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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A HISTÓRIA DE ACÃ





Deixe-me agora exemplificar a moralidade, a misericórdia, a filosofia e a bondade do Velho Testamento.




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Josué tomou a cidade de Jericó. Depois da queda da cidade ele declarou que todo o espólio seria dado a Jeová.

Apesar da ordem, Acam escondeu em suas vestes prata e ouro.

Depois Josué tentou tomar a cidade de Ai. Ele falhou e muitos de seus soldados foram mortos. Josué procurou as causas da derrota e descobriu o tesouro oculto nas roupas de Acã, duzentos pesos de prata e uma cunha de ouro. Então Acã confessou.

Então Josué aprisionou os filhos e as filhas de Acã, seu gado e ovelhas e os apedrejou até a morte e enterrou seus corpos. 





Nada indica que os filhos e filhas cometeram qualquer crime. Certamente as ovelhas e gado não mereciam ser trucidados para pagar os crimes de seu dono. Esta é a justiça e a piedade de Jeová!

Após cometer esses crimes, com a ajuda de Jeová, ele capturou a cidade de Ai.




Ensaio de Robert Ingersoll







sábado, 19 de janeiro de 2013

SERÁ O VELHO TESTAMENTO INSPIRADO?




Para ser, deveria ser um livro que nenhum homem -ou grupo de homens- poderia produzir.

Deveria conter a perfeição da Filosofia.

Deveria estar de acordo com todo fato da natureza.

Não deveria conter nenhum erro em Astronomia, Geologia ou qualquer assunto da Ciência.

Sua moralidade deveria ser a mais alta e pura.

Suas leis e regras para a conduta deveriam ser as mais justas, sábias, perfeitas, e perfeitamente adaptadas aos fins desejados.

Não deveria conter nada que faça o homem cruel, vingativo ou infame.

Deveria ser cheio de justiça, pureza, honestidade, piedade e espírito de liberdade.

Deveria ser avessa à opressão e à guerra, à escravidão e avidez, ignorância, credulidade e superstição. 


Deveria desenvolver a mente e civilizar o homem.

Deveria satisfazer o cérebro e o coração dos mais sábios e inteligentes.

E deveria ser verdadeira.

Será que o Velho Testamento satisfaz estes parâmetros?

Há algo no Velho Testamento - em História, teoria, lei, moralidade, ciência - acima e além das idéias, crenças, costumes e preconceitos existentes naqueles povos entre os quais os autores viveram?

Há qualquer raio de luz de qualquer fonte sobrenatural?

Os antigos hebreus acreditavam que a Terra era o centro do Universo, e que o sol, lua e estrelas eram manchas no céu.

Com isto a Bíblia concorda.

Pensavam que a terra era plana, com quatro cantos; que o céu, o firmamento, era sólido -- o piso da casa de Jeová.

A Bíblia ensina o mesmo.

Imaginavam que o sol girava em torno da Terra e que, parando o sol, o dia se prolongaria.

A Bíblia concorda com isto.

Acreditavam que Adão e Eva seriam o primeiro homem e mulher; que eles haviam sido criados alguns anos antes e que eles, os hebreus, eram seus descendentes.

Isto a Bíblia ensina.

Se alguma coisa é ou pode ser certa, os escritores da Bíblia estavam enganados sobre a criação, Astronomia, Geologia; sobre as causas de fenômenos, a origem do mal e as causas da morte.

Agora deve-se admitir que se foi um Ser Infinito o autor da Bíblia, ele deveria saber todos os fatos, todas as ciências e não cometeria qualquer erro.

Se no entanto, há erros, desvios, falsas teorias, mitos ignorantes e asneiras na Bíblia, ela só pode ter sido escrita por seres finitos; ou seja, por pessoas ignorantes e equivocadas.

Nada pode ser mais claro que isto.

Por séculos a Igreja sustentou que a Bíblia era absolutamente certa; que não continha nenhum erro; que a história da criação era verdadeira; que sua Astronomia e Geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordassem do Velho Testamento eram infiéis e ateus.

Hoje as coisas mudaram. Cristãos educados admitem que os escritores da Bíblia não eram tão inspirados como a ciência. Eles agora dizem que Deus, ou Jeová não inspirou os escritores desse livro com o propósito de ensinar o mundo sobre Astronomia, Geologia ou qualquer outra Ciência.

Eles agora admitem que os homens inspirados que escreveram o Velho Testamento não sabiam coisa alguma de ciência, e que eles escreveram sobre a terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época.

Foram precisos muitos séculos para forçar os Teólogos a admitir isto.

Relutantemente, cheios de malícia e ódio, os pregadores se retiraram de campo, deixando a vitória com a ciência.

Então eles assumiram outra tática;

Eles passaram a afirmar que os autores da Bíblia eram inspirados em questões espirituais e morais; que Jeová queria informar seus filhos seus desígnios e seu infinito amor; que Jeová, vendo seu povo mau, ignorante e depravado, queria fazê-lo piedoso, justo, sábio e espiritual, e que a Bíblia é inspirada em leis, na religião que ela ensina e em suas idéias de governo.

Essa é a situação atual. Estaria a Bíblia mais próxima a seus ideais de justiça, piedade, moralidade ou religião que suas concepções de ciência? ou sua moral?

Ela apoiou a escravidão - sancionou a poligamia.

Poderia o diabo fazer pior?

É ela piedosa?

Na guerra, ela estendia a bandeira negra; comandava a destruição, o massacre de tudo - do idoso, do doente e desesperançado - de esposas e bebês.

Eram suas leis inspiradas?

Centenas de ofensas eram punidas com a morte. Pegar em ferramentas de trabalho nos domingo, assassinar seu pai na Segunda, eram crimes iguais. Não há na literatura código de leis mais sangrento.

As leis da vingança - retaliação - eram as leis de Jeová. Um olho por um olho, um dente por um dente, um membro por um membro.

Isto é selvageria - não Filosofia.

Seria justa e racional?

A Bíblia é o oposto de tolerância religiosa -- de liberdade religiosa. Quem discordasse da maioria era apedrejado até a morte. Investigação era um crime. Maridos eram ordenados a denunciar e ajudar na matança de esposas não crentes.

É inimiga da arte. "Não farás imagem esculpida". Isto é a morte da arte.

Palestina jamais produziu um pintor ou escultor.

Será a Bíblia civilizada?

Ela apoia a mentira, roubo, furto, assassinato, venda de carne estragada a estrangeiros, e até o sacrifício de seres humanos a Jeová.

Será ela filosófica?

Ensina que pecados de uma pessoa sejam transferidos a um animal -- um bode. Faz da maternidade uma ofensa para a qual a oferta de um pecado teve de ser feito.

Era mau parir um menino, e duas vezes mau parir uma menina.

Fabricar o óleo que era usado pelos padres era uma ofensa punida com a morte.

O sangue de um pássaro morto em água corrente era tido como medicinal.

Mancharia um Deus civilizado seu altar com o sangue de ovelhas, cordeiros e cabritos? Transformaria seus padres em carniceiros? Sentiria prazer em sentir cheiro de carne queimando?


Ensaio de Robert Ingersoll


 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A ORIGEM DA BÍBLIA




Algumas famílias de viajantes - pobres, esfarrapados, sem educação, arte ou poder; descendentes daqueles que foram escravizados por centenas de anos; ignorantes como os habitantes da África Central e recém-fugidos dos seus senhores no deserto de Sinai.

Seu suposto comandante, segundo nos relata a Bíblia, era Moisés, um homem que havia sido educado pela família do faraó que havia aprendido a mitologia e as leis do Egito. Com o propósito de controlar seus seguidores ele fingiu que fora instruído e assistido por Jeová, o deus dos fugitivos.
 
Tudo o que acontecia era atribuído à interferência do seu Deus. Moisés dizia que encontrara esse Deus cara a cara; que no topo do Monte Sinai ele recebera as tábuas de pedra nas quais, pelos dedos de Deus, os dez mandamentos haviam sido escritos, e que Jeová havia dito quais os sacrifícios e cerimônias que o agradavam e quais as leis que deveriam governar esse povo.
 
Deste modo a religião judaica e o código de leis foram estabelecidos.

Não foi dito que esta religião e esse código de leis se estenderiam a toda a humanidade.

Naquela época esses andarilhos não tinham qualquer relacionamento com outros povos. Não havia linguagem escrita, eles não sabiam ler ou escrever. Não havia meios de trazer essas mensagens a outros povos, de modo que elas ficaram enterradas no linguajar dessas tribos ignorantes, miseráveis e desconhecidas por mais de dois mil anos.
 
Muitos séculos depois de Moisés, o suposto líder, estar morto, muitos séculos depois que todos os seus seguidores já não mais existissem, o Pentateuco foi escrito, o trabalho de muitos escribas, e para dar força e autoridade, disseram que Moisés fora o autor.

Sabemos hoje que o Pentateuco não foi escrito por Moisés.

Cidades são mencionadas que não existiam na época em que Moisés viveu.

Dinheiro, cunhado séculos após sua morte, é citado.

Ninguém conhece ou finge conhecer o autor dos julgamentos; o que sabemos é que foi escrito séculos após os julgamentos deixarem de existir.
 
Ninguém conhece o autor de Ruth, nem o primeiro e segundo de Samuel; o que sabemos é que Samuel não escreveu os livros que levam seu nome. No 25º capítulo do primeiro Samuel é citada a aparição de Samuel pela bruxa de Endora ou Endor.


A Bruxa de Endor, a partir Sadducismus Triumphatus por Joseph Glanvill


Ninguém sabe quem foi o autor do primeiro e segundo livro dos reis ou o primeiro e segundo livro das Crônicas; tudo o que sabemos é que esses livros são de nenhum valor.

Sabemos que os Salmos não foram escritos por David. Nos Salmos a escravidão é citada, e isto não aconteceu até quinhentos anos após David ter ido dormir com seus pais.

Sabemos que Salomão não escreveu os livros dos Provérbios ou as Canções; que Isaías não foi o autor do livro que leva seu nome; que ninguém sabe o autor de Eclesiastes, Jó, Ester, ou qualquer outro livro do Velho Testamento, com exceção de Ezra.
 

Sabemos que Deus não é mencionado ou de qualquer outra maneira citado no livro de Ester. Sabemos também que o livro é cruel, absurdo e impossível.

Deus não é mencionado no salmo de Salomão, o melhor livro do Velho Testamento.
 
E sabemos que Eclesiastes foi escrito por um não-crente.

Sabemos que os judeus não decidiram qual dos livros eram inspirados - autênticos - até o segundo século depois de Cristo.

Sabemos que a idéia da inspiração teve um crescimento gradual, e que a inspiração havia sido determinada por aqueles que tinham certos fins a atingir.


Ensaio de Robert Ingersoll