sábado, 26 de dezembro de 2015

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO MITHRA.

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Um texto da Superinteressante de abril de 2002, sobre comer ou não carne trouxe uma notinha interessante para esta época de Natal:

"As tribos nômades de cavaleiros que habitavam a Eurásia há 6.000 anos juntavam gado selvagem e o criavam nos pastos naturais. Esses pastores cultuavam um deus-touro, chamado Mitra, símbolo da força, da masculinidade, do poder. A necessidade de pastos novos a cada vez que acabava o antigo fazia deles expansionistas por natureza e, no início da era cristã, eles já tinham se espalhado da Índia, Babilônia a Portugal. Com isso, o culto a Mithra tornou-se muito popular no Império Romano. Para contê-lo, a Igreja adotou sua data sagrada, o dia de Mithra - 25 de dezembro. Estava estabelecido o Natal. Depois, no Concílio de Toledo, em 447, a Igreja publicou a primeira descrição oficial do diabo, a encarnação do mal: um ser imenso e escuro, com chifres na cabeça. Como Mitra."

Esse texto pode insinuar que Mitra seja o próprio demônio, mas não é o caso. Mitra era um deus do bem, criador da luz (por isso mesmo era associado ao Sol), em luta permanente contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado à crença na existência futura absolutamente espiritual e libertada da matéria. Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os persas o adoravam por influência dos babilônios, os primeiros astrólogos da antiguidade. Seu nome, de raiz indo-européia, significa: "troca", "contrato" e "amizade" (seria daí que surgiu o costume de trocar presentes?). Era o correspondente iraniano do deus sumério Tamuz.

Os Romanos tinham a "Festa da Saturnália" em honra do deus Saturno. Este festival era celebrado entre 17 e 23 de Dezembro. Nos últimos dois dias trocavam-se presentes em honra de Saturno. Já em 25 de Dezembro acontecia a celebração do nascimento do sol invencível (Natalis Solis Invicti). Posteriormente, à medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do Deus Mitra, cujo nascimento se comemorava a 25 de Dezembro. O culto de Mitra - que se tornou difundido como o deus da luta e o protetor dos soldados - penetrou em Roma no 1º século AC. A data entrou no calendário civil romano em 274, quando o Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma, comparável ao nosso Carnaval. Os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, onde ficavam fazendo oferendas e preces pela volta da luz e do calor do Sol.

Em 313 d.C. Constantino, imperador de Roma, decretou o Édito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos e trocando, dessa forma, a perseguição pela tolerância tão desejada. Segundo uma lenda, antes da batalha de Mexêncio, ele teve uma visão da cruz contra o sol, e uma mensagem que dizia, "com este sinal vencerás". Constantino era adorador do deus Sol. De certa forma, o que temos hoje é justamente isso: a união de Mitra (Sol) e Jesus (Cruz) no Catolicismo.

E é provavelmente por isso que a Igreja Católica adotou Mitra como "padrinho", já que as missas são celebradas no domingo, dia dedicado ao Sol, e aquele chapeuzinho que os papas, cardeais e bispos usam é chamado de Mitra. As "coincidências" não param por aí:

Mitra também nasceu de uma virgem; Pastores, que assistiram ao evento, foram os primeiros que o adoraram; O líder do culto Mitráico era chamado de Papa e ele governava de um "mithraeum" na Colina Vaticano, em Roma; Uma característica iconográfica proeminente no Mitraismo era uma grande chave, necessária para destrancar os portões celestiais pelo qual se acreditava passar as almas dos defuntos; Os Mitraistas consumiam uma comida sagrada (Myazda) que era composta de pão e vinho; Assim como os cristãos, eles celebraram a morte reconciliada de um salvador que ressuscitou em um domingo; Um grande centro principal da filosofia Mitraica ficava em Tarso - Cidade natal de São Paulo - que agora é Sudeste da Turquia.



O acontecimento mais marcante da história de Mitra foi a luta simbólica contra o touro sagrado (o primeiro ser criado por Ahura Mazda) que ele derrotou e sacrificou em prol da humanidade. Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, esse gesto adquire o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados (assim como Jesus):

Esse touro pastava tranquilo num prado. Mitra precipitou-se sobre o animal, tomou pelos chifres e saem ambos em desabalada carreira, até que o animal, esgotado, caiu de joelhos. Por ordem do deus supremo, que enviou o corvo, seu mensageiro, Mitra enterrou a faca no animal. Da sua medula e do seu sangue germinarão todas as plantas úteis aos mortais, de modo especial o trigo e a vinha. Os animais maléficos enviados por Ahriman, o escorpião, a serpente, a formiga etc., tentam prevenir esses felizes efeitos bebendo o sangue derramado e envenenando a fonte do poder gerador. Mas é em vão.

Mitra papal


A alma do touro, transportada ao céu, continuará a proteger a vida agrícola. Depois vem a seca e o dilúvio. Mitra, em figura de arqueiro, fere um rochedo e dele jorra água. A seca foi vencida. Prende homens e animais numa arca e estes são salvos do dilúvio. No termo de sua carreira, Mitra abandona a terra num carro de fogo conduzido pelo Sol. Após ciclos sucessivos, Mitra deverá reaparecer na terra para sacrificar, mais uma vez, o touro misterioso, cuja gordura, misturada ao suco da planta Haoma, restituirá a vida, a existência imortal, aos fiéis de Mitra. Do céu, então, cairá fogo devorador e consumirá todos os seres maus, homens e demônios, juntamente com o princípio do Mal, Ahriman (bastante figurado, mas em síntese nada diferente da simbologia cristã).

Só pra constar: Engraçado como essa coisa de trindade já estava presente muito antes de Jesus, aparecendo no Egito (Isis, Osíris e Horus) e na Suméria, com Tamuz, que é filho de Ninrod (equivalente ao deus Sol) e Semírames (Mãe/esposa, equivalente à lua). Ninrod morreu de forma violenta, mas Semiramis criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele passaria a existir como um ente espiritual, alegando que um grande pinheiro cresceu de um dia para o outro de um pedaço de árvore morta. Esse pinheiro era o símbolo vivo da passagem de Ninrode para outra forma de vida. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, o espírito de Ninrode visitava o pinheiro e deixava nele oferendas. A data do aniversário é (por acaso) 25 de dezembro.

Fonte
Saindo da Matrix



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ACÃ E ANANIAS MORTOS POR DEUS POR QUEBRA DE DECORO



Muitas histórias contidas no Velho Testamento se repetem no Novo Testamento. Esta é mais uma história contada e recontada em que Deus condena dois homens a morte com suas famílias por sonegarem bens a serem entregues a aqueles que se diziam guardião do tesouro divino. Por outro lado, é possível definir o tamanho e a medida da justiça, da bondade, do amor e da misericórdia Divina.



DEUS MATA OS SONEGADORES 





Josué, o homem que substituiu Moisés em tudo, inclusive nas atrocidades e genocídios (1), manteve o propósito de levar os hebreus para a Terra Prometida. Sob orientação divina,  espalha o terror por onde passa, exterminando povos e saqueando objetos de valores, inclusive camelos, jumentos, bois e ovelhas.



A Bíblia me diz que Javé, nesta época conhecido como "O SENHOR", contando com a ajuda de uma prostituta de nome Raabe,(2) traça um plano para exterminar todos os habitantes de Jericó do mais novo ao mais velho, inclusive mulheres e crianças. A orientação divina era bem clara, toda prata, e o ouro e os vasos de metal e de ferro, decorrente do saque, fossem para o seu tesouro.

Acrece que um guerreiro corrupto de nome Acã, surrupiou parte do produto do saque, o que provocou a ira do Senhor, que por sua vez abandonou Josué a própria sorte, tendo o comandante que amargar uma derrota na cidade de Ai, de onde saíram feridos trinta e seis homens.

Josué ficou irado, rasgou suas roupas e se prostrou em terra sobre o seu rosto. Foi então que o Senhor lhe falou que o tinha abandonado pelo fato de haver um ladrão mentiroso infiltrado no seu exército e que necessário se fazia então que o corrupto fosse queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel.

Então levantou-se Josué ainda de madrugada e começou a investigar um por um de seus soldados, chegando ardilosamente ao culpado, um homem de nome Acã que confessou o roubo de duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos e uma capa.



Além de recuperar o produto do roubo "para o Senhor" Josué confiscou todos os bens de Acã e condenou juntamente com os seus filhos e filhas a pena de morte por apedrejamento e fogo no vale de Acor.

Feita a vontade do Senhor, Josué toma a cidade de Ai com a ajuda diniva.



NOVO TESTAMENTO



Desde o nascedouro do Cristianismo que a classe sacerdotal vem extorquindo fiéis seguidores, ameaçando-os com o suplício eterno, caso não contribuam com parte de seus bens para a manutenção luxuosa de seus clérigos. Ananias foi convencido pelos apóstolos de Jesus a vender sua propriedade e doar todo o dinheiro para a obra de Deus, tal como fazem hoje os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo bispo Edir Macedo. Ananias assim o fez, mas reteve parte do patrimônio, depositando aos pés dos apóstolos apenas parte do dinheiro da venda da propriedade. (Atos 5:1 e 2)

Descoberta a fraude, Ananias foi censurado publicamente pelos apóstolos e teve como castigo imediato, a morte súbita por decoro, causando assim um grande temor ao público presente. (Atos 5:5)





Safira, a mulher de Ananias não teve outro destino senão a mesma sorte do marido. Mesmo tendo confessado que sabia de tudo, inclusive a quantia exata em que a propriedade fora vendida, não teve direito a delação premiada. A fundamentação do Apóstolo Pedro para justificar a morte súbita de Safira foi a de que ela sabia do pecado de sonegação de dízimo praticado contra o "Espírito Santo" e manteve-se calada, contribuindo assim para a execução plena do pecado cometido pelo marido.



Tanto a história de Acã, como a história de Ananias, são histórias repetidas a propósito para servirem de exemplo do que pode acontecer a um fiel que tente enganar um sacerdote sonegando a oferta divina no todo ou em parte. A ira de Deus cairá sobre o sonegador fulminando-o com a pena capital. Para os cristãos a pena é imensurável, pois sonegar a oferta ou parte dela equivale a roubar o próprio Deus e a pena é sofrer eternamente no caldeirão escaldante de enxofre do inferno pelo pecado cometido. Já o judaísmo reserva aos que cometem o sacrilégio de roubar a Deus um lugar de expiação denominado Gehinom(3)



1) JOSUÉ 6:21-27 Com aprovação divina, Josué destrói com  fio da espada os homens, mulheres e crianças da cidade de Jericó.

JOSUÉ 7:19-26 Acã, seus filhos e seu gado são apedrejados até a morte por Josué, só por ter pego despojos dos babilônios.

JOSUÉ 8:22-25 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Ai, matando 12.000 homens e mulheres, sem que nenhum escapasse.

JOSUÉ 10:10-27 Com aprovação divina, Josué destrói todo os Gibeonitas.

JOSUÉ 10:28 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Maqueda.

JOSUÉ 10:30 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Libna.

JOSUÉ 10:32-33 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Laquis.

JOSUÉ 10:34-35 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Eglom.

JOSUÉ 10:36-37 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Hebrom.

JOSUÉ 10:38-39 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Debir.

JOSUÉ 11:21-23 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Anakim.

JOSUÉ 10:40 “Assim feriu Josué toda aquela terra, as montanhas, o sul, e as campinas, e as
descidas das águas, e a todos os seus reis. Nada deixou de resto; mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como ordenara o Senhor Deus de Israel.”

JOSUÉ 11:6 O senhor ordena o mutilamento (corte dos tendões das pernas) dos cavalos.


(2) O comentarista judeu medieval Rashi afirma que ela era uma vendedora de alimentos no mercado em Jericó. O historiador do primeiro século dCJosefo menciona que Raabe manteve uma pousada, mas é omisso quanto a saber se apenas o arrendamento de quartos era sua única fonte de renda. No Novo Testamento Cristão, a Epístola de Tiago e a Epístola aos Hebreus seguem a tradição estabelecida pelos tradutores da Septuaginta no uso da palavra grega "πόρνη" (que geralmente é traduzido para o Português como "meretriz" ou "prostituta") para descrever Raabe.



(3) No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação.


 Recomenda a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são apenas apontamentos de estudo.