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terça-feira, 19 de maio de 2015

A HISTÓRIA DE JOSÉ CARPINTEIRO (APÓCRIFO)






CERTA VEZ aconteceu que muitos meninos seguiam Jesus para divertirem-se em sua companhia. Mas havia um pai de família que, irado ao ver que seu filho ia com Jesus, e para que não o seguisse mais, prendeu-o numa torre fortíssima e muito sólida, sem buraco nem entrada alguma além da porta e de uma janelinha estreitíssima, que apenas deixava passar um pouquinho de luz; e a porta estava bem escondida e trancada. E aconteceu que um dia Jesus aproximou-se dali com seus companheiros para brincar. Ao ouvi-los, o menino encarcerado pôs-se a gritar junto à janela da seguinte maneira: "Jesus, queridíssimo companheiro, ao ouvir tua voz minha alma regozijou-se e senti-me cheio de alívio. Por que me deixas aqui encarcerado?" Jesus foi até ele e lhe disse: "Estende-me uma mão ou um dedo pelo buraco". E tendo feito isto, Jesus pegou a mão daquele menino e o tirou através daquela estreitíssima janelinha. E o menino foi embora em sua companhia. Jesus disse-lhe: "Reconhece o poder de Deus e na tua velhice conta o que Deus te fez na tua infância". Ao tomar conhecimento do que havia acontecido, o pai de família primeiro dirigiu-se até a porta. E ao encontrá-la ainda fechada, gritou e disse que era um fantasma. E que os seus olhos estavam fechados para não reconhecer o poder divino.

2 Este mesmo pai de família, que era o mais velho dentre os juízes da sinagoga e dos fariseus e dos escribas e dos doutores, foi até José para queixar-se de Jesus, que havia feito novas maravilhas entre o povo, de maneira que já era venerado como Deus; e, exaltando-se, disse: "Olha que nossos jovens, entre os quais está meu filho, estão seguindo Jesus até o campo de Sicar". E, cheio de raiva, pegou um pau com intenção de bater em Jesus, e seguiu-o até um monte em cujo sopé estende-se uma plantação de favas. Jesus, porém, escapou da sua ira dando um pulo do cume da montanha até um ponto distante, como a flecha de um arco. E os outros meninos, querendo dar o mesmo salto, caíram no precipício, fraturando pernas, braços e pescoços. E por esse motivo levantou-se um enorme protesto diante de Maria e José; Jesus, porém, curou a todos e deixou-os mais sadios ainda que antes. Ao ver isto, então, o arquissinagogo, que era o pai do rapaz preso, e todos os outros presentes, adoraram por sua vez a Deus Adonai. E o lugar onde Jesus deu o salto chama-se até hoje o "Salto do Senhor".

3 E aconteceu que, sendo época de semeadura, José saiu para semear o trigo. E Jesus seguiu-o. Depois José começou sua faina, e espalhou as sementes até o limite da propriedade. Depois José veio ceifar no tempo da colheita. E também Jesus veio recolher as espigas que havia semeado, e sua colheita foi de cem alqueires de riquíssimo trigo, quantidade que nem três ou quatro campos juntos produziam. E José disse: "Chamai os pobres, órfãos e viúvas e reparti com eles o trigo da minha colheita". E assim se fez. Mas, ao distribuí-lo, sobreveio um extraordinário e inesperado aumento. Os pobres que foram com ele supridos abençoaram o Senhor de todo o coração, dizendo que o Senhor Deus de Israel havia visitado o seu povo.

4 De novo aconteceu em um dia de semeadura que Jesus ia atravessando a Ásia e viu um lavrador que semeava certa espécie de legume chamado grão-de-bico, em uma propriedade próxima ao túmulo de Raquel, entre Jerusalém e Belém. Jesus lhe disse: "Homem, que estás semeando?" Mas ele, com raiva e zombando do fato de que um jovem daquela idade lhe fazia tal pergunta, respondeu: "Pedras". E Jesus, por sua vez, lhe disse: "Tens razão, porque efetivamente são pedras". E todos aqueles grãos-de-bico transformaram-se em duríssimas pedras, que ainda conservam a forma de grãos-de-bico, a cor, bem como o pequeno olho na cabeça. E desta maneira todos aqueles grãos, tanto os já semeados quanto aqueles que iriam ser semeados, transformaram-se em pedras. E até hoje, procurando-as com cuidado, pode-se encontrar as tais pedras nesse campo.

5 Outro dia de manhã, quando o orvalho ainda suavizava o calor do sol, José e Maria vinham subindo do lado de Tiro e Sidon em direção a Nazaré. E à medida que o sol ia subindo, Maria sentia-se cada vez mais sufocada, até que sentou-se no chão muito cansada. E disse a José: "Continua subindo esta temperatura que me afoga; que se poderá fazer? Não vejo por aqui nenhuma sombra onde possa proteger-me". E levantando suas mãos aos céus, orou dizendo: "Oh Virtude do Altíssimo! Segundo aquela doce palavra que ouvi uma vez e que vinha de ti, protege-me com tua sombra; que minh'alma viva e me seja dado o teu refrigério". E Jesus, ao ouvir essas palavras, alegrou-se e fincou no solo um pau seco que levava na mão para servir-lhe de bastão, dizendo com voz imperiosa: "Proporciona neste momento uma sombra agradável para minha mãe". E no mesmo instante aquela vara converteu-se em uma árvore copada e frondosa, que lhes ofereceu um doce refrigério para seu descanso.

6 Um dia de inverno fazia um sol esplêndido, e um raio de sol estendeu-se e veio, pela janela, incidir na parede da casa de José. E por ali estavam os jovens da vizinhança, companheiros de Jesus, correndo pela casa; Jesus montou o raio de sol e, colocando suas vestes em cima dele, sentou-se como se estivesse acomodado sobre uma firmíssima viga. Ao ver isso, seus companheiros pensaram que seriam capazes de fazer o mesmo. E tentaram subir para sentar-se com Jesus, imitando-lhe o jogo. Mas despencaram gritando: "Estamos nos fazendo em pedaços". Jesus, porém, atendendo aos rogos de Maria e de José, pôs-se a curar as lesões de todos os feridos soprando levemente no lugar machucado, dizendo: "O Espírito assopra onde quer e devolve a saúde a quem lhe apraz". E todos foram embora curados. E contaram todas estas coisas a seus pais, sendo o fato conhecido em Jerusalém e nos mais remotos confins de Judá. Com o que a fama de Jesus estendeu-se por todas as províncias. E vieram para render-lhe graças e serem, por sua vez, abençoados por ele. E lhe disseram: "Bem-aventurado o ventre que te carregou e os seios que te amamentaram".

José e Maria deram graças a Deus por todas as coisas que haviam visto e ouvido.

7 Numa outra ocasião, Maria disse ao seu filho: "Olha, filho, vai à fonte de Gabriel, tira água e traze-a neste cântaro". E submisso às ordens da mãe, foi. E os meninos da sua idade seguiam-no para vê-lo, levando cada um o seu cântaro. E, já de volta, Jesus jogou com força o seu cântaro contra uma rocha que havia no caminho, sem que se rompesse ou produzisse muito barulho. Ao ver isto os demais fizeram a mesma coisa com os seus, quebrando cada um o seu cântaro e derramando a água que haviam ido buscar na fonte. Então sobreveio um tumulto e levantaram-se queixas, mas Jesus recolheu os fragmentos, recompôs os vasilhames e devolveu-os a cada um cheios de água. E elevou seus olhos ao céu, dizendo: "Pai, desta mesma maneira hão de ser consertados os homens que confusos pereceram". Ficaram todos estupefatos diante daquele feito e diante daquelas palavras e o louvaram dizendo: "Bendito o que vem em nome do Senhor. Amém".






quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A HISTÓRIA DE DANIEL




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O rei Dario honrou e exaltou Daniel e os príncipes nativos tiveram ciúmes. Então eles induziram o rei a assinar um decreto para efeito de que, qualquer homem que fizesse qualquer petição a qualquer deus ou homem, com exceção do rei Dario, por trinta dias, seria atirado ao covil dos leões.

Depois esses homens descobriram que Daniel, com sua face voltada para Jerusalém, rezava três vezes ao dia para Jeová.
 
Então Daniel foi atirado ao covil dos leões; uma pedra foi colocada na entrada do covil e selada com o selo real.
 
O rei dormiu mal. Na manhã seguinte ele foi ao covil e chamou Daniel. Daniel respondeu e disse ao rei que Deus mandara seus anjos e fechara as bocas dos leões. 






Daniel foi liberado vivo e o rei se converteu ao Deus de Daniel.

Aqui vai uma oportunidade para conhecermos a Justiça de Deus.
 
Dario, que acreditava num Deus verdadeiro, mandou os homens que acusaram Daniel, junto com suas esposas e filhos para o covil dos leões.

"E os leões os dominaram e quebraram todos os seus ossos em pedaços e os reuniram no fundo do fosso."

O que fizeram as viúvas e crianças? Como ofenderam o rei Dario, que acreditava em Jeová? Quem protegeu Daniel? Jeová! Quem deixou de proteger as inocentes viúvas e crianças? Jeová!