filhos?

Podemos evitar que esse Missouri de ignorância e vício deságüe no Mississipi da civilização?

Precisamos ser as eternas vítimas de uma paixão ignorante? O mundo pode ser civilizado a um ponto em que as conseqüências serão levadas em consideração por todos?

Por que homens e mulheres concebem filhos dos quais não podem cuidar, que são um fardo e uma maldição? Por quê? Porque possuem mais paixão do que inteligência, mais paixão do que consciência, mais paixão do que razão.

Não é possível reformar estas pessoas com panfletos ou conversas. Não é possível reformar essas pessoas com orações e credos. A paixão é – e sempre foi – surda. As armas da reforma são substancialmente inúteis. Criminosos, prostitutas, mendigos e malogros aumentam em número diariamente. As prisões, os asilos e os abrigos para pobres estão lotados. A religião está com as mãos atadas. A lei pode punir, mas não pode reformar criminosos e tampouco prevenir o crime. A maré do vício está subindo. A guerra que está sendo atualmente travada contra as forças do mal é tão vã quanto a guerra dos vaga-lumes contra a escuridão da noite.

Há apenas uma esperança. A ignorância, a pobreza e o vício precisam parar de povoar o mundo. Isso não pode ser feito pela moral. Isso não pode ser feito através discursos ou exemplos. Isso não pode ser feito pela religião ou pela lei, por padres ou por carrascos. Isso não pode ser feito através da força, seja esta física ou moral.

Para alcançar tal objetivo há apenas um modo. A ciência deve tornar a mulher a dona, a senhora de si mesma. A ciência é a única possível solução, ela deve conceder à mulher o poder de decidir por si mesma se deseja ou não se tornar uma mãe.

Isso soluciona toda a questão. Isso liberta a mulher. Os bebês que nascerem serão bem-vindos. Serão embalados com toda a felicidade. Encherão os lares de luz e felicidade.

Indivíduos que acreditam que escravos são mais puros e verdadeiros que os homens emancipados, que acreditam ser o medo um guia mais seguro que o conhecimento, que apenas os que obedecem ordens alheias são verdadeiramente bons e que a ignorância é o solo no qual a perfeição, a cheirosa flor da virtude cresce, irão cobrir suas faces chocadas com suas mãos em protesto.

Indivíduos que pensam que a luz é inimiga da virtude, que a pureza jaz na escuridão, que é perigoso que os seres humanos conheçam-se a si mesmos e os fenômenos naturais que afetam seu bem estar ficarão horrorizados com a idéia de fazer da inteligência o mestre da paixão.

Contudo, anseio pelo dia em que homens e mulheres, guiados pela sua noção das conseqüências futuras, pela moralidade nascida da inteligência, se recusarão a perpetuar aflições e dores, se recusarão a abarrotar o mundo com malogros.

Chegado este tempo, cairão as paredes das prisões, os calabouços serão inundados de luz e a sombra do patíbulo não mais amaldiçoará a Terra. A pobreza e o crime não se perpetuarão. As mãos magras da necessidade não mais se estenderão por esmolas. Tudo isso se tornará poeira. O mundo será inteligente, virtuoso e livre.


IX

A religião nunca poderá reformar a humanidade porque religião é escravidão.

É muito melhor ser livre, abandonar os fortes e as barricadas do medo, erguer-se com firmeza e encarar o futuro com um sorriso.

É muito melhor, às vezes, dar a si mesmo momentos de desprendimento, para divagar e navegar segundo a maré com a força cega do mundo; pensar e sonhar, esquecer as correntes e limitações da vida, esquecer propósitos e objetivos e viajar pela galeria de imagens em nossa mente; sentir novamente os abraços e beijos do passado, relembrar a manhã de nossas vidas; ver novamente os falecidos, as suas faces; pintar um quadro sensato do futuro, esquecer todos os deuses, suas promessas e ameaças; sentir novamente em nossas veias o fluir da felicidade e ouvir a música marcial, o bater rítmico de um coração destemido.

E então se colocar a serviço de todas as coisas úteis e, através do pensamento e da ação, alcançar o seu ideal; dar asas aos seus sonhos para que eles, como abelhas, possam realizar a arte de encontrar néctar nas coisas mais comuns; buscar, com olhos treinados e decididos, pelos fatos; encontrar as sutis ligações que conectam o distante e o agora.

Aumentar o conhecimento, aliviar o fardo dos fracos, desenvolver o cérebro, defender a justiça, construir um palácio para nossa alma. Isso é a verdadeira religião, isso é a verdadeira adoração.


Autor: Robert G. Ingersoll
Texto original: What Is Religion?
 Escrito em 1899