sábado, 6 de julho de 2013

NASA e a possibilidade da vida extraterrestre





A NASA tem se interessado na possibilidade de vida extra-terrena em torno de sua área de trabalho. Por isso tem feito vários programas com gastos extraordinários para conseguir algum tipo de contato com uma inteligência extra-terrena, assim como os programas espaciais "Pioneer", "Voyager" e "TOPS", mas até agora isso tudo não tem dado muito retorno. Alguns indivíduos acreditam que a NASA já teve contatos com algum tipo de inteligência extra-terrena, e estão escondendo a descoberta...

Muitos indivíduos dentro de comunidades OVNI acreditam que os astronautas americanos tiveram várias visões de OVNIs em suas missões. Eles alegam que OVNIs têm monitorado continuamente os astronautas durante as suas missões e que a NASA está escondendo este acontecimento do público. Estes indivíduos dizem que os astronautas tiveram que fazer um juramento de sigilo (segredo) por causa dos contatos que eles tem com os OVNIs.

O Major Astronauta Gordon Cooper disse diante das Nações Unidas que ele acredita que seres extra-terrenos têem visitado a Terra com aeronaves espaciais de alta tecnologia. O Astronauta Edgar Mitchell acredita que naves extraterrestres têem caído na Terra com seus ocupantes e que o governos dos E.U.A. está escondendo. Ele acha que o governo dos E.U.A. está usando esta tecnologia extraterrena em avançados instrumentos militares.

Em Julho de 1976, o satélite "Viking orbiter" mandou imagens de Marte que pareciam o formato da uma face. Logo a NASA se declarou dizendo que a "Face de Marte" poderia ser causada por uma sombra, erosão, vento, ou outro tipo de força natural. Alguns indivíduos que não se convencerem com esta explicação acreditam que isto representa o sinal de uma civilizção perdida de Martes, de uma civilização antiga...

Segundo a própria NASA, a sua missão não é de se prender dia após dia em pesquisas de possibilidade de vida extra-terrena em outros planetas nem investigar a procedência de OVNIs. Durante várias missões espaciais, os astronautas da NASA tem descrevido fenômenos inexplicáveis, porém a NASA diz que em qualquer caso nenhum desses fenômenos pode'm ser considerados 'anormais' no ambiente espacial.

Em 1972, a "Pioneer 10" decolou na direção do espaço infinito carregando uma placa de alumínio com uma mensagem para civilizações extra-terrenas. A mensagem foi feita com o objetivo de comunicar a existência da Terra, e do ser humano para qualquer inteligência extra-terrena que encontrasse a "Pioneer 10" vagando pelo espaço.

No programa da NASA "Voyager" 1 e 2, eles colocaram sons e imagens para mostrar a diversidade da vida humana e cultura de povos humanos na Terra para civilizações extra-terrenas.

Em 1977, o conselheiro das Ciências do Presidente dos E.U.A. recomendou que um pequeno grupo fosse formado para investigar e procurar novos sinais de OVNIs. Após estudar os fatos, a NASA viu que não tinha nada a ganhar com toda esta investigação e resolveu acabar com o programa.

Em Outubro de 1992, a NASA recebeu uma ordem do congresso para desenvolver um projeto o qual pudesse procurar por sinais artificiais vindos de outras civilizações. A NASA criou "Towards Other Planetary Systems" (TOPS), "High-Resolution Microwave Survey" (HRMS), programas para a procura de sinais de rádio extra-terrestre. O próprio congresso ordenou a NASA para terminar o projeto em Outubro de 1993 antes mesmo do programa ser capaz de detectar qualquer sinal de rádio extra-terrestre.

No dia 6 de Agosto de 1996 um grupo de pesquisas da NASA encontrou evidencias de que é possível que tenha existido vida em Marte há 3.6 bilhões de anos atrás. Moléculas orgânicas e outras evidências de atividade biológica foram encontradas em um meteorito, que é provável que seja de origem Marciana, que foi encontrado na Antarctica em 1984 após ter caído na Terra aproximadamente ha 13.000 anos atrás.

A NASA tem demonstrado um interesse em explorar a possibilidade de vida extra- terrena. Até a presente data da história humana a NASA tem sido incapaz de confirmar a existência de vida inteligente extra-terrena. Se algum tipo de evidência for encontrada e levada para a NASA será a maior descoberta da história deste século.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS (Mórmon)



O Sol e a Lua são habitados?









               De acordo com Oliver B. Huntington, Joseph Smith ensinou que "Os habitantes da lua apresentam um tamanho uniforme em relação aos habitantes da Terra, sendo cerca de 6 metros de altura.

"Eles se vestem muito parecido com o estilo “Quaker” e são poucas as divergências no estilo e forma de vestir.

"Eles vivem em média perto de mil anos.”

"Esta é a descrição dada por Joseph, o vidente," (Journal of Oliver B. Huntington, Vol. 3, p 166..; como registrado no Estado Sociedade Histórica de Utah).

Oliver B. Huntington escreveu a declaração de prosseguir em 1881. Em 1892, ele fez uma declaração semelhante no Jornal da Mulher Jovem, uma publicação da igreja:

"Os astrónomos e filósofos, de tempos quase imemoriais até muito recentemente, afirmou que a lua era desabitada, que não tinha atmosfera, etc, mas descobertas recentes, através dos meios de potentes telescópios, deram aos cientistas dúvidas a respeito de vidas na Lua e também no Sol.”

"Quase todas as grandes descobertas do homem no último meio século têm, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, contribuíram para provar que Joseph Smith foi um profeta.”

Já em 1837, - “...eu sei que ele disse que a lua era habitada por homens e mulheres da mesma forma que a terra, e que viveu até uma idade maior do que nós, que viveram geralmente para perto da idade de 1000 anos .

"Na minha bênção patriarcal, dado pelo pai de Joseph, o Profeta, em Kirtland, de 1937, foi-me dito que eu deveria pregar o evangelho aos habitantes do mar - para os habitantes da lua, até mesmo o planeta pode agora vê com os seus olhos, "(Vol. 3, pp 263-264).

Mormon autor Van Hale, em um esforço para defender o ensino estranho de Joseph Smith diz:

"Será que Joseph Smith acredita em uma lua habitada desde a evidência histórica não disponíveis a resposta deve ser:? Não provado" ( Como poderia um profeta acredite em Lua habitada, como citado em Gilbert Scharffs ' A Verdade Sobre os Godmakers ., p 119 ).
Apesar da declaração anterior, Van Hale é forçado a admitir que Joseph Smith acreditava em Lua habitada:

"Mas todas as coisas consideradas, a possibilidade ou a probabilidade, o que ele fez não pode ser razoavelmente negada," ( Ibid ).

Ambos Scharffs e Van Hale afirmam que Joseph Smith não deve ser responsabilizado por essa crença particular, porque seus contemporâneos acreditavam que havia vida na lua também. Apesar destas tentativas vãs para mostrar de outra forma, a evidência mostra claramente que Joseph Smith acreditava e ensinava que havia vida na lua.

Em 24 de julho de 1870, Brigham Young fez a seguinte declaração em um sermão:

"Quem pode nos dizer dos habitantes deste pequeno planeta que brilha à noite chamado a lua? ... Quando você perguntar sobre os habitantes dessa esfera você achar que o mais erudito são tão ignorantes em relação a eles como os ignorantes de seus companheiros. Assim é em relação aos habitantes do sol Você acha que ela é habitada Prefiro pensar que é Você acha que há alguma vida lá Não há dúvida de que,.?.? não foi feito em vão " ( Journal of Discourses , vol. 13, p. 217).

Gilbert Scharffs, em um esforço para defender a declaração de Brigham Young sobre a vida nos pontos de sol que Brigham Young disse: "Você acha que ela é habitada eu prefiro? acho que ele é, "( A Verdade Sobre os Godmakers , p 121;.). Scharffs convenientemente esquece de mencionar as declarações que seguem imediatamente: "Você acha que há alguma vida lá? Nenhuma pergunta dele, que não foi feito em vão "( Journal of Discourses , Vol. 13, p 271, grifo do autor..).

Deve ser salientado que a afirmação anterior foi no contexto de um sermão e que Brigham Young considerou seus sermões para ser escritura:


A evidência é clara. Joseph Smith não estava correto em ensinar que havia vida na lua, Oliver Huntington nunca pregou aos habitantes da lua, e todos os pontos de evidência científica para o fato de que não há vida no sol como Brigham Young afirmou.

Estando Joseph Smith e Brigham Young redondamente enganados sobre a existência de vida no Sol e na Lua, faz sentido confiar em seus ensinamentos sobre a vida eterna?

O MESSIAS TEUDAS





















Teudas também é o nome de um seguidor de Paulo de Tarso, que ensinou Valentim. Para mais informações, veja Teudas (professor de Valentim)

Teudas (morto em 46 d.C.) foi um rebelde Judeu do Século I d.C.
                                                                         
Seu nome, se for um nome composto em Grego, pode significar "presente de Deus", apesar de outros estudiosos acreditarem que sua etimologia seja semítica e poderia significar "flui com a água".

Theudas provavelmente atuou como um pregador messiânico (muito recorrente na Judeia do Século I), que se propunha a liderar massas judaicas, para fins de renovação religiosa e social. Proclamando-se um profeta mandado por Deus para socorrer o povo judeu, que sofria sob o "status quo" vigente (inclusive a dominação romana), ele recorreu à tradição do heroi nacional, Moisés, assegurando ser capaz de "abrir as águas" do rio Jordão.

O historiador judeu, filo-romano, Flávio Josefo, avesso à qualquer rebeldia social de base popular, assim se refere ao episódio:


"Passando um tempo, enquanto Cuspius Fadus era procurador da Judéia, um certo charlatão, cujo nome era Teudas, persuadiu muitas pessoas do povo simples a tomar seus haveres e acompanhá-lo até o rio Jordão. Dizia que era profeta, e que à sua ordem o rio se separaria abrindo fácil passagem para eles. 

Com essas palavras iludiu a muitos. Mas Fado não permitiu que eles consumassem essa loucura. Enviou uma unidade de cavalaria contra eles, que matou muitos num ataque de surpresa e também capturou muitos vivos. Tendo capturado Teudas, cortaram-lhe a cabeça e a levaram a Jerusalém" .


Referências
FLAVIUS JOSEPHUS, Antiguidades Judaica, 20.97-98

terça-feira, 2 de julho de 2013

MEDICINA E ESPIRITUALIDADE















     ENCANTAMENTOS E RITUAIS USADOS NAS MEDICINA MEDIEVAL

Retrocesso de dois mil anos

Paulo Bento Bandarra (*)


A reserva de mercado para o jornalismo na imprensa, como ocorre em outras áreas de outras profissões, deixa o leitor algumas vezes desprotegido. Principalmente em assuntos científicos, com que muitas vezes o jornalista mais simpatiza do que realmente tem base sólida para bem informar e criticar. Por exemplo, preocupante, para a seriedade da medicina, o crescimento da pré-hipocrática associação da prática clínica com a religião. Grande mérito histórico de Hipócrates, que por isso serve de modelo médico até hoje.

No entanto, presenciamos um retrocesso na realização, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, do 1º Simpósio de Medicina e Espiritualidade, organizado pela Associação Médico-Espírita de São Paulo, conforme publicação da revista IstoÉ, edição 1.576 (28/5/03), na seção sobre saúde.

Estão estes profissionais, mais uma vez, tentando repetir os erros do passado já tão refutados pela ciência e pela história. Além, é claro, do desconforto que causa a pacientes e colegas de outras crenças esta prática e este proselitismo anticientíficos. A medicina dos maus espíritos, maus-olhados, das obsessões e dos endemoninhados.

Imaginemos os médicos afastando-se da ciência como parâmetro ético e promovendo a formação de associações de médicos católicos, judeus, teosóficos, islâmicos, da Igreja Universal, seguidores do reverendo Moon, umbandistas, satanistas, bruxomaníacos, adoradores de Isis e outros que tais, na defesa de tratamentos segundos suas "verdades", tão válidas e críveis como esta que se nos propõem agora.
  
Além de a clara rivalidade fratricida das religiões ser transferida para o seio da medicina, o abandono da lógica do conhecimento científico pela crença levaria ao retorno do obscurantismo no ensino, na pesquisa e no trato dos pacientes. Sem contar que no próprio espiritismo há rivalidades, vaidades e lutas entre as várias correntes, entre os seguidores de Ismael e os de Roustang. O escritor Salmon Rushdie já nos alerta sobre a inconveniência da condução dos homens pela religião, da qual é um exemplo vívido. Quanto mais em ciência.

Não se trata, como na visão do jornalismo, de um avanço, mas de uma volta ao pensamento mágico. Já no fim do século 18 o médico Franz Anton Mesmer abandonara a medicina em prol da idéia de "passes" pelo "magnetismo animal", estabelecendo-se na França e criando uma rica clínica desta prática. Em pesquisa da Academia Francesa de Ciências, formada por comissão de distintos doutores e acadêmicos, incluído Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794), Joseph-Ignace Guillotine (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790), chegou-se à conclusão de que não havia cura alguma – além da auto-sugestão dos pacientes (hoje, o chamado efeito placebo). Mesmer, então, 1785, abandonou Paris.

Em 1835, famosos pesquisadores ligados à Faculdade de Medicina de Paris, como Puységur, d`Eslon, Deleuze, Du Potet e Millet, voltam à carga, dedicando tempo ao sonambulismo (adivinhação) e outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético de Mesmer. Novamente, deram em nada as pesquisas, sobrando apenas a parte religiosa da crença.



A Kardec o que é de Kardec

Em 1840, o Dr. Benoit Mure trouxe ao Brasil a homeopatia, e estas práticas de mesmerismo e passes mediúnicos, aprendidas com Hahnemann em Paris, viriam a ser o esteio da prática do espiritismo no país nestes 160 anos. Mas sua "escola vitalista" em Montpellier fechou, assim como diversas escolas e hospitais homeopatas através do mundo entraram em colapso no início do século 20.

Quem lê a Revista Espírita editada por Allan Kardec vê descrições da vida em Marte, Vênus, Júpiter, explicações científicas que caem por terra com a evolução. Todas as informações trazidas pelos espíritos são comprovadamente falsas.

Profetiza-se o fim derradeiro da medicina científica na Revista Espírita de 1863, pág. 258, para o nascimento da verdadeira medicina antes do fim do século 19 – a espiritual. Disso sobraram obras doutrinárias, como o Livro dos espíritos e o Evangelho segundo o espiritismo – apenas obras de ficção religiosa e moral, inverificáveis – como todas as boas obras religiosas.

Tivemos Chico Xavier e Hercílio Maes no século 20, que profetizaram a vida no planeta Marte, a vida em Atlântida, praticaram homeopatia, escreveram livros incríveis de imaginação, nada além de conhecimento publicado previamente.

Nenhum remédio novo foi revelado pelos espíritos. André Luiz não nos revelou qualquer fórmula medicamentosa para aliviar o sofrimento na psicografia talentosa de Chico: só páginas e páginas de mundos delirantes e improváveis que tanto deleitam o leitor sectário. Afinal, o improvável Dr. Fritz não voltou para operar. desesperadamente, pterígios – com qualquer um que quisesse incorporá-lo? André Luiz poderia ter-nos dado uma formulazinha. Nenhum centro arqueológico revelou-nos estas almas lá viventes ou morrentes em sessões espíritas, só vidas inexistentes em planetas, como o relato da mãe de Chico em 1935. Dá para se acreditar agora?

Esperemos que o Conselho Federal de Medicina e a universidade brasileira retomem o rumo certo, para que não percam a visão responsável da prática médica e façam uso de recursos públicos com inteligência. Que a imprensa tenha mais senso crítico ao divulgar "novos avanços". Principalmente quando não são novos.

Não voltemos ao tempo das roupas pretas e capuzes de bico de pássaro. Dai a Hipócrates o que é de Hipócrates, e a Kardec o que é de Kardec.





Sugestão de Leitura
Vacina de Deus Contra a Lepra



A medicina medieval nos dias de hoje, ensinada por padre Paulo Ricardo.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

JUDAÍSMO MESSIÂNICO


Eles acreditam no caráter messiânico de Jesus, mas negam sua divindade e origem sobrenatural, observam todos os ritos judaicos, como a circuncisão, guardam o sábado e usam um único evangelho chamado de Evangelho dos Ebionitas, nome dado por Andrews Norton em 1846 e que é considerado pelos judeus messiânicos como o autêntico evangelho de Mateus escrito em hebraico ou aramaico, enquanto rejeitam o Novo Testamento e os escritos de Paulo como os de um apóstata 


Movimento Judaico-Messiânico anuncia Jesus como Salvador aos filhos de Abraão


Origens


O Moderno Judaísmo Messiânico ou Movimento Messiânico é um grupo religioso recente iniciado no século XIX baseado nos esforços das igrejas evangélicas de trazer os judeus à Cristo.

Algumas ramificações evangélicas como os adventistas já haviam promovido um retorno ao cumprimento de algumas leis da Torá sob uma ótica cristã.

Em 1718 John Toland em sua obra "Nazarenus" fez a sugestão de que os "cristãos entre os judeus guardassem a Torá". No início do século XIX, nasceu o Movimento Cristão-Hebreu na Inglaterra. Em 1886, foi fundada em Kishinev, a primeira Congregação Judaico-Messiânica Moderna, por Ioseph Rabinovich.

Nazarenos e Ebionitas

Os seguidores de Jesus que defendiam o judaísmo eram conhecidos no princípio como nazarenos, judaizantes, ou ainda (nas palavras de Paulo) os da circuncisão. Estes criam que Jesus de Nazaré não teria vindo abolir a Torá como prega a doutrina paulina.

Desta forma, pregavam que tanto judeus como gentios convertidos deveriam seguir os mandamentos da Torá, o que levou a um choque com outras ramificações do Cristianismo e do Judaísmo.

Ainda não é possível determinar se este Judaísmo Messiânico era uma variação dos fictícios ensinos de Jesus ou se era a suposta "doutrina original" de Jesus. No entanto se acreditarmos no sucesso inicial do movimento de Jesus dentro da religião judaica deve-se crêr que o teórico ensino original de Jesus não tenha sido muito diferente disto.

Com o sucesso da pregação paulina e após a destruição de Jerusalém, os judaizantes foram desprezados por cristãos e por judeus. Tornaram-se conhecidos como ebionitas (do hebraico evionim "pobres"), organizando sua própria literatura religiosa e com o passar do tempo foram virtualmente extintos.


Há diversos movimentos religiosos que em maior ou menor grau compartilham a visão ebionista. Dentre elas ,podemos mencionar o movimento criado por Shemayah Phillips,que em 1985 fundou o movimento conhecido como a Ebionite Jewish Community. Esta comunidade, estritamente monoteísta, reconhece Jesus como um profeta justo, e defende uma interpretação judaica do Tanakh e que tal sirva como meio de união entre judeus e gentios para implantação de uma sociedade justa.


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

1. Deus - Os judeus messiânicos creem no Deus do Tanakh, Adonai, e que ele é todo-poderoso, onipresente, eterno, existente à parte da criação, e infinitamente importante e benevolente. Os judeus messiânicos creem no Shemá, que significa "ouve", oração fundamental do Judaísmo, do texto de Deuteronômio 6:4 - "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso Deus é Único Deus -, texto que mostra a unidade do D'us de Israel, sendo ele único e infinito, e unicamente soberano. Quanto ao entendimento desta unicidade, porém, os grupos messiânicos divergem. Alguns refutam a ideia de uma "Trindade", entendendo o Shemá como a declaração literal de que Deus é um, apenas, além de considerar textos do próprio Novo Testamento que eventualmente desmentem o conceito de uma entidade triúnica - portanto, relegam a Trindade a algo quase que idolátrico. Outros, porém, são abertos aos conceitos trinitarianos.

2. Jesus como o Messias - (Yeshua) é, para os judeus messiânicos, o Messias judeu. O principal movimento messiânico crê em Yeshua como sendo "a Torá (palavra) feita carne" (referência a Yochanan/João 1:14). Quanto à divindade de Yeshua no entanto, os grupos divergem.:


  • Os Trinitarianos acreditam que Yeshua seja Deus e a Segunda Pessoa da Trindade
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  • Os Dualistas acreditam que ele é D'us encarnado.
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  • Os Unicistas acreditam que ele é uma manifestação de Deus.
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  • Os Unitários acreditam que ele é o filho de Deus, mas não tendo divindade e sim munido de toda autoridade - mas não nunca o próprio Deus.
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  • Os Unitários Humanistas acreditam que Yeshua é filho de José com Maria, mas como desde de o útero de sua mãe ele teve sobre si o Espirito do Eterno e como nunca transgredido nenhum mandamento, mas os cumprindo com grande maestria e excelência todos eles (Mandamentos), foi lhe concedido o titulo de Primogênito Filho do Eterno.


MESSIANISMO E PRÁTICAS DE HERESIA
Rabino Nilton Bonder

Este artigo foi inspirado num pequeno incidente. Fui procurado por uma pessoa que viajara aos Estados Unidos e me trazia um folheto de uma sinagoga que visitara. A pessoa em questão achara o folheto interessante e um bom modelo para a divulgação de uma sinagoga. Quando tive oportunidade de ler com mais atenção o tal folheto, vi que não se tratava de um informativo de uma sinagoga, mas de um templo do grupo que se auto-denomina Judaísmo Messiânico. Tal grupo, que já conta com instituições no Rio e em São Paulo, se apresentam como judeus que vêem em Jesus o Messias e no Novo Testamento uma fonte canonizada.

Motivado pelo crescimento de tal grupo e pela dificuldade da pessoa que me entregara o folheto de identificar que tipo de "sinagoga" havia visitado, escrevo o que se segue…

O intolerável é sempre uma medida muito interessante. Representa a transgressão de uma fronteira que na verdade só se define claramente ao ser cruzada. Infeliz do tolerante que não conhece esta dimensão e que, portanto, não pode se perceber na condição de alienado.

A modernidade nos trouxe uma insuportável capacidade de confundir a tolerância com a alienação. Mudar-se de tom no meio de uma melodia é algo desagradável aos ouvidos sem com isto dizer-se que um tom é melhor do que outro. O que é intolerável não é a diferença, mas a indiferença - a capacidade de se esquecer do compromisso com a melodia. A tolerância não é uma medida absoluta e exigir-lhe esta natureza é estar-se de fora, externo e indiferente. O que é intolerável é sempre da ordem de uma tolerância inaceitável muito mais do que da discórdia e da diferença. O outro que é diferente pode chegar a ser até mesmo apreciado, um mesmo que é diferente estará sempre na dimensão do tolerável.

Os movimentos religiosos que existem hoje dentro do judaísmo são exemplos de um mesmo que é diferente. Suas patologias podem se expressar pela alienação dos mais tolerantes frente aquilo que não deveria ser tolerado ou pela intolerância dos menos tolerantes em relação à aquilo que deveria ser tolerado. Liberais portanto podem ter sido condescendentes e pluralistas com o intolerável e Ortodoxos implacáveis com o tolerável. Alcançar este discernimento só é impossível através de alguma definição de fronteira. Sem fronteiras que definam o que é um mesmo ou o que é um outro não existe qualquer possibilidade tanto de tolerância quanto de apreciação.

Quando duas ou mais tradições se encontram em espaços ecumênicos seu tratamento mútuo não consegue ultrapassar a dimensão da tolerância. São tradições tratadas com uma mesma deferência, são parte de um mesmo, e como diferentes partes de um mesmo só podem se tolerar. Se, por outro lado, este encontro se dá na dimensão do outro, na linguagem ou no espaço do outro onde não se pode ter qualquer dúvida de que o outro é o outro, então há espaço para a apreciação.

Ou como a cultura idische diz melhor, mais rápido e mais barato do que qualquer filosofia: "se eu sou eu porque você é você e você é você porque eu sou eu - nem eu sou eu e nem você é você; mas se eu sou eu porque eu sou eu e você é você porque você é você, então eu sou eu e você é você e nós podemos conversar." Se eu sou eu porque você é você e vice-versa então o que mais podemos almejar é a tolerância. Se eu sou eu porque eu sou eu e vice-versa, então é possível apreciar-nos e enriquecer-nos com nossa conversa. No ecumenismo é facilmente discernível os espaços onde se pratica a diplomacia e onde se pratica o enriquecimento no diálogo.

Surge hoje nas grandes capitais onde há presença judaica o cada vez mais visível Judaísmo Messiânico. Este grupo se assume como parte da fé judaica que reconhece Jesus enquanto Messias e pratica o judaísmo em sua forma cultural e tradicional. Tem corpo de judeu - propõe-se as mitsvot, circuncisão, kashrut, shabat, tefilá, chama seu mentor espiritual de rabino e sua casa de orações de sinagoga - e alma cristã - fala de Ioshuah, o salvador que trouxe nova luz e faz uso de livros que não fazem parte do cânone judaico. Há sem dúvida um canto de sereia no ar e um desafio em particular para aqueles que toleram.

Não tolerar este tipo de grupos não seria legitimar o não reconhecimento dos grupos mais tradicionalistas e radicais que não toleram qualquer outra prática que a sua ortodoxia? Não tolerar não significa experimentar o mesmo tipo de reação legítima, portanto, destas ortodoxias?

Acredito que não. Este grupo não é um mesmo diferente, é um outro. Poderia ao assumir isto ser até mesmo da dimensão da apreciação - poderia haver muita conversa. Sua perversidade é dizer-se parte de um mesmo para um grupo minoritário como são os judeus, com um longo passado de submissão à catequeses e até mesmo ao proselitismo violento, e em profunda transformação de sua identidade. É hora dos tolerantes serem profundamente coerentes com sua essência e exercerem sua intolerância. É um momento profundo de expressar-se não como um alienado ou um indiferente. É momento de resistir às tentações da indiferença que se dissimulam na tolerância e que não reconhecem que o judaismo é uma melodia. Não acredito ter que ser a única melodia - sem possibilidades de conversas - mas é uma melodia própria.

O judaísmo suporta qualquer jazz mas não o desafinar.

Triste a história deste grupo que ao invés de fazer jazz a partir da tradição cristã, vem desafinar o judaísmo. É suspeita esta necessidade de fazer-se um mesmo sendo-se um outro. Esta falta de transparência parece atender a um mercado das confusões mais do que abrir novas perspectivas melódicas a este mundo tão necessitado delas.

Ao mesmo tempo é este um momento importante para os judeus de conhecer suas próprias fronteiras. Bom este momento para lidar com nossas patologias. Que o liberal tolerante conheça suas intolerâncias e que o tradicionalista intolerante conheça suas verdadeiras tolerâncias.

Que os ditos Judeus Messiânicos despertem para o ato de agressividade que cometem ao se fazerem partes de um mesmo e que busquem o diálogo do diferente com aqueles que dizem respeitar - os judeus. Que a tradição cristã não se rejubile nesta manifestação religiosa como a cristianização dos judeus, mas que a compreenda como uma variante cristã em busca de suas origens. Cabe ao Cristianismo um ato de tolerância para com os seus, com mais um movimento dentro de suas fronteiras. Se a Igreja do passado não tivesse se compreendido como um mesmo, mas como um outro do judaísmo, se não tivesse se olhado pela ótica da cristianização dos judeus ou da transformação do velho em novo seja em testamento ou em mensagem, teríamos sido mais outros e teríamos conversado muito mais.

A heresia não é da dimensão do outro, mas do mesmo. Reforçar as identidades, fazer-se mais outro, é o caminho da paz e da apreciação. Que cristãos sejam mais cristãos, que judeus sejam mais judeus, em particular assumindo a sua legítima diversidade. "E naquele dia D'us será Um e Seu Nome Um" é o dia das muitas melodias que se apreciam. Não será o dia do enfadonho canto uníssono, nem do canto atravessado dos mesmos que são outros. Será o dia em que a diferença for sagrada e a indiferença uma heresia.



POSIÇÃO OFICIAL DO GOVERNO DE ISRAEL
ISRAEL, MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
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"Judeus messiânicos"

A  -  Antecedentes

Os Beresfords nasceram de pais judeus na África do Sul. Em 1985, o casal requereu o visto de imigrantes, e seu pedido foi recusado com o fundamento de que eles são judeus messiânicos. Em 1986 eles chegaram em Israel como turistas, e um outro pedido de vistos de imigrantes foi recusado pela mesma razão. O recurso para o Supremo Tribunal de Justiça foi rejeitado em 1989. Meio ano depois, o casal novamente recorreu para o Supremo Tribunal, e apenas alguns meses atrás, esse recurso também foi rejeitado. Os Beresfords permaneceram em Israel com vistos de turistas, e seus vistos expiraram em 20 de fevereiro de 1993. Duas outras famílias de judeus messiânicos o Kendalls e os Speakmans também tentaram os vistos, mas também foram indeferidos.

Os Beresfords pediram para imigrar para Israel como judeus sob a Lei do Retorno. A lei define um judeu como uma pessoa que nasceu de mãe judia ou que se converteu ao judaísmo. A lei também garante cidadania sob a Lei do Retorno para parentes de judeus, de modo que as famílias possam ficar juntos apesar das diferenças de religião. (É por isso que muitos imigrantes provenientes da CEI são emitidos vistos de imigrantes, embora eles não sejam judeus.) No entanto, uma pessoa que era judia e converteu voluntariamente a outra religião é considerado como tendo assim declarado seu desejo de dissociar o povo judeu ;consequentemente, a Lei do Retorno não se aplica a essa pessoa.

Os Beresfords pertencem a um grupo que crê que Jesus seja o Messias. Essa crença é o que marca a separação clara entre o judaísmo e o cristianismo. A crença de que Jesus é o Messias não pode ser conciliada com o judaísmo. O casal escolheu esta fé, e o Estado de Israel respeite a sua escolha. No entanto, eles não são considerados judeus, desde que tenham voluntariamente convertido, e eles não são, portanto, elegíveis para passar para Israel como judeus.

Os Beresfords então pediram o visto de permanência em Israel e também foi rejeitado. Eles afirmam que eles foram rejeitados por causa da oposição à sua fé. Este não é o caso: o pedido foi rejeitado porque eles não cumprem os critérios gerais que o Estado de Israel usa para decidir sobre a elegibilidade para um visto de residência permanente. O tribunal salientou este ponto, determinando que "a afirmação de que as recorrentes" ser "judeus messiânicos" era um estranho em consideração a decisão do demandado não tem fundamento. Este fato não é um problema em considerar a residência permanente nos termos da Lei de Entrada em Israel. Referida política do entrevistado se aplica igualmente a todos os não-residentes, sejam eles judeus messiânicos '' ou membros de qualquer outra seita, que são inelegíveis para vistos de imigrantes sob a Lei do Retorno. Ele não entram em jogo e não entram em jogo contra os recorrentes, mas não é e nem deve ser um fator em seu favor. "

Refutando a decisão do tribunal, alegam os Beresford o fato de que membros de seu grupo são residentes e cidadãos de Israel refuta ainda a afirmação do casal. Nos casos desses indivíduos, havia outras circunstâncias que justificaram a cidadania ou residência, e sua religião não era um obstáculo. Como a maioria dos países, Israel reserva-se o direito de aprovar ou rejeitar o direito da residência de estrangeiros. Beresford afirmou que está sendo mantido longe de dois de seus filhos, que são cidadãos israelenses, fará com que haja dano emocional profundo. O ministro do Interior foi além da letra da lei e divulgados, para análise do tribunal, os critérios segundo os quais as decisões família-reunificação são feitas, ou seja, um pai adulto que está sozinho e não tem filhos para o exterior. Beresford não está sozinha, e ela tem quatro filhos para o exterior. Ela não cumpre os critérios para a residência permanente. Seu status é o mesmo que o de qualquer não-judeu que deseja se estabelecer em Israel.

A High Court considerou caso do casal duas vezes. Seis juízes diferentes chegaram à mesma conclusão os Beresfords não são elegíveis para se estabelecer em Israel, nem como imigrantes, nem como residentes permanentes. A Suprema Corte é um dos pilares centrais do Estado de Direito em Israel. Os Beresfords esgotaram portanto, todas as suas prerrogativas no sistema judicial israelita, prerrogativas que lhes foram dadas em todas as instâncias. Quando eles não conseguiram, no entanto, eles declararam que não iria cumprir a decisão do tribunal e não deixaria Israel quando os seus vistos expiraram.

A tentativa de Beresford para justificar restantes em Israel por razões humanitárias, citando a importância de seu relacionamento com seus filhos é surpreendente. A questão teve repercussões em todo o mundo, e Israel tem sido muitas perguntas no assunto. Mas os filhos, que são cidadãos israelenses, e cuja separação de sua mãe, ela afirma, pode causar-lhe dano emocional profunda, nunca recorreu a nenhuma agência de governo. Este silêncio da parte deles colocou a veracidade da alegação da mãe em dúvida.
Após o final das deliberações, a mãe de Beresford, que tem sido um cidadão israelense, durante cinco anos, pediu para ser capaz de se reunir com sua filha porque ela precisa de sua ajuda. A família deixou de mencionar que a mãe não vive em Israel depois que ela se tornou um cidadão; ela chegou apenas recentemente, depois que as apelações falharam.

Quanto à acusação de que Israel está realizando "deportações" os vistos de turistas foram estendidos novamente e novamente. O Ministério do Interior de Israel deixar as famílias permaneçam aqui para a duração das audições, e estendeu seus vistos por quatro meses após o término das audiências para que eles pudessem se organizar. Ele ainda aderido a um pedido de prorrogação dos vistos para um mês suplementar. Quando o mês termina em 20 de fevereiro os vistos expiraram, e se as famílias não tiverem saído até então, sua presença no país será ilegal. Estas famílias não são diferentes de qualquer turista que é emitido um visto de turista por um período limitado de tempo. Se as famílias deixam Israel na hora, eles serão capazes de visitar o país novamente.


B. Pontos ao Stress

1. Israel não discrimina com base na filiação religiosa ou credo.Cidadãos cristãos e muçulmanos e residentes permanentes de Israel gozam de direitos iguais completos.

2. judeus messiânicos também vivem em Israel com direitos iguais. (Há mais de 2.000 dessas pessoas.) As famílias discutidos aqui nunca foram cidadãos ou residentes permanentes, mas apenas os turistas. A lei israelense não lhes dá direito à cidadania israelense.

3. Esta não é uma deportação de cidadãos ou residentes. É uma retirada de Israel de turistas estrangeiros cujos vistos expiraram.

4. Cada país democrático no mundo reserva-se o direito exclusivo de determinar quem é elegível para entrar no seu território e que é elegível para a cidadania ou residência. Estas famílias não preenchem nenhum dos critérios previstos na lei. As razões humanitárias que, as famílias afirmam, justificam a sua permanência em Israel foi investigado seriamente pelo tribunal e ao Governo e foram encontrados pouco convincente.


LEITURA SUGERIDA
POR QUE OS JUDEUS NÃO CREEM EM JESUS?

domingo, 30 de junho de 2013

JAVÉ: A invenção de Deus




Há aproximadamente 4 mil anos, a idéia de um Deus único e poderoso mudou a história do mundo. Saiba, enfim, como foi criada a ideia do criador

por Rodrigo Cavalcante


O todo-poderoso deus do Sol Amon-Rá, um dos criadores do mundo no antigo Egito, não passa hoje de mera curiosidade arqueológica. O mesmo fim levaram outros deuses egípcios, como Osíris e sua mulher Ísis. Tiamat e Apsu, deuses da criação na Mesopotâmia, também foram relegados ao ostracismo. Zurvan, o deus do tempo na Pérsia antiga, não conseguiu acompanhar o passar dos séculos com a mesma força. E os grandes deuses gregos e romanos, como Zeus (Júpiter, para os romanos), Afrodite (Vênus) e Apolo (Marte), apesar de gozarem ainda de status literário e mitológico no Ocidente, não são levados mais a sério como divindades – a não ser em episódios de desenhos animados como Os Superamigos, onde ainda são invocados por personagens como o Super-Homem, a Mulher-Maravilha e outros membros da Sala de Justiça.

Esse, definitivamente, não é o caso de Javé. O deus bíblico criador do céu e da terra segundo o Gênesis continua reinando absoluto para mais de 3 bilhões de judeus, cristãos e muçulmanos (ainda que estes últimos o chamem de Alá). Mesmo que você seja ateu, Javé continua moldando boa parte de sua vida. Afinal, a imagem de um ser todo-poderoso, masculino, onipotente, pai, permeia a cultura, o comportamento e a ética do Ocidente. Mas como a idéia de um único deus, cultuado inicialmente por pequenas tribos do Oriente Médio, viria a mudar a história do planeta? Como Javé superou os deuses dos maiores impérios da Antiguidade?


Deuses e Deus

Apesar de ninguém saber ao certo o momento em que os homens passaram a cultuar deuses, a maioria dos arqueólogos e antropólogos concorda que esse é um traço comum de todas as civilizações. Como escreveu a historiadora das religiões Karen Armstrong em seu livro Uma História de Deus, “parece que criar deuses é uma coisa que os seres humanos sempre fizeram. E, quando uma idéia religiosa deixa de funcionar para eles, simplesmente a substituem”.

Ishtar


As primeiras imagens de deuses esculpidas em pedras há mais de 10 mil anos na Europa, no Oriente Médio e na Índia em nada se parecem, contudo, com o velho barbudo e musculoso dos afrescos que Michelangelo pintou na Renascença. São imagens de mulheres nuas, gordas, grávidas e de seios fartos que simbolizavam a fertilidade – algo natural, segundo os arqueólogos, numa época em que a agricultura estava se desenvolvendo. Com o tempo, essa deusa mãe da fertilidade ganharia vários nomes: Inana na antiga Suméria, Ishtar na Babilônia, Anat em Canaã, Ísis no Egito e Afrodite na Grécia. E quase sempre dividia lugar com outros deuses.

Zeus


Na Grécia antiga, espécie de matriz do mundo ocidental, mais de uma dezena de deuses eram cultuados pelos cidadãos. Nenhum deles, contudo – incluindo o poderoso Zeus – era tão gigante, distante e sobrenatural como o deus da Bíblia. Para os gregos, os deuses não eram figuras imaculadas e perfeitas, mas apenas uma das “três raças” que habitavam o mundo, ao lado dos animais e dos homens. “Eles eram espécies de super-homens com qualidades e defeitos bem semelhantes aos nossos. Com a diferença, é claro, de que eram imortais”, diz o historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas. Até mesmo a morada deles em nada se assemelha ao céu sobrenatural do deus bíblico. Para os gregos, ao menos 12 desses deuses viviam no monte Olimpo, uma montanha de verdade localizada na Grécia, com quase 3 mil metros de altitude.

E, por estarem mais próximos dos homens, a relação dos gregos com os deuses era semelhante à relação de alguns católicos com seus santos de preferência. Cada um deles tinha um papel bem definido e as oferendas seguiam a lógica das promessas: em troca de ofertas ao seu deus predileto, os devotos esperavam que sua parte no pacto fosse cumprida. Quando isso não acontecia, era comum que os deuses fossem criticados abertamente – assim como um empregado critica seu patrão por não ter retribuído seu esforço.

Adotados pelos romanos com outros nomes, esses deuses da Grécia logo se tornaram parte do ritual cívico do novo império que não parava de se expandir. Como os deuses não eram entidades imaculadas – e sim um tipo de homens superpotentes –, era comum atribuir a alguns imperadores (as pessoas mais poderosas à época) uma origem divina. Na prática, os rituais da administração pública costumavam se mesclar às cerimônias religiosas.

Mas, desde que os povos dominados pelos romanos que seguissem outras religiões pagassem seus impostos e não desafiassem o comando romano, seus cidadãos tinham o direito de seguir os deuses de sua preferência. Quando os romanos conquistaram a região que hoje faz parte de Israel, no século 1 a.C., eles inicialmente não fizeram muito caso com o culto dos judeus a um deus único no Templo de Jerusalém. Naquele tempo, ninguém podia ainda imaginar que o deus dos judeus seria levado, quatro séculos depois, para o centro do maior império do Ocidente.
Mas que deus era esse?


Deus tribal

Segundo as Escrituras, o pacto entre os judeus e Javé teria começado com um homem chamado Abraão, há cerca de 4 mil anos. Conta a tradição que ele foi chamado por Deus para deixar a cidade de Ur, na Mesopotâmia (atual Iraque), para fundar uma nova nação em uma terra desconhecida. Mais tarde, essa terra prometida seria chamada de Canaã. Ao obedecer e firmar uma aliança com esse deus único, Abraão recebeu a promessa de que sua “semente” iria prosperar por toda a Terra.

O deus que aparecera para Abraão é completamente diferente dos deuses gregos e romanos. Ele não compartilhava da condição humana e se colocava na posição onipotente de poder fazer qualquer exigência que quisesse. Qualquer uma mesmo. No caso de Abraão, por exemplo, Javé ordenou que seu filho Isaac fosse sacrificado pelo próprio pai como prova de sua fé. O resto da história é conhecida: no momento em que Abraão já estava com a faca em punho, Javé recuou do pedido e disse que tudo não passara de um teste.

Por isso mesmo, quem lê o Antigo Testamento (o Pentateuco, para os judeus) sabe que Javé não guarda semelhanças com o pai dócil ou amoroso que mais tarde o cristianismo iria propagar. “É um deus brutal, parcial e assassino: um deus de guerra, que seria conhecido como Javé Sabaoth, Deus dos Exércitos”, escreveu a historiadora Karen Armstrong. “É passionalmente partidário, tem pouca misericórdia pelos não favoritos, uma simples divindade tribal.”

Prova disso seriam as passagens como a que Javé manda pragas aos egípcios. Em outras, Javé se mostra até arrependido de sua criação, como quando ordenou a morte por afogamento de toda a humanidade por meio do dilúvio do qual só escapou a família de Noé e os animais que ele pôs em sua arca – isso antes ainda da aliança feita com Abraão.

Durante essa fase, Javé parece mais preocupado em ameaçar a raça humana para que ela não se desvie de suas instruções. Talvez seja por isso que o pacto de Abraão precisou ser reforçado por outros patriarcas. Caso de Moisés, para quem Deus preferiu escrever diretamente seus mandamentos nas tábuas do profeta, não deixando dúvidas sobre suas intenções.

O fato é que, quando os romanos chegaram a Israel, o deus do Templo de Jerusalém parecia muito mais rigoroso e cheio de exigências que os deuses gregos. Mesmo para os romanos, que admiravam a tradição judaica pela consistência de suas escrituras, a conversão àquele deus era uma tarefa nada fácil. “Como era necessário seguir uma série de regras, que iam da alimentação à circuncisão, poucos romanos eram atraídos para o judaísmo”, afirma o historiador André Chevitarese, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Até que, no século 1, o advento de uma nova seita dentro do judaísmo iria tornar Javé popular muito além das fronteiras de Israel.




Deus cristão

A nova corrente judaica defendia que Jesus de Nazaré, o galileu que acabara de ser crucificado pelos romanos, era o messias enviado por Javé para cumprir as profecias das escrituras. Não seria exagero dizer que, inicialmente, o cristianismo não passava de uma corrente judaica – ou melhor, uma ala do judaísmo, assim como um partido político tem alas que nem sempre estão afinadas com a presidência. É então que surge uma questão decisiva para o futuro de Jesus e do deus Javé. A pergunta-chave era: os convertidos ao cristianismo que não seguiam os tradicionais rituais judaicos (como a circuncisão) poderiam ser salvos?

Esse foi um dos principais temas discutidos pelos cristãos numa assembléia realizada por volta do ano 49 d.C., mais tarde conhecida pelo nome de Concílio de Jerusalém. Como diz o historiador Paul Johnson em seu livro História do Cristianismo, o tal concílio foi o primeiro ato político da história da Igreja. É aí que surge uma figura decisiva para a expansão do cristianismo e, por tabela, da crença do deus único Javé.

O nome dele era Paulo de Tarso, um homem cosmopolita recém-convertido, para quem os traços judaicos do cristianismo estavam arruinando seu trabalho de arrebanhamento de novos cristãos. Como provavelmente falava grego muito bem e era um dos poucos cristãos que conheciam diversas províncias do Império Romano, ele devia ter consciência das dificuldades que seu trabalho teria caso tivesse que obrigar os gentios a seguirem as práticas judaicas, principalmente a circuncisão. Para a maioria dos historiadores da religião, se as idéias de Paulo fossem censuradas no Concílio de Jerusalém, talvez o cristianismo permanecesse apenas como mais uma seita judaica, sem conseguir jamais a autonomia responsável pela sua expansão.

Mas a idéia central de Paulo, resumida na frase de que o verdadeiro cristão se justifica pela fé “e não pelos trabalhos da lei”, prevaleceu. Os gentios podiam agora se converter sem tantos empecilhos e o cristianismo ganhou novas fronteiras. “Paulo ajudou a tirar de Jesus a imagem de um messias para o povo hebreu, transformando-o num salvador de todos os povos”, diz Chevitarese. Com isso, o deus Javé também deixou de ser um fenômeno regional, ligado apenas ao povo hebreu, para ganhar caráter universal.

Quando, no ano 313, o imperador romano Constantino instruiu os governadores das províncias dominadas por Roma a dar completa tolerância aos cristãos, revogando todos os decretos anticristãos do passado, o cristianismo deu um passo decisivo para se tornar, em seguida, o credo oficial do império.

Com a expansão da nova fé, o deus “carrancudo” ganhou uma face completamente diferente, ao menos para os cristãos. De certa forma, a crucificação de Jesus foi vista como o momento em que Javé sentiu na pele o que é ser humano. Se, no passado, foi Deus que pediu a Abraão que sacrificasse seu filho como prova de sua fé, o cristianismo invertia essa lógica: agora era o próprio Javé que tivera o filho sacrificado como prova de amor. Mesmo as mensagens atribuídas a Jesus nos Evangelhos parecem ressaltar mais o amor divino que a lei divina. “Apesar de não ser correta a ideia de que o cristianismo promovera um rompimento total com a tradição judaica, é inegável que a figura de Cristo passa a imagem de um deus bem mais marcadamente amoroso que no passado”, diz Luiz Felipe Pondé, filósofo e professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Na tradição judaica, em que Jesus viveu, estava muito claro que o homem devia temer a Deus acima de tudo. Com Jesus, a mensagem passa a ser amar a Deus acima de tudo.”




Deus do Islã

Para os muçulmanos, o acordo firmado entre Javé e Abraão renovou-se e foi ampliado no século 7, quando o mercador Muhammad (em português, Maomé) teria recebido as revelações de Deus (agora, Alá) por meio do anjo Gabriel (para eles, Jibril) – desta feita, em língua árabe. Mais tarde, as revelações foram reunidas no livro sagrado do Islã: o Alcorão (ou recitação, em árabe).

A nova revelação do deus dos judeus e dos cristãos vinha preencher um vazio religioso que há muito perturbava os povos da Arábia. Até então, a região também era um centro de santuários de culto a diversas divindades. O mais importante desses locais sagrados, em Meca, era a Caaba (que significa “cubo”), e seu objeto especial de veneração era uma pedra preta, fragmento de um meteoro. “Pedras desse tipo eram adoradas pelos árabes nesse tempo em diversas regiões”, escreveu o francês Maxime Rodinson na biografia Mahomet, ainda sem tradução no Brasil. Ao lado da pedra, havia representações de diversas deusas, e o santuário era uma espécie de parada obrigatória entre os mercadores da região.

Mesmo assim, como escreveu a historiadora Karen Armstrong na biografia Maomé, boa parte dos árabes sentia-se um tanto renegada por nunca ter recebido uma mensagem direta e explícita de um único deus, como as revelações contidas nas sofisticadas escrituras judaicas e nos evangelhos. Por conhecerem as tradições tanto do judaísmo quanto do cristianismo, eles acreditavam que já era hora de Deus enviar um profeta com uma revelação exclusiva para os árabes. As mensagens recebidas por Maomé foram vistas como o momento em que isso aconteceu.

Para os muçulmanos, as mensagens de Deus contidas no Antigo e no Novo Testamento foram revistas e ampliadas com o Alcorão, que deve ser consultado no lugar das revelações anteriores. No livro sagrado do Islã, o deus de Abraão volta a ser bem mais específico nos seus mandamentos que as parábolas atribuídas a Jesus nos evangelhos. Nesse quesito, Alá se torna bem mais próximo do deus da Lei do Antigo Testamento (a Torá dos judeus). Entre os 6326 versículos do Alcorão, há desde instruções para o casamento até regras sobre como o governante deve agir na cobrança de impostos.

É provável que esse grau de detalhamento das instruções de Deus seja fruto do momento em que Maomé recebera as revelações. Alá, afinal, transmitiu seus novos mandamentos na época em que o profeta erguia um estado em Meca. A nova palavra de Deus, contudo, foi tão forte que os seguidores do Islã terminaram construindo um império. Pouco mais de 100 anos após a morte do profeta, seus seguidores levaram a mensagem do deus único para a África e para locais distantes no Oriente, como o Afeganistão e o Paquistão.

A expansão do Islã no último milênio – assim como a do cristianismo – fez com que o deus de Abraão não apenas vencesse a batalha com os outros deuses como também sobrevivesse a um poderoso inimigo: o mundo científico contemporâneo. Em um tempo em que a narrativa da criação está mais para a explosão caótica do Big Bang do que para o relato do Gênesis, ser ateu continua tão impopular que, como diz o cientista britânico (e ateu) Richard Dawkings, autor de Deus, um Delírio, os homossexuais parecem ter bem mais facilidade para “sair do armário” que os ateus. Quatro mil anos depois, o velho Javé continua em forma.

“Vou enviar o dilúvio, as águas, sobre a Terra, para exterminar de debaixo do céu toda carne que tiver sopro de vida, tudo o que há na terra deve parecer"

(Antigo testamento, Gênisis 6:2)
“Toma teu filho, teu único que amas, Isaac, e vai a terra de Moriá, e lá o oferecerás em holocausto sobre uma montanha que eu te indicarei”

(Toma, Gênisis 22:2)
“Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou seu filho único, para que todo o que nele crê não pareça, mas tenha vida eterna.”

(Novo Testamento, João 3:16)
“Todos que crêem em Allah, no Dia do Juízo final e praticam o bem receberão a sua recompensa do seu Senhor.”
(Alcorão, Sura 2:16)

Krishna


Tudo ou nada

Para os hindus, há vários deuses. Para os budistas, eles são mortais

Por muito tempo, a passagem do politeísmo (culto a vários deuses) para o monoteísmo (a idéia de um único deus) foi vista por filósofos e historiadores como uma espécie de evolução, um marco na transição de sociedades mais primitivas para outras mais avançadas. Hoje, os pesquisadores reconhecem que há uma boa dose de preconceito nessa concepção, já que não há como provar que a crença em vários deuses antecedeu a crença em um único. Até porque ainda hoje muitas religiões no mundo permanecem cultuando diversos deuses. Caso do hinduísmo, que conta com centenas de divindades e é seguido por mais de 745 milhões de pessoas no mundo, a maioria na Índia. Na mesma Índia, nasceu outra religião no século 4 a.C. que ganhou o mundo sem pregar que a salvação da alma depende do culto a um ou mais deuses: o budismo. De acordo com os ensinamentos de Sidarta Gautama, o jovem rico que abandonou sua casa e teria atingido a iluminação, tornando-se o Buda, a libertação de todo o sofrimento não está garantida nem mesmo para os deuses e semideuses, categorias superiores à dos humanos. Segundo o budismo, qualquer um pode, desde que tenha mérito espiritual, entrar no mundo dos deuses. Mas o conforto lá em cima não seria eterno, já que os próprios deuses também estariam submetidos ao ciclo de renascimento e morte do samsara, espécie de roda viva que aprisiona todos os seres. Para atingir a iluminação e se libertar do samsara, o budismo prega que seus seguidores orem não a um deus específico, e sim aos guias espirituais, os bodisatvas – seres que já atingiram a iluminação e retornaram ao samsara apenas para ajudar outros a se libertarem das obstruções para chegar lá.


Homem solteiro, velho e poderoso

Por que Deus é sempre visto dessa forma?

Sua feição e os cabelos grisalhos revelam que ele deve ter mais de 60 anos. Seu corpo, apesar de robusto, preserva os músculos de um homem que o usou para trabalhar, seja construindo algo, seja lutando como um guerreiro. Embora não tenha uma esposa, quase nunca está só. Vive cercado de anjos que o acompanham como executivos seguindo o diretor numa visita à filial da empresa. Apesar de forte, consegue o que quer com o mínimo de esforço físico. Um simples levantar de dedo ou uma mudança de semblante pode decidir o destino do mundo. Sem dúvida, ele tem muito poder. O deus pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Vaticano, não é popular por acaso. Seu gênio artístico revela toda a força, poder, onipotência e masculinidade do Javé bíblico. Mas por que Javé é sempre representado como um homem? “Mesmo que os monoteístas insistissem que seu deus transcendia o gênero sexual, ele iria permanecer essencialmente masculino”, escreveu a historiadora das religiões Karen Armstrong. “Em parte, isso se devia às origens dele com um deus da guerra tribal.” Há cerca de 4 mil anos, quando a figura de Javé foi ganhando suas feições, as mulheres começariam a ser vistas nos impérios da Antiguidade como pessoas de segunda classe. O advento das cidades, assim, fez com que a força marcial e física superasse as qualidades femininas. Como resultado, as antigas deusas da fertilidade veneradas por milhares de anos na Europa e no Oriente foram desbancadas pela força bruta de Javé. Desde então, masculinidade e poder andam juntos.





Saiba mais

Livros

• Uma História de Deus, Karen Armstrong, Companhia das Letras, 1994
Trajetória de quatro milênios de Deus sob a ótica do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.
• História da Vida Privada 1, org. Philippe Áries e Georges Duby, Companhia das Letras, 1993
Um belo panorama sobre o papel da religião e dos deuses no cotidiano da Roma antiga.
• Mitologia e Religião na Grécia Antiga, Jean-Pierre Vernant, Martins Fontes, 2006
Breve e clássico ensaio sobre o papel dos deuses na Grécia.
• Deus, Uma Biografia, Jack Miles, Companhia das Letras, 2002
Uma das melhores análises de Deus do ponto de vista da literatura.