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sábado, 22 de junho de 2013

POR QUE OS JUDEUS NÃO CREEM EM JESUS





Por: Shraga Simmons 



Por séculos os judeus foram perseguidos por sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor suas idéias e aniquilar o Judaísmo. Nem as cruzadas, nem a Inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular nossas almas cumprindo seu intento.

O Judaísmo mantém sua chama sempre viva.

A história comprova: os judeus continuam rejeitando o Cristianismo. Por quê? Porque somos simplesmente judeus, nascemos e vivemos o Judaísmo e temos nossas próprias convicções. Mas quando judeus são seguidamente questionados sobre esta questão e não-judeus freqüentemente perguntam: "Por que os judeus não acreditam em Jesus?" Preparamos alguns argumentos com o objetivo, não de depreciar outras religiões, pois respeitamos a todos e por esta razão não fazemos proselitismo, mas sim apenas para esclarecer a posição judaica.

Por que os judeus não acreditam em Jesus?

Porque:

1. Jesus não preencheu as profecias messiânicas

O que o Messias deveria atingir?

A Torá diz que ele:

a - Construirá o terceiro Templo Sagrado (Yechezkel 37:26-28); b - Levará todos os judeus de volta à Terra de Israel (Yeshayáhu 43:5-6);

c - Introduzirá uma era de paz mundial, e terminará com o ódio, opressão, sofrimento e doenças. Como está escrito: "Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a guerra”.(Yeshayáhu 2:4);

d - Divulgará o conhecimento universal sobre o D-us de Israel - unificando toda a raça humana como uma só. Como está escrito: "D-us reinará sobre todo o mundo - naquele dia, D-us será Um e seu nome será Um" (Zecharyá 14:9). O fato histórico é que Jesus não preencheu nenhuma destas profecias messiânicas.


2. O Cristianismo contradiz a teologia judaica

a – D-us em três? A idéia cristã da trindade quebra D-us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19). Compare isto com o Shemá, a base da crença judaica: "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D-us, o Senhor é UM" (Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D-us todos os dias, escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin - filactérios). Esta declaração da unicidade de D-us são as primeiras palavras que uma criança judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer. Na Lei Judaica, adorar um deus em três partes é considerado idolatria - um dos três pecados cardeais, que o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se converterem.

b - Um homem como Deus? Os cristãos acreditam que D-us veio à terra em forma humana, como disse Jesus: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30). Maimônides devota a maior parte do "Guia dos Perplexos" a idéia fundamental que D-us é incorpóreo, significando que Ele não assume forma física. D-us é eterno, acima do tempo. É infinito, além do espaço. Não pode nascer, e não pode morrer. Dizer que D-us assume forma humana torna D-us pequeno, diminuindo tanto Sua Unidade como Sua Divindade. Como diz a Torá: "D-us não é um mortal" (Bamidbar 23:19).

O Judaísmo diz que Messias nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outra pessoa. Não será um semideus, e não possuirá qualidades sobrenaturais. De fato, em cada geração vive um indivíduo com a capacidade de tornar-se o Messias. (veja Maimônides - Leis dos Reis 11:3).

c - Um intermediário para a oração? É uma idéia básica na crença cristã que a prece deve ser dirigida através de um intermediário - i.e., confessando-se os pecados a um padre. O próprio Jesus é um intermediário, pois disse: "Nenhum homem chega ao Pai a não ser através de mim”. No Judaísmo, a prece é assunto totalmente particular, entre cada pessoa e D-us. A Torá diz: "D-us está perto de todos que clamam por Ele" (Tehilim 145:18). Além disso, os Dez Mandamentos declaram: "Não terá outros deuses DIANTE DE MIM”, significando que é proibido colocar um mediador entre D-us e o homem. (veja Maimônides - Leis da Idolatria cap.1).

d - Envolvimento no mundo físico. O Cristianismo freqüentemente trata o mundo físico como um mal a ser evitado. Maria, a mais sagrada mulher cristã, é retratada como uma virgem. Padres e freiras são celibatários. E os mosteiros estão em locais remotos e segregados. Em contraste, o Judaísmo acredita que D-us criou o mundo físico não para nos frustrar, mas para nosso prazer. A espiritualidade judaica vem através do envolvimento no mundo físico de maneira tal que ascenda e eleve. O sexo no contexto apropriado é um dos atos mais sagrados que podemos realizar. O Talmud diz que se uma pessoa tem a oportunidade de saborear uma nova fruta e recusa-se a fazê-lo, terá de prestar contas por isso no Mundo Vindouro. As escolas rabínicas ensinam como viver entre o alvoroço da atividade comercial. Os judeus não se afastam da vida, elevam-na.


3. Jesus não personifica as qualificações pessoais do Messias

a - Messias como profeta. Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 a.E.C), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilônia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.

Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.

b - Descendente de David. O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno!

c - Observância da Torá. O Messias levará o povo judeu à completa observância da Torá. A Torá declara que todas as mitsvot (preceitos) permanecem para sempre, e quem quer que altere a Torá é imediatamente identificado como um falso profeta. (Devarim 13:1-4). No decorrer de todo o Novo Testamento, Jesus contradiz a Torá e declara que seus mandamentos não se aplicam mais. (veja João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).


4. Versículos bíblicos "referindo-se" a Jesus são traduções incorretas

Os versículos bíblicos apenas podem ser entendidos estudando-se o texto original em hebraico - que revela muitas discrepâncias na tradução cristã.

a - Nascimento virgem. A idéia cristã de um nascimento virgem é extraído de um versículo em Yeshayáhu descrevendo uma "alma" que dá à luz. A palavra "alma" sempre significou uma mulher jovem, mas os teólogos cristãos séculos mais tarde traduziram-na como "virgem". Isto relaciona o nascimento de Jesus com a idéia pagã do primeiro século, de mortais sendo impregnados por deuses.

b – Crucificação. O versículo em Tehilim (salmos) 22:17 afirma: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés”. A palavra hebraica ka'ari (como um leão) é gramaticalmente semelhante às palavras "ferir muito". Dessa maneira o Cristianismo lê o versículo como uma referência à crucificação: "Eles furaram minhas mãos e pés”.

c - Servo sofredor. Os cristãos afirmam que Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Jesus. Na verdade, Yeshayáhu 53 segue diretamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a redenção do povo judeu. As profecias são escritas na forma singular porque os judeus (Israel) são considerados como sendo uma unidade. 

A Torá está repleta de exemplos de referências à nação judaica com um pronome singular. Ironicamente, as profecias de perseguição de Yeshayáhu referem-se em parte ao século XI, quando os judeus foram torturados e mortos pelas Cruzadas, que agiram em nome de Jesus. De onde provêm estas traduções erradas? S. Gregório, Bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um certo jargão é necessário para se impor ao povo. Quantos menos compreenderem, mais admirarão”.


5. A crença judaica é baseada na revelação nacional

Das 15.000 religiões na História Humana, apenas o Judaísmo baseia sua crença na revelação nacional - i.e., D-us falando à toda a nação. Se D-us está para iniciar uma religião, faz sentido que Ele falará à todos, não apenas a uma pessoa. O Judaísmo é a única entre todas as grandes religiões do mundo que não confia em "reivindicações de milagres" como base para estabelecer uma religião.

De fato, a Torá afirma que D-us às vezes concede o poder de "milagres" a charlatões, para testar a lealdade judaica à Torá (Devarim 13:4). Maimônides declara (Fundações da Torá, cap. 8): "Os Judeus não creram em Moshê (Moisés), nosso mestre, por causa dos milagres que realizou. Sempre que a crença de alguém se baseia na contemplação de milagres, tem dúvidas remanescentes, porque é possível que os milagres tenham sido realizados através de mágica ou feitiçaria.

Todos os milagres realizados por Moshê no deserto aconteceram porque eram necessários, e não como prova de sua profecia”. Qual era então a base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que vimos com nossos próprios olhos e ouvimos com nossos ouvidos, não dependendo do testemunho de outros... como está escrito: 'Face a face, D-us falou com vocês...' A Torá também declara: 'D-us não fez esta aliança com nossos pais, mas conosco - que hoje estamos todos aqui, vivos.' (Devarim 5:3).”O Judaísmo não são os milagres. É o testemunho da experiência pessoal de todo homem, mulher e criança”.


6. Judeus e gentios

O Judaísmo não exige que todos se convertam à religião. A Torá de Moshê é uma verdade para toda a Humanidade, seja judia ou não. O Rei Salomão pediu a D-us para considerar as preces de não-judeus que vão ao Templo Sagrado (Reis I, 8:41-43). O profeta Yeshayáhu refere-se ao Templo Sagrado como uma "Casa para todas as nações”. O serviço no Templo durante Sucot realizava 70 oferendas de touros, correspondendo às 70 nações do mundo.

De fato, o Talmud diz que se os romanos tivessem percebido quantos benefícios estavam conseguindo do Templo, jamais o teriam destruído. Os judeus nunca buscaram ativamente converter as pessoas ao Judaísmo, porque a Torá prescreve um caminho correto para que os gentios o sigam, conhecido como "As Sete Leis de Nôach”.

Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis morais básicas recebe um lugar apropriado no céu.

1. Creia em D-us - não adore ídolos.
2. Respeite D-us e ame-O. Não blasfeme Seu nome.
3. Respeite a vida humana - não mate.
4. Respeite a família - não cometa atos sexuais imorais.
5. Respeite os direitos e a propriedade dos outros - não roube.
6. Estabeleça tribunais para a manutenção da justiça.
7. Respeite todas as criaturas - não coma a carne de um animal enquanto ele ainda está vivo.


7. Trazendo o Messias

De fato, o mundo está desesperadamente necessitado da Redenção Messiânica. A guerra e a poluição ameaçam nosso planeta; o ego e a confusão estão erodindo a vida familiar. Na mesma extensão em que estamos conscientes dos problemas da sociedade, é a extensão em que ansiamos pela Redenção. Como declara o Talmud, uma das primeiras perguntas que um judeu recebe no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela vinda do Messias?"

Como podemos apressar a vinda de Mashiach (Messias)? A melhor maneira é amar generosamente toda a humanidade, cumprir as mitsvot da Torá (da melhor maneira que pudermos) e encorajar outros para que as cumpram também. O Mashiach pode chegar a qualquer momento e tudo depende de nossas ações. D-us estará pronto quando estivermos. Pois, como disse o Rei David: "A Redenção chegará hoje - se derem atenção à Sua voz”.

·       Shraga Simmons é rabino nos Estados Unidos e escreveu este artigo para o Aish.com
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(www.aish.com).