Fé (do grego: pistia e do latim: Fides)
É a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma
prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos
neste algo ou alguém.
"Fé é a certeza de coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não vêem". Definição encontrada no Evangelho de
Cristo na carta do Apóstolo Paulo aos Hebreus, capítulo 11, versículo 1.
Com muita frequência se afirma que a fé dá provas, ou que a
própria fé é uma prova. Mas ter fé é somente uma atitude, interna e pessoal
como todas as atitudes. Ela nada nos diz sobre a realidade externa ao
indivíduo. Se eu tiver fé que o Papai Noel existe, isso mostra que ele existe
ou que eu me recuso obstinadamente a aceitar sua inexistência?
A fé não dá respostas, ela apenas impede as perguntas.
"Ter fé" é apenas uma expressão bonita para o que
significa apenas e tão-somente desligar-se da realidade. E as próprias pessoas
de fé reconhecem que ela não prova nada quando são confrontadas com fés
diferentes dentro do próprio Cristianismo.
Eu acredito em muitas coisas, mas não tenho fé em nada do
que acredito. Pois isso me permite ser questionado no que acredito e mudar de
idéia quando se prova que estou errado. Quem tem fé não tem liberdade para
fazer isso.
Acreditar é dar crédito, é ter como verdadeiro.
Fé é crer naquilo que não se pode comprovar, é uma crença não baseada em provas, é uma confiança depositada por alguém na mente de outrém. Não pode ser negada, não pode ser testada, não pode ser experimentada e finalmente aquilo que não tem lógica.
Fé é crer naquilo que não se pode comprovar, é uma crença não baseada em provas, é uma confiança depositada por alguém na mente de outrém. Não pode ser negada, não pode ser testada, não pode ser experimentada e finalmente aquilo que não tem lógica.
Tem fé quem acredita naquilo que não se pode provar. Ex.
Jesus e sua ressurreição, Allan Kardec e sua Reencarnação, E não há, por sua
vez, necessidade de fé para o Judaísmo, Islamismo, Budismo. Não existe a
palavra “fé” na Bíblia dos Judeus. Não se exige fé para acreditar que Allah é o
único Deus e que o Profeta Muhammad é o seu mensageiro, basta a declaração
publica. Da mesma forma, para que a Lei da Gravidade seja observada e testada
não há necessidade de fé.
Ateísmo não é doutrina e portanto não tem como alimentar um
fé religiosa cristã. A fé para nós, é uma coisa ridícula. Nós acreditamos em
determinados fatos, o que é diferente de ter fé. Fé não se questiona. É para os
Cristãos uma verdade absoluta, imutável, eterna e intangível humanamente. A
nossa verdade é relativa, temporária, mutável e através dela nos pautamos.
A maior ameaça cristã é contra os que não crêem. Qualquer
crime pode ser perdoado menos a falta de fé. Justamente porque sabem o quanto é
difícil crer em ilusões. É o elo fraco do Cristianismo acreditar em coisas das
quais não há qualquer evidência.
Um cientista que faz uma descoberta sente prazer em mostrar
como descobriu. Ele não se ofende se alguém pergunta, muito pelo contrário.
Para o Cristão cada pergunta, cada dúvida, é uma ofensa. É uma ofensa porque um
mágico não revela como chegou ao resultado simplesmente porque o resultado é
uma ilusão.
Nem mesmo a ciência vive sem fé. Disse-me certa vez um
amigo. Ilusão treda.
De forma alguma passar a acreditar nas teorias científicas
não é da mesma cepa do que a crença Cristã.
Primeiramente, a crença do cientista é pragmática e não
dogmática como na religião Cristã. Ou seja, o cientista passou a acreditar em
seres invisíveis depois de inventar as lentes (microscópio), ao passo que os
cristãos acreditam em qualquer coisa que se lhes digam se for convenientemente
coagido a acreditar, do tipo "se não tiver fé vai pro inferno" a
começar pelo ostracismo social do grupo...
Crer sem ver, é coisa que se pode fazer de várias maneiras.
Uma é utilizar a razão e a lógica para inferir aquilo que ainda não se conhece.
Outra é ser escravo de uma fé cega em dogmas mentirosos, inventados por grupos
e instituições religiosos, com seus interesses escusos, enfiando nas mentes
fracas os seus tabus, lendas, superstições e preconceitos.
Fé não é, nem nunca foi ato de vontade livre. Todo mundo
nasce sem acreditar em Deuses, a sociedade em que o indivíduo nasce, é quem vai
determinar o seu papel na sociedade, há uma grande influência do meio social,
no espaço e no tempo.
Ninguém nasce com fé em Deus, Jesus, Buda, Marduck, Júpiter
e outros 70.000 deuses catalogados no planeta Terra.
Trocando em miúdos, você não seria cristão se tivesse
nascido aqui na Paraíba, no ano de 1320, seria católico se tivesse
nascido na Espanha em 1450, ou protestante, se tivesse nascido em Genebra em
1536, Budista se tivesse nascido no sopé do monte Gephel, etc.
A imposição da fé cristã começa mesmo antes da criança
nascer, já se fala em batizado, qual o nome que vai dar a criança, etc.
Com o nascimento a criança se vê em volta de orações, de
santos, de igrejas, e logo se vê obrigada a ir a igreja. É um absurdo o que se
faz com as crianças. Se protestante vai logo cedo para uma escola dominical
aprender que existem demônios e infernos que os castigam por toda a eternidade,
isso é um abuso mental, o que levam essas pobres crianças indefesas ainda com e
cérebro em formação a terem pesadelos durante a noite e traumas por toda a vida.
Essa dominação pela mente é a arma mais perigosa dos últimos
tempos, a América, a Inglaterra, a Espanha, e o Japão mostraram-se totalmente impotentes
diante da ameaça religiosa.
Se podemos definir de modo mais claro a palavra ' fé' dentro
do contexto cristão, definiríamos da seguinte forma: "Fé é acreditar
naquilo que o Novo Testamento declara, independentemente daquilo que vemos, ou
ouvimos. Em outras palavras... Fé é acreditar que Jesus cumprirá aquilo que
prometeu".
Pode-se até argumentar que eu tenho fé na teoria do Big-Bang
mas não tenho, eu vejo essa teoria com certa desconfiança, porque nasci em
1948, se eu tivesse nascido em 1456, na Polônia, teria a mesma desconfiança na
Teoria Heliocêntrica, que para os conhecimentos daquela época, era uma verdade.
Um bom exemplo de fé cristã é acreditar que morcego é ave,
apenas porque está escrito na Bíblia, que é imutável, ou ainda que a semente de
mostarda é a menor do mundo e tem que morrer para poder germinar, apenas porque
alguém disse, que Jesus, o filho de Deus teria dito. Tudo iluminado pelo Espírito Santo.
"A função
da fé é lhe permitir acreditar naquilo que sua inteligência rejeita."
A fé é, intrinsecamente, um elemento que, em vez de
unir, divide. A única coisa que leva os seres humanos a cooperar uns com os
outros de modo desprendido é nossa prontidão para termos nossas crenças e
comportamentos modificados pela via do diálogo. A fé interdita o diálogo, faz
com que as crenças de uma pessoa se tornem impermeáveis a novos argumentos,
novas evidências. A fé até pode ser benigna no nível pessoal. Mas, no plano
coletivo, quando se trata de governos capazes de fazer guerras ou desenvolver
políticas públicas, a fé é um desastre absoluto.
Essa é a diferença básica entre a crença na Ciência e a fé
na Religião Católica.
Por fim, não concordo com muita coisa publicada por Olavo de
Carvalho, mas neste ponto, tiro o chapéu para ele.
Vejamos:
POR VANT TRIBO
ResponderExcluirPois sim, Homero.
Endosso também esta distinção dos conceitos. São duas abordagens irreconciliáveis.
Hoje em dia com uma forçosa relativização de quase tudo (ou tudo) no âmbito da linguagem e dos conceitos, as pessoas tentam flexibilizar questões semânticas e significados tendo em vista e intencionalmente o esvaziamento de sentidos nas dialéticas dos debates públicos na área de religião, política e até ciências.
Não consigo aceitar algo que até se torna consensual, vejo nisso grandes perigos.
Se isso lograr êxito teremos uma neutralidade insípida em todos os campos e todas as coisas terão o mesmo valor, tudo poderá ou não ser verdadeiro, o que esgotaria o debate, qualquer debate, pois ninguém teria razão, ou todos teriam.
Hoje, algumas definições clássicas são vilipendiadas em nome da validação de algumas "verdades" e sob uma pretensa tolerância, reutilizadas para emprestar sentido racional àquilo que outrora era considerado irracional ou metafísico.
Bem, teremos que aprofundar mesmo na questão da Linguagem e compreender a nova sistemática destes discursos e mostrar aonde estão as armadilhas e suas mentiras.
Abraços.
Vant
POR EDUARDO OLIVEIRA
ResponderExcluir.
Caro Homero,
Gostei do texto, mas permita-me provocar um pouco...Você parece ter focado nos aspectos negativos da fé enquanto aspecto dogmático, que poda a dúvida inquisitiva e curiosa...Mas o que dizer da fé enquanto expectativa/esperança? A fé de um paciente com câncer no seu tratamento médico, ou a fé de uma mãe que o filho desaparecido retorne? Acredito que a fé não é necessariamente restrita à esfera da religião...e ter fé, em muitos casos me parece uma atitude positiva....ou estou falando apenas bobagens?
Abc,
Eduardo
POR VANT TRIBO
Excluir.
Eduardo,
Ainda assim são coisas distintas, ter fé e usar da razão.
A fé pode assumir estes aspectos positivos que fala (desde que sim, o câncer seja atenuado ou curado, ou o filho realmente volte), mas que dizer se os fatos apontarem para outra direção?
De que adiantou ter fé quando na sequência temos aspectos trágicos na vida de algumas pessoas? A fé teria um efeito paliativo e até tranquilizador, mas não diz nada sobre a realidade.
Não que devamos negar a esperança, mas que saibamos que possa ser também uma mera esperança, mesmo que continuemos lutando, para as possibilidades negativas de apenas assumir esta forma de proceder e interpretar as coisas ao nosso favor enquanto as mesmas estão contra nós.
Também não sei se Fé poderia ser comparada com a esperança, pois fé historicamente está restrita a crença na proteção divina e na providência, e ter esperança e expectativa não necessariamente se restringem a acreditar em Deus ou que ele velará pelas pessoas.
Se temos que clarear as coisas, que palavras então se usaria para distinção conceitual entre fé, crença, conceito, conhecimento e razão?
Vamos aprofundar tais questões?
Vant