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domingo, 20 de março de 2016

A QUESTÃO DOS PORCOS CITADOS NA BÍBLIA CRISTÃ

Homem apoderado por 2 mil Demônios





O porco não era criado pelos Árabes (Plínio, Hist. Nat. VIII, 78), e era considerado como imundo pelos Fenícios, Etíopes e Egípcios... Para os Judeus a carne de porco era abominável, o porco era a divisa da sujidade e da baixeza...

A proibição está claramente expressa no capítulo 11 do Levitico: "Entre todos os animais da terra, eis os que podereis comer: aqueles que tem os cascos fendidos e que ruminam (...) O porco, que tem os cascos fendidos, mas não rumina, é impuro."

O termo "kasher" significa genericamente "apropriado para o uso ou consumo". Mais especificamente, denota um alimento permitido pela lei judaica. Em contraste, designam-se por treifá os alimentos proibidos. Todas as leis alimentares judaicas (leis de kashrut) derivam de preceitos bíblicos, a maior parte dos quais são enumerados no capítulo 11 do Livro de Levítico. Uma das interpretações mais deturpadas sobre as leis de kashrut é que elas foram instituídas como medida sanitária. Assim, por exemplo, a carne de porco teria sido proibida porque ela pode transmitir a triquinose. Isto não é verdade. A própria Torá explica, em linguagem simples e direta, a razão das leis alimentares: "Pois Eu sou o Senhor, vosso Deus. Vós vos santificareis (...) e não vos contaminareis (...) Sereis santos porque Eu sou santo" (Levitico 11:44-45). Os rabinos da era talmúdica frisavam que não há nada de errado, do ponto de vista biológico e sanitário, com os alimentos não-kasher. O judeu tem que se abster de comê-los, não porque façam mal à saúde, mas sim porque a lei divina é suprema, mesmo que esteja além dos limites da compreensão humana. A única razão para as leis de kashrut é o conceito ético de santidade. E a santidade pode e deve ser ressaltada mesmo nos aspectos mais mundanos do dia-a-dia. Nenhum ato é insignificante. Cada vez que preparamos ou comemos um alimento kasher, estamos aprendendo algo sobre a reverência pela vida. Quando ingerimos um pedaço de carne kasher, conscientizamo-nos que o animal é uma criatura de Deus e que a morte dessa criatura não pode ser tomada com leviandade, pois todo ser vivo traz dentro de si uma centelha divina. Isto é Kedushá, santidade: "Fazes da tua mesa um altar ao Senhor" (Talmud Brachot 55a).

Assim como a proibição ao consumo da carne suína, existem outras restrições, como o consumo de camarão e de carne com leite ou seus derivados numa mesma refeição. A carne bovina consumida por judeus é apenas aquela realizada por abate especial (no qual, o animal não é sensibilizado antes de ser sangrado pelo Shochet).

A bíblia me diz que na cidade de Gerasa ou Gerash, quando da passagem de Jesus pregando o seu evangelho, um homem marginalizado por espírito imundo e demonstrando força descomunal ao vê-lo, o reconheceu como filho de Deus, partindo daí uma descrição do diálogo de Jesus com os espíritos malignos que habitavam o corpo do endemoniado. Em certo momentos os demônios encarnados no pobre homem, sabendo o potencial exorcista de Jesus o  pediram para o Mestre que os deixassem em Gerasa, mesmo que fosse encarnados nos porcos. Jesus acatou o pedido dos demônios e havendo dois mil porcos pastando naquele local  permitiu que os espíritos malignos vindos dos quintos dos infernos, neles encarnassem o que de pronto fez dos pacatos porcos uma vara de loucos correndo todos para um precipício.

A crença na antiguidade de que as doenças eram causada por demônios se repete, livre dos demônios o homem ficou são e salvo, e os porcos que receberam os espíritos malignos que haviam por muito tempo se apoderado do corpo do pobre homem, ficaram enlouquecidos preferindo o suicídio por afogamento, precipitando-se no mar (segundo Marcos 5:13) em um lago, (segundo Lucas 8:33) tendo provocado espanto nos homens que tomavam conta dos porcos. Isso na versão de João Ferreira de Almeida ao traduzir os livros citados. 


A história de Jerash é uma mistura do mundo greco-romano da bacia mediterrânea, e das antigas tradições da Arábia Oriental. De fato, o próprio nome da cidade reflete esta interação. Os habitantes Árabe-Semitas mais antigos, que habitavam na área durante o período pré-clássico do primeiro milênio BCE. chamavam sua aldeia Garschu. Os romanos posteriormente helenizaram o antigo nome árabe de Garschu para Gerasa, e a Biblia refere-se "à região dos Gerasenos" (Mk 5:1; Lc 8:26). No fim do século 19, os habitantes árabes e circanos dos pequenos estabelecimentos rurais transformaram a Gerasa romana em Jerash árabe.

A questão que se segue é: - Se havia a proibição do consumo da carne de porco, como explicar a criação de porcos citados pelos evangelistas Marcos e Lucas no Novo Testamento, em uma região ou país povoado no primeiro século por árabes e semitas?




Como explicar a criação de porcos apascentados pelo filho pródigo de quem fala Lucas - o evangelista que não conheceu Jesus?


CONTRADIÇÃO BÍBLICA


"Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é impuro em si mesmo, a não ser para quem considera uma coisa impura: para esse é que é impuro" (Paulo, carta aos rom, 14: 14)

Por outro lado  Paulo denunciou a Lei dizendo: "Porque a Lei produz a ira, e onde não há Lei, também não há transgressão." (S. Paulo, 4: 15).


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 Recomenda a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são apenas apontamentos de estudo.