sexta-feira, 29 de julho de 2016

A FILOSOFIA DE CRISTO










Milhões asseguram que a filosofia de Cristo é perfeita - que ele foi o mais sábio que já pregou. 

Vejamos: 

Não resistas ao mal. Se atingido numa face, oferece a outra. 

Há alguma sabedoria, alguma filosofia nisto? Cristo tira da bondade, da virtude, da verdade, o direito à autodefesa. Vício se torna dono do mundo, e o bom se torna vítima do infame. 

Nenhum homem tem direito à autodefesa, defender sua propriedade, sua esposa e crianças. governar se torna impossível e o mundo está à mercê dos criminosos. Há algo mais absurdo que isto? 

Ama teus inimigos. 

É possível isto? Será que qualquer ser humano já amou seu inimigo? Será que Cristo amou os seus quando ele os denunciou como hipócritas e víboras? 

Não podemos amar aqueles que nos odeiam. Ódio no coração dos outros não semeia amor nos nossos. Não resistir à maldade é absurdo; amar nossos inimigos é impossível. 

Não te preocupes com o sofrimento. 

A idéia é de que Deus tomaria conta de nós como ele tomava conta de pardais e lírios. Será que há um menor sentido nesta crença? 

Será que Deus cuida de alguém? 

Podemos viver sem nos preocupar com o sofrimento? Arar, semear, cultivar, colher, é se preocupar com o sofrimento. Nós planejamos e trabalhamos para o futuro de nossas crianças, para as gerações que estão por vir. Sem essas preocupações não haveria nenhum progresso, nenhuma civilização. O mundo retornaria às cavernas e às masmorras da selvageria. 

Se teu olho direito te ofende, tira-o fora. Se tua mão direita te ofende, corta-a fora. 

Por que? Por que é melhor que uma parte do corpo pereça a permitir que o corpo inteiro seja mandado para o inferno. 

Existe alguma sabedoria em aconselhar a retirar um olho ou amputar sua mão? É possível extrair desses ensinamentos esdrúxulos o menor grão de bom senso? 

Não jurais; nem pelos céus, porque este é o trono de Deus; nem pela terra, porque esta é o seu apoio; nem por Jerusalém, porque esta é a sua cidade sagrada.

 Aqui achamos a astronomia e a geologia de Cristo. O céu é o trono de Deus, o monarca; a terra é o seu apoio. um apoio que gira na velocidade de milhares de milhas por hora, e viaja pelo espaço a uma velocidade de mais de mil milhas por minuto! 

 Onde os Cristãos pensavam que o céu ficava? Por que seria Jerusalém uma cidade santa? Seria pelo fato de que seus habitantes eram ignorantes, rudes e supersticiosos? 

Se algum homem te atingir com a lei e tomar tua roupa, dá-lhe teu manto também. 

Há qualquer ensinamento, qualquer filosofia, qualquer bom senso nesta ordem? Não seria tão sensível quanto dizer: "Se um homem obtém um processo contra ti de cem dólares, dá a ele duzentos."? 

Só um louco seguiria este conselho. 

Não penses que vim trazer a paz para a terra. Não vim para trazer a paz, mas uma espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe. 

Se isto é verdade, como o mundo seria melhor se ele ficasse fora. 

É possível que aquele que disse "Não resistas a ofensas", veio trazendo uma espada? aquele que disse "Ama teus inimigos" veio para destruir a paz no mundo? 

Colocar pai contra filho, e filha contra mãe -- que gloriosa missão! 

Ele trouxe uma espada e ela foi molhada por milhares de anos com sangue de inocentes. Em milhares de corações ele semeou a semente do ódio e vingança. Ele dividiu nações e famílias, apagou a luz da razão, petrificou os corações dos homens. 

E cada um que tenha abandonado sua casa, seus amigos, suas irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, ou países, em meu nome, receberá cem vezes, e herdará a vida eterna. 

De acordo com os escritos de Mateus, Cristo, o compadecido, o piedoso, exclamou estas terríveis palavras. Seria possível que Cristo tivesse subornado com a vida eterna de alegrias aqueles que abandonassem seus pais, mães, esposas e filhos? Estaríamos nós para receber a felicidade eterna desertando aqueles que nos amam? Deveríamos arruinar um lar aqui para construir uma mansão lá?

 E no entanto, é dito que Cristo é um exemplo para o mundo. Teria ele desertado seu pai e mãe? Ele disse, referindo-se à sua mãe: "Mulher, o que tenho a ver contigo?" 

 Os fariseus disseram a Cristo: "É legal pagar tributo a César?" 

Cristo disse: "Mostra-me a moeda do tributo. Eles trouxeram para ele uma moeda. E eles disseram: É de César. E Cristo disse: Dá a César o que é de César". 

Será que Cristo pensou que a moeda era de César apenas porque possuía sua imagem estampada sobre ela? Pertenceria a moeda a César ou ao homem que a ganhara? Teria César o direito de requisitá-la só porque nela estava estampada a sua imagem? 

Não nos parece que por esta conversa que Cristo não entendia a real utilização e natureza do dinheiro? 

Podemos ainda afirmar que Cristo tenha sido o maior dos filósofos?



Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll



Tradução: Afonso M. C. Amorim 

Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html


quinta-feira, 14 de julho de 2016

A MORTE É A PULSÃO QUE ALIMENTA A FÉ

O objetivo primordial da religião é o controle e total domínio dos fiéis através do medo. O medo está na base de todas as religiões.

No cristianismo, onde já se nasce condenado a danação eterna pela transmissão do pecado original cometido pelo primeiro casal Adão e Eva, tem como objetivo conscientizar os pais da necessidade atual e iminente de batizarem seus filhos o mais cedo possível.

Dessa forma, além de "salvar" a criança nascida em poucas horas ou em poucos dias, demonstravam os pais e parentes próximos que eram temente a Deus e que seu filho seria criado e educado na religião cristã. Não sei de quem é a frase, mas que disse, disse muito bem: - "A morte é a pulsão que alimenta a fé e os padres os charlatães que a promovem".


Espírito Santo, remédio para medo, por Padre Paulo Ricardo.







A INCONGRUENTE DOUTRINA DA SANTÍSSIMA TRINDADE.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A BÍBLIA COMO REGRA DE CONDUTA

A bíblia fechada é um livro como tantos outros, mas quando aberta e lida sem a interferência de um evangelizador para desviar a leitura pelos versículos que lhe convém, deixa de ser o livro dos livros, para ser um livro misógino, homofóbico, cruel, desalmado, violento, intolerante, antiético e imoral. Não indico este livro para crianças e adolescentes com a mente ainda em formação.

Torna-se vexatório para os evangelizadores que pregam que a bíblia é a palavra de um Deus clemente e misericordioso. Se de um lado defendem os cristãos que a bíblia deve ser pregada em tempo ou fora de tempo quer queiram ouvir, quer que não queiram, quer aceitem, quer não aceitem, quer se sintam constrangidos, quer não se sintam, de modo que os pecadores se arrependam se seus pecados, e se convertam a Cristo e se salvem (2 Timóteo 4, 1-5) a obediência de muitos mandamentos contidos na bíblia é o caminho mais curto para prisão.


Solidarizo-me com a proposta apresentada pela senadora Marta Suplicy, do famigerado Partido dos Trabalhadores, no Projeto de Lei nº. 122 (1) - Proibir a leitura da bíblia fora das igrejas. Os religiosos só poderiam falar dessas coisas  dentro dos templos. Os cristãos voltariam aos tempos dos guetos. Dezenas de milhões de cristãos ficariam proibidos de manifestar seu pensamento e sua fé livremente.

Vamos a alguns fatos vexatórios e constrangedores.


Praticar sexo com a empregada doméstica é um erro imperdoável para as esposas nos dias atuais e sem dúvidas, é motivo para o cônjuge traído pedir o divórcio. A traição amorosa dentro do próprio lar destrói a confiança e o próprio casamento. 

Mas nem sempre foi assim, sob as bênçãos divina a bíblia nos dá vários exemplos de fornicações fora do casamento e dentro do próprio lar com a permissividade das esposas. É o caso de Abraão que com a permissão de Sara, sua irmã e esposa, manteve relações sexuais com sua escrava egípcia Hagar (2) (Gêneses 16:15) e do bínubo Jacó com Bila, escrava de Raquel (Gêneses 30:4) e Zilpa escrava de Lia (Gêneses 30:9), todas cedidas gentilmente pelas esposas a seu marido em comum, para gerarem filhos.

Tanto Abraão como Jacó, foram agraciados pelas suas esposas com escravas sexuais pelo motivo de serem esposas estéril e não poderem dar filhos a seus maridos, com exceção de Lia, que deu de mão beijada a escrava Zilpa porque nutria inveja de sua irmã Raquel.

"Vendo, pois, Lia que cessava de ter filhos, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó por mulher. Gênesis 30:9 "

A história do casal Abraão e sua irmã Sara, com quem mantinha um casamento incestuoso é por demais extravagante. Por duas vezes Abraão convenceu Sara a prostituir-se em troca de bens.(3).






(1) O PLC 122/2006 criminaliza todo aquele que, por atos ou palavras, provocar algum tipo de violência, intimidação, vexame ou constrangimento aos homossexuais.

(2) Hagar significa estrangeira e indica uma pessoa que tende a errar muito porque age como se não tivesse nenhum envolvimento com o que está acontecendo.








segunda-feira, 30 de maio de 2016

LEIS BÍBLICAS


Pena de morte para virgens defloradas, palmadas para as crianças, regras para a poligamia... e uma política radical de juros. Conheça as leis mais curiosas da Bíblia. Tópico por tópico. Ao pé da letra.

POR Alexandre Versignassi, Tiago Cordeiro

A Bíblia não é apenas a Bíblia. Ela também funciona como uma espécie de Constituição. Natural: o Livro Sagrado não é exatamente um livro, mas uma coleção de 66 livros. Alguns são basicamente de histórias, caso do Gênesis, que narra o início dos tempos e as origens do povo de Israel. Outros não. Eram obras que, antes de entrarem para a Bíblia, tinham vida própria na forma de códigos de conduta. Ou seja: eram versões antigas, escritas entre o século 10 a.C. e 5 a.C., daquilo que hoje conhecemos como "código civil" e "código penal".

Esses códigos, essas leis, estão principalmente nos livros Deuteronômio e Levítico. Mas aparecem por praticamente toda a Bíblia, inclusive no Novo Testamento, escrito a partir do século 1 e que revisa boa parte dessas leis. Por essas, muitos preceitos bíblicos são contraditórios ou sujeitos a mais de uma interpretação. "No contexto em que foram escritos, porém, eles ajudaram a formar um povo com uma identidade tão forte que sobreviveria a séculos de diáspora e uma religião que dominaria o mundo ocidental", diz o historiador Marc Zvi Brettler, professor de estudos judaicos da Universidade Brandeis, nos EUA. Nas próximas páginas, vamos fazer uma viagem pelas leis daquele tempo e daquele espaço. É a Bíblia. Mas como você nunca leu.


MARIDOS & ESPOSAS

Poucas coisas mudaram tanto nos últimos 3 mil anos como a instituição do casamento. Então esse é o nosso primeiro tópico. Para começar, o Velho Testamento deixa claro que as mulheres deveriam ser funcionárias de seus maridos. Funcionárias mesmo: não só com deveres, mas com direitos também. Se uma esposa fosse "demitida" pelo parceiro, por exemplo, podia ganhar uma carta de recomendação, que a moça podia usar como trunfo na hora de tentar uma vaga de mulher de outro sujeito.

Não é exagero falar em "vaga": um homem podia ter tantas esposas quanto quisesse (ou melhor: quanto pudesse adquirir e sustentar). A poligamia era a regra. Tanto que o primeiro caso aparece logo no capítulo 4 do primeiro livro da Bíblia: "E tomou Lameque para si duas mulheres" (Gênesis).

A situação era tão comum que vários dos personagens mais importantes do Antigo Testamento viviam com mais de uma esposa sob o mesmo teto. Abraão acolhe uma segunda mulher a pedido de Sara, sua número 1, que não conseguia ter filhos. Depois a própria Sara dá à luz Isaac, enquanto a escrava Hagar tem Ismael. Nota: a tradição considera o primeiro como pai de todos os judeus e o segundo, patriarca dos povos árabes.

O caso de Jacó, filho de Isaac e também patriarca de todos os judeus, é o mais conhecido: ele casa com as irmãs Lea e Raquel, filhas de Labão. E compra o dote delas trabalhando no pastoreio do sogro por 14 anos - 7 anos de labuta por cada esposa.

Mas nunca na história do Livro Sagrado houve maior predador matrimonial que Salomão, o rei: foram 700 esposas. Setecentas de papel passado, já que o sábio soberano ainda mantinha 300 concubinas. E tudo isso sem pílula nem camisinha... Por isso mesmo o Deuterônimo traz regras para a distribuição de bens entre filhos de diferentes mulheres - os rebentos de mães com mais milhagem em anos de casamento ganham mais. E os primogênitos também. Mas por quê, afinal, a poligamia era a regra lá atrás? "Provavelmente porque havia mais mulheres do que homens entre os judeus, que com frequência estavam envolvidos em guerras violentas. A poligamia, então, era uma forma de garantir a manutenção da população", diz o historiador Richard Friedman, professor de estudos judaicos da Universidade da Geórgia. "Além disso, uma mulher solteira tinha pouquíssimas alternativas para sobreviver, a não ser se prostituir. Quando um único homem é provedor de várias mulheres, essa questão acaba minimizada."

O Novo Testamento não cita tantos exemplos de poligamia, mas sugere que ela ainda era comum no século 1. Jesus não toca no assunto, mas, em duas cartas, são Paulo recomenda que os líderes da nova comunidade cristã tenham apenas uma esposa porque "assim eles teriam mais tempo para dedicar aos fiéis". "O cristianismo só refuta a poligamia quando se aproxima do poder em Roma, que proibia a poligamia", afirma Brettler. Como escreve santo Agostinho no século 5, "em nosso tempo, e de acordo com o costume romano, não é mais permitido tomar outra esposa".

Escravas também tinham direitos: se um homem casava com uma de suas servas, só poderia se divorciar se vendesse a mulher para outro senhor. Bom para a mulher, já que evita a situação constrangedora de trabalhar para o ex - e de graça... Menos "feminista" é outra lei bíblica: quando um homem morre e deixa uma viúva, seu irmão deve casar com ela, para garantir que o patrimônio da família não se perca. O adultério, adivinhe, é crime - pudera: no Brasil mesmo era crime até 2005 (detenção de 15 dias a 6 meses, segundo o artigo 240 do Código Penal). A diferença é que lá a pena era de morte mesmo - para ambos os envolvidos na relação sexual fora da lei.

Mais brando é são Paulo, que dá orientações para o dia a dia do casal. Ele até diz que os homens são a cabeça da relação, mas pede que os maridos respeitem as esposas. Um grande salto para nas regras de matrimônio da Antiguidade.

SEXO


Além de polígamo, qualquer homem podia ter amantes, contanto que oficiais. Eram as concubinas. Jacó trabalhou 14 anos pela posse de suas duas mulheres - mas ganhou duas concubinas de bônus pelos bons serviços prestados. Uma série de regras estabelece como deve ser a vida sexual também: toda mulher tem de se casar virgem, ou então poderá ser dispensada pelo marido - por outro lado, se o marido acusar falsamente a esposa de não ter casado casta, deve permanecer com ela até o fim da vida. Para comprovar sua pureza, a acusada devia apresentar testemunhas dispostas a defender a limpidez do passado dela. As leis sexuais, enfim, eram bem abrangentes: "Quem tiver relações com um animal deve ser morto", diz o Êxodo. E masturbação também não pode. Como diz o sutil são Paulo: "A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao marido. E o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à esposa". "O sexo na Bíblia é cheio de contradições", diz o arqueólogo Michael Coogan, autor de God and Sex (Deus e o Sexo). "É de se desconfiar que fossem realmente levados a sério naquela época."




BÍBLIA S/A - NEGÓCIOS E FINANÇAS

A ética comercial do Livro Sagrado tem regras simples: não roubar nem trapacear no peso ou fazer nada que prejudique a outra parte. A cobrança de juros também é proibida. As ordens se repetem ao longo da Bíblia, sempre em tom firme: "Não tomarás dele juros nem ganho" (Levítico), "Não emprestando com usura, e não recebendo mais do que emprestou" (Ezequiel). E isso numa época em que a grande moeda corrente eram sacos de grãos. O fato é que a restrição à cobrança de juros é mais antiga do que a Bíblia. As leis da Babilônia, codificadas mil anos antes, já impunham tetos na cobrança de juros, provavelmente para evitar que os mais espertos enriquecessem à custa de empobrecer o resto da sociedade. Jesus, inclusive, radicaliza. Não só condena os juros como também a cobrança do principal (a quantia emprestada inicialmente): "E se emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito há nisso?" (Lucas). Cristo, aliás, dá muita atenção à cobiça. "Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Mateus, 6:24), diz. E pede que seus seguidores façam como os lírios-do-campo, que recebem proteção e alimento da divindade sem precisar trabalhar. Também diz, para desespero de um fiel cheio de posses, um de seus maiores hits verbais: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos Céus". Mas existe uma exceção na política bíblica de juros: nos casos em que o empréstimo é concedido a um não-judeu ("um estranho", nas palavras do Deuterônimo), é permitido praticar a usura. Até por isso os judeus se tornaram os grandes banqueiros da Idade Média. Os cristãos também respeitavam a Bíblia, e não emprestavam a juros entre si (para eles, os "estranhos" eram os judeus). Mas num mundo sem juros o estímulo para conceder empréstimos é nulo. Então a maioria cristã pedia empréstimos para quem os concedia, a juros - as minorias judaicas. O fato de os judeus não terem direito à posse de terras também ajudava - emprestar a juros era uma das poucas formas de renda possíveis para quem não tinha como plantar para acumular excedentes.


Se o Livro Sagrado proíbe a cobrança de juros, mas só entre judeus, o mesmo vale para a escravidão. Você pode ter escravos, contanto que "sejam das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas", diz o Levítico. Mas havia uma exceção: era possível a um judeu endividado vender a si mesmo para o credor.


"A escravidão era comum entre todos os povos daquela área, mas os servos eram relativamente bem tratados, sem violência desnecessária. Os próprios israelitas seriam respeitados quando foram forçados ao exílio na Babilônia", afirma a historiadora Catherine Hezser, professora de história das religiões da Universidade de Londres e autora de Jewish Slavery in Antiquity (Escravidão Judaica na Antiguidade).


Por isso mesmo, os israelitas são orientados a conceder uma série de direitos a seus escravos, que servem por 6 anos, e no sétimo são libertados. Se ele for escravizado com a esposa, os dois são libertados juntos. Até para punir os indisciplinados existem regras - se o dono arrancasse um olho do servo, seria obrigado a libertá-lo (Êxodo). Ou seja: a Bíblia também servia como uma espécie de CLT para escravos


Mas a parte mais humanista nas relações de trabalho previstas na Bíblia é uma regra para os fazendeiros: sempre deixar sem colher as plantações das bordas do terreno. Para quê? Para que as pessoas mais pobres, sem-terra, possam aproveitar essa parte.










sábado, 7 de maio de 2016

NÃO EXISTEM ATEUS EM PANE DE AVIÃO








Há frases de efeito, que se não pararmos para pensar, corremos o risco de trilharmos por raciocínios incorretos, são as chamadas "pedacinhos de ouro", a exemplo do título deste artigo ou do tipo "Pais que levam o filho à igreja, não vão buscá-lo na cadeia". (*) 

Essa declaração é por demais apelativa. Quer significar que é impossível esquecer Deus nos momentos de aflição. Podemos ainda sustentar que o enunciado tem a tendência de mostrar a existência de Deus e a impossibilidade de ser negado. Talvez queira o teísta dizer que não há ateus, apenas pessoas de mal com Deus ou querendo sobressair-se, de forma a tornar-se diferente do pensamento dominante, mas diante do perigo iminente apelam para a misericórdia de Deus. Isso tem as cores de uma intimidação e está longe de ser um argumento em favor da existência de Deus.

Acho gozada essa afirmação, gostaria de saber se existem pesquisadores sérios que se debruçaram sobre essa questão e contribuíram com artigos, monografias, e apresentação da metodologia utilizada.

Em uma palestra, Leandro Karnal disse não ter medo de queda de avião, pois desconhece pessoas que ficaram tetraplégicas. Claro, são raros os acidentes aéreos em que há sobreviventes, isso nos dá um rumo para pensar um pouco. - Quem em um momento de pânico em um avião com 400 passageiros, há dez mil pés de altura, colheu da tripulação histérica a informação que pudessem afirmar a presença de ateus ou de apenas um ateu gritando por Deus? 

Quem afirmou esse episódio anedótico e absurdo para provar a existência de Deus esqueceu que existem aviões que transportam budistas, islâmicos, indianos todos com crenças em diferentes Deuses e muitos deles nunca ouviram falar do Deus judaico/cristão.

Por fim, não existe relato de que algum avião transportando apenas cristãos tementes a Deus tenha sofrido uma pane em pleno voo, aterrizando calmamente com os motores parados.

Ouvi alguns áudios de caixas pretas recuperadas de aviões sinistrados. Em nenhuma delas ouvi o nome de Deus pronunciado pelos pilotos.

Como 90% dos brasileiros são cristãos, invocar o nome de Deus em momento de desespero não faz do ateu um crente temente a Deus. A expressão "Ai meu Deus!" longe de ser um apelo a divindade, muitas vezes exprime apenas estados emocionais e tem a mesma conotação de uma interjeição de dor como "Droga!", "Ui!" "Ai", ou interjeição de desculpas como "Perdão!", "Desculpe!", "Desculpa!", "Mal!", "Foi mal!", etc.





PARA DESCONTRAIRMOS...

Em um determinado voo, o piloto do avião pega o microfone e pergunta se entre os tripulantes existe algum padre. Um senhor de meia idade se levanta e apresenta-se como tal. Então o piloto lhe dirige a palavra pedindo para que reze por si e pelos passageiros, pois o tanque de combustível do avião havia se furado, tendo combustível apenas para cinco minutos de voo, portanto toda a tripulação tinha um encontro iminente e inevitável com Deus em poucos minutos, o que o padre exclamou horrorizado - NÃO DIGA UMA DESGRAÇA DESSA!




SABER MAIS



sábado, 16 de abril de 2016

FRASES DE MARTINHO LUTERO










"As pessoas deram ouvidos a um astrólogo novato (Copérnico) que lutou para provar que a terra é que gira, não os céus ou o firmamento, o sol e a lua...Este louco quer contrariar toda a ciência da astronomia. Mas as Sagradas Escrituras nos dizem (Josué 10:13) que Josué ordenou que o sol parasse e não a terra" 


"A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior inimigo da Fé. Quem quiser ser um cristão deve arrancar os olhos de sua Razão" 



"É impossível para o cristão e para a verdadeira igreja subsistir sem derramar sangue, pois seu adversário, o Diabo, é assassino e mentiroso. A igreja cresce e progride através do sangue: ela está banhada em sangue. 



"Os loucos, aleijados, cegos e mudos são homens em quem os demônios fizeram sua morada. Os médicos que curam estas enfermidades como se tivessem causas naturais são idiotas ignorantes" 



"Não há maior defeito numa mulher que o desejar ser inteligente"

“As palavras e atos de Deus são bem claros: as mulheres foram feitas para ser esposas ou prostitutas.” Martinho Lutero, Trabalhos 12.94






"O pecado não pode nos separar de Cristo, mesmo que cometamos adultério cem vezes por dia e outros tantos assassinatos" (Martinho Lutero, carta a Melanchton, 01/agosto/1521)





“Pensais, sem dúvida, que o beberrão Cristo, tendo bebido demais na ceia, aturdiu os discípulos com uma vã tagarelice?” (Brentano: 135)

E ainda, violento e mais blasfemador:

“Certamente Deus é grande e poderoso, pensa Lutero, e bom e misericordioso e tudo quanto se pode imaginar nesse sentido, mas é estúpido” (Deus est stultissimus; Propos de table n. 963, ed. De Weimar, I,
487)” (Brentano: 147)


Lutero, o filme: uma boa e grossa mentira

Marcos Libório

"Que mal pode haver se um homem diz uma boa e grossa mentira
por uma causa meritória e para o bem da Igreja (luterana)?"
Martinho Lutero


São confissões escandalosas na boca de um reformador evangélico.
Mas não para por aí. Mandava dizer de Wartburg (1541): “Aqui passo todo o dia no ócio e na embriaguez.”.

Em Erfurt, por 1522, Melanchthon relata que Lutero não fez senão “beber e gritar, como de costume.”

(Franca, IRC: 186)

Em 1531 o rebelde reclama a Wenceslau:

“a dor de cabeça, contraída em Coburgo por causa do vinho velho, ainda não foi debelada pela cerveja de Wittemberga” (Franca, IRC: 187)

Todo o decálogo se nos deve apagar dos olhos e da alma, a nós tão perseguidos e molestados pelo diabo.” (De Wette, IV, 213, apud Franca, IRC: 187)

Cristo havia mandado o jovem rico guardar os mandamentos.
Lutero mandou seu discípulo apagar os mandamentos dos olhos e da alma! Eis o reformador evangélico!

Na resposta ao teólogo Prierias, Lutero perde todo o controle:

“Se a fúria dos Romanistas chega a isso,” ele escreve, “parece-me não haver outro remédio para o imperador, para os reis, e para os príncipes senão atacar essa peste na Terra por meio das armas, e decidir a questão com a espada ao invés de palavras (...) Se punimos os ladrões com a forca, os assaltantes com a espada, os hereges com o fogo, então por que também não nos armamos e não atacamos esses mestres da corrupção, esses cardeais, esses papas, e toda essa corja da Sodoma Romana que corrompe a Igreja de Deus sem fim? Por que não lavamos nossas mãos em seu sangue?” (Grisar: 148)





Aqui, encontramos um paralelo ao desprezo de Lutero para com a razão. Em sua esfera legítima, a razão é o mais elevado dom de Deus, mas no momento em que excede para a teologia, torna-se a “prostituta do diabo”.

Site cristão:

Lutero dizia que a razão era "a prostituta do diabo".

Lutero, por exemplo, chegaria a chamar a razão de "prostituta do diabo",

Desta maneira a razão humana era depreciada
Somente a fé nos levaria a falar dos valores transcendentais; pela razão não se provaria a existência de Deus nem a imortalidade da alma

Infelizmente, Lutero defendeu o absurdo de que a razão não pode fazer contribuições à teologia, visto o homem todo ter sido arruinado pelo pecado original.

Para Lutero, a razão era "uma cortesã do diabo"



"A medicina cria pessoas doentes, a matemática, pessoas tristes, e a teologia, pecadores."
Fonte: Revista Caras, Edição de 27 de Setembro de 2006.

"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir."

Fonte Sermão “Tributo a César”


Em primeiro lugar, suas sinagogas deveriam ser queimadas... Em segundo lugar, suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas... Em terceiro, seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados... Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte... Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam ser absolutamente vetados aos judeus... Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a agiotagem [cobrança de juros extorsivos sobre empréstimos]... Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão na debulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seu pão no suor do seu rosto... Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade ... Portanto, fora com eles...

Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.[2]
Em seu livro Why the Jews [Por Que os Judeus?], Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem:

[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.[4]

O próprio Hitler considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, "o Grande", e Richard Wagner.[5]

1.  Martim Lutero: That Jesus Christ was born a Jew [Que Jesus Cristo Nasceu Judeu], reimpresso em Frank Ephraim Talmage, ed. Disputation and Dialogue: Readings in the Jewish-Christian Encounter (Nova York: Ktav/Anti-Defamation League of B’nai B’rith, 1975), p. 33.
2.  Martim Lutero: Concerning the Jews and their lies [A respeito dos judeus e suas mentiras], reimpresso em Talmage, Disputation and Dialogue, pp. 34-36.
3.  Michael L. Brown: Our hands are stained with blood [Nossas mãos estão manchadas de sangue] Shippensburg, PA: Destiny Image Publishers, 1992), p. 16.
4.  Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo] (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107.
5.  Adolf Hitler: Mein Kampf, p. 213.
6.  Prager e Telushkin, p. 107

"Von den Juden und ihren Lügen" ("Sobre os judeus e suas mentiras"), escrito em 1543 quando Lutero tinha 60 anos,

SABER MAIS
AS 95 TESES DE LUTERO


Recomenda a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são apenas apontamentos de estudo.