Todos
conhecem o vocábulo “Papa” e
designam-no ao supremo chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Este termo
vem do grego e significa “Pai”. Já em latim ele é formado pela junção da
primeira sílaba das duas palavras latinas: “Pater Patrum”, que quer dizer “Pai dos Pais”. Mas o significado que
os católicos mais gostam é: “Petri
Apostoli Potestatem Accipiens”, isto é, “aquele que recebe autoridade do
apóstolo Pedro”.
Segundo a doutrina católica, o papa é o
sucessor de São Pedro no governo da Igreja Universal e o Vigário de Cristo na
terra. Tem autoridade sobre todos os fiéis e sobre toda a hierarquia
eclesiástica. Além da autoridade espiritual exerce uma territorial
(interrompida de 1870 a
1929), que, a partir de 1929, é limitada ao Estado da cidade do Vaticano.
É
infalível quando fala “ex-cathedra” em assuntos de fé e moral. Alguns títulos
que o papa ostenta dão uma amostra deste desvario descomunal, são eles: Bispo
de Roma, Primaz da Itália, Patriarca do Ocidente, Vigário de Jesus Cristo,
Servo dos Servos de Deus, Sumo Pontífice da Igreja Universal, Sucessor do
Príncipe dos Apóstolos, Soberano do Estado da Cidade do Vaticano, Arcebispo e
Metropolita da Província Romana e Santo Padre.
O
papado teve durante a história de sua existência seus altos e baixos.
Recentemente, o papa João
Paulo II teve de pedir desculpas aos judeus pelo seu antecessor
o papa Pio XII e outros pecados da igreja.
Apesar de toda esta imponência de chefe de
Estado, líder espiritual da maior parcela de cristãos do mundo (1 bilhão) e
administrador de um império financeiro que a cada ano acumula bilhões de
dólares; algumas perguntas entretanto precisam ser feitas, tais como:
- Existem provas bíblicas e
históricas que indiquem ser o papa o sucessor do apóstolo Pedro?
-E Pedro, foi o primeiro papa
e gozou de supremacia sobre os demais apóstolos?
-Teria Pedro fundado a igreja
de Roma e tornado ela a sede de seu trono episcopal?
O
escopo de nossa matéria é apresentar respostas adequadas a perguntas cruciais
como estas, haja vista, a internet estar cheia de sites de cunho apologético
católico com o fito de refutar as verdades claras das escrituras sagradas
apresentadas pelos evangélicos.
“TU
ES PETRUS ET SUPER HANC PETRAM AEDIFICABO ECCLESIAM MEAM !”
Esta
perícope de Mateus 16:18 é tão especial para a cúria romana, que mandaram
grava-la em enormes letras douradas na cúpula da Basílica de São Pedro em Roma. Destarte ela
é a fonte primacial de toda a dogmática católica. O “Tu és Petrus”, carrega
atrás de si um séqüito de outras heresias erigidas em cima dos sofismas, dos
textos deslocados de seus respectivos contextos, interpretados de modo
arbitrário pelos teólogos e doutores papistas.
É ele
o genitor da infalibilidade papal, do poder temporal, e das demais aberrações
teológicas, ilogismos e invencionices dessa igreja. Portanto, desmontar à luz
da Bíblia todo este disparate teológico é desmoralizar a base em que se firma a
eclesiologia do catolicismo.
A
tese católica se firma em três questionáveis pressupostos principais a saber:
Não obstante o Novo Testamento trazer um silêncio sepulcral sobre o assunto, Em nenhuma passagem
supostamente escrita pelos evangelistas Mateus, Marcos ,
Lucas e João, bem como nos Atos dos Apóstolos ou das Epístolas, há qualquer
citação referente à presença de Pedro em Roma, os católicos afirmam ser fato
incontestável ter sido o apóstolo Pedro o fundador da igreja em Roma. Atribuem-lhe
ainda um pontificado de 25 anos na capital do império e conseqüente morte neste
lugar. É claro que estas ligações são a-priori de valor inestimável, pois
entrelaçadas vão robustecer a tese vaticana da primazia do papado. Contudo, não
deixam de ser argumentos gratuitos! Há de se frisar que somente a chamada
“(con) tradição”, vem em socorro da causa romanistas nestas horas e mesmo assim
de maneira dúbia. Vejamos:
Pedro não pode ter
sido papa durante 25 anos, pois foi martirizado no reinado do Imperador Nero,
por volta de 67/68. Subtraindo vinte cinco anos, retrocederemos ao ano de 42 ou
43. Nessa época não havia se realizado o Concílio de Jerusalém (Atos 15), que
se deu por volta de 48-49, Pedro participou (mas não deveria pois segundo a
tradição, nesta época, ele estava em Roma), no entanto, foi Tiago quem o
presidiu (Atos 15;13,19).
Em Atos 15:5-7,
observa-se que no período citado como do apostolado romano de Paulo, esse, na
verdade, encontrava-se em Jerusalém, indo depois morar na Antioquia, onde Paulo lhe dirigiu censuras por transigência no apostolado (Gal 2:2 e seguintes).
Na mesma epístola
em 2:7-8, Paulo deixa bem clara a divisão de tarefas entre ele e Pedro quando
diz: “... o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da
circuncisão. Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da
circuncisão esse operou também em mim com eficácia para com os gentios.” Cada
um tinha o seu trabalho. E Paulo nunca reclamou de Pedro ter entrado em sua
tarefa.
(Já Estava Escrito, Hélio da Silveira Pinto, Arc Editora)
Em 58, Paulo
escreveu a epístola aos Romanos. E no capítulo 16 mandou uma saudação para
muitos irmãos, mas Pedro sequer é mencionado. Paulo chegou a Roma no ano 62 e
foi visitado por muitos irmãos (Atos 28;30 e 31). Todavia, nesse período, não
há nenhuma menção de Pedro.
O Apóstolo Paulo
escreveu quatro cartas de Roma: Efésios, Colossensses, Filemon (62) e
Filipenses(entre 67 e 68) mas Pedro não é mencionado em nenhuma delas. Se Pedro
estava em Roma no ano 60, como se deve entender a revelação referida nos Atos
dos Apóstolos 23:11, em que
Jesus disse a Paulo: “Importa que dês testemunho de mim
também em Roma?” Cadê o papa de Roma na ocasião?
O inventor dessa
lenda foi Dionísio de Corinto, que, 100 anos após a morte de Pedro e sem
firmar-se em qualquer documento, escreveu falando das pregações de Pedro em
Roma e do falecimento deste naquela cidade.
Essa invenção levou, posteriormente (século
II), o bispo de Lion chamado Irineu a afirmar que a fundação da igreja romana
foi feita pelos dois apóstolos, Pedro e Paulo. E, ainda, que a concessão a Lino
do título de bispo teria sido feita pelos dois.
Vamos pensar um pouco?
Se Pedro fosse
bispo de Roma, a não ser que renunciasse, não poderia conceder esse título para
outro.
Porque Paulo tinha
que mandar cartas para igreja de Roma ensinando, se Pedro estava lá?
Atos 18 fala que
ouve uma proibição aos judeus de permanecer em roma. Pedro era judeu segundo
relato bíblico no Novo Testamento, essa proibição durou de 42 a 54. A historia católica fala que
Pedro morreu em Roma em 69, e que seu papado durou 25 anos.
Ademais, o fato da
expulsão de todos os judeus de Roma pelo imperador Cláudio, onde a história
registra a extradição de Áquila e Priscila. E silencia sobre o suposto Papa
Pedro que era judeu a frente da Igreja de Cristo.
Some-se a tudo
isso, o fato do historiador Flavius Josephus, considerado um dos maiores
historiadores antigo, cuja obra é considerada uma preciosidade para o povo
judeu e da vida helênica no primeiro século, nada disse em seus textos
originais sobre seu conterrâneo Jesus, seus apóstolos Pedro e Paulo que também
eram judeus em Roma, e que foram
executados por volta do ano 60.
Outro fato que acho
muito estranho é o caso de Pedro, deixar Jerusalém em poder dos romanos, perto de
ser destruída pelos romanos, para pregar o evangelho na terra do inimigo.
Some-se aqui o fato de não haver evidência de Pedro em Roma.
É por estas e
outras que não acreditamos que Pedro tenha fundado ou presidido a Igreja de
Roma como afirmam os católicos! A
história de que os ossos de Pedro estão na Basílica de São Pedro, que foi
construída pelo Imperador Constantino no século IV e que os ossos de São Tiago
estão em Compostela, não passa de lendas.
O
INSUSTENTÁVEL SUPORTE DA TRADIÇÃO
A tradição é um dos
pilares nos quais se assenta a teologia romanista. O principal órgão desta
tradição é a chamada “Patrística” que são os escritos dos primitivos cristãos.
Essa tradição é de relevante valor à causa católica, pois dela advém toda a
sofismática da tal “Sucessão Apostólica”. É dela que é extraída a má
interpretação de Mateus 16:18, da primazia de Roma, da corrente sucessória de
S. Pedro etc. Na verdade as coisas são bem diferentes quando analisadas de
maneira honesta.
Dos inúmeros “pais
da Igreja”, somente 77 opinaram a respeito do assunto de Mateus 16:18, sendo
que 44 reconheceram ser a fé de Pedro a rocha. 16 deles julgaram ser o próprio
Cristo e somente 17 concordaram com a tese vaticana.
Nenhum deles afirmavam a infalibilidade de
Pedro e tão pouco o tinham como papa. Exemplo disso é S. Agostinho que em seu Livro I , Capítulo
21 das Retratações (Livro escrito no fim da sua vida, para retratar-se de seus
escritos anteriores) expressamente afirma que sempre, salvo uma vez, ele havia
explicado as palavras Sobre esta pedra - não como se referissem à pessoa de
Pedro, mas sim a Cristo, cuja Divindade Pedro havia reconhecido e proclamado.
Diz certa fonte
católica que: “Se a corrente da sucessão apostólica por alguma razão
encontra-se interrompida, então as ordenações seguintes não são consideradas
válidas, e as missas e os mistérios, realizados por pessoas ilegalmente
ordenadas — desprovidos da graça divina. Essa condição é tão séria que a
ausência de sucessão dos bispos em uma ou outra denominação cristã despoja-a da
qualidade de Igreja verdadeira, mesmo que o bensino dogmático presente nela não
esteja deturpado.
Todos sabem que o
trono dos papas teve seus momentos de vacância, muitos papas conquistaram este
título por dinheiro, alguns papas considerados legítimos foram condenados como
hereges, outros pela ganância do cargo foram envenenados por seus rivais, ainda
outros foram nomeados por imperadores; quando não, havia três ou mais papas se
excomungando mutuamente pela disputa da cadeira de São Pedro.
Sem falar é claro,
da época negra da pornocracia. Não é debalde que na “Divina Comédia”, Dante
Alighieri, coloca vários papas no inferno!
Há ainda uma
tremenda contradição nas muitas listas dos pontífices romanos expostas por
historiadores católicos, nas quais os nomes de tais sucessores aparecem
trocados ou faltando. Não creio que estes homens sejam os verdadeiros
sucessores da cátedra de Pedro! A bem da verdade, essa tal sucessão
ininterrupta e contínua dos papas é totalmente arrebentada e falsa. É por
demais ultrajante mesmo para uma mente mediana suportar tamanha incongruência!
Pelo que foi resumidamente exposto acima, podemos concluir serenamente que:
PEDRO NUNCA FOI PAPA E NEM O PAPA É O VIGÁRIO DE CRISTO.
Reinaldo José Lopes
do G1, em São Paulo ,
afirma com certa segurança que São Pedro liderou cristãos romanos, mas nunca
foi papa, dizem ainda os
historiadores que o Papado monárquico surgiu séculos mais tarde.
Não há uma
evidência histórica verdadeira de que Pedro realmente esteve em Roma. Os papas são,
entretanto, os sucessores do Imperador Romano Constantino. Foi Constantino quem
legalizou o cristianismo com a esperança de unificar um Império fragmentado e
decadente. Ele mudou a capital do império para Constantinopla em 330, deixando
o bispo de Roma a cargo do Ocidente.
Essa influência foi
evidenciada pelo fato de ter ele mesmo convocado o Concílio de Nicéia.
Posteriormente, o Imperador Teodósio, o Grande, tornou o cristianismo a
religião oficial do Império, e a participação na igreja tornou-se obrigatória
por lei.
Justiniano I
(527-565), o maior de todos os imperadores, regulamentava todas as questões
teológicas definindo o Bispo de Roma como o "líder de todas as santas
igrejas", lançando assim a base legal para a supremacia papal.
O papado envolveu-se em intrigas políticas
internacionais a partir de 678, com o assassínio do rei merovíngio Dagoberto
II. A Igreja orquestrou o fim da Dinastia Merovíngia em uma tentativa
fracassada de garantir o título de "Rei de Jerusalém" para o papa. A
autoridade papal foi então grandemente expandida em 750 com a assim chamada
"descoberta" de um documento conhecido como a "Doação de
Constantino" (em 1440, Lorenzo Valla provou que esse documento foi uma
falsificação) Esse suposto documento do
ano 312 dava oficialmente ao bispo de Roma os símbolos e as vestes imperiais do
Imperador, que tornaram-se propriedades da Igreja. Ele declarava que o bispo de
Roma era o "Vigário de Cristo" e oferecia-lhe o status de Imperador.
As vestes foram supostamente devolvidas a Constantino, que as vestia com
permissão eclesiástica, mais ou menos como um empréstimo. Com esse documento em
mãos, a Igreja reivindicou o direito de coroar e depor os monarcas, e o papa
tornou-se o supremo mediador entre Deus e os reis.
FATOS CONTROVERSOS
Duas das epístolas
canônicas são escritas em nome de Pedro. Dado que Pedro é uma adaptação da
divindade pagã egípcia Petra, estas epístolas certamente não foram escritas por
ele. O estilo e o carácter da Primeira Epístola de Pedro sozinhos
mostram que não pode ter sido escrita antes de 80 D.C. Até de acordo com a
lenda Cristã, Pedro era suposto ter
morrido no decurso das perseguições instigadas por Nero em c. 64 D.C. e
portanto ele não poderia ter escrito a epístola.
Segundo Arthur
Weigal, o único testemunho escrito por quem teria convivido com Jesus teria
sido a epístola atribuída a Pedro. Teria surgido quando começaram as pretensas
perseguições aos cristãos, na qual ele os animava. Entretanto, como a
existência de Pedro é igualmente lendária, a epístola em questão não merece fé,
tendo sido composta por qualquer cristão, menos pelo mitológico Pedro.
Os escritos de
Tácito, dadas as adulterações sofridas, carecem de valor histórico. Dai não se
poder admitir como verdade que Nero, entre os anos 54 e 68, tenha realmente
perseguido aos seguidores de Jesus Cristo. Tertuliano, entretanto, afirma que
Pedro foi martirizado no governo de Nero.
Contudo, vários
pesquisadores, entre os quais Holmann e Weizsacker, demonstraram que essas
perseguições somente começaram a partir do século II. Irineu, no ano 180,
achava que a epístola de Pedro fora escrita em 83, mas não por Pedro. Nesta
epístola, Pedro dizia que “Jesus sofreu por nós, deixando-nos um exemplo”.
Acrescentara ter sido testemunha pessoal dos seus sofrimentos, após os quais
subiu ao céu, de onde voltaria em
breve. No entanto, sua volta não ocorreu até hoje, apesar de
terem se passado dois mil anos. A falta de cumprimento dessa promessa invalida
todas as suas afirmações.
Dizem alguns
autores (não há consenso) que dos 96 manuscritos papiráceos dos escritos do
Novo Testamento que chegaram até nós são na esmagadora maioria fragmentários,
ou, se algum deles abrange algum dos livros neotestamentários do princípio ao
fim, não deixa de apresentar lacunas em diversos pontos.
Somente o papiro
classificado como p[72], do século III ou IV, contém por inteiro duas epístolas
uma atribuída a Pedro e a epístola de Judas.