quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Sem-religião" são o 3o maior grupo, após cristãos e islã


1,1 bilhão de pessoas no planeta não possuem filiação religiosa, de acordo com estudo.

 

 

Pessoas sem afiliação religiosa compõem o terceiro maior grupo mundial, segundo um novo estudo sobre o tamanho dos credos no planeta, aparecendo atrás apenas de cristãos e muçulmanos, e logo à frente dos hindus.

O estudo, baseado em dados de 2010, mostra também que o islamismo e o hinduísmo são os credos que mais devem crescer no futuro, ao passo que o judaísmo tem a menor perspectiva de crescimento.

O cristianismo aparece como a religião mais global, presente em todas as regiões, ao contrário do hinduísmo, que concentra 94 por cento da sua população em um só país, a Índia.

No geral, 84 por cento da população do planeta, estimada na época em 6,9 bilhões de pessoas, se identifica com alguma religião, segundo o estudo divulgado na terça-feira pelo Fórum Pew para a Religião e a Vida Pública, intitulado "A Paisagem Religiosa Global".

A categoria "não-afiliada" abrange todos aqueles que não professam nenhuma religião, de ateus e agnósticos até pessoas com crenças espirituais, mas sem ligação com uma fé estabelecida.

"Muitos dos religiosamente não-afiliados possuem crenças religiosas ou espirituais", salienta o estudo.

"A crença em Deus ou em um poder superior é partilhada por 7 por cento dos adultos chineses não-afiliados, por 30 por cento dos adultos franceses não afiliados, e por 68 por cento dos adultos não-afiliados dos EUA", disse o texto.

ILSÃ SE EXPANDE 

Os números exatos de cada grupo são impossíveis de obter, e as estimativas para as maiores religiões podem ter uma margem de erro na casa de centenas de milhões de indivíduos. Esse estudo do Fórum Pew, de Washington, parece ser um dos mais amplos até agora.

O demógrafo Conrad Hackett, do Fórum Pew, disse que 2.500 censos, pesquisas e registros populacionais foram usados na compilação do relatório, e que isso não permite que seja colocada à parte a população de ateus e agnósticos.

"Não é o tipo de dado que esteja disponível para cada país", disse ele. "Um censo irá tipicamente perguntar qual é a sua religião, e você pode identificar um número particular de afiliações, ou religião nenhuma." Uma categorização por idades mostra que os muçulmanos têm a menor idade mediana, 23 anos, contra 28 da população mundial total. A idade mediana significa aquela em que metade da população é mais velha, e metade é mais jovem.

"Os muçulmanos vão crescer como parcela da população mundial, e uma parte importante disso está nessa estrutura etária jovem", disse Hackett.

Já o judaísmo, que tem 14 milhões de seguidores (0,2 por cento da população mundial), tem a maior idade mediana, 36 anos, o que significa uma menor perspectiva de crescimento. A idade mediana dos cristãos é de 30 anos, e dos hindus é de 26. Entre os sem filiação religiosa, a idade mediana é de 34 anos, o que indica um potencial de crescimento pequeno.

O estudo calcula que haja no mundo 2,2 bilhões de cristãos (31,5 por cento da população mundial), sendo metade católicos.
Os muçulmanos são 1,6 bilhão (23 por cento da população mundial), sendo cerca de 90 por cento sunitas.

Entre os 1,1 bilhão de pessoas sem filiação religiosa, mais de 700 milhões (62 por cento do total) vivem na China. Os não-religiosos compõem 52,2 por cento da população chinesa.

Fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/religiao-sao-o-3o-maior-grupo-do-mundo-apos-cristaos-e-isla-3?page=3

 


Os Estúpidos Ensinamentos de Jesus












Segue abaixo as bobagens supostamente ditas por Jesus:

- Perdoar 490 vezes o mal que alguém lhe fizer - Mateus 18:21,22;

- Arrancar os olhos ou algum membro para evitar o pecado - Mateus 05:29,30;




- Não se divorciar e nem casar com uma mulher divorciada, pois isso é adultério - Mateus 05:32





- Não resistir ao mal. Se alguém lhe bater em uma face ofereça a outra - Mateus 05:39;




- Se alguém pegar o seu "DVD" entregue também a "TV de Plasma" - Mateus 05:40;

- Se alguém lhe obrigar a atravessar o oceano a nado diga que vai dar a volta ao mundo - Mateus 05:41; 





- Não negar nada emprestado - Mateus 05:42; 




- Ser tão perfeito quanto Deus (???) - Mateus 05:48; 




- Vender tudo o que tem para ser perfeito - Mateus 19:21;

- Evitar ficar rico - Mateus 06:19; 





- Não se preocupar com o futuro - Mateus 06:25-34; 





- Não se preocupar com o que se come - Mateus 15:11;





- Não lavar as mãos antes de comer - Mateus 15:20; 






- Não jurar por nada (no VT era permitido jurar à vontade) - Mateus 05:34-36








quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

FOTOS DA SEMANA

QUANDO DEUS QUER É ASSIM

CUIDADO! DEUS VAI ENGANAR VOCÊ!





Em I Reis 22:19-23 é contado o relato de como Deus induziu o rei Acabe ao erro, que levou a sua morte.

Em II Tessalonicenses 2:11-12 há o relato de que Deus envia a operação do erro, para que creiam na mentira.

Com base nos dois relatos: Deus pode induzir os homens ao erro, de modo que acreditem estar servindo a Sua vontade, a fim de serem julgados por não crerem na verdade?
.........................................................................
19 Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a ele, à sua direita e à sua esquerda.

20 E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.

21 Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que modo?

22 Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.

23 Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas; o Senhor é quem falou o mal a respeito de ti. I Reis 22
.....................................................................


11 E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira;

12 para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça. II Tessalonicenses 2

II Tessalonicenses

8 - Então o tal ímpio se manifestará. Mas o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o resplendor da sua vinda.

9 - A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores.

10 - Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar.

11 - Por isso, Deus lhes enviará um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro.

12 - Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal.



terça-feira, 15 de maio de 2012

A LUTA PELA MENTE DE ROSA




Hoje encontrei Rosa minha companheira de dança muito triste, mais pra lá do que pra cá. Há pouco tempo Rosa vivia maritalmente com um mancebo, a relação entre o casal era marcada por brigas que terminava em vias de fato. No entanto hoje, a saudade lhe atormenta.

Foi catimbó que fizeram para separar ele de mim. - Assegurou-me Rosa.

Tentei explicar para Rosa que catimbó, feitiço, macumba, ou seja lá outro adjetivo dado, não existe. Nunca vi um ateu endemoninhado ou que tenha sido afetado direta ou indiretamente por despachos de pais ou mães-de-santo.

A resposta saiu na ponta da língua: - É porque você tem o corpo fechado, respondeu-me a Rosa.

O que é isso que compele uma pessoa a, ultrapassando os limites da razão, crer no inacreditável? Como pode uma pessoa normalmente equilibrada tornar-se tão apaixonada por uma fantasia, uma impostura que, mesmo após esta ter sido exposta à luz clara do dia, ainda se agarra a ela - na verdade, se agarra ainda mais fortemente a ela?

Certa vez – disse-lhe – Namorei uma filha de uma mãe-de-santo que se chamava Girleide. Contou-me esta ex amada, que certo dia não tinha nada para o almoço. De repente surgiu de carro uma mulher a procura de sua mãe, queria desfazer um despacho que lhe fora feito. Foi a salvação do almoço.

Contou-me Girleide que sua mãe, de cara, cobrou R$ 100,00 pelo serviço e pediu dinheiro para comprar uma galinha preta, cachaça, charutos e outros ingredientes do contrafeitiço. A mulher nem pensou duas vezes, pagou o que foi pedido.

Rosa contestou – Você não acredita nisso, mas eu fui a um Centro Espírita e me confirmaram – Foi catimbó. Fui à Igreja Universal do Reino de Deus e ouvi novamente a confirmação. E por fim fui à Igreja Deus é Amor e disseram-me a mesma coisa, logo não pode ser mentira – concluiu Rosa.

Na igreja Deus é Amor, o pastor levou-me ao altar fez pedidos e orações a Deus. Confesso que chorei copiosamente e saí de lá com uma certa tranqüilidade. Só não gostei da gritaria, os fiés gritavam muito e em voz alta – “Aleluia, Aleluia Senhor”. Por fim me assegurou o pastor que se fosse da vontade de Deus, meu amado voltaria.

Ontem no centro espírita, continuou Rosa, fui até a presença de uma mãe-de-santo na esperança que ela trouxesse de volta o meu amado. Fui levada para um quarto com pouca iluminação e cheiro de incenso pelo ar. Estávamos lá sentadas em uma mesa coberta com uma toalha branca, a mãe-de-santo e eu em lados opostos e um homem que ajudava na preparação do ambiente. De repente a sacerdotisa começou a se contorcer, fazer munganga e bufar. Levantou-se repentinamente e soltou um grito com uma voz rouca – “Eu tomei seu marido e não vou mais te entregar”. O susto foi tão grande que eu me agarrei com o homem que estava no recinto – Disse-me Rosa.

O homem pediu calma, falou com o espírito maligno que havia se incorporado na mãe-de-santo pedindo que ele deixasse o meu marido em paz. Foi quando a sacerdotisa com os olhos esbugalhados disse em voz bem alta – “Jamais, seu homem agora é meu.”

Para me convencer de que há pessoas videntes, Rosa contou-me que tinha um apartamento para vender e não achava compradores, foi quando uma amiga lhe indicou uma cartomante residente na cidade de Campina Grande. Sem delongas, Rosa pegou o carro e partiu para o encontro com a cartomante.

Homero, ela disse tudo da minha vida, se você concordar em ir lá comigo e fizer uma consulta com ela, você vai comprovar o que digo, ela vai dizer tudo da sua vida.  Assegurou-me Rosa.

Bom, continuou Rosa, em menos de uma semana consegui vender o apartamento.

As convicções são piores inimigos da verdade que as mentiras.

Esse lixo mental entupiu a mente de Rosa cegando os dois olhos, ensurdecendo-lhes os ouvidos. Sem ver e sem ouvir nada, fica impedida de raciocinar, a falência intelectual foi instalada e sua mente dominada.

Dito isto tenho como certo a luta entre os religiosos pela mente de Rosa.

Passados alguns dias, eis que a Rosa me aparece e conta as novidades. Estava ela na sala de orações no Centro Espírita, quando de repente o espírito do falecido marido se incorpora em um homem que fazia parte da mesa e com a voz rouca e olhos esbugalhados em sua direção falou – “Eu não deixo você namorar com ninguém, eu tenho muito ciúmes de você, vou atrapalhar qualquer relacionamento seu.”

Nem precisa dizer que a Rosa acreditou nos charlatões.

DIÁLOGOS



- Herculano: Boa noite.

- Boa noite Herculano, como vai esse grande advogado trabalhista?

- Bem e você trabalha onde? Perguntou-me Herculano.

- Sou aposentado há 14 anos, respondi.

- Graças a Deus, disse Herculano.

- Graças a Deus não. Graças aos meus esforços. Deixei de gozar férias, licença prêmio, tudo para contar em dobro e aposentar-me cedo antes das reformas.

 

- Você não acredita em Deus?

 

- Claro que não Herculano. E em qual Deus você acredita?

 

Herculano ficou meio sem jeito e respondeu-me. Acredito que Deus seja uma força superior, uma energia...

 

- Provavelmente não é o Deus dos hebreus.

 

- É o Deus que criou todas as coisas, o céu e a Terra.

 

- Mas esse Herculano, é o Deus dos hebreus, e sua criação está descrita no livro Êxodo Capítulo III, da Bíblia, livro sagrado do Judaísmo.

 

 Herculano olha para o céu e mostra as nuvens. - Como não acreditar em Deus, se há nuvens no céu e lá se sustentam sem cair?

 

 Fiquei pasmo – ouvir isso de um advogado!

 

 Certo, Herculano. Então o seu Deus é o Deus das lacunas, aquilo que você não sabe explicar basta atribuir o feito a Deus e tudo está resolvido, mesmo porque um dos efeitos negativo da religião é satisfazer-se com o não entendimento. Aceite com fé e cale a boca.

 

 Você ainda lembra das aulas de ciências no ginásio onde se estudava as propriedades da água em sólida, líquida e gasosa?

 

 Mas em Jesus você acredita! Exclamou Herculano.

 

 - Esse Deus é mais fácil contestar a sua existência, porque segundo o mito, viveu entre nós, em carne e osso. Pelos livros que tenho lido é um Deus romano, muitíssimo parecido com o Deus Mithra.

 

 Herculano apela para a Bíblia e cita Isaías profetizando a vinda de Jesus.

 

 - Mas Herculano, qual é a dificuldade de se escrever um profecia? Que dificuldade tiveram os antigos cristãos que fizeram o Novo Testamento no ano 325 em ligar o Antigo ao Novo Testamento?

 

 Herculano concorda comigo, apenas por alguns segundos e em seguida cita passagens do Evangelho de João em uma tentativa tênue para justificar a sua fé.

 

 Você sabe quem escreveu o livro de João, este que chegou até nós no Novo Testamento? Pergunto a Herculano. 

 


Herculano não responde. Prefere mudar de assunto e pergunta – Você não acredita na ressurreição de Lázaro? 

 

Claro que não Herculano, Lázaro estava morto e sepultado havia 3 dias, inclusive já fedia, segundo o Novo Testamento. Acreditar em um milagre dessa magnitude é acreditar que todas as leis da natureza foram modificadas e alteradas para atender a Lázaro e isso é impossível.

 

 E você acredita em Deuses nascidos de virgens, cobras e jumentas falantes? Perguntei.

 

 Fiquei sem resposta. Herculano se despediu - Boa noite, vou dormir, amanhã tenho que trabalhar.

 

A necessidade de acreditar em falsos milagres às vezes ultrapassa não só a lógica, mas, aparentemente, até a sanidade mental.

 

domingo, 4 de março de 2012

Meu Querido Diário



Ter fé sem raciocinar não é o caminho para o entendimento, e estaria em oposição ao método científico. As pesquisas prosseguem, pois quem abrirá as portas da limitada percepção humana, será a ciência, e não alguma mitologia irracional.


Ontem, 03 de março, fui visitar um primo no dia do seu aniversário. Bebia-se e comia-se um delicioso churrasco. De repente a mãe de um dos participantes que é protestante, questionou a fé do filho, adquirida em outra vertente do Cristianismo, que acredita que será arrebatado no dia 30 de junho de 2012, tornando-se imortal.

Ânimos foram exaltados, a regra de ouro – “Amai-vos uns aos outros” foi esquecida. Em seu lugar surgiu – “MATE a qualquer que tenha uma religião diferente da sua” – (Deuteronômio 17:2-7)


Diga-se, de passagem, que se Jesus afirmou: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada” (Mt.10:34). Em outra passagem, Jesus teria dito: “Vim lançar fogo na terra, e que mais quero, se já está aceso?” (Lc.12:49).

Mateus (10:35),
“Porque eu vim separar, o filho do seu pai, e a filha da sua mãe, e a nora da sua sogra de tal modo que  os inimigos de um homem serão seus próprios familiares.

Esta profecia vem se cumprindo em todos os seus termos.

É a fé separando pessoas de uma mesma família. 


 

 

  Goretti é uma cristã católica divorciada que procura um segundo marido para levá-la a igreja todos os domingos para assistir missas e de lá sair de braços dados. Entrar com um marido na missa é uma demonstração de união, paz e harmonia no lar, além de fazer esquecer os infortúnios da vida, por um momento fazendo-a livre e feliz.  Para tanto, faz promessas para Santo Antônio, inclusive já roubou uma estátua deste santo casamenteiro, uma espécie de simpatia para aparecer o pretendente, enrolou a estatueta em uma calcinha e a colocou escondida de cabeça para baixo. Botar perto de pote ou geladeira nem pensar, esfria ou congela o pedido.

 

Rosa já foi casada duas vezes. Deixou o primeiro marido beberrão e ciumento e nas suas orações diárias pedia a Jesus que lhe mostrasse um marido que não bebesse. Foi atendida – segundo ela.

 

O que estas duas cristãs tem em comum é a crença em um Deus misericordioso que atende aos pedidos dos fiéis. O que elas não sabem é que o Deus adorado por ambas proíbe o divórcio.

 

Marcos 19

 

5. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne.

 

6. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.

 

A Maldição

 

9. Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério.

 

 

O casamento na religião cristã é indissolúvel e será automaticamente excomungado todo aquele ou aquela que contrair novas núpcias.

 

A questão do divórcio no Livro de Mateus, Capítulo 19, que originalmente foi escrito em grego não se sabe por quem, nem exatamente quando, intrinsecamente está ligada a Roma. É que nesse período 60 a 80 da nossa era, o divórcio estava sendo usado abusivamente pelos romanos causando danos irreparáveis a instituição familiar.

 

E os danos de hoje?

 

Imaginemos, pois que uma adolescente de 16 anos contraia matrimônio com um jovem de 17 anos. Decorrido o primeiro ano, o jovem marido contrai aids em uma relação extra conjugal instigado pelo não uso da camisinha propagado como pecado pela igreja católica. Tal casamento não pode ser desfeito, mesmo com o risco atual e iminente de contrair a doença transmitida pelo marido. Filhos poderão nascer contaminados e a jovem traída terá que esperar a morte do marido irresponsável para refazer a sua vida.

 

Exemplos diversos de danos a pessoa dos cônjuges podem ser dados, vejamos: o desaparecimento de um dos cônjuges, a decisão unilateral de viver maritalmente com uma pessoa ou mesmo de abandonar a relação, ou ainda, nestes tempos modernos - um dos cônjuges vier a morar sobre o mesmo teto com uma pessoa do mesmo sexo, torna o outro cônjuge impedido de contrair outro casamento enquanto o outro que deu causa a dissolução do matrimônio estiver vivo.

 

Neste sentido, confesso uma certa simpatia pelo Deus dos muçulmanos – Allah que permite quatro esposas para um só homem e ainda direito ao divórcio.

 

Nesta vida terrena está de bom tamanho.

 

Para os que morrem em nome da causa mulçumana com o corpo recheado de bombas – Vida eterna no paraíso cercado de 72 mulheres virgens.

 

 

Que Allah seja louvado.

Leiam a Bíblia.



sábado, 18 de junho de 2011

A BÍBLIA É REPULSIVA - II



Robert G. Ingersoll


Alguém tinha de dizer a verdade sobre a Bíblia. Os padres não ousariam, porque seriam expulsos de seus púlpitos. Professores nas escolas não ousariam porque assim, perderiam seus salários. Políticos não ousariam. Eles seriam derrotados. Editores não ousariam. Perderiam seus leitores. Comerciantes não ousariam. Perderiam seus clientes. Homens da alta sociedade não ousariam. Perderiam prestígio. Nem balconistas ousariam. Eles seriam dispensados. 



Então, decidi eu mesmo fazer isto. 


Há milhões de pessoas que acreditam que a Bíblia é a palavra inspirada de Deus -- milhões que crêem que este livro é um cajado e uma guia, conselheiro e consolador, que ele preenche o presente com paz e o futuro com esperança -- milhões crêem que ele é a fonte da lei, da justiça e piedade, e que através de seus sábios e benignos ensinamentos o mundo conquistou sua liberdade, riqueza e civilidade -- milhões que imaginam que este livro é uma revelação da sabedoria e amor de Deus na mente e coração do homem -- milhões que têm neste livro como uma tocha que conquista a escuridão da morte e que derrama seu brilho numa outra vida -- uma vida sem lágrimas. 

Eles esquecem sua ignorância e selvageria, seu ódio à liberdade, sua perseguição religiosa; eles lembram do céu mas esquecem as masmorras do sofrimento eterno. 

Eles esquecem que este livro aprisiona a mente e corrompe o coração. Esquecem que ele é inimigo da liberdade de pensamento.

Liberdade é minha religião. Liberdade de mãos e mente -- de pensamento e trabalho. Liberdade é uma palavra odiada pelos reis. Abominada pelos papas. É uma palavra que abala coroas e altares. É uma palavra que já deixou coroados sem súditos, e as mãos estendidas da superstição sem esmolas. 

Liberdade é o fruto da justiça. O perfume da piedade. Liberdade é semente e solo, o ar e a luz. O orvalho e a chuva do progresso, amor e alegria.


Muitos sacerdotes me questionam como posso ser tão mau em atacar a Bíblia.



Vou dizer a você: Este livro, a Bíblia, tem perseguido até a morte, os mais inteligentes, os melhores. Este livro obstruiu e dificultou o progresso da espécie humana. Este livro envenenou as fontes do aprendizado e desviou as energias do homem. 


Este livro é inimigo da liberdade, o suporte da escravidão.

Este livro semeou as sementes do ódio dentro de famílias e nações, alimentou as chamas da guerra e empobreceu o mundo. 

Este livro é o livro de cabeceira de reis e tiranos - o escravizador de mulheres e crianças. 

Este livro corrompeu parlamentos e cortes. 

Este livro fez de colégios e universidades os professores do erro e os inimigos da ciência. 

Este livro encheu a cristandade com seitas cruéis, cheias de ódio e guerreiras. 

Este livro ensinou homens a matar seus semelhantes por motivos religiosos. 

Este livro fundou a Inquisição, seus instrumentos de tortura, construiu as masmorras, nas quais os bons e justos pereceram, forjou as correntes que rasgavam suas carnes, erigiu os patíbulos onde eles eram assassinados. 

Este livro juntou pilhas de lenha nos pés dos homens justos. Este livro baniu a razão da mente de milhões e encheu os asilos com os insanos.


Este livro fez pais e mães derramar o sangue de seus bebês. 



Este livro foi a justificativa que se dava para separar a mãe escrava de seu bebê. 


Este livro encheu os navios mercantes e fez da carne humana mercadoria. 

Este livro acendeu as fogueiras que queimaram as "bruxas" e "feiticeiras".

Este livro preencheu a escuridão com fantasmas e os corpos de homens e mulheres com demônios. 

Este livro poluiu a alma humana com o infame dogma do sofrimento eterno. 

Este livro fez da credulidade a maior das virtudes e a investigação o pior dos crimes. 

Este livro encheu as nações com eremitas, monges e freiras -- com piedosos e inúteis. 

Este livro colocou santos sujos e ignorantes acima de filósofos e filantropos. 

Este livro ensinou o homem a desprezar as alegrias da vida para que pudesse ser feliz numa outra -- desperdiçar este mundo em benefício de um próximo. 

Eu ataco este livro porque ele é inimigo da liberdade -- a maior obstrução na frente do progresso da humanidade. 

Deixe-me fazer uma pergunta aos sacerdotes: Como vocês podem ser tão maus em defender este livro?




quinta-feira, 16 de junho de 2011

EU NÃO TENHO NADA A VER COM ERROS PRATICADOS NO PASSADO – DIZEM OS CRISTÃOS.





Você deveria ter vergonha de dizer tamanha asneira. Ter vergonha de compactuar com as mortes dos primogênitos do Egito, por primar pela mentira de que a Terra parou para permitir que Josué, sob o comando do seu Deus, exterminasse a população de Jericó, por defender o extermínio dos cananeus e os abortos provocados a golpes de espada a mando do Senhor dos Exércitos.

Você deveria sentir vergonha por pertencer a uma instituição que no passado queimava crianças, jovens, adultos e velhos nas fogueiras para expiarem seus pecados.

Deveria sentir vergonha pela demasiada preocupação da salvação a qualquer custo, sacrificando esta vida para viver em outra eterna após a morte.

Tenha vergonha da sua passividade, aceitando tudo e calando a boca, ouvindo sem pronunciar uma só palavra aceitando desculpas esfarrapadas como esta que diz que um Deus nascido de virgem veio ao nosso mundo para salvarmos dos pecados, quando sabemos que pecados são normas religiosas ditadas por homens dominadores de massas.

Tenha vergonha de ouvir calado as desculpas ditadas apenas pela fé, de que morcego é ave, que o grão de mostarda é a menor semente do mundo e tem que morrer para poder germinar.


Tenha decência para reconhecer que a bíblia não é a palavra de Deus e sim escritas por homens que tinham o conhecimento limitado a ponto de afirmar que ouro e prata enferrujam.

Tenha dignidade para recusar os argumentos cheios de floreios para justificar atos criminosos como a perseguição dos mais sábios, inclusive até a morte dos não crentes.

Por que tanta relutância em voltar atrás e reconhecer o erro cometido, contestar fatos duvidosos como essa “teoria” do criacionismo e mudar o futuro da humanidade?

Tenha vergonha de si por fazer parte de um povo fracionado que luta entre si pela posse da sua mente para tão somente tirar de ti o sustento luxuoso deles.

Tenha vergonha da sua impotência, da sua falta de garra, das suas desilusões a respeito dos noticiários dos jornais dando conta dos crimes praticados pelos padres, pastores e bispos.

No mais, tenho pena de ti ó cristão iludido por anos e anos de catequese com métodos aprimorados por séculos.



domingo, 29 de maio de 2011

A CANALHA




COMO SE FOSSE UM LEMA...
ERA ASSIM EM 1916
E PERMANECE ATÉ HOJE




A canalha não é, entre nós, no Brasil, essa gente de pés descalços que arrasta nas ruas a sua vida miserável e anônima.

Não é essa turba faminta e resignada na sua desgraça, a pedir emprego de porta em porta, a matar a sede nos chafarizes, a dormir nos bancos da praça pública.

Não é a vagabundagem forçada, sonâmbulos da morte, que não tem um lar que os receba, nem um braço que os ampare, nem um carinho que os console.

Não é esse triste cordão de deserdados, filhos de nossa terra e filhos de terra estranha, que por subúrbios tropeçam na fome de dias inteiros, golfando sangue.

Não é o desgraçado que escamoteia um níquel ou escala um galinheiro para haver pão e o caldo suavisador nos últimos instantes do ente amado que escabuja no chão nu de um cubículo.

Nessa Pátria que se desfaz em lama e nessa gente que se desfaz em pus, a canalha tem o seu trono.

Reina em sonho absoluto.

É a nobreza. É o poder. São os maiores da Nação.
Não é o soldado raso; é o Marechal do Exército.
Não é o marinheiro; é o Almirante.
Não é o guarda civil, nem o secreta, nem o capanga; é o Chefe da Polícia.

Não é o porteiro do Senado; é o Senador da República.

Não tem casacos rotos, nem calças de remendos; tem bordados, tem luvas e brilhantes à botoeira.

Não é o servente que furta e vende uma caneta; é o Ministro que furta e vende as armas da Nação.

Não é a gentalha corrida a coice de arma; é a joldra afortunada que pode, que manda, que julga, que absolve, que mata, que tem nas mãos os dinheiros do tesouro e nos pés a honra do Brasil.

(De Coelho Cavalcanti, João Barafunda)
Transcrito de “A Imprensa” – Rio, 18/03/1916
Transcrito de “O Dia” – Recife 27/04/1953
Transcrito do Livro “Um Juiz no Reino do Malaio",
(Dr. Alfredo Pessoa de Lima)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Deus Está Nu"

Michel Onfray

Por André Fontenelle
Reportagem publicada na Revista Veja de 25/05/2005


O filósofo francês mais lido da atualidade diz que as três grandes religiões monoteístas vendem ilusões e devem ser desmascaradas como o rei da fábula de Andersen


Em um tempo em que a religiosidade está em alta, surpreende o livro que se encontra no topo da lista dos mais vendidos na França desde o mês passado, à frente até das biografias de João Paulo II: Tratado de Ateologia. Escrita pelo filósofo mais popular da França na atualidade, Michel Onfray, de 46 anos, a obra é um ataque pesado ao que o autor classifica como "os três grandes monoteísmos". Segundo Onfray, por trás do discurso pacifista e amoroso, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo pregam na verdade a destruição de tudo o que represente liberdade e prazer: "Odeiam o corpo, os desejos, a sexualidade, as mulheres, a inteligência e todos os livros, exceto um". Essas religiões, afirma o filósofo, exaltam a submissão, a castidade, a fé cega e conformista em nome de um paraíso fictício depois da morte.

Para defender essa argumentação, Onfray valeu-se de uma análise detalhada dos textos sagrados, cujas contradições aponta ao longo de todo o livro, e do legado de outros filósofos, como o alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que proclamou, em uma célebre expressão, a "morte de Deus". O filósofo escreve em linguagem acessível, a mesma que emprega ao lecionar na cidade de Caen, no norte da França. Ali criou uma "universidade popular" que atrai milhares de pessoas a palestras diárias e gratuitas sobre filosofia, artes e política. Gravadas pela rádio pública France Culture, as aulas de Onfray são sucesso de audiência. Os fãs o consideram um sucessor de Michel Foucault (1926-1984), o mais influente filósofo francês do século passado. Em seus livros, Onfray propõe o que chama de "projeto hedonista ético", em que defende o direito do ser humano ao prazer. Uma de suas obras, A Escultura de Si, ganhou em 1993 o Prêmio Médicis, o mais importante da França para jovens autores. Onfray também tem detratores, que o acusam de repetir idéias ultrapassadas. Em dois meses seu Tratado vendeu 150.000 exemplares. De seu escritório em Argentan, Onfray concedeu a seguinte entrevista a VEJA.


Veja - Em sua opinião, só o ateu é verdadeiramente livre?

Onfray - Só o homem ateu pode ser livre, porque Deus é incompatível com a liberdade humana. Deus pressupõe a existência de uma providência divina, o que nega a possibilidade de escolher o próprio destino e inventar a própria existência. Se Deus existe, eu não sou livre; por outro lado, se Deus não existe, posso me libertar. A liberdade nunca é dada. Ela se constrói no dia-a-dia. Ora, o princípio fundamental do Deus do cristianismo, do judaísmo e do Islã é um entrave e um inibidor da autonomia do homem.

Veja - A que o senhor atribui o sucesso de seu livro num momento em que há tanta discussão sobre religiosidade?

Onfray - Acho que muitos franceses esperavam uma declaração claramente atéia. As primeiras páginas de jornais e as capas de revistas sobre o retorno da religiosidade, a polêmica sobre o direito de usar ou não o véu muçulmano na escola leiga, a oposição maniqueísta entre um eixo do bem judeo-cristão e um eixo do mal muçulmano, a obrigação de escolher um lado entre George W. Bush e Osama bin Laden, a religiosidade dos políticos exposta na imprensa, o crescimento do Islã nos subúrbios franceses, tudo isso contribuiu para uma presença monoteísta forte no primeiro plano da mídia. Meu livro provavelmente funciona como um antídoto a esse estado de coisas, pelo menos na França. Ele ainda está sendo traduzido para outros idiomas.

Veja - Seu livro defende um ateísmo "fundamentado, construído, sólidoe militante". Isso quer dizer que é preciso convencer as pessoas da inexistência de Deus?

Onfray - Isso quer dizer que, quando uma pessoa não se contenta apenas em acreditar estupidamente, mas começa a fazer perguntas sobre os textos sagrados, a doutrina, os ensinamentos da religião, não há como não chegar às conclusões que eu proponho. Trata-se de não deixar a razão, com R maiúsculo, em segundo plano, atrás da fé - e sim dar à razão o poder e a nobreza que ela merece. Essa é a missão, a tarefa e o trabalho do filósofo, pelo menos de todo filósofo que se dê ao respeito.

Veja- A desconstrução dos três grandes monoteísmos equivale a mostrar que o rei está nu, como na fábula de Hans-Christian Andersen?

Onfray - Sim. É preciso mostrar que o rei está nu, deixar claro que o mecanismo das religiões é o de uma ilusão. É como um brinquedo cujo mistério tentamos decifrar quebrando-o. O encanto e a magia da religião desaparecem quando se vêem as engrenagens, a mecânica e as razões materiais por trás das crenças.


Veja - O senhor cita constantemente trechos do Corão, da Bíblia e da Torá para apontar contradições. Por que razão, se em muitos casos esses trechos nem são mencionados pelos religiosos na defesa de suas convicções? [/blue]

Onfray - Os sacerdotes limitam-se a usar apenas um punhado de palavras, textos e referências, sempre postos em evidência porque são aqueles trechos que permitem assegurar melhor o domínio sobre os corpos, os corações e as almas dos fiéis. A mitologia das religiões precisa de simplicidade para se tornar mais eficaz. Elas fazem uma promoção permanente da fé em detrimento da razão, da crença diante da inteligência, da submissão ao clero contra a liberdade do pensamento autônomo, da treva contra a luz.

Veja - Seu livro cita contradições entre a pregação da paz e a da violência. O senhor pode dar os exemplos mais marcantes dessa situação?

Onfray - O famoso sexto mandamento da Torá ensina: "Não matarás". Linhas abaixo, uma lei autoriza a matar quem fere ou amaldiçoa os pais (Exodo 21:15 e adiante). Nos Evangelhos, lê-se em Mateus (10:34) a seguinte frase de Jesus: "Não vim trazer a paz, e sim a espada". O mesmo evangelista afirma a todo instante que Jesus traz a doçura, o perdão e a paz. O Corão afirma que "quem matar uma pessoa sem que ela tenha cometido homicídio será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade" (quinta sura, versículo 32). Mas ao mesmo tempo o texto transborda de incitações ao crime contra os infiéis ("Matai-os onde quer que os encontreis", segunda sura, versículo 191), os judeus ("Que Deus os combata", nona sura, versículo 30), os ateus ("Deus amaldiçoou os descrentes", 33ª sura, versículo 64) e os politeístas ("Matai os idólatras, onde quer que os acheis", nona sura, versículo 5).

Veja - O livro ataca com virulência particular o apóstolo Paulo, descrevendo-o como um histérico. Por quê?

Onfray - Basta ler os Atos dos Apóstolos, nos trechos que descrevem a conversão de Paulo, e conhecer um pouco de psiquiatria, ou ter um manual de psicologia ao alcance da mão, para ver quanto os sintomas da visão que originou sua conversão coincidem com os descritos pelos especialistas em histeria: perda de tônus muscular, queda, cegueira momentânea etc. Ao me referir a Paulo, eu não emprego o termo neurose como um insulto de caráter moral, mas como um diagnóstico que pode ser estabelecido por um psiquiatra.

Veja - Há uma diferença entre ser contra as religiões e não acreditar na existência de Deus?

Onfray- É possível acreditar em Deus e viver sem religião. Mas não conheço religião que viva sem Deus. Trata-se do mesmo combate, verso e reverso da mesma medalha.

Veja - Mas não são poucos os que sustentam que a necessidade de Deus é inerente ao ser humano. Há quem acredite que essa necessidade é genética.

Onfray - Essa necessidade é cultivada culturalmente. É claro que não existe. Muito menos geneticamente. Essa é uma idéia ridícula. Não há nada no cérebro além daquilo que é posto nele. Já se viu alguma criança - imagem do que pode haver de mais natural - nascer acreditando em algum deus ou em alguma transcendência? Deus e a religião são invenções puramente humanas, assim como a filosofia, a arte ou a metafísica. Essas criações, é bem verdade, respondem a necessidades, como a de esconjurar a angústia da morte, mas podemos reagir de outra forma: por exemplo, com a filosofia.

Veja - Como o senhor explica o fato de muitos cientistas, diante da impossibilidade de explicar a imensa complexidade do universo, se voltarem para a hipótese da criação divina?

Onfray - O recurso a Deus e à transcendência é um sinal de impotência. A razão não pode tudo. Deve ser consciente de suas possibilidades. Quando ela não consegue provar alguma coisa, é preciso reconhecer essas limitações e não fazer concessões à fábula, ao pensamento mitológico ou mágico. A idéia da criação divina é uma espécie de doença infantil do pensamento reflexivo.

Veja- Como filósofo ateu, como o senhor viu a forte comoção popular pela morte do papa?

Onfray - Tamanho fervor deve ser relacionado com o fato de que João Paulo II foi de fato o primeiro "papa catódico", o primeiro sumo pontífice da era da comunicação de massa. Foi o homem mais filmado do planeta. Logo, era o maior portador da aura que a mídia confere. A maioria das pessoas tem fascínio pelos ícones eleitos pela mídia e acredita mais neles do que na verdade física. Daí a estranha sensação quando a TV prova que por trás daquela imagem divinizada havia alguém bem real, de carne e osso. Isso ficou demonstrado, na morte do papa, pelo uso espetaculoso da exposição do cadáver e pela criação de uma reação histérica entretida e amplificada pela transmissão televisiva.

Veja - O senhor retoma casos recentes e antigos em que o papel da Igreja Católica não foi dos melhores: ataques a Galileu, silêncio diante do holocausto ou do genocídio em Ruanda. Mas é possível encontrar outros tantos exemplos de bons momentos do catolicismo. Isso não mostra que o problema não são as religiões e sim os homens que as interpretam?

Onfray - Não me proponho a escrever uma resposta ao livro O Gênio do Cristianismo (obra de 1802 do escritor francês François-René de Chateaubriand, que refutava os filósofos anti-religiosos de seu tempo). O que quero é mostrar que as religiões, que dizem querer promover a paz, o amor ao próximo, a fraternidade, a amizade entre os povos e as nações, produzem na maior parte do tempo o contrário. Não me parece muito digno de interesse que os monoteísmos possam ter gerado o bem aqui ou acolá. Afinal, é a isso mesmo que eles dizem se propor. Não há motivo para espanto. Em compensação, que se devam a eles tantas barbaridades terrenas, extremamente humanas, me parece muito mais importante como prova da inanidade das doutrinas.

Veja - Críticos católicos alegam que seu livro nada fez senão repetir antigos argumentos contra a religião. Quais são seus argumentos novos?

Onfray - Não se pode fazer muito a respeito, a não ser dizer e redizer o que é verdade há muito tempo. E repetir que os cristãos têm pouca moral para me reprovar por dizer antigas verdades, quando eles mesmos propagandeiam erros ainda mais antigos.

Veja - Não se pode negar que a religião proporciona valores morais e éticos a muitas pessoas que de outra forma não os teriam. Isso, por si, não bastaria para justificar a existência das religiões?

Onfray - Se não houvesse alternativa, certamente. Mas há. A filosofia permite a cada um a apreensão do que é o mundo, do que pode ser a moral, a justiça, a regra do jogo para uma existência feliz entre os homens, sem que seja preciso recorrer a Deus, ao divino, ao sagrado, ao céu, às religiões. É preciso passar da era teológica à era da filosofia de massa.

Veja - O senhor acha que um dia o mundo será predominantemente ateu?

Onfray - Não. A fraqueza, o medo, a angústia diante da morte, que são as fontes de todas as crenças religiosas, nunca abandonarão os homens. Por outro lado, é preciso que alguns espíritos fortes, para usar uma expressão do século XVII, defendam as idéias justas. A questão é converter novos espíritos fortes. Só isso já seria muita coisa.

Veja - Quando e como o senhor se tornou ateu?

Onfray - Até onde consigo me lembrar, sempre fui ateu, a não ser na infância, quando acreditava na mitologia católica como se acredita em Papai Noel ou nas lendas do folclore. A história contada pelo catolicismo tem tanto valor quanto essas. Está no mesmo nível dos contos da carochinha, em que os animais conversam e os ogros comem criancinhas. Assim que um embrião de razão habitou meu espírito, não me importei mais com esse pensamento mágico - que só serve, justamente, para as crianças.

Veja - Do que se trata, exatamente, a "universidade popular" que o senhor criou?

Onfray - Eu criei essa universidade, com um grupo de amigos, três anos atrás, com o objetivo de proporcionar um saber filosófico exigente ao maior número possível de pessoas, de todas as origens, sem distinção de classe, religião, sexo, idade, formação, poder aquisitivo ou nível intelectual. E, ao mesmo tempo, permitir a construção de si mesmo como pessoa livre, independente e autônoma. Organizamos seminários sobre idéias feministas, política, cinema, arte contemporânea ou psicanálise, entre outros. Também temos uma oficina de filosofia para crianças. No que me diz respeito, ensino uma contra-história da filosofia - atéia, materialista, sensualista, hedonista, anarquista.

Veja - Que tipo de público freqüenta seus cursos?

Onfray - O público é indefinível, verdadeiramente popular: jovens, velhos, homens, mulheres, universitários, gente sem diploma, trabalhadores especializados, como pilotos de Airbus e neurocirurgiões, não qualificados ou desempregados, como os demitidos de uma montadora de automóveis da região.

Veja- A idéia está dando certo?

Onfray - O princípio dela já permitiu que se espalhe por cinco ou seis outras cidades. Há outros projetos de expansão.