Tradução:
Eliana Curado
Está na moda ter uma raiva
apocalíptica da ameaça que representa à humanidade o vírus da AIDS, o mal da
“vaca louca” e muitos outros, mas penso que devemos nos preocupar com a fé, um
dos grandes males do mundo, comparável ao vírus da varíola, mas mais difícil de
ser erradicado.
A fé, sendo uma crença não
baseada em provas, é o vício principal de qualquer religião. Quem, ao olhar a
Irlanda do Norte ou o Oriente Médio, pode dizer enfaticamente que o vírus
cerebral da fé não seja extremamente perigoso? Uma das estórias contadas aos
jovens muçulmanos que são homens-bomba suicidas é que o martírio é a maneira
mais rápida de se chegar ao paraíso – e não apenas ao paraíso, mas a um lugar
especial, onde serão recompensados com o prêmio de 72 noivas virgens. Ocorre-me
que nossa melhor esperança pode estar associada a uma espécie de “controle de
armas espirituais”: enviar teólogos especialmente treinados para diminuir
progressivamente esse número de virgens.
Levando-se em conta o perigo
representado pela fé, e considerando as realizações da razão e da observação na
atividade chamada ciência, é irônico que, em minhas palestras públicas, sempre
haja alguém que diga: “É evidente que sua ciência é apenas uma religião como a
nossa. No fundo, a ciência não passa de fé”.
Bem, ciência não é religião
e não toca a fé porque, apesar de ter muitas das virtudes da religião, não
possui nenhum de seus vícios. A ciência se baseia em evidências verificáveis. A
fé religiosa não somente falha em provas, mas também apregoa com orgulho e
alegria sua independência de provas. Que outra razão os cristãos teriam para
fazer essa crítica raivosa à dúvida de Tomé? Os outros apóstolos são exemplos
de virtude para nós porque a fé lhes era suficiente. O cético Tomé, por outro
lado, exigia a evidência. Talvez ele devesse ser considerado o santo patrono
dos cientistas.
Uma razão pela qual eu sou
confrontado com a idéia de que a ciência é no fundo uma religião é porque eu
acredito de fato na evolução, e acredito com uma convicção apaixonada. Para
alguns, isto pode parecer superficialmente com a fé, mas a evidência que me faz
acreditar na evolução não somente é poderosamente forte, como também
encontra-se à disposição de qualquer um que queira se debruçar sobre o tema
para estudá-lo. Qualquer pessoa pode estudar as mesmas provas que eu e,
presumivelmente, chegar à mesma conclusão. Mas, se você tem uma crença que se
baseia somente na fé, eu não posso examinar suas razões. Você pode se esconder
atrás de seu muro particular de fé, onde não posso alcançá-lo.
É claro que, na prática, os
cientistas individuais às vezes recaem no vício da fé, e uns poucos talvez
acreditem de modo tão simplório em sua teoria favorita que ocasionalmente
cheguem a falsificar uma prova. Todavia, o fato de que isto às vezes aconteça
não altera o princípio de que o fazem com vergonha, e não com orgulho. O método
da ciência é tão bem arquitetado que geralmente traz à tona mais cedo ou mais
tarde qualquer tentativa de falsificação da evidência.
A ciência é na verdade uma
das disciplinas mais morais e honestas que existem, porque entraria em colapso
inteiramente se não fosse por uma escrupulosa aderência à honestidade na
apresentação da evidência. Como James Randi apontou, esta é a razão porque os
cientistas são tão freqüentemente enganados por paranormais cheios de truques e
porque o papel de desmascarar é melhor representado pelos prestidigitadores
profissionais. Os cientistas simplesmente não antecipam a desonestidade
deliberada. Há outras profissões (não é preciso mencionar os advogados
especificamente) em que a falsificação das provas, ou pelo menos a sua
adulteração, é precisamente o que as pessoas são pagas para fazer e que os
torna melhores na profissão.
A ciência está livre do
principal vício da religião, que é a fé. Mas, como assinalei, ela possui
algumas das virtudes da Religião. A Religião pode desejar conferir a seus
seguidores diversos benefícios, entre eles a explicação, a consolação e o
encantamento. A ciência pode oferecer o mesmo.
Os seres humanos têm um
grande apetite por explicações. Esta pode ser uma das principais razões porque
a religião se difundiu tão universalmente, uma vez que pretende dar
explicações. Nós somos dotados de uma consciência individual em um universo
misterioso e desejamos entendê-lo. A maior parte dos religiosos oferece uma
cosmologia, uma biologia, uma teoria da vida e uma teoria das origens, além de
significados para a existência.
Assim fazendo, eles
demonstram que a religião é, em certo sentido, ciência; mas não passa de má
ciência. O argumento não considera que religião e ciência operam em dimensões
separadas e dizem respeito a tipos de perguntas bastante distintos.
Historicamente, as Religiões sempre tentaram responder a perguntas que
pertencem propriamente à ciência, mas não deveriam ter permissão para se
retirarem do terreno em que elas tradicionalmente têm tentado brigar. Elas
oferecem tanto uma cosmologia quanto uma biologia; todavia, ambas são falsas.
O consolo é mais difícil
para a ciência oferecer. Diferentemente da religião, a ciência não pode
oferecer ao carente um encontro memorável com seus amados numa vida futura.
Aqueles que foram maltratados nesta vida não podem, de um ponto de vista
científico, antecipar uma doce vingança para seus atormentadores em uma vida
após a morte. Poder-se-ia argumentar que, se a idéia de uma vida posterior é
uma ilusão (como acredito que seja), a consolação que oferece é vazia.
Mas não é necessariamente assim; uma falsa
crença pode ser tão reconfortante quanto uma verdadeira, desde que o crente
jamais descubra sua falsidade. Mas se o consolo for tão barato assim, a ciência
é capaz de oferecer, em contrapartida, outros paliativos baratos, tais como
analgésicos, cujo conforto pode ou não ser ilusório, mas que funciona bem.
O encantamento, todavia, é o
terreno em que a ciência realmente sente-se à vontade. Todos os grandes
religiosos abrigam o temor, a empolgação diante da maravilha e beleza da
criação. É exatamente esta sensação de estremecimento, de temor reverente – de
quase adoração -, este sentimento de admiração arrebatadora, o que a ciência
moderna pode oferecer. E isto vai muito além dos sonhos mais selvagens dos
santos e místicos. O fato de que o sobrenatural não tenha lugar em nossas
explicações, em nossa compreensão do universo e da vida, não diminui o temor.
Na verdade, acontece o contrário. O mero vislumbre através de um microscópio do
cérebro de uma formiga, ou através de um telescópio, de uma galáxia remota de
um bilhão de mundos, é o suficiente para substituir os salmos de louvor tolos e
paroquiais.
Agora, quando me dizem que a
ciência ou alguma parte específica dela, como a teoria da evolução, é apenas
uma religião como qualquer outra, eu geralmente nego isto com indignação. Mas
começo a me perguntar se talvez esta não seja uma tática errada. Talvez a
tática certa seja aceitar o desafio com gratidão e exigir que as aulas de
ciência tenham a mesma duração que as aulas de educação religiosa. Quanto mais
eu penso nisso, mais eu percebo que deveríamos investir seriamente nesta idéia.
Quero, então, falar um pouco sobre a educação religiosa e o lugar que a ciência
poderia ocupar nela.
Eu lamento profundamente o
modo como as crianças são educadas. Não estou familiarizado inteiramente com o
modo como as coisas acontecem nos Estados Unidos, assim o que digo pode ter
mais relevância no Reino Unido, onde há instrução religiosa para todas as
crianças como imposição do Estado e obrigação legal. Isto é inconstitucional
nos Estados Unidos, mas presumo que as crianças recebam de qualquer forma uma
instrução religiosa na religião particular que seus pais julguem apropriada.
Isto me leva à observação
sobre o abuso mental de crianças. Em uma edição de 1995 do Independent, um dos
principais jornais londrinos, havia uma fotografia de uma cena relativamente
doce e tocante. Era a época de Natal, e a foto mostrava três crianças vestidas
como três homens sábios, encenando uma peça sobre a natividade. A estória
associada à foto representava uma criança Muçulmana, outra Hindu e outra,
Cristã. O ponto supostamente doce e tocante da estória é que todas elas
participavam da peça sobre a Natividade.
O que não é doce e nem
tocante é que estas crianças tinham todas quatro anos de idade. Como se pode
dizer que uma criança de quatro anos seja Muçulmana, ou Cristã, ou Hindu, ou
Judia? É possível falar de um economista de quatro anos de idade? O que você
diria sobre um neo-isolacionista de quatro anos, ou um liberal Republicano de
quatro anos? Há opiniões sobre o cosmos e o mundo que as crianças, uma vez
crescidas, presumivelmente estarão em condição de avaliar por si mesmas. A
Religião é um domínio em nossa cultura em que aceita-se prontamente, sem
questionamento – sem nem mesmo se aperceber do quanto isto é bizarro – que pais
tenham uma palavra total e absoluta sobre o que seus filhos serão, como seus
filhos vão ser formados, que opiniões seus filhos terão sobre o cosmos, sobre a
vida, sobre a existência. Você compreende o que quero dizer quando me refiro a
abuso mental de crianças?
Considerando agora o que se
espera que a educação religiosa seja capaz de oferecer, um de seus objetivos
poderia ser encorajar as crianças a refletir sobre as questões profundas da
existência, convidá-las a se colocar acima das preocupações tolas da vida
cotidiana e pensar sub specie aeternitatis.
A ciência é capaz de
fornecer uma visão da vida e do universo que, como já observei, com inspiração
poética humilde, supera em muito quaisquer crenças mutuamente contraditórias e
as tradições recentes e lamentáveis das religiões do mundo.
Por exemplo, como poderiam
as crianças, nas aulas de educação religiosa, deixar de se sentir inspiradas,
se pudéssemos fazê-las perceber um átimo da idade do universo? Vamos supor que,
no momento da morte de Cristo, a notícia de sua morte tivesse começado a viajar
pelo universo na velocidade máxima possível, distanciando-se da terra. Até onde
essa notícia terrível poderia ter chegado, até agora? Segundo a teoria da
relatividade especial, a notícia não poderia, sob quaisquer circunstâncias, ter
alcançado mais que uma qüinquagésima parte do percurso de uma única galáxia –
sequer a milésima parte do percurso até a galáxia vizinha da nossa, em um
universo com 100 milhões de galáxias. O universo de modo geral não poderia ser
outra coisa senão indiferente a Cristo, a seu nascimento, à sua paixão e à sua
morte. Mesmo momentos muito importantes, como a origem da vida na Terra,
poderiam ter viajado somente através de nosso pequeno feixe de galáxias. Mas
esse evento é tão remoto em nossa escala de tempo terrena que, se você medisse
esse tempo com seus braços abertos, a totalidade da história humana, a
totalidade da cultura humana, representariam a poeira da ponta de seus dedos em
um único movimento de uma lixa de unha.
É desnecessário dizer que o
argumento do arquiteto do universo, parte importante da história da religião,
não seria ignorado em minhas aulas de educação religiosa. As crianças olhariam
para as maravilhas eloqüentes dos reinos vivos, avaliariam o Darwinismo em
contraposição com as alternativas criacionistas e tirariam suas próprias
conclusões. Eu penso que as crianças não teriam dificuldade em raciocinar de
modo correto se lhes fossem apresentadas provas. O que me preocupa não é a
questão do tempo igual para o ensino de ciência e religião, mas que, até onde
posso perceber, as crianças do Reino Unido e dos Estados Unidos não tenham basicamente
nenhum tempo para o estudo da teoria da evolução. Ao contrário, só lhes ensinam
o criacionismo (quer seja na escola, na igreja ou em casa).
Seria interessante também
ensinar mais que uma teoria da criação. A dominante nesta cultura é o mito da
criação judeu, extraído do mito da criação babilônico. Há, claro, vários
outros, e talvez devêssemos conceder a todos eles o mesmo tempo (exceto pelo
fato de que não sobraria tempo para estudar nada mais). Sei que há Hindus que
acreditam que o mundo foi criado em uma desnatadeira cósmica e povos da Nigéria
que acreditam que o mundo foi criado por Deus a partir do excremento de
formigas. Certamente estas histórias têm tanto direito a tempo igual quanto o
mito Judeu-Cristão de Adão e Eva.
Já falamos demais sobre o
Gênesis; agora vamos nos mover para os profetas. O Cometa de Halley retornará
sem falha no ano 2062. As profecias Bíblicas ou Délficas não aspiram a esta
precisão; astrólogos e seguidores de Nostradamus não ousam se comprometer com
prognósticos factuais. Melhor ainda, disfarçam sua charlatanice com uma cortina
de fumaça de imprecisão. Quando os cometas apareceram no passado, foram
frequentemente vistos como prenúncios de desastres. A Astrologia tem tido um
papel importante em várias tradições religiosas, incluindo o Hinduísmo.
Supostamente os três reis magos que eu mencionei anteriormente foram conduzidos
à manjedoura de Jesus por uma estrela. Nós poderíamos perguntar às crianças por
que rota física elas imaginariam que a suposta influência estelar nos assuntos
humanos poderia viajar.
Houve um programa chocante
na Rádio BBC, no período natalino de 1995, que apresentava uma astrônoma, um
bispo e um jornalista designados para refazer os passos dos três reis magos.
Pode-se entender a participação do bispo e do jornalista (um escritor
religioso), mas a cientista era uma supostamente respeitável escritora de
astronomia, e mesmo assim ela seguiu adiante com isso! Durante todo o caminho
ela falou sobre os portentos de Saturno e Júpiter em posição ascendente em relação
a Urano, ou o que quer que fosse. Ela na verdade não acredita em astrologia,
mas um dos problemas é que nossa cultura aprendeu a se tornar tolerante em
relação à Astrologia, quando não vagamente entretida por ela – e tanto é assim
que mesmo pessoas do meio científico que não acreditam em astrologia de certa
forma pensam que seja uma diversão anódina. Eu trato a astrologia muito
seriamente: penso que é profundamente perniciosa porque solapa a racionalidade,
e gostaria de ver campanhas contra ela.
Quando as aulas de educação
religiosa se ocupam da ética, não penso que a ciência tenha muito a dizer, e eu
a substituiria pela filosofia moral racional. As crianças pensam que há padrões
absolutos de certo e errado? E se pensam assim, de onde eles vêm? Você pode
criar princípios de certo e errado que funcionem bem, como “faça com os outros
o que gostaria que fizessem com você” e “o maior bem para o maior número” (o
que quer que isso signifique)? É relevante perguntar como um evolucionista,
qualquer que seja sua moralidade pessoal, de onde vem a moral, ou que caminhos
levaram o cérebro humano a ter esse sentimento de certo e errado, essa
tendência à ética e à moral?
Deveríamos valorizar a vida
humana acima de todas as outras? Há uma parede sólida a ser construída em volta
da espécie Homo sapiens, ou deveríamos considerar que há outras espécies que
merecem nossas simpatias humanistas? Nós deveríamos, por exemplo, seguir o
lobby do direito à vida, que está inteiramente voltado para a vida humana, e
valorizar mais a vida de um feto humano, que tem as faculdades de um verme, que
a de um chipanzé que pensa e sente? Qual é a base desta cerca que erguemos em
volta do Homo sapiens – mesmo em volta de uma pequena peça de tecido fetal?
(Não soa muito como uma idéia evolucionária, ao se pensar sobre ela.) Quando,
na descendência evolucionária de nosso ancestral comum com os chimpanzés, a
cerca de proteção foi erguida?
Bem, saindo então da moral
para a escatologia, nós sabemos, pela segunda lei da termodinâmica, que toda complexidade,
toda a vida, todo o riso, todo o sofrimento, inclinam-se para o frio nada no
final. Eles – e nós – podem não ser mais que temporários; apostas locais do
grande decline universal no abismo da uniformidade.
Nós sabemos que o universo
está se expandindo e que provavelmente vai se expandir eternamente, embora seja
possível que se contraia novamente. Nós sabemos que, o que quer que aconteça ao
universo, o sol engolfará a terra em cerca de 60 milhões de séculos no futuro.
O tempo propriamente dito começou
em um certo momento, e pode terminar em um certo momento – ou não. O tempo pode
chegar ao fim localmente, em trituradores chamados buracos negros. As leis do
universo parecem ser verdadeiras para todo o universo. Por que é assim? As leis
poderiam ser outras nestes trituradores? Para ser um tanto especulativo, o
tempo poderia começar novamente com novas leis da física, novas constantes
físicas. Há hipóteses de que poderia haver muitos universos, cada um isolado
tão completamente dos demais que, para o primeiro, os outros não existiriam.
Neste caso, poderia haver uma seleção Darwinista entre os universos.
A ciência poderia dar uma
boa explicação de si mesma na educação religiosa, mas isto não seria o
bastante. Eu acredito que alguma familiaridade com a versão do Rei James da
Bíblia é importante para quem deseja compreender as alusões que aparecem na
Literatura Inglesa. Junto com o Book of Common Prayer, a Bíblia ganhou 58
páginas no Dicionário Oxford de Citações. Somente Shakespeare tem mais. Eu
penso que não ter qualquer tipo de educação bíblica é uma escolha infeliz para
as crianças que quiserem ler a Literatura Inglesa e entender a procedência de
frases como “através de um vidro escuro”, “toda a carne é como a relva”, “esta
corrida não é para o veloz”, “chorando no deserto”, “colhendo tempestade”,
“entre o joio”, “Sem olhos em Gaza”, “Os que consolam Jô” e “a oferta singela
da viúva”.
Quero ainda retornar à
acusação de que a ciência é apenas uma fé. A versão mais extrema desta acusação
– e que vejo com freqüência tanto em cientistas quanto em racionalistas – é a
acusação de haver um fanatismo e uma intolerância tão grandes em cientistas e
em religiosos. Às vezes pode haver um pouco de justiça nesta acusação, mas como
fanáticos intolerantes nós cientistas somos meros amadores. Nós nos contentamos
em discutir com aqueles que discordam de nossos pontos de vista. Nós não os
matamos.
Mas eu negaria até mesmo a
menor acusação de fanatismo puramente verbal. Há uma diferença muito, muito
importante entre o sentimento forte, mesmo apaixonado, em relação a algo porque
pensamos a respeito e examinamos as provas e, por outro lado, o sentimento
forte em relação a algo que foi internamente revelado a nós, ou internamente
revelado a outra pessoa na história e subseqüentemente reverenciado pela
tradição. Há uma enorme diferença entre a crença que alguém está preparado para
defender recorrendo à evidência e à lógica e uma crença que é apoiada por nada
mais que a tradição, a autoridade ou a revelação.
Ciência se define pela
aplicação rigorosa do método científico, pela formulação de hipóteses e teorias
abertas à refutabilidade e falseabilidade, bem como pela publicação, circulação
e intercâmbio da produção científica na comunidade de interpares.