quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CONSTANTINO E A IGREJA IMPERIAL





Discurso de Eusébio, um dos  300 bispos restantes dos 2.048  que foram expulsos do Concílio de Nicéia por não concordarem com a imposição do Imperador  por ocasião dos festejos de aniversário de Constantino, decidiu-se a apresentar na cerimônia uma teologia política para fixar qual era o papel do Imperador Constantino no universo do Cristianismo oficializado.

“É um novo Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente. Constantino, tal o patriarca judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César. Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para os homens”.

Designando-o como “pastor, pacificador, mestre, médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de Deus”(Laud. Constant., 5; 7,12).



Vejamos pois quem era o Imperador Romano Constantino.


Constantino nasce em Mesia (a atual Sérvia), por volta de 274. Seu pai, Constâncio Cloro, era um oficial de carreira; sua mãe, Flávia Helena, concubina de Constâncio, era uma albergueira, ou seja, uma subserviente funcionária da estalagem da estação postal.

Constâncio Cloro depois repudiou Helena para se casar com Teodora, filha do imperador Maximiliano, e, no ano de 293, entrou na tetrarquia (governo de quatro) criada por Diocleciano, primeiro com o título de "césar" (vice-imperador), e, em seguida, em 305, com o de "augusto" (imperador pleno).1

Constantino participou de várias campanhas militares durante os anos de juventude, primeiro a serviço de Diocleciano, depois de Galério e, finalmente, de seu pai.

Quando Constâncio morreu, em 306, os soldados aclamaram Constantino "augusto", desobedecendo as disposições emanadas de Diocleciano,2 dando um verdadeiro golpe de Estado. Seguiram-se seis anos de guerra civil entre os vários pretendentes ao título de imperador, entremeada por lutas travadas para levar os bárbaros até as fronteiras.

Para consolidar seu poder, Constantino desposou Fausta, filha de Maximiliano, estabelecendo com ele uma aliança para reinarem juntos no Ocidente. Mas o casamento e o pacto não o impediram de atacar e matar Maximiliano em 310.

No mesmo ano, de acordo com um escrito comemorativo da época, Constantino visitou um templo de Apolo, na Gália, onde o próprio deus apareceu e colocou nele uma coroa de louros.3 O mesmo escrito cria uma genealogia que estabelecia que Constâncio, pai de Constantino, não era homem de origem humilde, mas filho do imperador Cláudio II.

Em 311, os pretendentes ao título de "augusto" eram quatro: Constantino e Magêncio, filho de Maximiliano, no Ocidente, e Valério Licínio e Maximino Daia no Oriente. Constantino se aliou a Licínio, concedendo-lhe a mão de sua irmã, Constância, e marchou rumo à Itália contra Magêncio. Em 312, naquela que é lembrada como a Batalha da Ponte Mílvio, mas que na verdade se iniciou em Saxa Rubia, Constantino derrotou Magêncio, que morreu durante a retirada, tornando-se, assim, único senhor do Ocidente. Em 313, ele e Licínio promulgaram o Edito de Milão, que assegurava liberdade de culto aos cristãos e transformava o cristianismo em uma das religiões oficiais do Império Romano. Iniciava-se o processo de integração dos cristãos à sociedade romana e à organização do Estado.

A liberdade de culto dada aos cristãos seria o pretexto para a luta pelo controle do Oriente entre Maximino (perseguidor dos cristãos) e Licínio (que, mesmo não sendo batizado, agia como defensor dos cristãos). A guerra no Oriente se encerra com a vitória definitiva de Licínio e o suicídio de Maximino.

Em 314, Constantino convocou o Concilio de Aries, que condenou definitivamente a heresia donatista (um movimento cristão de rigor excessivo que, em 311, em Cartago, elegeu um bispo alternativo àquele oficial e apoiado por Constantino) e permitiu que os cristãos ocupassem cargos públicos, o que até então era considerado pecado.4

Em seguida, abafou violentamente o protesto dos agonistas, ou circunceliões, que, por trás de motivações religiosas, escondia uma verdadeira guerra de classes.

No mesmo ano, Licínio se revoltou contra Constantino. Surgiu, assim, uma guerra que teve Constantino como vencedor. Compelido à rendição, Licínio foi obrigado a lhe ceder quase todas as províncias orientais, mantendo apenas a Trácia.

Em 323-324, Licínio se rebelou novamente e de novo foi derrotado. Dessa vez, foi preso e morto, apesar das súplicas feitas por Constância ao irmão Constantino. A partir de então, desaparece qualquer resíduo da tetrarquia criada por Diocleciano, e Constantino domina como um monarca todo o Império Romano.

Em 325, acontece o famoso Concilio de Nicéia, o primeiro concilio ecumênico da Igreja Católica. Dele participaram cerca de trezentos bispos e prelados, na maioria orientais, sendo presidido por Osio, um homem de confiança do imperador. As principais questões abordadas foram o dogma da Trindade, a reafirmação da origem divina de Cristo e a condenação à heresia ariana.

Em 326, Constantino manda matar seu filho preferido, o primogênito Crispo (concebido com uma concubina), e, em seguida, a mulher Fausta. Segundo diz a lenda, Fausta teria acusado falsamente o enteado de assediá-la, e Constantino só teria descoberto a verdade depois.

No mesmo ano, condenou à morte também Liciniano, filho de sua irmã Constância e de Licínio.

Em 330, Constantino transferiu a capital para a cidade grega de Bizâncio, rebatizada de Constantinopla, após ser ampliada e reconstruída. Décadas antes, os imperadores romanos já tinham transferido o centro de comando para fora de Roma, por motivos logísticos e militares. Constantino fez algo a mais: criou uma segunda Roma, com o mesmo número de palácios, um Senado e benefícios iguais aos dos cidadãos romanos para seus habitantes (como a distribuição gratuita de trigo). Talvez Constantino se sentisse mais seguro e protegido no Oriente, prevalentemente cristão, do que em Roma, onde o grupo de senadores hostis a ele ainda tinha muito poder e influência, e quisesse que seus sucessores governassem o Império a partir de uma nova capital, "livre" dos antigos ranços.

Constantino morreu em 337. Só foi batizado à beira da morte, por um bispo ariano.

A Igreja Ortodoxa Grega até hoje o venera como santo.

Pouco depois de sua morte, foram eliminados seus meios-irmãos Dalmácio e Anibaliano, e o Império foi dividido entre seus três filhos legítimos: Constantino II, Constâncio II e Constante.

Constantino II foi assassinado em 340, em uma emboscada, pouco depois de tentar usurpar os domínios do irmão Constante, que, por sua vez, foi morto alguns anos depois, por um matador do usurpador Magêncio.

Constâncio II morre de febre em 346, na véspera de um combate contra o sobrinho e rival Juliano.


O cristianismo de Constantino.

Segundo a tradição, na véspera da Batalha de Ponte Mílvio, Constantino teve uma visão (ou talvez um sonho profético), durante a qual recebeu um brasão milagroso e a ordem celeste de reproduzi-lo nos escudos, para obter a vitória. Esse brasão, dependendo da fonte, poderia ser um "X ao contrário, com as pontas dobradas" ou as iniciais gregas do nome de Cristo, x (chi) e p (ro), entrecruzadas.

Muitos historiadores colocaram em dúvida ou redimensionaram a veracidade do episódio. Talvez os soldados de Constantino, provenientes da Gália, usassem um símbolo solar no escudo, que poderia ser confundido com a cruz cristã;5 ou Constantino pode ter mandado gravar o monograma apenas para distinguir suas tropas das de Magêncio.6

Com certeza, Constantino, na época, já travara contato com ambientes cristãos. Por exemplo, o bispo Osio, de Córdoba, já fazia parte de seu séquito.

É possível imaginar que Constantino tenha aproveitado a ocasião para testar a eficácia da nova religião e, tendo visto que funcionava,, decidido adotá-la, transformando o Deus dos cristãos em seu protetor pessoal.

Em seguida, Constantino concedeu crescentes favores, financiamentos e reconhecimentos ao culto cristão. Os bispos, por exemplo, foram isentos do pagamento dos impostos, tornaram-se funcionários imperiais e até juízes de apelação.7 Em troca, obteve uma ingerência cada vez maior nos assuntos internos da Igreja, da qual se considerava "bispo externo".

Ao mesmo tempo, ele assegurou por muitos anos, pelo menos aparentemente, a prática dos tradicionais cultos romanos: assumiu o encargo de "Pontífice Máximo", ou seja, grande sacerdote do culto politeísta romano; aceitou a realização de jogos e sacrifícios aos deuses em sua homenagem; mandou cunhar moedas com a imagem do Sol Invictus, o Sol Invicto; e tornou feriado o Dies Solis, o Dia do Sol, nosso "domingo". O Sol Invicto era uma divindade adorada por muitos povos do Império e pelo próprio Constantino, antes da conversão.8 Ao mesmo tempo, entretanto, a esfera solar podia ser considerada um símbolo do Deus dos cristãos e de outras religiões monoteístas do Império.

Outro sinal do empenho de Constantino foi a promulgação de leis morais muito rígidas. Um exemplo é a seguinte, emanada em 320.

O homem que tomar uma moça, com ou sem seu consentimento, sem antes ter estabelecido um acordo com seus progenitores [...] não terá na resposta da moça nenhuma vantagem dada pelo direito antigo, e a própria moça será considerada culpada de cumplicidade no delito. E como muitas vezes a vigilância dos pais é burlada pelos discursos e comportamentos cativantes das nutrizes, que sobre elas [...] recaia a ameaça do seguinte castigo: a abertura de sua boca e de sua garganta, que emitiram sugestões arrasadoras, será fechada com a ingestão de chumbo derretido. Se for verificado o consentimento voluntário da virgem, que esta seja punida com a mesma rigidez que seu raptor, e não será concedida imunidade nem às moças que forem raptadas contra sua vontade, pois poderiam ter permanecido em casa até o dia do casamento, e se a porta houver sido arrombada pela audácia do raptor, estas poderiam ter pedido ajuda aos vizinhos com seus gritos e se defendido a todo custo. Mas, para estas moças, cominamos uma pena mais leve e ordenamos que sejam deserdadas por seus progenitores [...] Se os progenitores, para quem a vingança pelo crime deveria ser uma preocupação particular, mostrarem tolerância e reprimirem sua dor, serão castigados com a deportação.9

Os historiadores contemporâneos garantem que a adesão ao cristianismo de Constantino foi convicta e sincera, e é provável que seja verdade, se levarmos em consideração que as concessões religiosas de um oficial romano da época eram bem diferentes das nossas: "...a função do imperador é a de se colocar como sujeito coletivo que represente toda a cidade e todo o mundo (orbis), na qualidade de Imperator orbis. De fato, o primeiro encargo que Augusto reserva a si mesmo é o de Pontifex Maximus, representante junto à divindade que constitui o pacto da aliança [...] E isso continua em vigor até Constantino. Roma, portanto, através de seus sacerdotes, de seus institutos, de seus colégios coletivamente representados pelo imperador, pede à divindade três coisas:

1. a fertilidade das mulheres (tanto mães quanto Mulheres, pois, para os romanos, havia pouca distinção);
2. a vitória dos exércitos;
3. a paz social.

Em troca, ofereciam o culto às divindades.

O direito penal romano tem penas atrozes para os transgressores do culto, pois desrespeitar o culto significava desrespeitar o pacto [...] e a conseqüência da chama apagada pela não-observância de uma vestal era a infertilidade das mulheres, a derrota do exército e a desordem social. Esse é o esquema com base em que Roma age da República até Constantino. Constantino, quando proclama o Edito de Milão, realiza uma operação muito simples: como os velhos deuses não funcionavam mais, pensa em substituir o velho Panteão pelo deus dos cristãos, e, ao perceber que o motor volta a funcionar a pleno vapor e se converte [...] Constantino continua pagão, ou seja, ligado à mentalidade religiosa clássica, até sua morte."10


O primeiro Concílio de Nicéia e as heresias

Por volta de 314, ao menos dois grandes movimentos heréticos surgidos no norte da África, onde se encontravam as comunidades cristãs mais numerosas e ricas do Império, preocupavam Constantino.

O primeiro foi o cisma dos donatistas, um movimento rigorista, contrário aos compromissos com o poder imperial, que contava com muitos prosélitos e que, em 311, chegou a eleger em Cartago um antibispo, em contraposição ao legítimo.

Constantino, após tentar uma mediação, acabou apoiando o bispo legítimo Ceciliano, subvencionando a Igreja "oficial", proibindo que os donatistas usassem os locais de culto e negando o asilo para alguns de seus líderes. Em seguida, seu filho Constante promoveu uma perseguição ainda mais cruel e sanguinária contra eles.11

O outro movimento era muito mais perigoso: tratava-se dos agostinianos, um verdadeiro exército de guerreiros em nome de Cristo.

Os agostinianos eram expoentes de classes populares com reivindicações políticas e sociais, como a libertação dos escravos, o perdão das dívidas e o fim dos usurários.

Eles se organizavam em batalhões armados que realizavam incursões avassaladoras nas grandes propriedades, incendiando casas e matando as famílias dos latifundiários mais odiados.

Foram massacrados pelas tropas imperiais.

Na época de Constantino, outra grande disputa dividia o cristianismo. Principalmente no Oriente, os cristãos haviam se dividido entre partidários e adversários de Ário, um presbítero da diocese de Alexandria.

Ário e seus seguidores afirmavam que o Filho de Deus, ao contrário do Pai e tendo sido por Ele criado, teve um início; portanto, Cristo representava uma divindade de segundo plano. Foi para resolver essa questão que Constantino convocou, em 325, em Nicéia (na antiga Turquia), aquele que ficou na história como o primeiro concilio geral da Igreja Católica. Dele participaram mais de 300 bispos e prelados, com exceção do bispo de Roma, que mandou dois representantes.

As conclusões desse primeiro concilio foram muito importantes para a história da Igreja. A grande maioria dos padres aprovou um Credo, no qual se afirmava que o Filho fora gerado, e não criado, com a mesma substância do Pai (em grego, homooüsion, quando, para os arianos, era apenas homoioúsion, ou seja, "de substância similar"). Pela primeira vez, foi proclamado dogma, ou seja, verdade revelada, um termo que não estava contido nas Escrituras (em nenhuma passagem, o Novo ou o Antigo Testamento afirmam que o Filho é consubstancial ao Pai).

Além disso, os Padres Conciliares declararam sua crença no Espírito Santo, tradução do hebraico ruah, que era, no entanto, de gênero feminino.12 A Trindade proclamada pelo Concilio era constrangedoramente similar à tríade das religiões politeístas. E, para surpresa, até os bispos arianos aprovaram o novo Credo, salvo por dois deles, que logo foram exilados.

No Concilio de Nicéia, foram tomadas outras decisões muito importantes para a vida da Igreja: por exemplo, ficou estabelecido que apenas outros bispos, e não mais as comunidades que reuniam todos os fiéis, poderiam consagrar um novo bispo. O território da cristandade também foi dividido em zonas de influência, sujeitas ao poder, respectivamente, dos bispos de Roma, Antioquia e Alexandria, que passaram a se chamar metropolitas. A legitimação da autoridade na Igreja não vinha mais de baixo para cima, mas de cima para baixo.

O Concilio não marcou o fim do arianismo. Entre 327 e 328, Constantino reabilitou Ário e alguns de seus seguidores, e nomeou como conselheiro o bispo ariano Eusébio de Nicomédia, que o batizaria em seu leito de morte. Pelo contrário, a partir de 326 foram exiladas dezenas de bispos antiarianos.13

Sucederam-se vários combates entre facções, com muitos mortos e feridos; concílios e contraconcílios, que condenavam ora uma tese, ora outra; de exílios e de retornos; de perseguições por parte de imperadores "arianos" e "niceianos".

Todos os historiadores concordam que Constantino não entendia nada de questões doutrinárias. A única coisa que lhe interessava era tornar o cristianismo uma crença homogênea, sem nuances, sem ambigüidade, livre de conflitos internos perigosos.

Tirando isso, a unidade era uma obsessão sua: unidade do poder político em torno de sua pessoa e dinastia; unidade das populações sujeitas a Roma, amalgamadas por uma religião única, na qual confluíam elementos culturais de origens diferentes; e unidade da Igreja, obtida impondo-se a todos os crentes a opinião da maioria, ou pelo menos da maioria dos amigos do imperador, e se estes mudavam, mudava também a política religiosa do imperador.

As motivações de ordem política e social eram evidentes na repressão aos donatistas e aos agostinianos.

A história da heresia ariana, no entanto, foi mais complicada. Nem as teses trinitárias nem as arianas colocavam em risco o projeto imperial de hegemonia, mas a controvérsia em si representava um perigo.

Não se podem obter estabilidade e paz social com uma religião partida em facções que se condenam e renegam reciprocamente a autoridade e legitimidade da outra. Escolher significava, contudo, um "mal menor". Provavelmente, o que fez a balança pender primeiro para uma posição, depois para outra, foram considerações muito pragmáticas: a cada vez, a efetiva força de uma ou outra corrente ou a utilidade de seus defensores.


A militarização do cristianismo

Jesus ensinava pela boca dos outros a "dar a outra face", a "amar os próprios inimigos", mandou Pedro devolver a espada à bainha e o reprovou: "Quem com a espada fere com a espada perece" (Mateus, 26, 52).

Talvez nem todos os primeiros cristãos estivessem dispostos a "dar a outra face" e a sacrificar a vida, mas, com certeza, entre eles era muito difundido um sentimento de repúdio às armas.14 Teólogos e bispos, venerados ainda hoje como santos, escreveram páginas inequívocas sobre o assunto.

Nós, cristãos, não erguemos mais a espada contra uma nação, não aprendemos mais a arte militar.

O fato é que nos tornamos filhos da paz, graças a Jesus Cristo, que é nosso Senhor, e desertamos de chefes a quem serviram nossos antepassados: se aceitássemos suas ordens, nós nos tornaríamos estranhos à promessa divina.15 Que se diga ao soldado para não matar. Se receber ordem para matar, que se recuse. Do contrário, que seja afastado [da Igreja]. Se um catecúmeno ou fiel quiser servir como soldado, que seja afastado, pois despreza Deus. O cristão não pode se tornar soldado voluntariamente. Quem carrega uma espada deve prestar atenção para que não faça escorrer sangue. Se o fizer, não poderá participar dos mistérios."

Quando alguém comete homicídio, fala-se de crime; mas quando é o Estado que o encomenda, chama-se "ato de coragem". Aos cristãos não é permitido matar outrem; ao contrário, que deixem que assassinem a ele.17

Alguns cristãos chegaram a enfrentar o martírio por se recusarem ao serviço militar, como o jovem Maximiliano.  "Não me é lícito prestar serviço militar, pois sou cristão", e foi decapitado.


As coisas mudaram com a chegada de Constantino.

O Concilio de Áries, de 314, excomungou os cristãos que desertaram em tempos de paz.18

O Concilio de Nicéia pareceu retomar os velhos costumes, tanto que o cânone 12, nele aprovado, dispõe: "Aqueles que, sentindo-se chamados pela graça, e por zelo a abandonaram a divisa, mas logo depois, como cães, voltaram atrás, chegando a oferecer dinheiro e presentes para serem aceitos novamente ao exército, devem permanecer entre os penitentes por treze anos..." Durante o reinado de Teodósio I, ao contrário, foram excomungados os relutantes e os desertores.


Os perseguidos se tornam perseguidores: a repressão ao paganismo

Os cristãos, que ainda exibiam na carne os sinais das perseguições," tornaram -se perseguidores.

Durante os últimos anos de vida de Constantino, vários templos pagãos foram demolidos, sobretudo no Oriente. Outros templos continuaram em atividade, mas foram despojados de tudo que tinham de precioso: estátuas, objetos preciosos, revestimentos de ouro e prata, portas de bronze. Muitas obras de arte foram levadas para embelezar a nova capital: Constantinopla.20

As festas tradicionais pagãs, com seus jogos circenses e as lutas entre gladiadores, eram cada vez menos toleradas, com exceção daquelas em homenagem ao imperador e à sua família.

Só em Roma os templos e antigos cultos continuaram íntegros.

Em 341, Constante tentou proibir os sacrifícios com um edito.21 Mas a política antipagã dos sucessores de Constantino bateu de frente com um grande descontentamento por parte do povo.22

Em 361, subiu ao poder o imperador Juliano, apelidado de "apóstata" pelos historiadores. Ele tentou reorganizar a antiga religião politeísta e criou estruturas de assistência aos pobres, que concorriam com aquelas cristãs. Ao mesmo tempo, assegurou a liberdade de culto a todas as religiões do Império, inclusive ao judaísmo e às comunidades cristãs hereges.

Juliano morreu após apenas dois anos de reinado, e seus sucessores retomaram a política antipagã.

Em 392, o imperador romano Teodósio I proibiu mais uma vez todos os sacrifícios e cultos pagãos, fossem públicos ou privados, sob pena de confiscar os locais ou terrenos em que eram realizados. Os templos foram abandonados. Muitos foram demolidos, outros foram transformados em igrejas cristãs.

Os pagãos desfilavam em verdadeiros cortejos de protestos, exibindo suas imagens sagradas. Essas manifestações, por sua vez, desencadearam a reação dos cristãos e provocaram sangrentos tumultos.23

O imperador Teodósio II (408-450) mandou punir algumas crianças, culpadas de brincar com restos de estátuas pagas. E, de acordo com os elogios dos cristãos, Teodósio "seguia conscienciosamente cada ensinamento cristão".24

Em 415, em Alexandria, uma turba de fanáticos cristãos linchou a matemática, astrônoma e filósofa neoplatônica Hipácia, importante expoente da cultura pagã.25

Nos séculos que se seguiram, as antigas religiões pré-cristãs se tornaram cultos cada vez mais diminutos, ainda praticados em algum vilarejo camponês perdido (a palavra "paganismo" deriva, na verdade, do latim pagus, "vilarejo") ou em grande segredo por alguns intelectuais neoplatônicos.

Mas o paganismo não morreria completamente. Ele "...revive nas manifestações litúrgicas ligadas à vida do dia-a-dia, nas libações sagradas e no uso cada vez mais difundido do incenso, no culto aos santos e às relíquias, que tomam o lugar dos ídolos, na veneração a algumas árvores, animais, fontes e fenômenos naturais, que vive ainda nos dias de hoje".26

FONTES

1.   Diocleciano, imperador de 284 a 305, criou uma tetrarquia composta por dois "augustos" (ele e Maximiano) e dois "césares" (Constâncio e Galério). Assim, os imensos territórios do Império Romano estavam divididos em quatro áreas, cada uma com um comandante-em-chefe que podia reprimir tempestivamente rebeliões e invasões.
2.   Por direito, a sucessão caberia a Flávio Severo.
3.   Arnaldo Marcone, Costantino, il Grande, Laterza, Roma-Bari, 2000, p. 22-24.
4.   Remo Cacitti, Tolleranza, intolleranza, obiezione di coscienza nel cristianesimo dei primi secoli. In: CIDI Carnia-Gemonese (organizado por), Conoscere Ia storia per insegnare Ia pace - Da Omero al Ruanda, Edizioni Petra, Udine, 1996, p. 49.
5.   Ambrogio Donini, Storia del cristianesimo - dalle orígini a Giustiniano, Teti editore, Milão, p. 235.
6.   Arnaldo Marcone, op. cit, p. 40-1.
7.   Ibid, p. 61.
8.   Ambrogio Donini, op. cit, p. 232.
9.   Código Teodosiano, IX 24,1.
10. R. Cacitti, op. cit, p. 88-89.
11. Vide aprofundamento no Apêndice.
12. R, Cacitti, op. cit, p. 128.
13. David Christie-Murray, I percorsi delle eresie, Rusconi, Milão, 1998, p. 82.
14. Provavelmente, nem Jesus nem os primeiros cristãos eram pacifistas "sem mais nem menos"; eles simplesmente esperavam que Deus fizesse justiça por eles, de maneira também muito cruel, e consideravam um sacrilégio realizar ações que cabiam a Ele.
15.0rigene, Contro Celso, 5, 33. Origene (185-253, aproximadamente) foi talvez o maior estudioso da antigüidade cristã e até hoje é considerado um dos Pais da Igreja, ainda que muitas de suas proposições, depois, tenham sido consideradas heréticas.
16. Hipólito de Roma, La tradizione apostólica, Roma, Edizioni Paoline, 1979. Hipólito (235-6 aproximadamente) foi um teólogo e escritor de origem grega. Grande adversário de muitas doutrinas consideradas heréticas, ainda é venerado como santo pela Igreja Católica, ainda que tenha sido o primeiro antipapa.
17. Ciprião de Cartago, reitor e bispo de Cartago, mártir e santo. A citação foi extraída da Lettera l,6.
18. Remo Cacitti, op. cit, p. 49.
19. 0 bispo Pafnuzio, por exemplo, um dos participantes do Concilio de Nicéia, foi cegado de um olho
e perdeu um pé durante a perseguição de Diocleciano, cf. R. Cacitti, op. cit, p. 104. 20. Andreas Alfoldi, Costantino tra paganesimo e cristianesimo. Laterza, Roma-Bari, 1976, p. 91-94. 21.b/d, p. 91-94.
22. Ambrogio Donini, op. cit, p. 277.
23. Ibid, p. 287.
24. K. Deschner, Abermals kràhte der Hahn, Stuttgart, 1962, p. 469.
25. Ambrogio Donini, op. cit, p. 287.

26. Ibid, p. 287.



Recomenda-se a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são pequenos apontamentos de estudos. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

JOHN HUSS, O PADRE QUE DESAFIOU O PAPA






Jan Hus, (ou mais conhecido por John Huss) o famoso reformador da Boêmia, nasceu em Husinec (75 km s. s. w. de Praga) possivelmente a 6 de Julho de 1369, como se acredita, tendo sido queimado vivo em Constança a 6 de Julho de 1415. O nome Hus é a abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo próprio, em cerca de 1399; anteriormente era conhecido como Jan Husinecký, ou, em Latim, Johannes de Hussinetz. Seus pais eram checos de poucas posses.

“Senhor Jesus, é por ti que eu pacientemente suporto esta morte cruel. Peço-te que tenha piedade de meus inimigos.”

No início de sua carreira monástica, Martin Luther, vasculhando as estantes de uma biblioteca, deparou com um volume de sermões de John Huss, da Boêmia, que tinha sido condenado como herege. “Fiquei impressionado e com espanto,” Lutero escreveu mais tarde. “Eu não conseguia entender por que motivo tinham queimado um homem tão grande, que explicou as Escrituras com tanta seriedade e habilidade.”

Huss se tornaria um herói para Lutero e muitos outros reformadores, pois Huss pregou temas chave da Reforma (como hostilidade à indulgências), um século antes de Lutero elaborar suas 95 teses. Mas os reformadores também olharam para a vida de Huss, em particular, o seu firme compromisso em face da brutalidade astuta da igreja.

Huss nasceu em uma família de camponeses em “Goosetown”, isto é, Husinec, no sul da atual República Tcheca. (Em seus vinte anos, ele encurtou seu nome para Huss, “ganso”, e ele e seus amigos gostavam de fazer trocadilhos sobre o seu nome, era uma tradição que continuou, especialmente com Lutero, que lembrou a seus seguidores do “ganso”, que tinha sido “cozinhado” por desafiar o papa).

Para escapar da pobreza, Huss entrou para o sacerdócio: “Eu tinha pensado em se tornar um sacerdote rapidamente, a fim de garantir um bom sustento e vestimenta e era a ser realizada em grande estima pelos homens.” Obteve o diploma de bacharel, mestrado e, finalmente, um doutorado. Ao longo do caminho, ele foi ordenado (em 1401) e se tornou o pregador da Capela de Belém, em Praga (que realizou 3.000 sermões), a igreja mais popular em uma das maiores cidades da Europa, um centro da reforma na Bohemia (por exemplo, os sermões foram pregados em checo, não em latim).

Durante estes anos, Huss sofreu uma mudança. Apesar de ter passado algum tempo com o que ele chamou de “seita de tolo”, ele finalmente descobriu a Bíblia: “Quando o Senhor me deu conhecimento das Escrituras, eu descarreguei esse tipo de estupidez da minha mente tola.”

Os escritos de John Wycliffe tinha agitado o seu interesse na Bíblia, e esses mesmos escritos estavam causando um rebuliço na Bohemia (tecnicamente, a porção nordeste da atual República Checa, mas um termo geral para a área onde a língua e a cultura checa prevaleceu). A Universidade de Praga já estava dividida entre tchecos e alemães, e os ensinamentos de Wycliffe só dividiu-os mais ainda. 

Debates iniciais articulados em pontos finos da filosofia (os tchecos, com Wycliffe, eram realistas, os alemães nominalistas). Mas os tchecos, com Huss, também aqueceu as idéias reformistas de Wycliffe, embora eles não tivessem intenção da capitaniar doutrinas tradicionais, eles queriam colocar mais ênfase na Bíblia, expandir a autoridade dos concílios da igreja (e diminuir a do papa), e promover a reforma moral do clero. Assim Huss começou cada vez mais a confiar nas Escrituras, “desejando manter, acreditar e fazer valer o que está contido nelas, enquanto eu tiver fôlego de vida.”

A luta política se seguiu, com os alemães que rotularam Wycliffe e seus seguidores de hereges. Com o apoio do rei da Boêmia, os tchecos ganhou a supremacia, e os alemães foram forçados a fugir para outras universidades.

A situação foi complicada pela situação política europeia, que assistiram a dois papas disputarem entre si para governar toda a cristandade. O conselho da igreja foi chamado a Pisa em 1409 para resolver a questão. Eles, ambos os papas depuseram e elegeram Alexandre V como o pontífice legítimo (embora os outros papas, repudiando esta eleição, continuou a governar as suas facções). Alexander foi logo “persuadido”, isto é, subornado de modo a ficar do lado das autoridades da Igreja Bohemia contra Huss, que continuou a criticá-los. Huss foi proibido de pregar e excomungado, mas apenas no papel: como os boêmios locais o apoiavam, Huss continuou a pregar e ministrar em Belém na Capela.

Quando o sucessor de Alexandre V, o antipapa João XXIII (para não ser confundido com o papa moderno com o mesmo nome), autorizou a venda de indulgências para arrecadar fundos para sua cruzada contra um de seus rivais, Huss ficou escandalizado e mais radicalizado. O papa estava agindo meramente por auto-interesse, e Huss não podia justificar a autoridade moral do Papa. Ele inclinou-se ainda mais fortemente sobre a Bíblia, que proclamou a autoridade final para a igreja. Huss argumentou ainda que os checos estavam sendo explorados pelas indulgências do papa, que foi um ataque não tão velada contra o rei da Boêmia, que ganhou uma redução da indulgência.

O Rebelde e a Escritura

Com isso Huss perdeu o apoio do seu rei. Sua excomunhão, que havia sido caída no esquecimento, foi agora reavivada, e uma interdição foi colocado sobre a cidade de Praga: nenhum cidadão pode receber a comunhão ou ser enterrado no terreno da igreja, enquanto Huss continuar o seu ministério. Para poupar a cidade, Huss retirou-se para o campo no final de 1412. Ele passou os próximos dois anos em atividade literária febril, compondo uma série de tratados. O mais importante foi a Igreja, que ele enviou a Praga para ser lido publicamente. Nela, ele argumentou que somente Cristo é a cabeça da igreja, que um papa “por ignorância e amor ao dinheiro” pode cometer muitos erros, e que a rebelar-se contra um errante papa é obedecer a Cristo.

Em novembro de 1414, o Concílio de Constança montado, e Huss foi instado pelo Sacro Imperador Romano Sigismund para entrar e dar conta da sua doutrina. Porque a ele foi prometido salvo-conduto, e por causa da importância do Conselho (que prometia importantes reformas da igreja), Huss foi. Quando ele chegou, no entanto, foi imediatamente preso, e permaneceu preso por meses. Em vez de uma audiência, Huss foi finalmente levado perante as autoridades das cadeias e pediram apenas para retirar seus pontos de vista (ou seja, suas convicções).

Quando ele viu que não era um fórum para explicar suas idéias, e muito menos uma audiência justa, ele finalmente disse: “Eu apelo a Jesus Cristo, o único juiz que é todo-poderoso e totalmente justo. Em suas mãos eu entrego a minha causa e a julgue,  não com base em testemunhos falsos e errantes de conselhos, mas na verdade e na justiça “.


Ele foi levado para a cela, onde muitos insistiam com ele para se retratar. Em 6 de julho de 1415, ele foi levado para a catedral, vestido com suas vestes sacerdotais, então despojado delas, uma por uma. Ele recusou uma última chance de se retratar diante a fogueira, onde ele orou: “Senhor Jesus, é por ti que eu pacientemente suporto esta morte cruel. Peço-te que tenha piedade de meus inimigos.” Ele foi ouvido recitando os salmos quando as as chamas o consumia.

Seus executores pegou suas cinzas e jogou em um lago para que nada ficasse do “herege”, mas alguns tchecos coletaram pedaços de solo do terreno onde Huss tinha morrido e os levou de volta a Bohemia como um memorial.

Os Bohemios estavam furiosos com a execução e repudiou o conselho, ao longo dos próximos anos, uma coalizão de hussitas, taboritas radicais, e outros se recusaram a submeter-se a autoridade do Sacro Imperador Romano ou a igreja e rechaçou três ataques militares. A Bohemia eventualmente reconciliou com o resto da cristandade ocidental, embora em seus próprios termos (por exemplo, foi uma das poucas regiões católicas que ofereciam Comunhão de pão e vinho, o resto da cristandade simplesmente recebia o pão). Aqueles que repudiaram esse último compromisso formaram a “Unitas Fratrum” (União dos Irmãos), que se tornou a base para os Irmãos da Morávia (Morávia é uma região da República Checa), que iria desempenhar um papel influente na conversão dos irmãos Wesley , entre outros.

FONTE: O LIVRO DOS MÁRTIRES – W. GRINTON BERRY
TRADUZIDO POR: ALMIRO PISETTA

Recomenda-se a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são pequenos apontamentos de estudos. 



domingo, 23 de agosto de 2015

PURGATÓRIO






Local de purificação das almas destinas ao Paraíso, para obter a capacidade de ver a Deus face-a-face no céu. - Teoria criada pelo Papa Gregório I, em 593, com base no livro de II Macabeus 12:42-46; Aprovada no Concílio de Florença, em 1439, e confirmada depois no Concílio de Trento, em 1563.




No cristianismo, encontraremos sempre o sacerdote afirmando ter o homem uma alma imortal, a qual responderá após a morte do corpo, diante de Deus, pelas ações praticadas em vida. Como se tudo não bastasse, o paraíso, o purgatório dos católicos e o inferno, há ainda que considerar a admissão do pecado original, segundo o qual todos os homens ao nascer, trazem-no consigo.

Ora, ninguém jamais foi consultado a respeito de seu desejo ou não de nascer. Assim sendo, como atribuir culpa de qualquer natureza a quem não teve a oportunidade de manifestar vontade própria.


A noção de purgatório é particularmente associada com o Rito Latino da Igreja Católica, também presente nas igrejas orientais católicas (embora muitas vezes sem usar o termo específico de "Purgatório"); os Anglo-católicos geralmente também professam a crença.

As Igrejas Ortodoxas acreditam na possibilidade de purificação das almas dos mortos, através das orações dos vivos e pela oferta da Divina Liturgia, e muitos ortodoxos, especialmente entre os ascetas, na espera da apocatástase.  Uma opinião semelhante, que admite a possibilidade de uma salvação final é registrada no Mormonismo.

 O Judaísmo também acredita na possibilidade da purificação após a morte e pode usar a palavra "purgatório" para apresentar a sua compreensão do significado da Geena.  No entanto, o conceito "purificação" da alma pode ser negado explicitamente em outras tradições de fé.

A palavra "purgatório" passou a se referir também a uma ampla gama de concepções históricas e modernas de sofrimento pós-morte,  e é usado, em um sentido não específico, para qualquer lugar ou condição de sofrimento ou tormento, especialmente um que é temporário. 

A cultura popular também apresenta a concepção do purgatório como um lugar físico, embora a Igreja (católica) ensine que o Purgatório não indica um lugar, mas "uma condição de existência".






II Macabeus, 12

42.e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados.

43.Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição,

44.porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.

45.Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente,

46.era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.


Recomenda-se a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são pequenos apontamentos de estudos.