Governo de Angola suspende por 60 dias as atividades das igrejas Universal do Reino de Deus, Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
Inquérito ao acidente que no último dia de 2012 matou 13 pessoas em Luanda leva também à proibição da actividade de seis outras igrejas evangélicas.
O Governo angolano mandou suspender “toda a
actividade” da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) por 60 dias, enquanto
decorrerem as investigações da Procuradoria-Geral da República ao acidente que
provocou a morte de 13 pessoas numa vigília em Luanda, no último dia de 2012.
Foram também proibidas as actividades de seis
outras confissões evangélicas que, “apesar de não estarem reconhecidas pelo
Estado”, realizam “cultos religiosos e publicidade”, recorrendo às “mesmas
práticas” que a IURD. São elas as Igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do
Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial
Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
As decisões, divulgadas num comunicado dos
“Órgãos Auxiliares do Presidente da República”, decorrem do trabalho da
comissão de inquérito nomeada por José Eduardo dos Santos após o
acidente de 31 de Dezembro, no Estádio da Cidadela. A Procuradoria fará
agora o “aprofundamento das investigações e a consequente responsabilização
civil e criminal”.
As conclusões divulgadas pela Presidência são
muito críticas para a IURD – “mesmo na sequência das mortes e desmaios de
pessoas, a Igreja não interrompeu a actividade”. A igreja é acusada de
“publicidade enganosa” traduzida no slogan da vigília: “O Dia do Fim –
venha dar um fim a todos os problemas que estão na sua vida; doença, miséria,
desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas, etc.
Traga toda a sua família”.
Essa publicidade, conclui o inquérito, “criou no
seio dos fiéis e não só uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus
problemas, tendo por isso atraído para o local do evento um elevado número de
pessoas, entre velhos, crianças e doentes”.
A IURD é responsabilizada por ter acolhido no
local cerca de 152.600 pessoas, apesar de ter recebido indicações da direcção
do complexo desportivo de que o recinto tem apenas capacidade para 30.000. O
grupo evangélico concentrou 35.000 pessoas nas bancadas, 30.000 por trás de
cada uma das balizas e 57 mil na parte frontal à tribuna. “A projecção
feita pela Igreja quanto ao número de pessoas para aquele recinto não foi
realista e pecou por excesso”, refere o inquérito.
A “adesão maciça” suplantou a previsão dos
organizadores, levou à sobrelotação do recinto muito antes da hora marcada para
o início da iniciativa e dificultou o trabalho da Polícia Nacional, dos
serviços médico e de protecção civil.
A partir de agora, a realização de cultos religiosos
em recintos fechados, como estádios e pavilhões gimnodesportivos, dependerá da
“prévia criação de condições de segurança, assistência e primeiros socorros”,
refere também o comunicado.
O acidente no Estádio da Cidadela chamou
a atenção para o crescimento da IURD em Angola, onde o culto evangélico
reivindica meio milhão de seguidores.
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