segunda-feira, 15 de agosto de 2016

ESTUDOS BÍBLICOS - ACREDITEM PRIMEIRAMENTE EM MOISÉS

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Esta é a história bíblia, escrita por Deus, segundo alguns religiosos fundamentalistas, ou ainda inspirada por Deus, ou conforme os judeus, escrita por Moisés sob inspiração divina, que conta de forma clara e cristalina, o surgimento de um Deus, até então desconhecido e desacreditado de todos.

 Para nós tudo não passam de mitos escritos por homens tribais, para punir e controlar o povo hebreu.

 Em síntese, trata esta página sobre a maldade divina sobre o povo egípcio, onde o Deus de Moisés (Eu Sou) atuou de forma decisiva sobre toda a população egípcia, causando-lhe dor e sofrimento angustiante.





Prefácio - Coma fazer o mal culpando vítimas inocentes

Impossível iniciar o estudo da Bíblia sem primeiro falar de Moisés, o líder religioso dos hebreus, legislador e o profeta mais importante do judaísmo e cristianismo. No islamismo, um grau abaixo do profeta Mohammad. A tradição judaica atribui a Moisés a autoria dos primeiros cinco livros da Bíblia. Neste sentido Moisés teria escrito a criação de todo universo, a criação da humanidade, o pecado de Eva induzido por uma cobra que falava e andava de pé, a destruição de Sodoma e Gomorra, o dilúvio, a Torre de Babel, todas as leis contidas nos livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, com exceção dos Dez Mandamentos, que teria recebido diretamente do próprio Deus Javé, no Monte Sinai. (1)

É de autoria de Moisés, segundo ainda a tradição, sem contudo existir a confirmação dos fatos, as biografias de Abraão, Isaque e Jacó, a existência de gigantes sobre a terra com 3,84 m de altura a exemplo de Golias com 3,20 m de altura, a tentativa de estupro sofrida pelos dois anjos do Senhor enviados a casa de Ló, a relação incestuosa das filhas de Ló, mediante fraude, o casamento incestuoso de Abraão com sua irmã Sara,  a divisão da humanidade em filhos do homens e filhos de Deus, a fornicação dos filhos de Deus com as filhas dos homens, o dilúvio que causou a morte de milhares de inocentes, a embriagues de Noé e sua ressaca, inclusive a história de que o Deus Javé se apresentou a ele, Moisés, quando apascentava as ovelhas do seu sogro Jetro.

Quem foi Moisés?

Sustenta Otto Rank sobre o patriarca Moisés, que referida lenda bíblica foi copiada do relato fantasioso de Sargão,(2) rei de Akkad. Joseph Campbell também fez a mesma comparação. Christopher Hitchens (3) afirma que Moisés é uma figura mítica que foi inventada muitos séculos após a sua suposta morte.


Mas vamos aos textos bíblicos:

Moisés era um dentre três filhos de um casamento incestuoso entre Anrão e Jaquebede. (Sobrinho e Tia). Conta-se que o faraó Tutmosis determinou a morte de todos os meninos nascidos do povo hebreu, mas como ocorreu com Sargão, foi posto em um cesto calafetado com betume e posto em um rio. No caso de Sargão, Eufrates, no caso de Moisés, Nilo, tendo ambos sido salvo das águas e adotados como filhos. Os dois, cada um em seu tempo, foram considerados o salvador do seu povo.

Partindo do pressuposto que Moisés tenha existido:

Moisés esse príncipe adotivo, filho de Acepchut ou Hatshepsut, neto de Tutmosis teve educação de príncipe no Egito e isso deu-lhe acesso aos estudos e a grandiosa biblioteca dos faraós, onde ele aprendeu e assimilou toda a informação para escrever parte do Pentateuco. Alguns historiadores acreditam que o período que Moisés passou entre os Egípcios serviu para que ele aprendesse o conceito do "monoteísmo", criado pelo Faraó Aquenáton (1352-1338 a.C.), o faraó revolucionário que reinou antes do tempo de Moisés, levando tal conceito ao povo hebreu.

Confessa Moisés, - já que foi ele que supostamente escreveu o livro Êxodo -, que aos 40 anos tomou a defesa de um escravo hebreu, e matou o feitor egípcio que aplicava uma severa correção. Pensando não haver testemunha do homicídio, ocultou o cadáver da vítima na areia do deserto para escapar da punição coercitiva do estado, sem lograr êxito. O serviço de inteligência egípcio descobriu o homicídio e sua autoria, tendo o sucessor do seu avô adotivo Tutmosis III determinado sua captura vivo ou morto.




Fugindo da ira do faraó Tutmosis III, que havia lhe negado a proteção real quando da prática do crime cometido, Moisés homiziou-se em Midiã, onde conheceu sua primeira esposa Zípora com quem teve dois filhos, Gérson e Eliézer.


Portanto, escreveu Moisés no Livro Êxodo, Capítulo III que estando ele foragido da justiça egípcia, homiziado na terra de Midiã e apascentado as ovelhas do seu sogro Jetro, que era um sacerdote egípcio, viu coisas estranhas acontecendo, de repente um pé de sarça entrou em uma combustão espontânea, mas o fogo não lhe consumia.




Foi neste cenário, segundo Moisés, que Deus se apresentou a ele, dizendo tratar-se do mesmo Deus de seus antepassados. O diálogo registrado por Moisés entre ele e Deus sugere que Moisés não conhecia este Deus que se apresentava como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

Diz Moisés no livro de sua suposta autoria, que ainda pasmo com o acontecimento incomum, ouviu uma voz lhe chamando, que tentou ver quem estava a lhe chamar, mas foi impedido pelo medo de ver o rosto da voz que o chamava pelo nome.

Cumprido os atos formais e solene da apresentação, falou Deus a Moisés que estava com pena de presenciar por mais de 300 (trezentos) anos seu povo escravizado no Egito e que teria chegado a hora de ter piedade dos hebreus. Para tanto, escolheu Moisés para intermediar com o faraó, o fim da escravidão e a saída dos hebreus para uma terra prometida pelo Senhor  Deus, a quem Moisés acabara de conhecer.

A princípio Moisés recusa-se a obedecer alegando que não tinha argumentos capazes para convencer o faraó de libertar sua gente da escravidão.

Neste mesmo local onde se desenrolaram os fatos misteriosos, Javé capacitou seu escolhido para liderar uma revolta dos hebreus escravizados.

Segundo Moisés, Javé não aceitou sua recusa, por mais que justificasse a sua incapacidade, mas Javé lhe deu forças alegando que estaria sempre invisível a seu lado prestando todo o seu apoio e assessoria necessária para tirar o povo hebreu do Egito.


Então disse Moisés a Javé: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?


E disse Javé a Moisés:
EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.

Em uma época em que o mundo conhecia vários Deuses e todos eles com nome, um Deus que se apresentou com o nome de EU SOU deve ter causado espanto e desconfiança em Moisés, que fora criado na religião politeísta onde seu avô adotivo era encarado como um sobre-humano, verdadeiro Deus a reinar sobre os homens.

Com justo receio, Moisés recusou-se a aceitar o encargo divino da mesma forma como fez tempos mais tarde o profeta Mohammad com o Arcanjo Gabriel, aquele da revelação do Corão.

O  Deus que se apresentou a Moisés quando apascentava as ovelhas do seu sogro Jetro, até então desconhecido do próprio Moisés e do povo hebreu, tal como descreve no livro Êxodo capítulo III precisava ser testado e conhecido pelo povo hebreu.

Para poder se impor perante os povos hebreus e egípcios, o Deus desconhecido dos hebreus convenceu Moisés, de que ele seria capacitado e aprenderia a fazer "maravilhas" com seu cajado, por exemplo, transformando ele em cobra e voltando a ser cajado novamente se pego pelo rabo da cobra que o tinha transformado. (Êxodo 4:3 e 4)


Nos conta Moisés (segundo a tradição judaica) que mesmo sem preencher as condições necessárias para ser um líder tribal, Javé o capacitou com um grande dom extraordinário para o exercício de liderança do povo hebreu, emprestando-lhe inclusive sua fala nos debates acalorados com a nobreza egípcia. (Êxodo 4:12 a 15)


Nos relata Moisés, (acreditem nele) que Javé teria dito as palavras que ele, Moisés, teria que dizer diante do Faraó:

"O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.

Vai, e ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, me apareceu, dizendo: Certamente vos tenho visitado e visto o que vos é feito no Egito.



E ouvirão a tua voz; e irás, tu com os anciãos de Israel, ao rei do Egito, e dir-lhe-eis: O Senhor Deus dos hebreus nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, para que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus."


Tendo Moisés assimilado tudo o que poderia fazer com o cajado divino, partiu Moisés com suas maléficas intenções, disposto a torturar o povo egípcio levando consigo sua mulher e filhos montados em um jumento. (Êxodo 4:21)

Para os povos politeístas, um deus a mais ou a menos no seu panteão mitológico não faz diferença. Mas era do propósito de Deus fazer toda a diferença, era necessário cegar o faraó e o tornar insensível para que os prodígios de Deus se multiplicassem na terra do Egito, o Deus que se apresentou a Moisés teria que ser notado tanto pelos egípcios, como pelos hebreus, para tanto, Deus "endureceu o coração" do faraó tornando-o  incapaz de perceber ou sensibilizar-se com as pragas que assolaram o Egito, enquanto as "maravilhas" eram feitas sob o comando de Deus com o cajado de Moisés.

Assim, as dez pragas promovida pelos prodígios do próprio Javé através do seu servo Moisés para atormentar o povo egípcio só surtiu efeito, quando morreu o primogênito do faraó - A décima praga. Até então nada havia amedrontado a população egípcia, parecia que Javé havia endurecido o coração de todos os egípcios e não apenas do faraó.


Foi o poder de Deus exercido sobre os governantes do Egito, e não a influência ou maldade humana possuída por Moisés e Arão, o que operou os "prodígios" que exibiram perante Faraó. 

Com isso, Javé usando seu servo Moisés como interlocutor, conseguiu, depois de "endurecer o coração" do faraó, levar seu povo para a Terra Prometida, segundo ainda Moisés, falando pela boca de Javé, uma terra que mana leite e mel.



"Portanto eu disse: Far-vos-ei subir da aflição do Egito à terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu, a uma terra que mana leite e mel." (Êxodo 3:17)


Moisés não nos explica por que sendo Javé onipotente, onisciente e onipresente, deixou seu povo penar por 300 anos como escravos no Egito, mas nos deixa uma pista, Deus não protegeu seu povo por pura omissão, então segundo Moisés - não foi Deus que fez a boca do homem, quem fez o mudo e o surdo (sic) , o que vê e o que é cego, (4) Também não explicou por que Deus não usou de seus superpoderes para libertar seu povo da escravidão do Egito sem violência e derramamento de sangue. Muito pelo contrário, foi o próprio Javé que "endureceu o coração do faraó" (5) e assim propiciou a criação de um clima de discórdia favorecendo a utilização da violência pelo próprio Javé, com o propósito de mostrar o quanto o Criador do Universo era poderoso e superior a todos os Deuses conhecidos.

Agindo como agiu, Javé, o Deus de Moisés, castigou mais uma vez pessoas inocentes, animais e insetos tão somente para mostrar para o povo hebreu que era o maior entre os Deuses de todas as épocas. 


Vejamos os "Prodígios":

1 - Transformou as águas em sangue, matando todos os peixes
2 - Provocou um imenso ataque de rãs
3 - Causou danos a população humana e animal do Egito com piolhos
4 - Infestou o Egito de moscas
5 - Matou animais indefesos
6 - Provocou uma peste de tumores na população humana e animal
7 - Devastou as plantações com granizo 
8 - Nuvens de gafanhotos devastam plantações
9 - Provocou um eclipse parcial do sol por vários dias
10 - Matou todos os primogênitos da raça humana e animal

É de bom alvitre repetir que tudo isso aconteceu porque o Deus de Moisés assim o quis, endurecendo o coração do Faraó, condição sem a qual não teria infligido tamanho sofrimento a pessoas inocentes, inclusive animais.


Repito, foi a mão de Deus, e não a influência ou conjunto mental consciente do poder humano possuídos por Moisés e Arão, o que operou os "prodígios" que exibiram perante Faraó. 

No âmbito religioso, a Bíblia diz que as pragas serviram para sub-julgar deuses egípcios específicos:

As águas do Rio Nilo tingem-se de sangue: Humilhação ao deus-Nilo, Hápi. A morte dos peixes foi também um golpe contra a religião egípcia, pois certas espécies de peixes eram veneradas (Êx 7:19-21).

Rãs cobrem a terra: Humilhação a deusa-rã, Heqt. A rã é o símbolo da fertilidade e da ressurreição no conceito egípcio (Êx 8:5-14).

Piolhos atormentam homens e animais: Humilhação ao deus Tot. Referente a invenção da magia ou das artes secretas. A praga resultou em os sacerdotes-magos reconhecerem a derrota, quando se viram incapazes de transformar o pó em borrachudos, por meio da magia (Êx 8:16-19).

Moscas atacam homens e animais: Humilhação ao deus Ptah, criador do universo, novamente Tot, senhor da magia (Êx 8:23,24).

A morte dos animais: Humilhação à vários deuses, tais como: Seráfis (Ápis) – deus sagrado de Mênfis do gado, a deusa-vaca, Hator e a deusa-céu, Nut, imaginada como uma vaca, com as estrelas afixadas na sua barriga (Êx. 9:4 e 7).

Pústulas cobrem homens e animais: Humilhação a deusa-rainha do céu do Egito, Neite (Êx. 9:11).

Chuva de granizo destrói plantações: Humilhação aos deuses que controlam os elementos naturais; tais como: deus da água, Íris e deus de fogo, Osiris (Êx. 9:13-35).

Nuvem de gafanhotos ataca plantações: Humilhação aos deuses responsáveis pela abundante colheita. O deus do ar, Xu e deus-inseto, Sebeque (Êx 10:12-15).

Escuridão encobre o Sol por três dias: Humilhação ao deus principal do Egito, Rá, o deus-sol que foi escondido por trevas (Êx. 10:23).


Os primogênitos de homens e animais morrem: Resultou na maior humilhação para os deuses egípcios, os governantes do Egito - que chamavam a si mesmos de deuses, filhos de Rá ou Amom-Rá (Êx 12:12).

Como se não bastasse, o Deus de Moisés mandou que os hebreus despojassem os egípcios.




João Ferreira de Almeida Atualizada

E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egípcios. (Êxodo 12:36)
  

Êxodo 12 - Contexto


35 Os filhos de Israel fizeram como Moisés havia dito, e pediram aos egípcios objetos de prata, objetos de ouro e roupas. 36 Yahweh fez que seu povo encontrasse graça aos olhos dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam; e despojaram os egípcios. 37 Os israelitas partiram de Ramessés até Sucote. Havia cerca de seiscentos mil homens a pé, além de mulheres e crianças.…

Os pastores, padres e bispos sempre nos apresentam Deus como um ser amoroso e misericordioso, entretanto não parece nada disso depois da leitura do Livro Êxodo, quando lemos que Deus poderia ter encontrado uma solução pacífica sem impor ao povo egípcio um castigo ou uma situação desagradável e dolorosa, o que deixa transparecer um ato de soberba, nada de bondoso.






(1) Segundo os judeus, os legítimos senhores autores da bíblia hebraica, tradutores autênticos do Velho Testamento, ao contrário do que se ensinam hoje nas escolas de doutrinação cristã, a bíblia não é a palavra de Deus, mas contém a palavra de Deus. E dão como exemplo os Dez Mandamentos que foram escritos com o dedo de Deus.



(2) A História de Sargão

(3)Em entrevista Christopher Hitchens comentou que os estudiosos da Bíblia sugerem pelo menos quatro autores que se contradizem e às vezes se sintetizam. Ninguém, além dos judeus fanáticos, acredita que Moisés foi o autor do Torá ou que Deus a ditou para ele, o que, nesse caso, ele seria autor de segunda mão. Maomé, que também teria escrito o livro de Deus – ditado pelo arcanjo Gabriel – não é um figura tão mítica, tão lendária. Provavelmente ele tenha existido. É bem possível que tenha existido.


(4) - E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? Êxodo 4:11

O profeta Isaías corrobora com essa afirmação de Moisés:
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. Isaías 45:7



(5) - Êxodo 4:21- E disse o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.

Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.Êxodo 7:3

Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha falado. Êxodo 7:13

Então disse o Senhor a Moisés: O coração de Faraó está endurecido, recusa deixar ir o povo. Êxodo 7:14

Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com os seus encantamentos; de modo que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.Êxodo 7:22

Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito. Êxodo 8:15

Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha dito. Êxodo 8:19

Mas endureceu Faraó ainda esta vez seu coração, e não deixou ir o povo. Êxodo 8:32

E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se agravou, e não deixou ir o povo. Êxodo 9:7

Porém o Senhor endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito a Moisés. Êxodo 9:12

Vendo Faraó que cessou a chuva, e a saraiva, e os trovões, pecou ainda mais; e endureceu o seu coração, ele e os seus servos. Êxodo 9:34

Assim o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moisés.Êxodo 9:35

Depois disse o SENHOR a Moisés: Vai a Faraó, porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para fazer estes meus sinais no meio deles, Êxodo 10:1

O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não deixou ir os filhos de Israel. Êxodo 10:20

O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir. Êxodo 10:27

E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir os filhos de Israel da sua terra. Êxodo 11:10

E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.Êxodo 14:4

Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão. Êxodo 14:8

E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, Êxodo 14:17


domingo, 31 de julho de 2016

INSPIRAÇÃO DIVINA - O QUE É ISSO?



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Não antes do terceiro século supunha-se ou acreditava-se que os livros compondo o Novo Testamento eram inspirados. 

Devemos lembrar que havia grande número de livros, de Evangelhos, Epístolas, Atos e entre estes, os "inspirados" eram escolhidos por homens "não-inspirados". 

Entre os "Pais do Cristianismo" havia grandes diferenças de opinião sobre quais seriam os livros inspirados; havia muitas discussões cheias de ódio. 

Muitos livros que hoje são considerados espúrios, eram tidos nos primórdios como divinos, e alguns dos hoje considerados inspirados eram considerados espúrios. 

Muitos dos antigos cristãos e alguns dos pais repudiaram o Evangelho de João, as Epístolasa os hebreus, Jade, James, Pedro e a Revelação de São João. 

Por outro lado, muitos deles tinham os Evangelhos dos hebreus, dos egípcios, os Ensinamentos de Pedro, os Pastores de Hermas, as Epístolas de Barnabé, o Pastor de Hermas, s Revelação de Paulo, as Epístolas de Clemente, o Evangelho de Clemente como livros inspirados, igualáveis aos melhores. 

De todos esses livros e de muitos outros, os cristãos escolheram quais os "inspirados". 

Os homens que fizeram a seleção eram ignorantes e supersticiosos. Eram crentes convictos no miraculoso. Pensavam que doenças podiam ser curadas colocando-se sobre o paciente um lenço que supunham ter pertencido a um apóstolo, ou os ossos de um morto. 

Acreditavam na fábula de fênix, e que as hienas mudavam de sexo todos os anos. 

Seriam os homens que fizeram a seleção há muitos séculos, inspirados? Seriam eles -- ignorantes, supersticiosos, estúpidos e maliciosos -- mais qualificados para julgar a "inspiração" que os estudantes do nosso tempo? Por que teríamos de seguir suas opiniões? Não poderíamos nós mesmos escolher?




Erasmo, um dos líderes da Reforma declarou que a Epístola aos hebreus não havia sido escrita por Paulo, e negava a inspiração do segundo e terceiro livros de João, e também da Revelação.


Lutero tinha a mesma opinião. Declarou James ser uma Epístola de palha e negou a inspiração da Revelação. Zwinglius rejeitou o livro da Revelação e até Calvino negou que Paulo fosse o autor de Hebreus. 

A verdade é que os protestantes não concordaram com quais os livros que eram inspirados até o ano de 1647, na Assembléia de Westminster. 

Para provar que um livro é inspirado você precisa provar a existência de Deus. Deve provar também que este Deus pensa, age, objeta, tem fins e meios. Isto é um tanto difícil. 

É impossível conceber um deus infinito. Não havendo conceito de um ser infinito, é impossível dizer se todos os fatos que sabemos tendem a provar ou não a existência de tal ser. 

Deus é uma suposição. Se a existência de Deus é admitida, como poderemos provar que ele inspirou os escritores dos livros da Bíblia? 

Como pode um homem estabelecer a inspiração de um outro? Como pode um homem estabelecer que ele próprio é inspirado? Não há como provar o fato da inspiração. A única evidência é a palavra de alguns homens que não poderiam de maneira alguma saber sobre a questão. 

O que é inspiração? Usaria Deus o homem como instrumento? Usaria-o para escrever suas idéias? Tomaria ele posse das nossas idéias para destruir nosso arbítrio? 

Eram esses escritores controlados parcialmente, de modo que seus erros, sua ignorância e seus preconceitos foram diminuídos pela sabedoria de Deus? 

Como poderíamos separar os erros do homem da sabedoria de Deus? Poderíamos fazer isto sem sermos nós mesmos inspirados? Se os escritores originais eram inspirados, então os tradutores deveriam também sê-lo, e também as pessoas que nos dizem o significado da Bíblia.


Como pode um ser humano saber que ele é inspirado por um ser infinito? Mas de uma coisa podemos ter certeza: um livro inspirado deveria de todas as maneiras exceder todos os livros já escritos por homens não inspirados. Deveria estar acima de tudo, deveria conter a verdade, cheio de sabedoria, beleza. 


Muitos sacerdotes me questionam como posso ser tão mau em atacar a Bíblia.

Vou dizer a você: Este livro, a Bíblia, tem perseguido até a morte, os mais inteligentes, os melhores. Este livro obstruiu e dificultou o progresso da espécie humana. Este livro envenenou as fontes do aprendizado e desviou as energias do homem. 

Este livro é inimigo da liberdade, o suporte da escravidão.

Este livro semeou as sementes do ódio dentro de famílias e nações, alimentou as chamas da guerra e empobreceu o mundo. 

Este livro é o livro de cabeceira de reis e tiranos -- o escravizador de mulheres e crianças. 

Este livro corrompeu parlamentos e cortes. 

Este livro fez de colégios e universidades os professores do erro e os inimigos da ciência. 

Este livro encheu a cristandade com seitas cruéis, cheias de ódio e guerreiras. 

Este livro ensinou homens a matar seus semelhantes por motivos religiosos. 

Este livro fundou a Inquisição, seus instrumentos de tortura, construiu as masmorras, nas quais os bons e justos pereceram, forjou as correntes que rasgavam suas carnes, erigiu os patíbulos onde eles eram assassinados. 

Este livro juntou pilhas de lenha nos pés dos homens justos. Este livro baniu a razão da mente de milhões e encheu os asilos com os insanos.


Este livro fez pais e mães derramar o sangue de seus bebês. 


Este livro foi a justificativa que se dava para separar a mãe escrava de seu bebê. 

Este livro encheu os navios mercantes e fez da carne humana mercadoria. 

Este livro acendeu as fogueiras que queimaram as "bruxas" e "feiticeiras".

Este livro preencheu a escuridão com fantasmas e os corpos de homens e mulheres com demônios. 

Este livro poluiu a alma humana com o infame dogma do sofrimento eterno. 

Este livro fez da credulidade a maior das virtudes e a investigação o pior dos crimes. 

Este livro encheu as nações com eremitas, monges e freiras -- com piedosos e inúteis. 

Este livro colocou santos sujos e ignorantes acima de filósofos e filantropos. 

Este livro ensinou o homem a desprezar as alegrias da vida para que pudesse ser feliz numa outra -- desperdiçar este mundo em benefício de um próximo. 

Eu ataco este livro porque ele é inimigo da liberdade -- a maior obstrução na frente do progresso da humanidade. 

Deixe-me fazer uma pergunta aos sacerdotes: Como vocês podem ser tão maus em defender este livro?







Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll



Tradução: Afonso M. C. Amorim 


Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html




POR QUE DEVERÍAMOS COLOCAR CRISTO NO ALTO E ACIMA DA ESPÉCIE HUMANA?




Era ele mais gentil e piedoso, mais modesto que Buda? Era ele mais sábio, enfrentou a morte com mais calma que Sócrates? Foi ele mais paciente, mais caridoso que Epicuro? 

Foi ele um maior filósofo, mais profundo pensador que Epicuro? De que maneira foi ele superior a Zoroastro? Foi ele mais gentil que Lao-Tsé, mais universal que Confúcio? 

Foram suas idéias de direitos humanos e deveres superiores a Zeno? Expressou ele maiores verdades que Cícero? Era sua mente mais sutil que a de Espinoza? Era sua mente igual à de Kepler ou Newton? 

Foi ele mais grandioso na morte, e mais sublime que Bruno? Foi ele, em inteligência, em força e beleza de expressão em profundidade nos pensamentos, em riqueza de exemplos, em aptidão para a compaixão, em conhecimento da mente e coração do homem, de todas as paixões, esperanças e medos, igual a Shakespeare, o maior da espécie humana? 

Se Cristo fosse de fato um Deus, ele saberia todo o futuro. Diante dele um panorama surgiria da história por vir. Eles saberia como suas palavras seriam interpretadas. 

Ele saberia quais crimes, quais horrores, quais infâmias seriam cometidas em seu nome. Ele saberia que as chamas famintas da perseguição subiriam pelos membros de inúmeros mártires. 

Ele saberia disto; milhares e milhares de bravos homens e mulheres iriam perecer nas masmorras escuras, cheias de dor. Ele saberia que sua igreja ia inventar e produzir os instrumentos de tortura; que seus seguidores iam usar o chicote e a lenha, as correntes e a tortura. 

Ele veria o horizonte do futuro lúgubre com as chamas dos autos da fé. Ele saberia que seus ensinamentos se espalhariam como fungos venenosos de cada texto. 

Ele veria as inúmeras ignorantes seitas brigando umas contra as outras. Veria milhares de homens, sob as ordens de padres, construindo prisões para seus semelhantes.

 Ele veria milhares de cadafalsos pingando o sangue dos mais nobres e bravos. 

 Ele veria seus seguidores usando os instrumentos de dor. 

Ouviria seus gemidos, veria suas faces pálidas, na agonia. 

Ouviria todos os gritos, lamentos e choros de todos os que sofriam, multidões de mártires. 

Ele conheceria os comentários seriam escritos em seu nome, com espadas, para ser lidas com a luz da fogueira. Ele saberia que a inquisição seria instalada baseada em palavras atribuídas a ele. 

Ele teria visto as interpolações - os acréscimos - as falsificações, que a hipocrisia relataria e escreveria. 

Ele veria todas as guerras que se desencadeariam, e saberia que em cima desses campos de morte, além dessas masmorras, além desses instrumentos de tortura, além dessas execuções, além dessas fogueiras, por mil anos tremularia a bandeira sangrenta da cruz. 

Ele saberia que a hipocrisia vestiria batina e seria coroada -- que a crueldade e credulidade mandariam no mundo; saberia que a liberdade seria banida do mundo; saberia que papas e reis, em seu nome, escravizariam almas e corpos dos homens; saberia que eles perseguiriam e destruiriam os descobridores, os pensadores, os inventores; saberia que a igreja apagaria a santa luz da razão e deixaria o mundo sem uma estrela. 

Veria seus discípulos cegando os olhos dos homens, esfolando-os vivos, amputando suas línguas, procurando por seus nervos mais doloridos. 

Saberia que em seu nome seus seguidores comercializariam carne humana; que berços seriam vendidos e seios das mulheres ficariam sem seus bebês, em troca de ouro. 

E no entanto, ele morreu com os lábios sem voz. 

Por que ele não falou? Por que ele não disse a seus discípulos e ao mundo: "Não torturarás, não aprisionarás, não queimarás em meu nome. Não perseguirás teu semelhante."?

 Por que ele não disse claramente: "Eu sou o filho de Deus." ou "Eu sou Deus"? 

 Por que não explicou a Trindade? 

Por que não explicou a forma de batismo que mais o agradava? 

Por que ele não escreveu suas regras? 

Por que não quebrou os grilhões dos escravos? 

Por que nem mencionou se o Velho Testamento era ou não era um trabalho inspirado de Deus? 

Por que ele não escreveu por si só o Novo Testamento? 

Por que deixou suas palavras entregues à ignorância, hipocrisia e acaso? 

Por que não disse nada de positivo, definitivo ou satisfatório sobre o outro mundo? 

Por que ele não transformou a esperança lacrimejante no céu no conhecimento orgulhoso sobre outra vida? 

Por que ele não nos falou nada sobre os direitos humanos, direito à liberdade de mãos e mentes? 

Por que ele foi para a morte de maneira dúbia, deixando o mundo à mercê da miséria e da dúvida? 

Eu direi a você. Supondo que ele existiu, era apenas um homem, e não sabia. 


Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll


Tradução: Afonso M. C. Amorim 

Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html





sábado, 30 de julho de 2016

É CRISTO UM EXEMPLO PARA NÓS?






Ele nunca exclamou uma palavra pela educação. Ele nem sequer insinuou nada sobre ciência. Ele nunca defendeu a indústria, economia e fez qualquer esforço para melhorar nossas condições neste mundo. Ele era inimigo do bem sucedido e do rico. Dives foi mandado para o inferno, não porque fosse mau, mas porque era rico. Lázaro foi para o céu, não porque fosse bom, mas porque era pobre. (1)


Lázaro e Dives , iluminação do Codex Aureus de Echternach



Cristo nunca se importou com escultura, pintura, música - e nenhuma arte. Nunca disse nada sobre obrigações de nação a nação, nada sobre os direitos do homem; nada sobre liberdade intelectual ou liberdade de expressão. Não disse coisa alguma sobre a santidade do lar; nenhuma palavra sobre a lareira; nenhuma palavra em favor do casamento, em honra da maternidade. 

Ele nunca casou. Vagava sem lar de lugar em lugar com uns poucos discípulos. Nenhum parecia engajado em qualquer trabalho que fosse útil e pareciam viver de esmolas. 

Todas as ligações humanas eram vistas com desprezo; este mundo era sacrificado em favor de um próximo; todos os esforços humanos eram desencorajados. Deus ajudaria e protegeria. 

Por fim, no crepúsculo da vida, Cristo, reconhecendo que se enganara, e chorou: "Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?" 

Temos consciência de que o homem depende se si mesmo. Ele deve preparar a terra; ele deve construir sua casa; ele deve arar e plantar; ele deve inventar; ele deve trabalhar com as mãos e mente; ele deve suplantar as dificuldades e obstáculos; ele deve conquistar e escravizar as forças da natureza de modo que ela faça o trabalho para o mundo.


Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll



Tradução: Afonso M. C. Amorim 


Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html




 (1) Jesus e o jovem rico é um episódio da vida de Jesus que trata da vida eterna. Ele pode ser encontrado nos três evangelhos sinópticos: Mateus 19:16-30, Marcos 10:17-31 e Lucas 18:18-30. É neste episódio que Jesus faz referência a «Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus» (Lucas 18:24-25), uma frase que se tornaria uma de suas mais famosas expressões.

Narrativa Bíblica

No Evangelho de Mateus, um jovem rico pergunta a Jesus quais atos levariam à "vida eterna". Primeiro Jesus recomenda ao rapaz que obedeça aos mandamentos. Quando ele responde que já os observa, Jesus então acrescenta:

«Se queres ser perfeito, vai vender tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem seguir-me.» (Mateus 19:21)

No Evangelho de Lucas, a reação foi uma das frases mais conhecidas de Jesus:

«Jesus, olhando-o, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.» (Lucas 18:18-30)


NOTA

Parábola do Rico e Lázaro


A "Parábola do Rico e Lázaro" é uma das mais conhecidas parábolas de Jesus e aparece somente em Lucas (Lucas 16:19-31). Ela conta sobre a relação, na vida e na morte, de um rico não nomeado e um pobre mendigo chamado Lázaro. Algumas tradições chamam o rico de "Dives", um engano, pois esta palavra é um termo latino para designar "homem rico" na Vulgata. Ele já foi chamado também de Neuēs (Nínive) e Fineas nos séculos III e IV. 

Os discípulos então perguntam a Jesus quem poderá ser salvo, ao que Ele responde: "O que é impossível aos homens, é possível a Deus."



sexta-feira, 29 de julho de 2016

A FILOSOFIA DE CRISTO










Milhões asseguram que a filosofia de Cristo é perfeita - que ele foi o mais sábio que já pregou. 

Vejamos: 

Não resistas ao mal. Se atingido numa face, oferece a outra. 

Há alguma sabedoria, alguma filosofia nisto? Cristo tira da bondade, da virtude, da verdade, o direito à autodefesa. Vício se torna dono do mundo, e o bom se torna vítima do infame. 

Nenhum homem tem direito à autodefesa, defender sua propriedade, sua esposa e crianças. governar se torna impossível e o mundo está à mercê dos criminosos. Há algo mais absurdo que isto? 

Ama teus inimigos. 

É possível isto? Será que qualquer ser humano já amou seu inimigo? Será que Cristo amou os seus quando ele os denunciou como hipócritas e víboras? 

Não podemos amar aqueles que nos odeiam. Ódio no coração dos outros não semeia amor nos nossos. Não resistir à maldade é absurdo; amar nossos inimigos é impossível. 

Não te preocupes com o sofrimento. 

A idéia é de que Deus tomaria conta de nós como ele tomava conta de pardais e lírios. Será que há um menor sentido nesta crença? 

Será que Deus cuida de alguém? 

Podemos viver sem nos preocupar com o sofrimento? Arar, semear, cultivar, colher, é se preocupar com o sofrimento. Nós planejamos e trabalhamos para o futuro de nossas crianças, para as gerações que estão por vir. Sem essas preocupações não haveria nenhum progresso, nenhuma civilização. O mundo retornaria às cavernas e às masmorras da selvageria. 

Se teu olho direito te ofende, tira-o fora. Se tua mão direita te ofende, corta-a fora. 

Por que? Por que é melhor que uma parte do corpo pereça a permitir que o corpo inteiro seja mandado para o inferno. 

Existe alguma sabedoria em aconselhar a retirar um olho ou amputar sua mão? É possível extrair desses ensinamentos esdrúxulos o menor grão de bom senso? 

Não jurais; nem pelos céus, porque este é o trono de Deus; nem pela terra, porque esta é o seu apoio; nem por Jerusalém, porque esta é a sua cidade sagrada.

 Aqui achamos a astronomia e a geologia de Cristo. O céu é o trono de Deus, o monarca; a terra é o seu apoio. um apoio que gira na velocidade de milhares de milhas por hora, e viaja pelo espaço a uma velocidade de mais de mil milhas por minuto! 

 Onde os Cristãos pensavam que o céu ficava? Por que seria Jerusalém uma cidade santa? Seria pelo fato de que seus habitantes eram ignorantes, rudes e supersticiosos? 

Se algum homem te atingir com a lei e tomar tua roupa, dá-lhe teu manto também. 

Há qualquer ensinamento, qualquer filosofia, qualquer bom senso nesta ordem? Não seria tão sensível quanto dizer: "Se um homem obtém um processo contra ti de cem dólares, dá a ele duzentos."? 

Só um louco seguiria este conselho. 

Não penses que vim trazer a paz para a terra. Não vim para trazer a paz, mas uma espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe. 

Se isto é verdade, como o mundo seria melhor se ele ficasse fora. 

É possível que aquele que disse "Não resistas a ofensas", veio trazendo uma espada? aquele que disse "Ama teus inimigos" veio para destruir a paz no mundo? 

Colocar pai contra filho, e filha contra mãe -- que gloriosa missão! 

Ele trouxe uma espada e ela foi molhada por milhares de anos com sangue de inocentes. Em milhares de corações ele semeou a semente do ódio e vingança. Ele dividiu nações e famílias, apagou a luz da razão, petrificou os corações dos homens. 

E cada um que tenha abandonado sua casa, seus amigos, suas irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, ou países, em meu nome, receberá cem vezes, e herdará a vida eterna. 

De acordo com os escritos de Mateus, Cristo, o compadecido, o piedoso, exclamou estas terríveis palavras. Seria possível que Cristo tivesse subornado com a vida eterna de alegrias aqueles que abandonassem seus pais, mães, esposas e filhos? Estaríamos nós para receber a felicidade eterna desertando aqueles que nos amam? Deveríamos arruinar um lar aqui para construir uma mansão lá?

 E no entanto, é dito que Cristo é um exemplo para o mundo. Teria ele desertado seu pai e mãe? Ele disse, referindo-se à sua mãe: "Mulher, o que tenho a ver contigo?" 

 Os fariseus disseram a Cristo: "É legal pagar tributo a César?" 

Cristo disse: "Mostra-me a moeda do tributo. Eles trouxeram para ele uma moeda. E eles disseram: É de César. E Cristo disse: Dá a César o que é de César". 

Será que Cristo pensou que a moeda era de César apenas porque possuía sua imagem estampada sobre ela? Pertenceria a moeda a César ou ao homem que a ganhara? Teria César o direito de requisitá-la só porque nela estava estampada a sua imagem? 

Não nos parece que por esta conversa que Cristo não entendia a real utilização e natureza do dinheiro? 

Podemos ainda afirmar que Cristo tenha sido o maior dos filósofos?



Fonte



Ensaio de Robert Ingersoll



Tradução: Afonso M. C. Amorim 

Fonte: 
infidels.org/library/historical/robert_ingersoll/about_the_holy_bible.html


quinta-feira, 14 de julho de 2016

A MORTE É A PULSÃO QUE ALIMENTA A FÉ

O objetivo primordial da religião é o controle e total domínio dos fiéis através do medo. O medo está na base de todas as religiões.

No cristianismo, onde já se nasce condenado a danação eterna pela transmissão do pecado original cometido pelo primeiro casal Adão e Eva, tem como objetivo conscientizar os pais da necessidade atual e iminente de batizarem seus filhos o mais cedo possível.

Dessa forma, além de "salvar" a criança nascida em poucas horas ou em poucos dias, demonstravam os pais e parentes próximos que eram temente a Deus e que seu filho seria criado e educado na religião cristã. Não sei de quem é a frase, mas que disse, disse muito bem: - "A morte é a pulsão que alimenta a fé e os padres os charlatães que a promovem".


Espírito Santo, remédio para medo, por Padre Paulo Ricardo.







A INCONGRUENTE DOUTRINA DA SANTÍSSIMA TRINDADE.