O pai de Antônio
decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem
António consigo.
Foi um escritor prolífico, tendo escrito sátiras,
criticando a sociedade portuguesa da época. As suas comédias ficaram conhecidas
como a obra do "Judeu" e foram encenadas frequentemente em Portugal
nos anos 1730.
Sua obra teatral
inspirava-se no espírito e na linguagem do povo, rompendo com os modelos
clássicos e incorporando o canto e a música como elemento do espetáculo. Oito
de suas óperas, publicadas em 1744, em dois volumes, na série que ostenta o título Theatro
comico portuguez, foram recuperadas em 1940, pelo pesquisador
Luis Freitas Branco.
Em 1737, António foi preso
pela Inquisição, juntamente com a mãe e a esposa (Leonor de Carvalho, com quem
casara em 1728, que era sua prima e também judia). A mãe e a mulher seriam
libertadas posteriormente.
António José da Silva foi
novamente torturado. Descobriram que era circuncidado.
Uma escrava negra testemunhou que ele observava o Shabbat.
O processo decorreu com notória má-fé por parte do tribunal e António José da Silva foi
condenado, apesar de a leitura da sentença deixar transparecer que ele não
seria, de fato, judaizante.
Como era regra com
os prisioneiros que, condenados, afirmavam desejar morrer na fé católica,
António José da Silva
foi garrotado
antes de ser queimado num Auto-de-Fé em Lisboa em Outubro de 1739 com 34 anos de idade.
Sua mulher, que assistiu à sua morte, morreria pouco depois.
A história deste
autor inspirou Bernardo Santareno, ele próprio de origem
judaica, a escrever a peça O Judeu.
Mais recentemente,
a vida de António José da
Silva foi encenada por Tom Job Azulay no filme O
Judeu, de 1995. No filme, António José foi interpretado pelo ator Felipe
Pinheiro, que faleceu ainda durante as filmagens.
* Recomenda-se a leitura dos livros
quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são pequenos
apontamentos de estudos.