quinta-feira, 25 de abril de 2013

O MUNDO MUITO LOUCO DO CRIACIONISMO


de Frank R. Zindler



Os defensores do Criacionismo aderem às idéias mais excêntricas que você poderia imaginar — mas eles estão ganhando a briga para a educação da próxima geração. Anteriormente professor de biologia e geologia, Frank R. Zindler é atualmente um escritor científico. Ele é membro da Associação Americana pelo Avanço na Ciência e as Escolas Americanas de Pesquisas Orientais. Seus artigos aparecem regularmente na revista "A Mente que Sonda".

O seguinte discurso foi apresentado em 17 de abril de 1992, numa sexta-feira, na 22a Convenção Nacional Anual dos Ateus Americanos.
***

A guerra entre os criacionistas e as escolas públicas acabou. Os criacionistas parecem ter ganho. Apesar do fato de terem falhado em impor leis tornando ilegal o ensino da evolução, apesar de terem falhado em impor leis obrigando ao "tempo igual" para a mitologia criacionista e a ciência evolucionista, e apesar do fato de os cientistas diariamente descobrirem ainda mais evidências provando a realidade da evolução, quase nada em termos de ciência evolucionista é ensinado nas escolas públicas dos Estados Unidos. Diretores e professores foram tão intimidados pelos fanáticos pelo Gênesis que quase ninguém tem coragem de lidar com o assunto supostamente controverso da evolução.

Como se isso não bastasse, o Instituto para Pesquisa da Criação (ICR) recebeu recentemente quase um quarto de milhão de dólares do estado como reembolso por despesas legais nas quais incorreu quando processou o estado da Califórnia por sua tentativa de impedir o Instituto de conceder títulos de mestrado em ciências.

Henry Morris, Duane Gish e outros superastros criacionistas nos dizem que é simplesmente ultrajante o fato de o estado da Califórnia ter tentado impedir o Instituto de conceder títulos de mestrado em astro/geofísica, biologia, geologia e educação científica. Quais são os fatos sobre o assunto? O fato é que o ICR é a escola criacionista mais bem equipada do mundo. Por exemplo, ela ostenta uma escola de pós-graduação de quatro salas, algo que nenhum outro [believe-tank] criacionista consegue igualar. Cada departamento tem uma sala inteira só para si. Como tem um minúsculo laboratório no fundo de cada sala, os mestres eruditos do IRC podem conduzir trabalhos de laboratório e estudos Bíblicos na mesma sala. Apesar do espaço laboratorial de astro/geofísica não ter nenhum equipamento funcionando no momento, acredito que o laboratório de biologia tenha mais de um microscópio. O que isso significa em termos de estar bem equipado para estudos de pós-graduação?


 Crateras na Lua

Um dos melhores indicativos de que uma teoria científica é genuínas é a sua capacidade de explicar características intrigantes do mundo físico. No caso da chamada "ciência criacionista", esta capacidade explicativa, às vezes, pode ser realmente impressionante. Em seu livro "A Notável Origem do Planeta Terra", de 1972, Henry Morris, o presidente do IRC em Chicago, aplicou os princípios nunca-definidos da "ciência criacionista" para explicar porque Marte e a Lua têm crateras. Para fazer isso, no entanto, ele teve que incluir uma explicação bíblica a respeito das estrelas também.

Considerando que Morris ensina que o universo tem apenas alguns milhares de anos de idade, temos o fato embaraçoso de que muitas estrelas estão a milhões ou mesmo bilhões de anos-luz de distância. Se as próprias estrelas têm apenas alguns milhares de anos de idade, sua luz não devia ter nos alcançado ainda, e assim a maioria das estrelas do universo estariam invisíveis se o criacionismo fosse verdadeiro. Mas Morris consegue explicar:

"Este problema parece imenso a princípio, mas é facilmente resolvido quando se compreende as implicações dos atos criativos de Deus, o próprio propósito da criação centrada no homem. Até mesmo os anjos foram criados para ser "espíritos auxiliares, mandados na frente para ajudar aqueles que serão os herdeiros da salvação" (Hebreus 1:14) O homem não foi, de jeito nenhum, algum tipo de reflexão posterior por parte de Deus; era (absolutamente) a idéia central em todos os Seus planos.

"O sol, a lua e as estrelas foram formados especificamente para 'ser sinais, e para as estações e para os dias, e os anos,' e 'para iluminar a terra' (Genesis 1:14,15). Para atingir este objetivo, eles teriam obviamente que ser visíveis na terra. Mas esta exigência é uma coisa muito pequena para um Criador! Porque seria menos difícil criar uma estrela do que criar as emanações da mesma? Na verdade, Deus não criou a 'luz' no Primeiro Dia, antes de criar 'luzes' no Quarto Dia? É até mesmo possível que a 'luz' que banhava a terra nos três primeiro dias [antes do sol ser criado] tenha sido criada no espaço para mostrar o caminho para os inúmeros 'portadores de luz' que ainda estavam para ser criados no Quarto Dia."

Em outras palavras, a luz que vemos chegando de uma estrela a cem milhões de anos-luz de distância não esteve viajando por cem milhões de anos. Deus criou a luz perto da terra; a luz nunca veio realmente de uma estrela. Só parece ser assim! Deus, ao que parece, criou um mundo de aparência enganosa. Curiosamente, Morris parece alheio a essa embaraçosa implicação de sua explicação, e ele deixa de perceber um detalhe ainda mais importante: se Deus criou as estrelas para ser os indicadores de épocas e estações para os habitantes pré-científicos da terra, não é estranho que tenha sido justamente para as estrelas que ele teve que criar falsos raios de luz, invisíveis a olho nu - e assim não podiam ser usadas "para sinais e estações"?

Como presidente do ICR, Morris preside uma instituição que, já comentamos, está autorizado pelo estado da Califórnia de conceder títulos de mestrado em astro/geofísica. Sendo assim, há um grande interesse em analisar o que Dr. Morris tem a nos dizer sobre as estrelas e os planetas:

"Nós ainda não sabemos a resposta completa ao problema do propósito total de todas as estrelas. Isso é especialmente verdadeiro em se tratando das inúmeras estrelas que só podem ser vistas através de telescópios.... As estrelas que são visíveis a olho nú são, evidentemente, tão valiosas para a navegação quanto pela sua beleza, mas estas constituem apenas uma fração infinitesimal do número total de estrelas. Qual foi, então, o propósito de Deus em criar todas as outras?

"...sendo que nas Escrituras as estrelas estão freqüentemente associadas aos anjos, pode ser que as estrelas estejam de alguma forma envolvidas no ministério dos anjos... Essa possível associação de estrelas com anjos é, casualmente, a única sugestão que as Escrituras fazem a respeito de vida inteligente em outros mundos... "

Dêem a esse homem um título de mestre em astrofísica!

Morris então discute os resultados astronômicos do pecado e faz um breve relato sobre a revolta de Satã e seus anjos e de sua guerra com Miguel e seus anjos. Usando algum tipo de princípio criacionista - talvez algo como "o coseno da estrela é proporcional ao ângulo do anjo" - Morris opina que:

"As estrelas físicas, que estão de alguma forma associadas às hostes espirituais do céu, podem assim também estar envolvidas nesta guerra celeste. As 'estrelas' associadas ao sistema solar, como os planetas e asteróides (e devemos lembrar que o termo 'estrela' no sentido Bíblico se aplica a qualquer corpo celeste que não o sol e a lua), seriam particularmente os mais prováveis de estarem envolvidos, tendo em vista a grande concentração de anjos, tanto bons quanto maus, ao redor do planeta Terra."

O Dr. Morris não revela como exatamente foi capaz de medir a concentração de anjos nas vizinhanças do planeta Terra. Mas continuemos:

"Existem várias referências Bíblicas indicando que de alguma forma as estrelas podem realmente fazer parte das batalhas humanas (Números 24:17; Juízes 5:20; Revelação 6:13; 8:10; etc.) .... De qualquer forma, existe ao menos a possibilidade de que as rupturas e marcas (fraturas e cicatrizes) na lua e em Marte, os destroços remanescentes de um antigo planeta que se tornaram os asteróides, os anéis peculiares de Saturno, os enxames de meteoritos e outras características que de alguma forma parecem estranhos a um universo 'muito bom' conforme Deus deve tê-lo criado, terem sido adquiridas depois. Talvez reflitam algum tipo de catástrofe celeste associada, ou à rebelião primeva de Satã, ou à sua contínua batalha contra Miguel e seus anjos...

"A antiga fascinação dos homens de todas as nações pela astrologia pagã só pode ser compreendida se reconhecermos que existe algum fundo de verdade nessa, de outra forma estranha, noção de que objetos que estão a bilhões de milhas de distância poderiam ter alguma influência sobre acontecimentos terrestres. Certamente que as estrelas físicas não podem ter esse tipo de efeito sobre a terra, mas os maus espíritos ligados a elas não são tão limitados."

Talvez o ICR possa acrescentar um título de mestrado em astrologia demoníaca à sua lista de títulos de ciência não-natural concedidos! Mas a capacidade explicativa da ciência criacionista ainda não acabou. Morris consegue explicar os OVNIs também:

"...a bem documentada associação de certos avistamentos de OVNIs com influências e tendências ocultas sugerem que 'os governantes da escuridão deste mundo' (Efésios 6:12) estão cada vez mais criativos na sua batalha pela mente dos homens."

Como Billy Graham, Morris parece achar que os OVNIs são, na verdade, anjos - anjos maus.


Dividindo a Escuridão

Embora a maioria dos criacionistas que trabalham arduamente para enfraquecer a educação científica sejam Cristãos Protestantes fundamentalistas, Católicos e Judeus também podem ser criacionistas. Acabamos de ver como Henry Morris lida com o problema das estrelas distantes aparentemente provarem a grande antiguidade do universo. Judeus criacionistas também têm ponderado o problema, e um deles apresentou uma solução bastante diferente.
Em 1988, a Associação de Cientistas Judeus Ortodoxos publicou um volume de artigos intitulado Desafio: O Ponto de Vista do Torá sobre a Ciência e seus Problemas. Entre os artigos nesse livro tem um escrito por um tal de Rabino Simon Schwab. Seu título é "Que idade tem o Universo?"

O rabino escreve:

"Nossa pergunta é: Que idade tem o Universo? Resposta: o Universo tem 5735 anos de idade, mais os seis dias da criação."[O artigo foi originalmente publicado em 1962, portanto podemos acrescentar os anos extras necessários à idade do universo.]

O Rabino Schwab, como Henry Morris, está preocupado com a luz. Diferente de Morris, no entanto, ele se concentra no problema colocado pelo fato da luz ter sido criada no primeiro dia da criação, embora o sol e as estrelas não tenham sido criados até o quarto dia. Ele também se preocupa em explicar o fato peculiar de que dizem que Eloim separou a luz da escuridão - um processo que Mark Twain comparou a tirar ervilhas de olhos pretos da tapioca, ridicularizando os autores do Gênesis por não saberem que a escuridão é meramente a ausência de luz.

De acordo com o Rabino Schwab, no entanto,

"A luz a princípio estava entrelaçada com a escuridão. Esta 'escuridão' parece ter sido não uma ausência de luz, mas uma escuridão criada, cuja exata natureza não é revelada. Talvez fosse semelhante ao que os cientistas atualmente chamam de poeira cósmica, nebulosas escuras ou algo assim. Quando a Luz apareceu pela primeira vez, foi obscurecido em parte por alguma substância escura e não revelou seu esplendor."

Já deu para perceber que passamos minutos-luz além do raciocínio dos especialistas no ICR! Deveria ser mencionado, porém, que o Professor Richard Niessen, da Faculdade da Herança Cristã que é proximamente afiliada com o ICR — anteriormente em 1985 falou aos presentes (inclusive a mim) em uma conferência de criacionismo em Cleveland que os criacionistas deveriam dedicar mais tempo na pesquisa da escuridão. Concordando com Rabino Schwab que a escuridão é uma coisa em si mesma, não apenas a ausência de luz, o Professor Niessen mostrou projetos para os iniciados de criacionismo presentes pesquisarem:

"Uma segunda coisa possível que os criacionistas poderiam procurar é algum tipo de instrumento que detecta a escuridão. É minha conclusão, baseado nas (escrituras) que a escuridão é uma coisa positiva."

Mas voltando ao Rabino Schwab: a tese do artigo dele fica ainda melhor — quer dizer mais difícil de entender. De acordo com o rabino, há um marcador universal, inalterável da passagem de tempo, o aparecimento e reaparição do que ele chama "a criação da Luz". Como você sabe da Bíblia, o primeiro "dia" começou pela "noite"— e a este dia, consideram os judeus Ortodoxos o Sábado sagrado começando no pôr do sol na sexta-feira.

Ouçam o Rabino Schwab:

"Aqui temos uma definição clara do primeiro Dia de criação. Ele começa como "noite" pelo aparecimento da Luz de criação, parcialmente obscurecido pela escuridão, até que a escuridão desaparece deixando a "Luz da criação" para clarear brilhantemente durante algum tempo até desaparecer. Em outras palavras, o primeiro Dia da criação é igual para o tempo leva a luz da criação para aparecer e brilhar alternadamente vagamente e fortemente até que diminui..."

Embora ninguém tivesse percebido o fato, até o Rabino Schwab ter revelado isto em 1962,
"Cada vez que nosso globo gira a Luz da criação aparece até que uma rotação da terra seja completada; ao que reaparece novamente para o mesmo desempenho, e assim por diante e, até o fim dos dias.

"Uma palavra de precaução cabe aqui. É óbvio que o que ninguém pode ver não pode 'aparecer'. O que nós pretendemos implicar pela palavra 'aparecer' é, que um evento real acontece regularmente no Universo, o qual nossos sentidos humanos não podem registrar na atualidade. Ainda a Torah nos informa que tal evento está acontecendo com exata regularidade.

Embora esta luz agora indetectável sempre acendeu e apagou em intervalos de vinte e quatro horas, durante os seis dias de atividade criativa de Deus outras medidas de tempo não estavam trabalhando como fazem agora. Durante a semana da criação, todos os processos da natureza trabalharam muito, muito mais rápido do que agora. Durante o que é agora seis períodos de vinte e quatro horas bilhões de anos de processos físicos, geológicos e químicos puderam acontecer em virtude de sua enorme rapidez. Assim a ciência Judia e a Torah estão corretas. Todos os processos que levariam bilhões de anos para se completar de fato aconteceram; eles simplesmente foram compactados em seis dias. Começando com a noite do sétimo dia de semana de criação, quando Elohim teve que descansar, os processos naturais reduziram a velocidade à taxa sua atual, com cada rotação da Terra em seu eixo correspondendo a uma reaparição da criação.

Deslumbrante, não? Digo, o raciocínio. A "Luz da criação" que você nem pode ver!

Enquanto o rabino parece ter proposto um método irrefutável para reconciliar a grande idade do universo com a idade absurdamente jovem requerida pelo Gênese, restou um problema. Além do fato das declarações irrefutáveis — declarações para as quais você não pode nem mesmo inventar um teste — serem cientificamente sem sentido, há ainda a dificuldade desajeitada envolvendo uma seqüência de eventos registrados pelo Gênese de um lado e a geologia de outro.

Assim, temos o Gênese capítulo um que nos fala que as plantas verdes são mais velhas que o sol, considerando que o registro nas pedras nos dá algo mais que uma suspeita furtiva que o sol é mais velho que as plantas verdes! Ficamos totalmente pasmos imaginando contemplar as plantas verdes esperando milhões de anos o Sol começar a brilhar. O Gênese nos fala que pássaros são mais velhos que os répteis, considerando que as evidências paleontológicas são claras como cristal: pássaros são descendentes de répteis, e só após muitos, muitos milhões de anos depois que os primeiros, répteis apareceram.

 Além dos problemas com a seqüência da criação dada pela Gênese capítulo um, há o estupendo problema do Gênese capítulo dois. Naquele capítulo nós aprendemos que Adão — o primeiro macho da espécie humana — foi criado antes de todos outros tipos de coisas viventes, até mesmo antes de plantas — e a Eva foi criada como uma reflexão tardia para que o Adão não pudesse entrar totalmente em bestialidade. Talvez a transmutação de tempo proposta pelo bom rabino também tenha trabalhado como uma transmutação de sequência.


Primeiro de Abril

Talvez o maior perigo posto pelos criacionistas resulte de sua quase universal falta de senso de humor e de sua credulidade incrível. Eles nunca riem quando lêem outros livros e eles podem facilmente ser levados a acreditar em quase tudo. Uma sociedade onde todo o mundo é crédulo não sobreviverá por muito tempo, e um mundo sem humor é indistinguível do inferno. Eu temo que o domínio de criacionistas nas escolas esteja conduzindo a uma geração de Americanos sem nenhum treinamento em pensamento crítico e vão acreditar em qualquer coisa — uma geração que nunca teve permissão para rir do absurdo.

Durante os oito anos que Ronald Religion foi Evangelista-chefe, muitos trouxas sem humor encontraram os poleiros mais altos na América e a NASA foi infestada de criacionistas. A infiltração de criacionistas na NASA de fato começou mais cedo quando Richard Nixon e Billy Graham ocuparam a Casa Branca. Um dos primeiros infiltrados foi o astronauta James Irwin, um homem que caminhou na Lua em Julho de 1971. Na época que Reagan se mudou para a Casa Branca e começasse questionar a realidade da evolução, Irwin se mudou para além da NASA e da Lua. Ele então começou procurar a Arca de Noé.

Foi em 1982. Com um ator de grau B chegando até o Salão Oval, ninguém estava rindo de qualquer coisa mais. Se Irwin tivesse entrado na Turquia para procurar um barco a remos no topo de uma montanha, lá, ele ainda poderia ter arrancado alguns sorrisos. Mas quando ele anunciou que estava lançando uma expedição para encontrar um barco oceânico --um barco 50 por cento mais longo que um campo de futebol e quatro andares de altura - um navio oceânico em cima de um vulcão de dezessete mil pés de altura (5180 metros), ninguém na mídia religiosamente reprimida elevou uma sobrancelha, muito menos deu gargalhadas. Ninguém investigou para descobrir que Irwin, supostamente um produto do florescer da tecnologia americana e conhecimento, o embaixador da ciência de alta tecnologia, estava sendo aconselhado por pessoas totalmente destituídas de um senso de humor. Ninguém soube que o companheiro crédulo de Irwin, Eryl Cummings tinha sido ludibriado pela piada de um 1º de abril, e por sua vez tinha infectado o crédulo Irwin.

A história começou aproximadamente dez anos antes de James Irwin cair de um precipício sobre o Monte Ararat ter feito dos Estados Unidos o bobo da côrte do mundo civilizado. A história pode ser reconstruída de material publicado por Violet Cummings, a esposa do sócio da expedição de Irwin, Eryl Cummings. Em seu livro Alguém Realmente Já Viu a Arca de Noé, Sra. Cummings conta uma chamada de telefone que o marido dela recebeu na casa deles em Farmington, Novo México. Eryl estava sendo chamado pelo Dr. Charles Willis, médico de Fresno, na Califórnia. Depois de uma conversação longa o doutor contou para Cummings, "eu tenho em minha posse fotografias reais da Arca." As fotografias eram ilustrações que acompanham um artigo em Russo que tinha sido publicado nos anos 30, em um jornal de refugiados da Rússia Branca chamado Mech Gedeona ("A Espada de Gideon").
Violet Cummings por sua vez, descobriu que o editor de Mech Gedeona tinha adaptado uma história de uma foto-novela que antes tinha aparecido no Rubez, outra, publicação de refugiados. Rubez tinha apanhado e traduzido a história de característica alemã publicada no Kölnische Illustrierte Zeitung, em 1º de Abril de 1933.

Neste momento, qualquer um menos um fundamentalista teria começado a rir. Mas fundamentalistas, como já comentei, são totalmente desprovidos de senso de humor. 1º de Abril um dia tão bom para a revelação divina como qualquer outro dia. Depois que o editor do Mech Gedeona viu o artigo alemão com suas fotografias de exploradores, guias nativos, e o grande vovô dos barcos monteses, a Sra. Cummings nos fala:

"Em toda a boa fé o editor, um ministro Cristão e médico, agradeceu a Deus pela verificação da Bíblia e usou a história para Mech Gedeona [sic]. Ele estava completamente desavisado que 8 de abril, uma semana depois de sua publicação original, um editorial tinha aparecido no mesmo jornal alemão confessando que a história inteira da "descoberta" tinha sido uma piada enorme — uma "brincadeira" que perpetrou no público alemão que não estava atento para a brincadeira anual da celebração do 1º de Abril."

A primeira versão da história vista pelos Cummings era em idioma russo, a versão de Mech, e eles tiveram um pouco de dificuldade de transliterar os nomes dos expedicionários do Cirílico para o alfabeto latino. Eles quiseram, claro, fazer contato com estas pessoas e assim eles poderiam conseguir informações necessárias para planejar a sua própria expedição para o Monte Ararat. Os nomes dos arqueólogos encarregados pareceram ser por um lado Stonehouse, Stoness, ou Stoneass e Meade ou Mud por outro. Harvard, Yale, o Smithsonian, a Sociedade Geográfica Real de Londres--e uma lista longa de outras instituições prováveis--foram inquiridos sobre os supostos arqueólogos, mas nenhuma das autoridades tinha ouvido falar deles ou da sua expedição.

"Nesta conjuntura," Violet Cummings nos fala, "aqueles envolvidos na análise exaustiva e meticulosa das fotografias começaram a abrigar uma leve suspeita de uma brincadeira."11 Presumivelmente, foram só os foto-analistas — que notaram que as pederneiras estavam faltando nas carabinas das fotos de 1933 — que sentiram qualquer sombra de dúvida. O resto dos quase conselheiros de astronautas continuaram ainda mais intensamente a sua busca.

Quão forte a predisposição deles para acreditar pode ter sido só pode ser apreciada depois que alguém descobre que apenas dois dias depois que Cummings adquiriu as fotos russas que ele recebeu a carta de John Bradley — o presidente de outro grupo de caça barcos, a Fundação SEARCH — revelando que Bradley tinha localizado o artigo alemão original com, nós temos que assumir, as ortografias corretas dos nomes dos participantes alegados. Tão logo, Eryl, Violet, e a sua filha Phyllis souberam as ortografias corretas dos nomes ultrajantes em questão: Professor Bunda de Pedra, Professor Lama, e Sra. Pútrida Desprezível. Violet relembra que

"Em 4 de Abril de 1972 — exatamente quatro meses depois do dia que ele recebeu o que ele acreditou sinceramente na época serem as fotografias da Arca de Noé para Eryl Cummings — até mesmo Dr. Willis estava começando a alimentar certas suspeitas em seu íntimo. 'A história de Stoneass (Bunda de Pedra) poderia ser uma brincadeira mas o tempo dirá,' ele declarou.

Estudos do artigo original alemão revelaram muitos "fatos" novos. "Professor Stoneass (Bunda de Pedra)," acabou sendo, "um arqueólogo americano da Universidade de Yalevard Real, Massachusetts, EUA, e um professor de intercâmbio da Academia Francesa." O apoio financeiro dele veio de uma Sra. Putrid Lousey, a rica "viúva do rei do açúcar americano."

Depois de uma procura minuciosa em Massachusetts e na Nova Inglaterra, os Cummings concluiram tristemente, "A [Universidade de Yalevard Real], e também 'Stoneass' e 'Mud' parecem ser inexistentes." Este foi o fim da procura? Claro que não! Os Cummings foram para a Turquia.

Na Turquia um guia nativo que falava inglês fluente foi questionado sobre a descoberta de Stoneass e da Universidade de Yalevard. O guia disse que sabia sobre tudo, claro, tendo tido um professor inglês na Universidade de Ankara que era da Universidade de Yalevard — a Universidade de Yalevard é em Londres. Então! Vamos para Londres checar a Universidade de Yalevard.

Infortuitamente, não encontraram nenhuma Universidade de Yalevard em Londres, e aparentemente nenhum Massachusetts britânico. Foi naquele momento que Phyllis Cummings notou a data 1º de Abril. Os alemães observam o dia dos Bobos de Abril? Depois de descobrir que sim, Violet escreveu: "O quebra-cabeça tinha sido resolvido parcialmente" (ênfase minha). Só que o que sobrou para ser resolvido não está imediatamente claro, mas os Cummings localizaram um dos editores do jornal alemão finalmente. 19 de julho de 1973, ele lhes enviou uma fotocópia do editorial de 8 de abril de 1933, que explica a brincadeira. Claro que isso ainda não era o fim dos trabalhos.

Os cruzadores diluvialistas tinham que achar a "prova da autenticidade da brincadeira". Eu não estou certo se eles encontraram tal prova. Exatamente quando eles deixaram de procurar a Universidade de Yalevard Real é desconhecido, mas a Sra. Cummings confia aos seus leitores, "Nota: Até este dia [1982] a existência da tal instituição nunca foi confirmada."Se James Irwin não tivesse morrido tão prematuramente, talvez ele poderia ter achado a faculdade. Se ele tivesse, eu apostaria um dólar para uma rosquinha, que ela acabaria sendo uma instituição que concede Ph.D.'s em Demonologia Diluviana e Geologia do Gênese.


Alguns Personagens Criacionistas

Entre os líderes do movimento criationista alguns são muito interessantes - alguns interessantes de verdade — individuais. Há, claro, os geocentristas - os cientistas avançados que ensinam que a Terra é o centro do universo, da mesma maneira que a Bíblia requer, e que o Sol e todo o universo revolvem ao redor da Terra cada vinte e quatro horas. Há o Dr. Gerardus Bouw, da Faculdade de Baldwin-Wallace em Ohio. Dr. Bouw tem um Ph.D. em astronomia pela Universidade de Reserva Caso-Ocidental (Case-Western Reserve University). Ele pode provar que o Sol gira em torno da Terra."Se Deus não pode ser levado literalmente a sério quando ele escreve sobre levantar do sol (S-U-N)," pergunta o Dr. Bouw, "então como alguém pode insistir que ele seja levado literalmente quando escreve do levantamento do Filho (S-O-N)?"

Há o Professor James Hanson, da Universidade do Estado de Cleveland que declarou,: Sobre a Geocentricidade. Acentricidade: Este é o argumento. Acentricidade que significa não há nenhum centro tudo que... Para mim, isto é um pesadelo infernal. Isto é pior que evolução, até onde me concerne ". Curiosamente, o Professor Hanson não teve nenhum comentário para fazer sobre a excentricidade.

Mas o mais memorável de todos os criacionistas geocentristas são Marshall e Sandra Hall, os autores do livro de capa mole amplamente distribuído, A Verdade: Deus ou Evolução? A demonstração deles que o Sol gira em torno da Terra, em uma conferência de criacionismo em 1984, é um desempenho do qual eu nunca esquecerei.

A conferência era em Seven Hills (Sete Colinas), Ohio, um subúrbio de Cleveland. Marshall e Sandra se levantaram juntos para dar uma palestra. Mas como o discurso saltava de um lado para outro entre o marido e esposa a cada minuto mais ou menos, as coisas começaram a se desvendar. Com bastante clareza, eles explicaram que a teoria heliocêntrica era uma "falsificação Satânica," e eles contaram que tiraram férias na planície de Gibeon — onde Joshua mandou o Sol e a Lua ficarem parados — e receberam uma revelação de deus que a Lua é a pista para tudo.

Sem contar em quanto tempo eles fizeram vinte perguntas a deus depois de receber esta pista, os Hall começaram a provar que o Sol gira em torno da Terra. Marshall tinha se lançado ardorosamente na sua "prova" até que seu trem de pensamentos foi descarrilado. Ele procurou em vão pelas palavras e parou. Ele não pôde achar um modo para passar a bola para a Sandra. Logo ele estava lamentando abertamente, anunciando que deus "agora a qualquer minuto" ia lhe dar as palavras certas.

Mas Deus não foi envolvido tão rapidamente, e assim a Sandra voltou no espetáculo. Ela contou como eles uma vez tinham assistido um eclipse do Sol no qual a "sombra" da Lua tinha movido o modo errado! (Ela nunca esclareceu enquanto estava falando sobre a imagem enegrecida da Lua vista contra o Sol, e quando ela estava falando da sombra do eclipse se movendo pela superfície da Terra).

Esperança é a última que morre, ela levou duas xícaras de plástico e tentou modelar os movimentos do Sol e da Lua durante o eclipse. Marshall parou de chorar e criou coragem. Mas que azar! Dentro de outro minuto, ambos foram estonteados desesperadamente pela falsificação Satânica. Não só eles não puderam perceber que quando de frente para o Sol as mãos esquerdas deles estavam apontando leste, mas quando virar as costas para o Sol (e para a audiência) as suas mãos esquerdas estavam apontando oeste, eles também pareciam ser desavisados que as câmeras fotográficas comumente usadas para ver eclipses também invertem esquerda e direita.

Quando o tempo para a apresentação dos Halls se esgotou, eles só puderam anunciar que tinham dado para todo o mundo a chave para destrancar o baú do tesouro do conhecimento astronômico, e eles imploraram àqueles com experiência no assunto a seguir suas idéias. Até onde eu sei, vários criacionistas hoje estão fazendo justamente isso.

Além dos geocentristas, há cronologistas geobíblicos. Um destes é E. W. Faulstich, o proprietário do instituto de Cronologia História e Pesquisa em Rossie, Iowa. Um computador do especialista Faulstich calculou que a Terra foi criada em 4.001 A C. — não 4.004 D.C. como calculou o Arcebispo Ussher. Domingo, 17 de março, para ser preciso.

E há o Rev. Dr. Dr. Dr. Dr. Carl Baugh, uma reencarnação de P. T. Barnum que opera fora da região do Glen Rose (Vale Rosa) do Texas. Embora eu não saiba de ninguém que tenha localizado a fonte ou até mesmo um dos doutorados dele Dr. Baugh parece poder adquirir novos doutorados sempre que a volta em um argumento requeira um. Baugh conduz expedições ao longo do Riacho de Paluxy próximo do seu "Museu de Evidências Cristãs — uma casa reboque que testemunha contra a heresia da evolução.

As expedições viram pegadas humanas petrificadas entre as trilhas de dinossauros para qual os depósitos Paluxy Cretaceous são famosos. Baugh acredita que Dinnie e Alley-Oop viveram ao mesmo tempo, veja você. Embora a maioria das pegadas humanas alegadas são indescritíveis sem impressão, Baugh exibe uma que é muito impressionante. Sendo pelo menos com dezesseis polegadas de comprimento, o "rastro" do bigfoot (pé grande) é tão perfeita como a pegada de um gigante como os vendidos na feira. Durante alguns anos, Baugh "deu" as pegadas moldadas em alumínio a qualquer um que doasse cem dólares ou mais para o "museu" dele. Infelizmente, o rastro de bigfoot caiu em tempos de vacas magras.

Dr. Ronnie Hastings, um amigo meu de Waxahachie, Texas, soube por Marian Tailor que as pegadas do bigfoot — geralmente conhecidas como impressões Caldwell — eram uma fraude. Embora todo cientista que alguma vez viu uma pegada ou um molde dela saiba imediatamente que é uma fraude, foi agradável obter confirmação de um criacionista. De acordo com Hastings,

"Marian Tailor revelou que esta impressão cujo molde está em exibição proeminente no Museu de Evidência da Criação de Baugh e uma cópia da qual foi enviado aos contribuintes do Fundo de Defesa Legal da Criação de Louisiana, foi de fato comprado em Glen Rose como uma escultura pelos Tailor nos anos sessenta e não foi encontrado no leito fluvial de Paluxy como reivindicado por Baugh.... Jacob McFall identificou o molde como uma cópia de escultura feita por um dos irmãos Adams de Glen Rose famosos por esculpir pegadas. A Sra. Taylor não estava muito contente com as falsas reivindicações relativas ao molde exibido pelo Rev. Baugh."

Deve-se lembrar que durante a Grande Depressão, vários habitantes de Glen Rose ganharam a vida esculpindo "pegadas fósseis" para vender a compradores crédulos da cidade. Entre esses compradores da cidade estavam vários criacionistas que acharam nelas a confirmação de impressões tanto do Jardim do Éden quanto da Inundação de Noé.

Uma última palavra sobre o Rev. Dr. Baugh. Impressionado pela longevidade informada do patriarcas antigos catalogada no Livro do Gênese, Baugh decidiu que a atmosfera da Terra antediluviana era mais pesada e continha mais oxigênio, e aquele oxigênio era a pista para a longevidade. Quando visitei o estabelecimento dele vários anos atrás, notei um grande objeto parecido com um tanque montado não muito longe do seu tailer-museu. Perguntando depois sobre isso, descobri que Baugh estava planejando viver dentro dele depois de enchê-lo com uma atmosfera rica em oxigênio e pressurizar. Em algum lugar ao longo do percurso, Baugh tinha adquirido um pouco de conhecimento de química — talvez um doutorado em química na Sears Roebuck. Ele descobriu que a fórmula para oxigênio atmosférico é O2. Ele também aprendeu que a fórmula para ozônio é O3. Argumentando presumivelmente que se O2 é bom, O3 deve ser ainda melhor, Baugh estava planejando "enriquecer" a sua atmosfera Edênica com ozônio! Como eu disse, ele estava planejando viver dentro disto.

Eu esperava voltar vários meses depois que Baugh começasse sua experiência. Até lá ele teria sido uma criatura bastante quebradiça, e tive uma curiosidade mórbida para ouvir como a voz dele soaria depois que sua laringe tivesse enferrujado. Mas aí, alguém parece tê-lo advertido dos efeitos colaterais das atmosferas de "Edênicas", e ele nunca levou a cabo a experiência.

Outro criacionista que provocou um impacto enorme na educação pública nos estados do centro norte foi o Rev. Walter Lang, ministro Sínodo luterano de Missouri e fundador da Associação da Ciência da Bíblia ha mais de trinta anos atrás — geralmente chamado a Associação CB. Lang é um geocentrista, um jovem mundano, e um crente que os dinossauros nunca foram extintos O Behemoth e Leviatã do Livro de Jó são nada mais, nada menos que o Brontossauro e o Monstro de Loch Ness, respectivamente. Além da descoberta dele que os dinossauros poderiam cuspir fogo, igual ao dragão de São Jorge, há pouca coisa a mais sobre os notáveis ensinamentos do Rev. Lang. Bem, talvez haja uma coisa a mais para mencionar.

Quando ele estava nas Galápagos, ele viu lagartos iguana que olharam a ele exatamente como dinossauros bípedes muito pequenos. (Eu apenas posso ver essas iguanas, em pé sobre suas pernas traseiras dançando a quadrilha dos sobreviventes da hernia). Se elas se parecem com dinossauros, elas devem ser dinossauros! Lang explicou tudo para mim:

"Eu falei a um missionário em El Paso. Ele se lembrou de ter visto algumas iguanas de dez pés (3 metros) nas Filipinas... assim você vê, você apenas precisa das condições de tempo certas. Nós realmente temos dinossauros hoje, sem sombra de dúvida. Você apenas precisa das condições de tempo certas, como eu vejo, para ter criaturas enormes. E no oceano, claro que, nós temos criaturas enormes.... Lá é onde os plesiosauros parecem estar hoje, e talvez também o dragão que cospe fogo ainda está lá embaixo — muito raro, mas está lá."

Algum dia espero encontrar o Rev. Lang para me explicar a física da emissão de fogo submarina.


Conclusão

O elenco de personagens que eu há pouco discuti é só um punhado dos líderes criacionistas que ganharam a guerra pelas escolas públicas e pelos corações e mentes de nossos irmãos americanos. Um exagero, você diz? Considere estas estatísticas coletadas por meu amigo Michael Zimmerman, associado sênior da Faculdade de Oberlin.

A maioria (52,7%) dos presidentes de quadros (diretores) escolares em Ohio acredita que "ciência" da criação deveria ser ensinada nas escolas públicas. Esses eram os presidentes de quadros escolares. Só 49,7% deles aceitam a teoria de evolução como sendo correta.

Quase metade (48,4%) dos membros da câmara legislativa de Ohio sentem que o criacionismo deveria ser ensinado — "imparcialmente", claro — em escolas públicas, e quase um terço (30,2%) dos membros do Congresso norte-americano pensam assim. Quase dois terços dos legisladores de Ohio acreditam que Adão e Eva eram reais, e mais que um quarto dos membros do Congresso pensam assim também.

E os professores de biologia de escolas secundárias? Vinte e cinco por cento deles em Ohio (públicos e privados combinados) pensam favoravelmente que o criacionismo deveria ser apresentado em aulas de biologia. Quinze por cento das escolas secundárias de biologia em Ohio já fazem isto. Pelo menos dezoito professores escolares públicos apresentam o criacionismo dentro de um clima favorável, e eu recebi há pouco uma reclamação de um estudante de OSU que o instrutor dele em antropologia física declarou que o criacionismo é tão válido quanto a ciência evolutiva para explicar a origem dos humanos.

Já que as escolas públicas são inúteis como fonte de informação sobre a evolução, e quanto a imprensa? — a liberdade que nós os Ateus defendemos tão vigorosamente? Dr. Zimmerman investigou os principais executivos de noticiários de cada um dos 1.563 jornais diários nos Estados Unidos. Só 51% dos editores discordaram fortemente da declaração que "homens e dinossauros viveram contemporaneamente". Só 57% discordaram fortemente com a declaração "Toda palavra na Bíblia é verdade." Embora 16% dos editores pensem que a "ciência" da criação tem uma base científica válida, aproximadamente um quarto deles indicam que aceitam as premissas da "ciência da criação" pessoalmente.

E não esqueça: 30% dos superiores encarregados de escolas secundárias Americanas não sabem que o Sol parece subir no leste e descer no oeste dos EUA. O número que sabe como as coisas são na Europa, claro, é provavelmente menor: poucos sabem onde é a Europa, sem falar como o Sol parece se mover por lá!

Verdadeiramente, uma nova era está amanhecendo. Uma velha nova era está amanhecendo. O vigésimo século está terminando e ainda estamos a ponto de embarcar no oitavo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

SUETÔNIO

SUETÔNIO


Suetônio, (69 d.C. – 122 d.C.) no ano 120, em “A vida dos imperadores”, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este “expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos” (Vita Claudii, XXV).

Esta informação coincide com o relato de Atos 18,2 (“Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma”); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens.


Como se vê, Suetônio fala sucintamente sobre os "cristãos" bagunceiros e não de Jesus milagreiro. Portanto, a prova documental apresentada pelos cristãos para fazer crer que Jesus existiu, é insubsistente.

Com base neste minúsculo relato podemos afirmar com certa segurança que os Cristãos no reinado do Imperador Cláudio (41-54) eram desordeiros e perturbadores da ordem pública, motivo que deu causa a expulsão dos cristãos de Roma.


A perseguição aos cristãos foi feita pelo fato destes tentarem impor sua fé aos outros, como fazem os evangélicos nos dias atuais. E como fizeram todos os cristãos de diferentes denominações nestes últimos dois mil anos. Na certa entravam em templos romanos, chutavam imagens, quebravam, e tocavam fogo, assim como vem acontecendo aqui no Brasil, um país católico, nas igrejas e templos afros. Isso, sem dúvida era passível de punições severas, pois a religião era oficial. Simples. - Nada a ver com um rapaz cabeludo que pregava o amor entre os povos. Os romanos não eram bandidos. Nero colocou fogo em Roma e botou a culpa nos cristãos, pois estes já tinham as costas largas. E até isso poderia ser contestado.

É muito comum nos fóruns onde se debate o Cristianismo, os apologistas citarem como prova da existência de Jesus, livros e documentos ou outras composições literárias produzida por pessoas intelectuais da época. Muitos dos debatedores nunca leram nada a respeito da autoridade que eles apresentam como testemunha do fato, e por isso tornam-se ridículos.

Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido, teria sido por eles abundantemente falado. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação.


A Encyclopedia Britannica afirma que os cristãos distorceram os fatos ao enxertar o trecho sobre Jesus. Isto é verdade?

Eusébio (265-339 d.C.), reconhecido como o “Pai da história da Igreja” e nomeado supervisor da doutrina pelo imperador Constantino, escreve em seu “Preparação do evangelho”, ainda hoje publicado por editoras cristãs como a Baker House, que

 “as vezes é necessário mentir para beneficiar aqueles que requerem tal tratamento”.

Eusébio, um dos cristãos que mais influenciou a história da Igreja, aprovou a fraude como meio de promover o cristianismo! A probabilidade de o cristianismo de Constantino ser uma fraude está diretamente relacionada a desesperada necessidade de encontrar evidências a favor da historicidade de Jesus. Sem o suposto testemunho de Suetônio, não resta nenhuma evidência confiável de origem não cristã.


O Apóstolo Paulo incentiva os cristãos a mentir

"Que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com FINGIMENTO ou em verdade."[Fil 1:18]

E mais
Romanos 3:
7 Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?


QUESTÃO DE LÓGICA:


- Qual é a maior propagadora de Jesus: Igreja.


- A Igreja é uma instituição confiável que nunca fez nada que prejudicou a humanidade ? Não


- A Igreja Mente ? Mente! (A Igreja mente é corrupta, cruel e sem piedade. (Leonardo Boff) – Revista Caros Amigos Setembro de 1998.

- Temos provas históricas ou arqueológicas sobre Jesus ?
Não.

- Como provar que a história de Jesus é verdadeira ? Não há como.

- O que difere o mito de Jesus do mito do Papai Noel ? nada!

Bom...há uma diferença .. o Papai Noel não condena ao sofrimento eterno quem desacredita dele.

terça-feira, 23 de abril de 2013

FLAVIUS JOSEPHUS






Flavius Josephus (37 d.C. – 103 d.C.) — era um fariseu que nasceu em Jerusalém, vivia em Roma e escreveu “História dos judeus” (79 d.C.) e “Antiguidades dos judeus” (93 d.C.).

Nos dias atuais podemos comparar Flavius Josephus, a um soldado de nacionalidade Iraquiana, chamado Said, que com alguns outros iraquianos, foi cercado pelos soldados do exército americano, tendo Said arquitetado um plano, onde ele, apenas saiu vivo.

Capturado pelo exército estadunidense, foi levado prisioneiro para os Estados Unidos, fazendo de pronto, amizade com a CIA, recebendo do governo inimigo do seu povo a nacionalidade americana e uma pensão em dólar para o seu sustento.

Trocou de nome e goza de privilégios na Casa Branca, junto ao presidente, sua teologia é: Alah abandonou os iraquianos e agora está com os americanos. (traição teológica).

Nos fóruns onde se debatem o Cristianismo e consequentemente a real existência de Jesus (Esse de quem se fala no Novo Testamento), o primeiro historiador antigo a ser citado é o Flavius Josephus.

O fundamento principal da fama duradoura de Josephus como historiador é o respeito excepcional em que suas obras eram tidas pela Igreja, desde os tempos mais remotos. Este fato devia-se a que ele tinha sido quase contemporâneo de Jesus e dos Apóstolos, na Judéia.

Seus relatos (assim consideram muitos modernos eruditos, tanto cristãos quanto judeus) foram textualmente alterados, nos primórdios da era cristã, por ultra-zelosos propagandistas da igreja, a fim de obter corroboração histórica para a missão de Jesus, como o Cristo ou Messias, uma vez que não havia outro testemunho histórico contemporâneo e externo que o comprovasse.

Sobre os livros de Josephus, é certo que o pequeno trecho tratando de Jesus é falso. Não só pela estranheza do trecho, como já foi comentado, mas também por detalhes lingüísticos e de oratória (o texto, altamente apologético, simplesmente não encaixa com o resto do livro).

Assume-se já há algum tempo, que o tal trecho foi uma piedosa inclusão medieval no texto original, bastante difundido. Aliás, prática comum, que certamente deve ter afetado também os evangelhos - dificilmente os de Nicéia são integralmente os mesmos de hoje.

 Flavius Josephus é considerado um dos melhores historiadores antigo. Suas obras sobre o povo judeu são uma preciosidade histórica da vida helênica no primeiro século. Josefo, que nasceu no ano 37 e que escreveu até o ano 93 sobre o cristianismo, sobre o judaísmo, sobre os messias e os cristos do período, nada disse em seus textos originais sobre Jesus Cristo.

Nos manuscritos do Mar Morto, uma das maiores descobertas arqueológicas da história, não há nenhuma referência a Jesus.

A mais antiga citação de Jesus está num fragmento de papiro, descoberto no Egito. Teria sido escrito um século depois da crucificação.

Apologistas cristãos (defensores da fé) consideram o testemunho de Josephus sobre Jesus a única evidência garantida da historicidade de Jesus. O testemunho citado se encontra em “Antiguidades dos judeus”.

Ao contrário dos apologistas, entretanto, muitos estudiosos, inclusive os autores da Encyclopedia Britannica, consideram o trecho “uma inserção posterior feita por copistas cristãos”. Ele diz que:

“Naquele tempo, nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa.”

Por que este trecho é considerado uma inserção posterior?

1.    Josephus era um fariseu. Só um cristão diria que Jesus era o Cristo. Josephus teria tido que renunciar as suas crenças para dizer isto, e Josephus morreu ainda um fariseu.


2. Josephus costumava escrever capítulos e mais capítulos sobre gente insignificante e eventos obscuros. Como é possível que ele tenha despachado Jesus, uma pessoa tão importante, com apenas algumas frases?


3. Os parágrafos antes e depois deste trecho descrevem como os romanos reprimiram violentamente as sucessivas rebeliões judaicas. O parágrafo anterior começa com “por aquela época, mais uma triste calamidade desorientou os judeus”. Será que “triste calamidade” se refere vinda do “realizador de mil coisas milagrosas” ou aos romanos matando judeus? Esta suposta referência a Jesus não tem nada a ver com o parágrafo anterior. Parece mais uma inclusão posterior, fora de contexto.


4. Finalmente, e o que é ainda mais convincente, se Josephus realmente tivesse feito esta referência a Jesus, os Pais da Igreja pelos 200 anos seguintes certamente o teriam usado para se defender das acusações de que Jesus seria apenas mais um mito. Contudo, Justino, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes nunca citam este trecho. Sabemos que Orígenes leu Josephus porque ele deixou textos criticando Josephus por este atribuir a destruição de Jerusalém a morte de Tiago. Aliás, Orígenes declara expressamente que Josephus, que falava de João Batista, nunca reconheceu Jesus como o Messias (”Contra Celsum”, I, 47).

Não somente a referência de Josephus a Jesus parece fraudulenta como outras menções a fatos históricos em seus livros contradizem e omitem histórias do Novo Testamento:

Flavius Josephus menciona um eclipse lunar que ocorreu pouco antes da morte de Herodes. (Esse eclipse tem sido identificado pela maioria dos historiadores como sendo o ocorrido em 13 de março do ano 4 antes de nossa era.) O nascimento de Jesus teria ocorrido no final do reinado de Herodes.

Fenômenos astronômicos ligados a acontecimentos históricos são excelentes para precisar datas, mas Josephus nada falou do nascimento de Jesus ou o massacre dos inocentes promovido a mando de Herodes.


1.   A Bíblia diz que João Batista foi morto por volta de 30 d.C., no início da vida pública de Jesus. Josephus, contudo, diz que Herodes matou João durante sua guerra contra o rei Aertus da Arábia, em 34 – 37 d.C.  Josephus cita 23 vezes o nome de Salomé em "Antiguidade dos Judeus", apenas no Livro XVI e nenhuma vez cita o nome de Jesus em todo sua obra.

2. Josephus não menciona a celebração de Pentecostes em Jerusalém, quando, supostamente: judeus devotos de todas as nações se reuniram e receberam o Espírito Santo, sendo capazes de entender os apóstolos cada qual em sua própria língua; Pedro, um pescador judeu, se torna o líder da nova igreja; um colega fariseu de Josephus, Saulo de Tarso, se torna o apóstolo Paulo; a nova igreja passa por um crescimento explosivo na Palestina, Alexandria, Grécia e Roma, onde morava Josephus.

O suposto martírio de Pedro e Paulo em Roma, por volta de 60 d.C., não é mencionado por Josephus.

Os apologistas cristãos, que depositam tanta confiança na veracidade do testemunho de Josephus sobre Jesus, parecem não se importar com suas omissões posteriores.

A Encyclopedia Britannica afirma que os cristãos distorceram os fatos ao enxertar o trecho sobre Jesus. Isto é verdade?

Eusébio (265-339 d.C.), reconhecido como o “Pai da história da Igreja” e nomeado supervisor da doutrina pelo imperador Constantino, escreve em seu “Preparação do evangelho”, ainda hoje publicado por editoras cristãs como a Baker House, que “ as vezes é necessário mentir para beneficiar aqueles que requerem tal tratamento”.

Eusébio, um dos cristãos que mais influenciou a história da Igreja, aprovou a fraude como meio de promover o cristianismo! A probabilidade de o cristianismo de Constantino ser uma fraude está diretamente relacionada desesperada necessidade de encontrar evidências a favor da historicidade de Jesus. Sem o suposto testemunho de Josephus, não resta nehuma evidência confiável de origem não cristã.

Parece-me que os cristãos nunca leram nada a respeito desse cidadão de origem judaica que recebeu além da cidadania romana, uma gorda mesada do Império Romano.

O LIVRO DE FLAVIUS JOSEPHUS
                        ANTIGUIDADE DOS JUDEUS

O conto de Jesus incorporou elementos dos contos de outros deuses registrados nesta área difundida, tal como muitos dos seguintes salvadores do mundo e "filhos de Deus," a maioria ou todos de quem precedem o mito cristão, e um número que foi crucificado ou executado:


  • Adad da Assíria
  • Adonis, Apolo, Héracles ("Hércules"), e Zeus da Grécia
  • Alcides de Thebes
  • Attis de Phrygia
  • Baal da Fenícia
  • Bali do Afeganistão
  • Beddru do Japão
  • Buda da Índia
  • Crite de Chaldea
  • Deva Tat do Sião
  • Hesus dos Druidas
  • Horus, Osiris, e Serapis de Egipto, cuja a aparência com o barba e o cabelo longo foi adotada para o caráter de Cristo
  • Indra do Tibet
  • Jao do Nepal
  • Krishna da Índia
  • Mikado do Sintoos
  • Mithra e Zaratustra/Zoroastro da Pérsia
  • Odin da Escandinávia
  • Prometheus do Cáucaso
  • Quetzalcoatl do México
  • Salivahana de Bermuda
  • Tammuz da Síria (que era, em um movimento típico na fabricação dos mitos, mudada mais tarde no discípulo Tomé16)
  • Thor dos Gauls
  • Monarca universal do Sibyls
  • Wittoba dos Bilingonese
  • Xamolxis de Thrace
  • Zoar dos Bonzes 



Aliás, fora os evangelhos, não há como apontar nenhuma clara referência a fantástica vida pública de Jesus em qualquer outro escrito cristão do século I.


VEREDICTO BI-MILENAR

   * Veredicto através dos 20 séculos desta Era Comum :
   Estes escritores, que viveram ao tempo da suposta "vida de Jesus" deixaram uma livraria extensa, Judaica e Pagã literatura, nas quais não há uma única menção de "Jesus" ou dos seus "apóstolos" e "discípulos".

   Eles são :

Arrian 
Plutarco
Apollonius

Hermógenes

Appian (Apião)

Damis

Aulus Gellius

Apião da Alexandria

Philo Judaeus

Petronius

Juvenal

Quintilian
Silius Italicus
Phlegon
Pausanias
Dio Chrysostom
Favorinus
Seneca
Dion Pruseus
Martial
Lucanus
Statius
Phaedrus
Florus Lucius
Columella
Lysias
Theon de Myrna
Plinio o Velho
Paterculus
Persius
Justus de Tiberius
Epictetus
Ptolemi
Valerius Maximus
Quintius Curtis
Valerius Flaccus
Pompius Mela

Duas opções:

a- Acreditar que coisas alheias à realidade realmente aconteceram;

b- Reconhecer que são meras construções literárias, tão comuns por toda a história e por todo o mundo.

Qual é a sensata? Segue uma lista, incompleta, de reconhecidos estudiosos cristãos que ficaram com a segunda:

Marcus Borg
Gunther Bornkamm
Gerald Boldock Bostock
Rudolf Bultmann
John Dominic Crossan
Maurice Goguel
Hans Grass
Charles Guignebert
Uta Ranke-Heinemann
Herman Hendrickx
Roy Hoover
Helmut Koester
Hans Kung
Alfred Loisy
Willi Marxsen
Norman Perrin
Marianne Sawicki
John Shelby Spong
John T. Theodore






É QUESTÃO DE LÓGICA:

Qual é a maior propagadora de Jesus:  A Igreja.

A Igreja é uma instituição confiável que nunca fez nada que prejudicou a humanidade ? Não

A Igreja Mente ? Mente! (A Igreja mente é corrupta, cruel e sem piedade. (Leonardo Boff) – Revista Caros Amigos Setembro de 1998.

Temos provas históricas ou arqueológicas sobre Jesus ? Não.

Como provar que a história de Jesus é verdadeira ? Não há como.

O que difere o mito de Jesus do mito do Papai Noel ? nada!

Bom...há uma diferença .. o Papai Noel não condena ao sofrimento quem desacredita dele.


SABER MAIS


Este vídeo do teólogo Rafael M.E., ele procurou deixar em evidência os pontos que considera como essenciais para análise desse tema. 







segunda-feira, 22 de abril de 2013

EDITO DE MILÃO (EDITO DE TOLERÂNCIA)




  • Constantino proíbe as atividades econômicas ao Domingo, exceto a agricultura, adaptando o dia do Sol, pagão, à prática instituída entre algumas comunidades cristãs.
  • É dada permissão à Igreja católica romana para possuir propriedades. 

"Eu, Constantino Augusto, e eu também, Lúcio Augusto, reunidos felizmente em Milão para tratar de todos os problemas que afetam a segurança e o bem estar público, temos crido que nosso dever é tratar junto com os restantes assuntos que, vejamos mereciam nossa primeira atenção para o bem da maioria, tratar, repetimos, daqueles que nos enraíza o respeito da divindade, a fim de conceder tanto aos cristãos como a todos os demais, a escolha de seguir livremente a religião que cada qual queira, de tal modo que toda classe de divindade que habite a morada celeste nos seja propícia a nós e a todos os que estão abaixo de nossa autoridade.

Assim pois, temos tomado esta saudável e retíssima determinação de que nada lhe seja negada à facultatividade de seguir livremente a religião que têm escolhido para seu espírito, seja a cristã ou qualquer outra que creia mais conveniente, a fim de que a suprema divindade, a cuja religião rendemos esta livre homenagem, nos preste seus acostumados favores e benevolência.

Pelo qual é conveniente que sua excelência saiba que temos decidido anular completamente as disposições que te têm sido enviadas anteriormente a respeito ao nome dos cristãos, já que nos pareciam hostis e pouco próprias de nossa clemência, e permitir de agora em diante a todos os que queiram observar a religião cristã, fazê-lo livremente sem que isto lhes imponha nenhuma classe de inquietude e moléstia.

Assim pois, temos crido que é nosso dever dar a conhecer claramente estas decisões a tua solicitude para que saibas que temos outorgado aos cristãos plena e livre facultatividade de praticar sua religião. E ao mesmo tempo que lhes temos concedido isto, tua excelência entenderá que também aos outros cidadãos lhes há sido concedida a facultatividade de observar livre e abertamente a religião que hajam escolhido, como é próprio da paz de nossa época.

Nos têm impulsionado a manifestar assim o desejo de não aparecer como responsáveis de minguar, em nada, nenhuma classe de culto nem de religião. E, além disso, pelo que se refere aos cristãos, temos decidido que lhes sejam devolvidos os locais onde antes costumavam se reunir e acerca do qual te foram, anteriormente enviadas instruções concretas, já sejam propriedade de nosso fisco ou hajam sido comprados por particulares, e que os cristãos não tenham que pagar por eles nenhum dinheiro de nenhuma classe de indenização.

Os que receberam estes locais como doação devem devolvê-los também imediatamente aos cristãos e, se os que têm comprado ou os que receberam como doação reclamam alguma indenização de nossa benevolência, que se dirijam ao vigário para que em nome de nossa clemência decida acerca dele.Todos estes locais devem ser entregados por intermédio teus e imediatamente sem nenhuma classe de demora à comunidade cristã.

E como consta que os cristãos possuam não somente os locais onde se reuniam habitualmente, senão também outros pertencentes a sua comunidade, e não possessão de simples particulares, ordenamos que como fica dito acima, sem nenhuma classe de equívoco nem de oposição, lhes sejam devolvidos a sua comunidade e a suas igrejas, mantendo-se vigente também para estes casos o exposto mais acima, de que os que fizerem esta restituição gratuitamente possam esperar uma indenização de nossa benevolência.

Em todo o dito anteriormente deverás prestar o apoio mais eficaz à comunidade dos cristãos, para que nossas ordens sejam cumpridas o mais rápido possível e para que também nisto nossa clemência vele pela tranqüilidade pública. Deste modo, como já temos dito antes, o favor divino que em tantas e tão importantes ocasiões nos têm estado presente, continuará a nosso lado constantemente, para êxito de nossas empresas e para prosperidade do bem público. E para que o contido de nossa generosa lei possa chegar ao conhecimento de todos, convenha que tu a promulgues e a exponha por todas as partes para que todos a conheçam e nada possa ignorar as decisões de nossa benevolência." A esta carta, que foi exposta para conhecimento de todos, acrescentou de palavras vivas recomendações para restabelecer em seu estado primitivo os lugares de reunião. E deste modo desde a ruína da Igreja a seu restabelecimento transcorreram dez anos e ao redor de quatro meses.LACTANCIO: De mortibus persecutorum (c. 318-321)



Consequências:

O Édito de Milão não só significou o reconhecimento oficial dos cristãos mas também trouxe como consequência profundas mudanças dentro do Império Romano, bem como o começo da expansão da Igreja.

O exercício devolveu aos cristãos seus antigos lugares de reunião e culto, bem como outras propriedades, que tinham sido confiscadas pelas autoridades romanas e vendidas a particulares:

 “as propriedades terão de ser devolvidas aos cristãos sem exigir pagamento ou recompensa de nenhum tipo, e sem admitir nenhum tipo de fraude ou engano”.

Isto deu ao cristianismo (e a qualquer outra religião) um status de legitimidade junto com o paganismo, e efetivamente, depôs o paganismo como a religião oficial do império romano e de seus exércitos.

Saber mais

EDITO DE TESSALÔNICA


domingo, 21 de abril de 2013

FLAVIUS VALERIUS CONSTANTINUS



O FUNDADOR DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA


Também conhecido como Constantino I, Constantino Magno ou simplesmente Constantino, foi um Imperador Romano, proclamado Augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até sua morte, em 22 de maio de 337.

O Imperador Constantino era um homem profundamente supersticioso, mas também um político astuto. Sumo sacerdote do Mithraismo, ele próprio, entretanto, continuou adorando o Deus-sol embora seguisse várias religiões, tentando se salvaguardar, até mesmo depois de sua suposta "conversão", e era extremamente arbitrário e impulsivo. Ele entregou prisioneiros de guerra aos leões, cometeu atos de genocídio em massa nas suas campanhas na África do Norte, e era famoso pelo seu comportamento insuportável, egoísta, impiedoso e de falsa moral.
Mas quem, na verdade, era esse CONSTANTINO ?

Era um homem de moral abaixo da crítica, um assassino. Aliado de Licínio, que o ajudou a assumir o poder, governou com ele, mas depois, tendo-se indisposto contra este, derrotou-o em 324 e mandou assassiná-lo em 325.

Mandou executar seu próprio filho Crispus e depois sua mulher Fausta (326). Mandou matar, também, um cunhado e dois sobrinhos. Com todas essas falhas morais assumiu a direção da cristandade, plenamente aceito pelos bispos e dirigentes cristãos. Ao mesmo tempo em que colocava e dirigia concílios, restaurava templos politeístas, sacrificava aos ídolos e aceitava adoração pagã. Deixou gravada a afirmação de sua divindade lado a lado a divindade cristã.

Em certa ocasião, para efetuar seu culto ornou a estátua de Apolo com relíquias do martírio de Jesus.

Seu sobrinho Juliano dizia que sua aparência era estranha, usava roupas engomadas à moda oriental, jóias nos braços complementadas por uma tiara em cima de uma peruca pintada. Constantino aparentemente considerava o cristianismo simplesmente mais um dos cultos ou seitas de seu reino, e ele parecia ser membro de todas indiferentemente, sem se aprofundar em nenhum. Ele só foi batizado quando estava no leito de morte, minutos antes do óbito, “segundo afirma Eusébio Pamphili”, um bispo católico, historiador e um dos pais da Igreja Católica.
O Imperador Constantino, apesar de toda sua esquisitice, era realmente um ótimo político. Ele entendeu muito bem o fato dos cristãos estarem se tornando tão numerosos a ponto de representar uma ameaça política considerável se saíssem da confusão e se organizassem como um todo.
Prevendo isso, ele convenientemente inventou um milagre para sua conversão, a fim de se tornar aliado dos mesmos. Em 312, um ano antes do Edito de Milão, ele travou a batalha da Ponte de Milyan, contra um rival ao trono. Havia muitos cristãos entre seus soldados já com o cristograma nas suas espadas e escudos.
         Pelos historiadores, os céus se abriram e o imperador teve uma "visão" e lhe foi concedida a vitória na batalha. Pelo menos essa é a história que apologistas cristãos contam.
Infelizmente não sabemos ao certo o que aconteceu porque o querido imperador mudava sua história o tempo todo cada vez que a contava para alguém. Pelo menos seis versões contraditórias e diferentes sobreviveram contadas por pessoas que diziam tê-las ouvido do próprio imperador em pessoa.
Enquanto contava essas histórias, ele aparentemente nunca abandonou o culto ao sol - Mitraismo, comum na Europa na época. Como monumento a sua vitória em Milyan, alguns anos mais tarde, ele levantou o Arco do Triunfo, que sobrevive até hoje. Nele consta um testemunho ao "Sol Invicto" (uma referência a Mitra) e outro a Jesus Cristo "guiando sua (do sol) carruagem de uma ponta a outra do céu". Ele ordenou que os cristãos mudassem suas missas para o Dia do Sol (Domingo).

O Cristianismo primitivo não tinha um comando centralizado, inexistia a figura do Papa e havia mais de cem livros sobre Jesus lidos às escondidas nas catacumbas e igrejas clandestinas. Todos tinham sua lista de favoritos; as várias facções, com sede em Roma, Constantinopla, Antioquia, Cesárea, Jerusalém, Alexandria, e Cartago tinham suas próprias idéias sobre o que era ou não escritura. E elas não chegavam a um acordo.
Cada bispo seguia uma corrente doutrinária diferente, como hoje acontece com as seitas protestantes e outras que se desmembraram do Cristianismo com a reforma de Lutero, onde cada pastor se diz iluminado pelo Espírito Santos e daí passa a fazer pregações dentro das diversas correntes teológicas – Teoria da Prosperidade, Teoria da Predestinação, mas isso é assunto para outro post.

Essa briga interna entre os bispos enfraquecia a nova religião tornando-a medíocre, não se prestando desta forma para unificar o Império. A disputa religiosa sobre a criação do mistério dogmático da Trindade, foi a primeira enfrentada por Constantino – As primeiras heresias.

Em virtude dessas polêmicas, no ano 325, CONSTANTINO convoca todos os bispos para dirimir sobre o Cristianismo e aí nasce o famoso Concílio de Nicéia, criado para extinguir as divergências entre os cristãos da época. Nesse concílio CONSTANTINO demonstra toda sua força ao expulsar mais de 1.700 participantes do conclave (inicialmente com 2.048 membros) por não concordarem com suas imposições. Com os 300 restantes, que se submetiam à sua vontade, tomou a decisão de estabelecer o dogma, até hoje vigente, de que Jesus era igual ao Pai, era Deus.

 No seu discurso inaugural do Concílio de Nicéia, o imperador começou por fazer entender que os bispos tinham na mão um dos melhores negócios do mundo e que querelas pessoais e recriminações intermináveis não podiam se sobrepor por ser de menor valor que a proposta imperial. - “Parem de brigar e cheguem a um acordo. Criem uma doutrina que seja universal (em outras palavras, católica - note o "c" minúsculo), e que seja entendida e praticada por todos”, gritou Constantino aos bispos participantes do conclave. (Enciclopédia Católica, O Primeiro Concílio de Nicéia)

E é claro que os bispos obedeceram prontamente para não correr o risco de incorrer na malquerença do imperador.

A maioria dobrou-se à força.

Começavam os cristãos, a desmentir Jesus que nunca se disse Deus, pelo contrário, sempre se disse subordinado inteiramente à vontade do Pai. Passam-se os anos, mas não passa o prazer de estar junto do poder temporal e a riqueza mesmo que isso imponha situações lamentáveis à fé cristã. (Já Estava Escrito, Hélio da Silveira Pinto, Arc Editora)

No meio de todo esse torvelinho intelectual, Constantino ordenou a Eusébio Pamphili, bispo da Cesárea na Palestina, que juntasse algumas cópias dos livros cristãos lidos nas igrejas e apresentasse no Concílio de Nicéia.

“Não sabemos quais livros entre as centenas disponíveis foram apresentados ao imperador, e nem o quanto foram revisados (já que muitos não são conhecidos antes de Eusébio), mas sabemos com certeza que ele percebeu que era questão de tempo antes que os "oráculos inspirados" como ele os chamava, tivessem que ser reunidos para que os cristãos estudassem em conjunto por todo o mundo algo na forma de uma biblioteca escritural, uma bíblia”.  (Enciclopédia Católica, Eusébio de Cesaréia)

Então, inspirados pelos oráculos, os mais de 100 livros escritos a respeito de Jesus foram reunidos em textos de vários autores, todos desconhecidos, em apenas quatro livros – Marcos, Mateus, Lucas e João. Não se pode admitir que existam nem mais e nem menos do que quatro evangelhos, alega Irineu de Lyon, (citado por Eusébio), uma vez que existem quatro regiões do mundo onde vivemos, e quatro ventos dos quatro pontos cardeais, e, por outro lado, a Igreja está espalhada por toda a terra e o Evangelho e o Espírito da vida são os pilares e as fundações da Igreja, segue que esta Igreja tem quatro pilares...

E assim, todo o processo foi controlado por Constantino, que era um pagão, que acreditava em deuses trinos, nascidos de uma virgem, que faziam milagres, que morreram e ressuscitaram, eram tidos como os salvadores do mundo, um deles tinha  como símbolo a cruz e o dia da semana a eles consagrados era o domingo.

Essa religião híbrida, que tomou emprestado alguns conceitos judaicos da seita dos nazarenos, na realidade, mantinha antigas estruturas do politeísmo romano, de modo que os pagãos puderam confortavelmente encontrar seu nicho na nova fé. O processo foi semelhante ao sincretismo do Catolicismo com as religiões afro, no Brasil colonial.

 Faca-se Jesus a imagem e semelhança do Deus que acredito e confio, e saiu Jesus com os mesmos atributos do Mitrianismo.

O Jesus primitivo deixou de existir, e passaram a adorar um outro Jesus igualzinho ao Deus Mithra, do qual Constantino era o sumo sacerdote. Enxertando-se ainda nos textos sagrados do Cristianismo, mitos de Deuses pagãos, por imposição do seu presidente e aceitos sem resistência pelos demais membros religiosos.



Neste concílio foi deliberada a crença na Santíssima Trindade e o culto a cruz. Foi lá que se definiu o cânone, com exceção do Apocalipse, que só foi incorporado ao Novo Testamento no ano 397. E eles mesmo dizem que os textos foram refundidos, e adaptados aos interesses da catequese. (Seria melhor dizer: adaptados aos interesses do Imperador Constantino). Foi ainda neste período que foi erguida a primeira igreja cristã em Jerusalém e ocorreu a mudança do dia santificado de descanso do sábado, como mandava a Lei de Moisés, para o domingo, dia consagrado ao Deus Mithra, o Sol Invencível.


O admirável Rui Barbosa, na introdução que escreveu para a edição em português do livro O Papa e o Concílio, de Janus, é claro em sua revolta quando se refere às modificações e concessões feitas no cristianismo a partir de CONSTANTINO.

(...) A obra de Janus possui 324 págs., a introdução 332, sendo, portanto, 8 págs. Maior que o livro. É preciso dizer também que é mais elucidativa.


Vejamos um trecho:


“Havia simplicidade, ausência de cerimônias teatrais, severa proibição de imagens, pureza de ensino. Nos dias de CONSTANTINO, porém, passou a igreja por uma revolução.”

Começou o cesarismo religioso.

Sacrificou-se o cristianismo ao engrandecimento da hierarquia. O imperador (não batizado) recebe o título de bispo exterior; julga e depõe bispos; convoca e preside concílios; resolve sobre dogmas.

Já não era mais a igreja dos primeiros cristãos. Adquiriu poder temporal, mas sua autoridade moral decresceu.

De PERSEGUIDA passa a PERSEGUIDORA.

Buscou riquezas e corrompeu-se, derramou sangue e sujeitou o espírito à letra.”


Não há dúvida que o grande tribuno baiano estava coberto de razões.




Vejamos o que disse o bispo Eusébio de Cesárea em 335, um discurso proferido no 30º ano do reinado de Constantino:
  
 “É um novo Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente. Constantino, tal o patriarca judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César.

Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para os homens”.

Designando-o como “pastor, pacificador, mestre, médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de Deus”(Laud. Constant., 5; 7,12).


E ASSIM NASCEU A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.