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terça-feira, 18 de junho de 2013

TEOLOGIA – DIVISÃO DA BÍBLIA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS.



A afirmação de que a Bíblia escrita nas línguas originais, não se apresentava dividida em capítulos e versículos é um ponto pacífico entre os estudiosos das Escrituras. 

A primeira divisão conhecida para o texto hebraico são as seções conhecidas como sedarins. Para que nas sinagogas, em um período de três anos, se lesse todo o Pentateuco, este foi dividido em 167 sedarins. 

Nos primeiros séculos o Novo Testamento estava dividido em três partes: os Evangelhos, as epístolas e os Atos, e a Revelação. 

No terceiro século os Evangelhos foram divididos em duas espécies de capítulos: os maiores eram chamados "tíltloi" ou resumos; e os menores "kefálaia", ou capítulos. Estas foram primitivamente introduzidas por Amônio, por isso são chamadas divisões amonianas. 

Divisão Eusebiana


Eusébio de Cesaréia idealizou um sistema original que servisse de orientação para localizar passagens nos Evangelhos. Pela difusão do seu sistema podemos deduzir da sua utilidade, pois é encontrado nas versões latinas, siríacas, cópticas, góticas, armênias, etc. 

Ele dividiu cada Evangelho em pequenas e grandes seções, totalizando 355 em Mateus, 233 em Marcos, 342 em Lucas e 232 em João. Eusébio preparou 10 tabelas, a primeira contendo referências a passagens comuns achadas nos 4 Evangelhos; a segunda, passagens comuns em Mateus, Marcos e Lucas; a terceira, passagens comuns em Mateus, Lucas e João, etc. A última tabela fazia referências ao assunto peculiar de cada Evangelho isoladamente. 

Eusébio explicou seu engenhoso e complexo sistema classificatório em uma carta ao seu amigo Carpiano. 

No livro The Text of the New Testament Bruce Metzger, páginas 24-25, há explicações adicionais para melhor compreensão do seu processo em classificar os Evangelhos. 

O método de Eusébio é conhecido como "tábuas de referência" ou "Cânones de Eusébio". 

No ano 459 Eutálio, diácono de Alexandria, publicou uma edição das Epístolas de Paulo, dividida em capítulos "Kefálaia", com o sumário do seu conteúdo. Do mesmo modo, no ano 490, dividiu ele os Atos e as Epístolas Católicas. Ele próprio afirma também que pôs acentos nos manuscritos copiados sob sua vigilância, costume que não se generalizou até mais ou menos o oitavo século. 

Para tornar os manuscritos mais legíveis, Eutálio dividiu-os em linhas, chamadas "Stikoi", constando estas em alguns casos de tantas letras quantas pudessem ser colocadas em toda a largura duma página, e noutros de tantas palavras quantas pudessem ser lidas sem interrupção. Desconhecemos totalmente quando, como e por quem foi dividido pela primeira vez o Novo Testamento grego. 

A divisão mais antiga em capítulos que se conhece aparece no Códice Vaticano. Neste manuscrito Mateus tem 170 seções, Marcos 62, Lucas, 152, João 50, Atos36. 

No Códice Alexandrino há outra divisão, aparecendo Mateus com 68 capítulos, Marcos 48, Lucas 83 e João 18. 

Nestes manuscritos as Epístolas Paulinas e Católicas também se apresentam divididas e subdivididas em capítulos e seções de capítulos; Apocalipse apresenta uma divisão complexa e artificial. 

A divisão em capítulos, usada nas edições modernas da Bíblia tem sido atribuída a três pessoas diferentes: 

1ª) A Lanfron, arcebispo de Cantuária, que viveu no século XI; 

2ª) A Estêvão Langton, professor da Universidade de Paris, do século XIII, sua morte se deu em1228; 

3ª) A Hugo de Saint-Cheir, também do século XIII, pois faleceu em 1263. 

Segundo alguns estudiosos, este último acrescentou outras subdivisões ao trabalho já feito por Langton. 


Divisão em Versículos


A divisão da Bíblia em versículos teve uma finalidade prática, facilitar o encontro de determinadas passagens. Este já tinha sido o mesmo objetivo da divisão em capítulos. 

Em 1240 Hugo de Saint-Cheir subdividiu os capítulos em sete partes designadas por letras. 


A divisão em versículos numerados foi feita por Roberto Estéfano, famoso impressor francês, no Velho Testamento em 1548 (Vulgata) e em o Novo Testamento grego em 1551. 

Roberto Estéfano se aproveitou de trabalhos anteriores. Lefevre, 1509 havia numerado em versículos os Salmos e Panini em 1528 numerou toda a Bíblia. 

A divisão de Estéfano é muito falha em algumas passagens, por estar em total desacordo com o sentido do texto. 

Este mesmo autor, publicou em 1555 uma concordância Bíblica, onde as citações seguiam essa numeração. Esta obra muito contribuiu para que sua classificação fosse aceita. 


Números de Livros, Capítulos, Versículos, Palavras e Letras da Bíblia

O Dr. Alberto Lira em seu livro A Bíblia, afirma que o erudito e paciente Dr. Siegfried Horn (para os adventistas, bastante conhecido como arqueólogo e figura preeminente do Comentário Adventista), após três anos de trabalho, encontrou na Bíblia inglesa do Rei Tiago(The King James Version) o seguinte: 



Livros V. Testamento 39 livros N. Testamento 27 Livros Total 66 Livros 
Capítulos 929 260 1.189 
Versículos 23.214 7.959 31.173 
Palavras 593.493 181.253 774.746 
Letras 2.748.100 838.380 3.566.480 


Pontuação

A pontuação apresenta uma história bastante longa e controvertida quanto a autores e datas. 

A Bíblia na sua origem foi escrita sem separação de palavras e sem nenhuma notação sintática. 

Ninguém pode contestar que a pontuação é de grande utilidade, pois sem ela teríamos que reler algumas vezes para captar o verdadeiro sentido da frase. Os sinais de pontuação muito contribuíram para esclarecer o exato sentido de um texto. 

Rui Barbosa, na Réplica, Vol. II, página 195, demonstrou com muita propriedade este fato, ao declarar: 

"Bom é que saiba o nosso tempo quanto bastará, para falsificar uma Escritura. Bastará mudar um nome? Bastará mudar uma cifra? Digo que muito menos nos basta. Não é necessário para falsificar uma escritura mudar nomes, nem palavras, nem cifras, nem ainda letras; basta mudar um ponto ou uma vírgula. 

" 'Ressuscitou; não está aqui'. Com estas palavras diz o evangelista que Cristo ressuscitou, e com as mesmas se mudar a pontuação, pode dizer um herege que Cristo não ressuscitou. 'Ressuscitou? Não; está aqui.' De maneira que com trocar pontos e vírgulas, com as mesmas palavras se diz que Cristo ressuscitou: e é de fé; e com as mesmas palavras diz que Cristo não ressuscitou: e é de heresia. Vede quão arriscado ofício é o de uma pena na mão. Ofício que, com mudar um ponto, ou uma vírgula, de heresia pode fazer fé, e de fé pode fazer heresia." 

O livro Arte de Pontuar de Alexandre Passos, página 22, nos afirma que estudando a história da pontuação através dos séculos, vemos que no V ou VI séculos os textos dos Evangelhos não apresentam nem ponto nem vírgula. Afirma ainda, este mesmo autor, que a separação das palavras na Bíblia torna-se mais freqüente no VII século. 

Alguns estudiosos nos cientificam de que apenas com o nono século é que foram introduzidos o ponto de interrogação e a vírgula no texto bíblico. Outros declaram que a vírgula é de origem recente. Urias Smith em artigo publicado no "Atalaia", janeiro de 1943, pág. 14 afirmou "Apareceu no tempo de Manutius, sábio impressor de Veneza, que a inventou no ano 1490." 

Antes da invenção da Imprensa os sinais de pontuação eram usados indiscriminadamente, mas após a invenção de Gutenberg estes foram sendo sistematizados, até atingirem plena uniformidade entre os escritores. 

Pontuação em lugar diferente, como nos demonstrou Rui Barbosa, no exemplo acima citado faz com que o texto tenha sentido completamente diferente. 

Observe o controvertido versículo de Lucas 23:43, que na Tradução de Almeida, revisada no Brasil, aparece assim: "Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." Sabemos que Jesus não foi ao paraíso no dia da crucifixão, pois Ele mesmo declarou a Maria Madalena, após a ressurreição: Não me detenhas, porque ainda não subi para Meu Pai." (S. João 20:17). 

Observe este sentido colocando a vírgula no lugar próprio. "E Jesus lhe disse: em verdade te digo hoje, comigo estarás no paraíso."

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

CARTA INÉDITA, ALBERT EINSTEIN ATACA DEUS







DA ASSOCIATED PRESS
 

Uma carta inédita de Albert Einstein datada de 1954, ano anterior ao de sua morte, traz pela primeira vez críticas contundentes do físico à religião. No manuscrito dirigido a seu amigo filósofo Eric Gutkind, que será leiloada hoje em Londres, o autor das teorias da relatividade retrata as práticas religiosas como "infantis". 


"A palavra Deus é para mim nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana", escreveu Einstein, para quem a Bíblia seria "uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas". 


O conteúdo da carta difere de declarações anteriores de Einstein, que, segundo historiadores, nunca havia deixado muito clara a sua visão sobre a religião. Nessa seara, o físico era mais lembrado pela frase "A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega". 


Na carta a Gutkind, porém, Einstein classifica a crença em Deus como "produto da fraqueza humana", e não poupa nem a religião do povo ao qual pertencia. "A religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis." Einstein, um sionista que teve papel importante na criação do Estado de Israel, diz a Gutkind que não acredita que os judeus sejam um povo "escolhido". 


A carta traz um certo tom de descrença na humanidade e a noção de que o poder corrompe as pessoas. Os judeus, diz, só estariam "protegidos dos piores cânceres por lhes faltar poder".

A casa de leilões Bloomsbury, onde o manuscrito original será vendido, diz estar "100% certa" da autenticidade do documento e que espera conseguir por ele um preço entre US$ 12 mil e US$ 16 mil. O vendedor é um colecionador particular. 


Historiadores não costumam retratar Einstein como ateu, mas a imagem pode mudar com a publicação da carta. Sua visão sobre Deus era tida apenas como não-clerical ("Não creio no Deus da teologia que recompensa o bem e pune o mal")





Fonte Folha de São Paulo




"Carta de Deus" de Einstein é leiloada por US$ 2,9 milhões

Manuscrito de 1954 revela sentimentos do cientista sobre o judaísmo, que ele chamou de "superstição primitiva", e Deus, definido como uma expressão da fraqueza humana.





Fonte


Assunto Correlato:
Albert Einstein, por Richard Dawkins