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quarta-feira, 4 de maio de 2011

AS PROVAS DE QUE DEUS NÃO PROTEGE A HUMANIDADE ESTÃO POR TODA A PARTE





O teólogo diz que Deus governa os ventos, as chuvas e os raios. Então o que dizer dos ciclones, das inundações, das secas e dos fulgurantes relâmpagos que matam?








Parafraseando San Harris


A cidade de Nova Friburgo, por exemplo, foi recentemente destruída por um temporal. Deixou centenas de mortos e milhares de sobreviventes, 70 mil desabrigados e desalojados, principalmente na região serrana.

Posso dizer com bastante segurança que quase todas as pessoas que moravam em Nova Friburgo no momento em que o temporal as atingiu acreditavam, como você, em um Deus onipotente, onisciente e misericordioso.

Mas o que estava fazendo Deus enquanto o temporal devastava a cidade?

Com certeza Ele ouviu as orações daqueles homens e mulheres idosos que fugiram da enchente buscando segurança nos telhados de suas casas, e ali lentamente se afogaram. Eram gente de fé. Eram boas pessoas, que tinham orado durante toda vida. Será que você tem coragem de reconhecer o óbvio?

Essa pobre gente morreu falando com um amigo imaginário.

É claro o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) previu o temporal que atingiu a região Serrana do Rio e emitiu um aviso meteorológico especial às 16h23min de terça-feira, dia 11 de janeiro, para as Defesas Civis estaduais e municipais. As prefeituras de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis receberam os alertas.

A religião não ofereceu absolutamente nenhuma base para uma reação. Os alertas que foram dados previamente, foram arrancados da muda Natureza por meio de cálculos meteorológicos e imagens de satélite. Deus não contou seus planos para ninguém. Se os moradores de Nova Friburgo se contestassem em confiar na benevolência divina, não ficariam sabendo que uma tromba d’água assassina viria atacá-los, até sentirem os primeiros pingos de chuva no rosto.

E, contudo, como não deve ser surpresa para você, uma pesquisa feita pela Folha de São Paulo descobriu que 90% dos sobreviventes da enchente afirmam que esse acontecimento só serviu para fortalecer sua fé em Deus.

Veja isso:


“Todos os moradores das cidades do Rio de Janeiro que foram afetadas devem imediatamente, sem nenhuma demora procurar Jesus Cristo, porque é só Ele para dar-lhes conforto nessa hora de tanto sofrimento, Deus enviou seu filho único para morrer por mim e por vocês, para que pudéssemos ser vitoriosos, para que tenhamos uma vida com abundância em Cristo Jesus, procurem Deus, falem com Ele, peçam para Ele abençoar a vida de vocês do mesmo modo como Ele abençoa a minha Ele com certeza vai abençoar a sua também, Entre para o seu quarto e fale com Deus, Ele é “O TODO PODEROSO”


Já é hora de reconhecermos o ilimitado narcisismo e auto-engano desses que foram salvos. Já é hora de reconhecermos que é uma verdadeira desgraça que os sobreviventes de uma catástrofe acreditem que foram poupados por um Deus amoroso, enquanto esse mesmo Deus afogava bebês em seus berços ou simplesmente os sufocava enterrando na lama.

Quando parar de revestir a realidade do sofrimento do mundo com fantasias religiosas, você sentirá até os ossos como a vida é preciosa – e que é uma grande infelicidade que milhões de seres humanos sofram tanto quando sua felicidade é abruptamente cortada, das maneiras mais horríveis, sem nenhum bom motivo.


É de se pensar quão vasta e gratuita teria de ser uma catástrofe para abalar a fé das pessoas. O desabamento do teto da Igreja Renascer deixando um saldo 29 vítimas e nove mortos, no exato momento em que Deus era louvado através de orações ou da Igreja Batista de Caatiba, Bahia, quando os fiés celebravam um culto especial de Natal, deixando dezenas de feridos e uma morte, estes fatos não surtiram nenhuma conseqüência que pudesse abalar a fé. O holocausto não obteve esse efeito. Tampouco o genocídio em Ruanda – mesmo contando entre os assassinos padres católicos brandindo suas machadinhas. No século XX, nada menos que 500 milhões de pessoas morreram de varíola, em boa parte crianças.

Os caminhos de Deus são de fato, inescrutáveis. Parece que qualquer fato, por mais infeliz que seja, pode ser considerado compatível com a fé religiosa.

João Pessoa, 04 de maio de 2011.