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segunda-feira, 3 de junho de 2013

INQUISIÇÃO





O monoteísmo é a forma religiosa mais propensa à realização de guerras santas. Desde quando os judeus inventaram o Deus único, o ocidente nunca mais ficou livre da intolerância religiosa. Primeiro os romanos, depois os bárbaros do norte da Europa, em seguida os islamitas, os protestantes, os indígenas, os ateus, todos que não professavam a mesma fé no mesmo deus eram tidos por infiéis, hereges, que deveriam ser “salvos”, pela palavra ou pela força.

A partir do século IV da nossa era, começará o assassinato dos não-crentes pelos cristãos.



O piedoso imperador romano cristão Teodósio interdita progressivamente todos os cultos não cristãos. Pouco a pouco, os templos não-cristãos são fechados ao culto, as procissões “pagãs” são proibidas. Esta supressão da liberdade de religião em proveito exclusivo do cristianismo causa, por vezes, revoltas, como a de 408, em Calama, na Numídia. É nessa época que acontecem na Germânia as primeiras execuções de hereges, uma bela tradição que a Igreja desenvolverá com a Inquisição e a perpetuará até 1826.

No ano de 1231, a perseguição aos não-crentes foi institucionalizada, a Igreja Católica Apostólica Romana cria a Inquisição. Em 1251, o Papa Inocêncio IV autoriza enfim a inquisição a praticar a tortura. A obtenção das confissões de culpa é grandemente facilitada. A inquisição pode aplicar, com base em confissões arrancadas através de tortura, penas indo duma simples oração ou dum jejum até à confiscação dos bens e mesmo prisão perpétua. Mas ela não pode condenar à morte. Com a subtileza característica da Igreja católica, a inquisição podia “passar” um herege para a justiça comum, que o levará à morte na fogueira, com base na confissão obtida pela Igreja, mesmo com tortura. Essa subtilidade permitirá à Igreja afirmar que ela nunca matou ninguém...

Pio V, Papa. Este santo da Igreja católica vangloria-se publicamente diversas vezes de ter, durante a sua carreira de inquisidor, colocado fogo com suas próprias mãos em mais de 100 fogueiras de hereges que ele mesmo acusara, confundira e condenara.



                 O Santo Ofício, durante toda a sua história, queimou mais de um milhão de pessoas, essencialmente hereges, judeus e muçulmanos convertidos e também os “bruxos”. A última feiticeira foi queimada em 1788, no Cantão de Glaris, na Suíça. O último “herege” chegará à sua vez em 1826. o condenado é queimado vivo pela inquisição espanhola. Uma rica tradição cristã termina. Daí para frente, a Igreja recorrerá a meios mais sutis para matar, como proibir a assistência a mulheres que devem abortar, sabotando o planejamento familiar nos países pobres, proibindo os preservativos como modo de lutar contra a Aids-Sida, etc.

Você provavelmente pensa que a Inquisição foi uma perversão do “verdadeiro” espírito do cristianismo. Talvez tenha sido. O problema, porém, é que os ensinamentos da Bíblia são tão confusos e contraditórios que foi possível para os cristãos queimarem alegremente os heréticos na fogueira, durante cinco longos séculos. Inclusive foi possível para os mais venerados patriarcas da Igreja como santo Agostinho e São Tomás de Aquino, concluir que os heréticos deviam ser torturados (Santo Agostinho) ou mortos logo de uma vez (São Tomás de Aquino).
Martinho Lutero e João Calvino defendiam o assassinato em massa de heréticos, apóstatas, judeus e feiticeiras.

Se levarmos em conta a metade das afirmações supostamente declaradas por Jesus, podemos facilmente justificar as ações do Padre José Coutinho ou Hélder Câmara. Levando em conta a outra metade podemos justificar a Inquisição.

João 15:6 - Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

Naturalmente, você é livre para interpretar a Bíblia de outra maneira – mas não é espantoso que você tenha conseguido discernir os verdadeiros ensinamentos do cristianismo, enquanto os mais influentes pensadores na história da religião cristã falharam nesse ponto?

A primeira vítima da inquisição em território americano foi queimada viva no México em 30 de novembro de 1539.

Em 1595 a cidade Real de “Filipéia de Nossa Senhora das Neves”, hoje João Pessoa, recebe a visita do Santo Ofício. Dezesseis denúncias chegaram aos ouvidos dos inquisidores em Portugal.

A inquisição chegou ao Brasil no dia 20 de julho de 1624, com a assinatura da Carta Régia permitindo a introdução do Tribunal da Inquisição no nosso país.

A Igreja nunca se arrependeu dos atos da Inquisição e até garantiu a continuidade histórica da instituição até aos nossos dias, limitando-se apenas a mudar-lhe o nome: será necessário esperar que Pio X, em 1906, faça com que o “Santo Ofício da Inquisição” seja renomeado como “Santo Ofício”, e em 1965, para que seja rebatizado como “Congregação para a doutrina da fé”.

Enfim, em 1997, o papa abre os arquivos do Santo Ofício, e historiadores escolhidos a dedo são autorizados a fazer pesquisas. As estimativas do número total de vítimas da inquisição são então revistas para cima, havendo um consenso que roda hoje em torno de um milhão de pessoas executadas, ao qual é necessário acrescentar as inúmeras pessoas torturadas e com todos os seus bens apreendidos.








quarta-feira, 29 de maio de 2013

A PIEDADE CRISTÃ









 “Os homens nunca fazem o mal tão plenamente e com tanto entusiasmo como quando o fazem por convicção religiosa".






O conquistador espanhol Francisco Pizarro, invadiu e saqueou a cidade de Cuzco. A maioria dos edifícios incas foi arrasada pelos clérigos católicos com o duplo objetivo de destruir a civilização inca e construir com suas pedras e tijolos as novas igrejas cristãs e demais edifícios administrativos dos dominadores, desta forma impondo sua pretensa superioridade cristã européia.

16 de novembro de 1532

Cajamarca, Peru.

“O governador Francisco Pizarro enviou então frei Vicente de Valverde para falar com Ataualpa e pedir que, em nome de Deus e do rei de Espanha, ele se submetesse a lei de nosso Senhor Jesus Cristo e ao serviço de Sua Majestade.

Avançando com a cruz em uma das mãos e a Bíblia na outra, por entre as tropas indígenas, até o local onde estava Ataualpa, o frei então falou:

‘Sou um sacerdote de Deus e ensino aos cristãos as coisas de Deus e, da mesma forma, venho para ensinar a vocês. O que ensino é o que Deus nos diz neste livro. Portanto, da parte de Deus e dos cristãos, eu lhe imploro que seja seu amigo, porque este é o desejo de Deus, e para o seu bem”.

Ataualpa pediu o livro, que queria ver, e o frei o entregou fechado. Ataualpa não sabia como abri-lo e o frei estava estendendo a mão para fazê-lo quando Ataualpa, com muita raiva, deu-lhe um golpe no braço, sem querer que fosse aberto. Então ele mesmo abriu o livro e, sem qualquer demonstração de surpresa com as letras ou o papel, atirou-o a uma distância de uns cinco ou seis passos, com o rosto extremamente vermelho.

O frei devolveu-o a Pizarro, gritando: Saiam! Saiam, cristãos! Invistam contra esses cães inimigos que rejeitam as coisas de Deus. O tirano jogou no chão meu livro com a sagrada lei! Vocês não viram o que aconteceu? Por que continuar polidos e servis diante desse cachorro super orgulhoso enquanto as planícies estão cheias de índios?

Marchem contra ele, porque eu os absolvo.

O governador então fez sinal para Candia, que começou a atirar. Ao mesmo tempo, as cornetas soaram e as tropas espanholas, tanto a cavalaria quanto a infantaria, deixaram seus esconderijos, avançando diretamente sobre a massa de índios desarmados que lotava a praça, dando o grito de guerra espanhol: ‘Santiago!’ Nós havíamos colocado matracas nos cavalos para aterrorizar os índios. Os estampidos das armas, o som das cornetas e as matracas nos cavalos deixaram os índios em verdadeiro pânico.

Os cristãos espanhóis caíram em cima deles, cortando-os em pedaços. Os índios ficaram com tanto medo que subiram uns nos outros, amontoados e sufocados. Como estavam desarmados, foram atacados sem risco para qualquer cristão. A cavalaria passou por cima deles, matando, ferindo e perseguindo-os. A infantaria fez um ataque tão certeiro contra aqueles que ainda estavam em pé que em pouco tempo a maioria foi submetida à espada.



Viemos para conquistar esta terra sob suas ordens, para que todos tomem conhecimento de Deus e de sua sagrada fé católica. Devido à nossa missão, Deus, o criador do céu e da terra e de todas as coisas nele existentes, nos autoriza a fazer isso para que vocês possam conhecê-Lo e deixar essa vida bestial e diabólica que levam. Disse o governador cristão Francisco Pizarro. 

7 mil índios mortos em apenas 2 horas.

Fonte: Livro Armas, Germes e Aço, p. 69-73