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sábado, 11 de julho de 2015

OS PRIMEIROS CONCÍLIOS





O  patriarcado primitivo e a primazia papal.

A classe dominante da Igreja Católica Apostólica Romana, vem divulgando durante séculos, que os Papas, legítimos sucessores de Pedro, sempre exerceram a sua autoridade suprema sobre a Igreja Católica.

Para tirar a limpo essa falsa informação, hoje resolvi escrever um pouco sobre os concílios. Uma breve síntese, apenas para demonstrar na verdade, quem mandava na Igreja Católica.


O Primeiro Concílio Ecumênico realizou-se na cidade de Nicéia, no ano 325, convocado pelo imperador Constantino Magno. Deliberou sobre o erro de Ário, sacerdote de Alexandria, que se referia a Jesus Cristo somente como um homem inspirado por Deus e não a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Assim as idéias de Ário foram condenadas como doutrina errônea e foram criados os sete primeiros pontos do Credo que professamos.


O Segundo Concílio Ecumênico realizou-se no ano 381, conhecido como Constantinopla I, que foi convocado pelo imperador Teodósio e que condenou outro erro grave de Macedônio, Arcebispo de Constantinopla, que negava que o Espírito Santo fosse Deus, quer dizer, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que é a base da fé cristã. Neste Concílio completou-se o Credo - " Niceno-Constantinopolitano", o que se professa até hoje.



O Terceiro Concílio Ecumênico realizou-se em Éfeso, no ano 431, convocado pelo imperador Teodósio II, no seu nome e do imperador Valentiniano III do Império Romano Ocidental, para condenar Nestório, Arcebispo de Constantinopla, que propagava a crença de que a Virgem Maria não era Mãe de Deus, quer dizer da Segunda Pessoa de Deus, mas somente de um homem chamado Jesus, mais uma vez negando a divindade do Senhor Jesus. De acordo com Nestório, o homem chamado Jesus era simplesmente unido a Deus de modo espiritual e não era necessariamente o seu Filho.


O Quarto Concílio Ecumênico realizou-se em Calcedônia, no ano 451, convocado pelo imperador Marquiano, no seu nome e do imperador do Império Romano Ocidental. Este Concílio julgou Eutiques, monge de Constantinopla, que combateu Nestório de maneira equivocada, negando a humanidade de Jesus que está bem clara nas Sagradas Escrituras. Esta doutrina errônea chama-se Monofisitismo que vem do grego e significa "uma só natureza". Neste Concílio foi definitivamente estabelecido que Jesus tem duas naturezas, a Divina e a humana, sendo perfeitamente homem e Perfeitamente Deus.


O Quinto Concílio Ecumênico, Constantinopla II, realizou-se no ano 553. Foi convocado pelo imperador Justiniano. Este Concílio condenou as obras escritas pelos seguidores do herege Nestório.


O Sexto Concílio Ecumênico, Constantinopla III, realizou-se no ano 680. Foi convocado pelo imperador Constantino, Barbudo. Este Concílio combateu a corrente chamada Monotelista, que defendia a ideia de Cristo ter uma só vontade, a Divina, e que a vontade humana estava perfeita e absolutamente sujeita a esta Vontade Divina. Na verdade, a dualidade de vontades em Jesus Cristo não é contrariada uma pela outra, estando a vontade humana sujeita a Vontade Divina. (Lc 22,42). É nesta época que surge, historicamente, o Islamismo, analisado neste Concílio. Outro objeto de análise foi o destaque dado às novas Regras Apostólicas, transformadas no principal documento legislativo da Santa Igreja Ortodoxa (Nono Cânon).

O Sétimo Concílio Ecumênico, Nicéia lI, realizou-se no ano 787. Foi convocado pela imperatriz Irene, em seu nome e do seu filho Constantino, para condenar um grupo de iconoclastas que queriam proibir a veneração dos santos Ícones. Neste Concílio definiu-se e deliberou-se a doutrina ortodoxa da veneração dos Ícones.


O Oitavo Concílio Ecumênico, Constantinopla convocado pelo imperador bizantino Basílio I, entre 5 de outubro de 869 e 28 de fevereiro de 870. Compareceram 102 bispos, 3 legados papais e 4 patriarcas.  O concílio se reuniu em 10 sessões e emitiu 27 cânones.

Ele depôs Fócio, um leigo que havia sido consagrado Patriarca de Constantinopla, e restaurou seu antecessor, Inácio. Ele também reafirmou as decisões do Segundo Concílio de Niceia em apoio aos ícones e imagens sagradas, além de exigir que a imagem de Cristo tenha a mesma veneração que o Evangelho.

 O Primeiro Concílio de Latrão, de 1123, foi um concílio ecumênico da Igreja Católica. Ele foi convocado pelo Papa Calisto II em dezembro de 1122, imediatamente após a concordata de Worms. Os objetivos do concílio eram diversos, mas principalmente acabar com a prática de conferir benefícios para pessoas leigas, eliminar a influência secular nas eleições de bispos e abades, separar claramente os assuntos espirituais dos temporais, restabelecer o princípio de que a autoridade sobre os assuntos espirituais reside unicamente na Igreja e, finalmente, abolir completamente a influência dos imperadores nas eleições papais.

                         O concílio contou com a presença de 300 bispos e mais de 600 abades, todos reunidos em Roma em março de 1123, o que é um tamanho considerável em comparação com os concílios realizados até então. Calisto presidiu os trabalhos pessoalmente, durante os quais as decisões da concordata de Worms foram lidas e ratificadas, assim como diversas outras decisões foram tomadas.






A QUERELA DAS INVESTIDURAS E A CONCORDATA DE WORMS.


Papa Gregório VII, eleito pelo colégio dos Cardeais, proibiu a monarquia de interferir na escolha dos membros clericais.



Entende-se por querela, discussão, conflito, queixa. A querela das investiduras foi um movimento no qual a Igreja protestava contra a nomeação de bispos e papas pelo Imperador.

No século X, o poder papal estava enfraquecido. A situação se encontrava tão embaraçosa que os imperadores germânicos nomearam doze papas e excluíram cinco.

O principal conflito começou em 1075 entre o Papa São Gregório VII, e Henrique IV, Sacro Imperador Romano. Outra luta breve, mas significativa sobre as investidura também ocorreu entre o Papa Pascoal II e Henrique I de Inglaterra (sogro de Henrique V, Sacro Imperador Romano-Germânico, filho de Henrique IV) e em 1103-1107, a controvérsia também ocorreu entre Igreja e Estado na França. A polêmica foi finalmente resolvida pela Concordata de Worms em 1122.

 O imperador do Sacro Império Romano Germânico, em cujos domínios havia grande número de feudos religiosos. Henrique  IV, em defesa da autoridade imperial, declarou que a investidura deveria ser dada pelo imperador. Surgia, assim,  a questão das investiduras e iniciava-se a  luta entre o império e o papado. 

 Revoltados, os clérigos da Abadia de Cluny, na França, manifestaram-se exigindo maior autonomia à Igreja, que queria tomar o poder de escolha de seus membros para si. Durante o reinado de Henrique IV, o conflito entre as partes chegou ao seu ápice.

Em 1058 foi criado o Colégio dos Cardeais. O papa Nicolau II, seu criador, tinha como prioridade dar aos clérigos o direito soberano de escolha dos líderes religiosos. Em 1073, Gregório VII, membro da Abadia de Cluny, foi eleito pelo Colégio dos Cardeais para administrar a Igreja. Sua primeira ação foi reafirmar o voto de castidade entre os clérigos e proibir a Monarquia de indicar cargos religiosos.

Henrique se desentendeu com o papa Gregório VII e lhe obrigou a depor na dieta de Worms, uma espécie de tribunal católico. O papa não só depôs como excomungou Henrique e organizou uma oposição ao Imperador. Este, acuado, voltou atrás e pediu desculpas ao papa, no entanto, assim que foi perdoado, organizou seu exército a fim de derrubar o pontífice. Gregório, enfraquecido, exilou-se na França.


 Este conflito durou alguns anos até que em 1122, o antipapa Gregório VIII, indicado em 1120 por Henrique V, foi deposto e um pacto de trégua foi assinado entre as partes. O imperador teria poder de nomear bispos com autoridade secular, mas não com autoridade sagrada. Ou seja, poderia nomear, mas não realizar a cerimônia religiosa. Seria proibida a prática de cesaropapismo (união dos poderes imperiais = césar e religiosos = papismo) e de simonia (venda de cargos eclesiásticos). As práticas religiosas e as nomeações de cargos religiosos, no entanto, eram exclusivamente do papa. Este episódio ficou conhecido como a Concordata de Worms, por vezes chamada de Pactum Calixtinum por historiadores papais, por ter sido um acordo celebrado entre o Papa francês Calisto II e o Sacro Imperador Henrique V, celebrado em 23 de setembro de 1122,

  Em 1179, o terceiro Concílio de Latrão determina leis acerca da eleição papal e nomeação dos bispos.

SABER MAIS
PEDRO NUNCA ESTEVE EM ROMA