segunda-feira, 1 de julho de 2013

JUDAÍSMO MESSIÂNICO


Eles acreditam no caráter messiânico de Jesus, mas negam sua divindade e origem sobrenatural, observam todos os ritos judaicos, como a circuncisão, guardam o sábado e usam um único evangelho chamado de Evangelho dos Ebionitas, nome dado por Andrews Norton em 1846 e que é considerado pelos judeus messiânicos como o autêntico evangelho de Mateus escrito em hebraico ou aramaico, enquanto rejeitam o Novo Testamento e os escritos de Paulo como os de um apóstata 


Movimento Judaico-Messiânico anuncia Jesus como Salvador aos filhos de Abraão


Origens


O Moderno Judaísmo Messiânico ou Movimento Messiânico é um grupo religioso recente iniciado no século XIX baseado nos esforços das igrejas evangélicas de trazer os judeus à Cristo.

Algumas ramificações evangélicas como os adventistas já haviam promovido um retorno ao cumprimento de algumas leis da Torá sob uma ótica cristã.

Em 1718 John Toland em sua obra "Nazarenus" fez a sugestão de que os "cristãos entre os judeus guardassem a Torá". No início do século XIX, nasceu o Movimento Cristão-Hebreu na Inglaterra. Em 1886, foi fundada em Kishinev, a primeira Congregação Judaico-Messiânica Moderna, por Ioseph Rabinovich.

Nazarenos e Ebionitas

Os seguidores de Jesus que defendiam o judaísmo eram conhecidos no princípio como nazarenos, judaizantes, ou ainda (nas palavras de Paulo) os da circuncisão. Estes criam que Jesus de Nazaré não teria vindo abolir a Torá como prega a doutrina paulina.

Desta forma, pregavam que tanto judeus como gentios convertidos deveriam seguir os mandamentos da Torá, o que levou a um choque com outras ramificações do Cristianismo e do Judaísmo.

Ainda não é possível determinar se este Judaísmo Messiânico era uma variação dos fictícios ensinos de Jesus ou se era a suposta "doutrina original" de Jesus. No entanto se acreditarmos no sucesso inicial do movimento de Jesus dentro da religião judaica deve-se crêr que o teórico ensino original de Jesus não tenha sido muito diferente disto.

Com o sucesso da pregação paulina e após a destruição de Jerusalém, os judaizantes foram desprezados por cristãos e por judeus. Tornaram-se conhecidos como ebionitas (do hebraico evionim "pobres"), organizando sua própria literatura religiosa e com o passar do tempo foram virtualmente extintos.


Há diversos movimentos religiosos que em maior ou menor grau compartilham a visão ebionista. Dentre elas ,podemos mencionar o movimento criado por Shemayah Phillips,que em 1985 fundou o movimento conhecido como a Ebionite Jewish Community. Esta comunidade, estritamente monoteísta, reconhece Jesus como um profeta justo, e defende uma interpretação judaica do Tanakh e que tal sirva como meio de união entre judeus e gentios para implantação de uma sociedade justa.


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

1. Deus - Os judeus messiânicos creem no Deus do Tanakh, Adonai, e que ele é todo-poderoso, onipresente, eterno, existente à parte da criação, e infinitamente importante e benevolente. Os judeus messiânicos creem no Shemá, que significa "ouve", oração fundamental do Judaísmo, do texto de Deuteronômio 6:4 - "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso Deus é Único Deus -, texto que mostra a unidade do D'us de Israel, sendo ele único e infinito, e unicamente soberano. Quanto ao entendimento desta unicidade, porém, os grupos messiânicos divergem. Alguns refutam a ideia de uma "Trindade", entendendo o Shemá como a declaração literal de que Deus é um, apenas, além de considerar textos do próprio Novo Testamento que eventualmente desmentem o conceito de uma entidade triúnica - portanto, relegam a Trindade a algo quase que idolátrico. Outros, porém, são abertos aos conceitos trinitarianos.

2. Jesus como o Messias - (Yeshua) é, para os judeus messiânicos, o Messias judeu. O principal movimento messiânico crê em Yeshua como sendo "a Torá (palavra) feita carne" (referência a Yochanan/João 1:14). Quanto à divindade de Yeshua no entanto, os grupos divergem.:


  • Os Trinitarianos acreditam que Yeshua seja Deus e a Segunda Pessoa da Trindade
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  • Os Dualistas acreditam que ele é D'us encarnado.
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  • Os Unicistas acreditam que ele é uma manifestação de Deus.
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  • Os Unitários acreditam que ele é o filho de Deus, mas não tendo divindade e sim munido de toda autoridade - mas não nunca o próprio Deus.
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  • Os Unitários Humanistas acreditam que Yeshua é filho de José com Maria, mas como desde de o útero de sua mãe ele teve sobre si o Espirito do Eterno e como nunca transgredido nenhum mandamento, mas os cumprindo com grande maestria e excelência todos eles (Mandamentos), foi lhe concedido o titulo de Primogênito Filho do Eterno.


MESSIANISMO E PRÁTICAS DE HERESIA
Rabino Nilton Bonder

Este artigo foi inspirado num pequeno incidente. Fui procurado por uma pessoa que viajara aos Estados Unidos e me trazia um folheto de uma sinagoga que visitara. A pessoa em questão achara o folheto interessante e um bom modelo para a divulgação de uma sinagoga. Quando tive oportunidade de ler com mais atenção o tal folheto, vi que não se tratava de um informativo de uma sinagoga, mas de um templo do grupo que se auto-denomina Judaísmo Messiânico. Tal grupo, que já conta com instituições no Rio e em São Paulo, se apresentam como judeus que vêem em Jesus o Messias e no Novo Testamento uma fonte canonizada.

Motivado pelo crescimento de tal grupo e pela dificuldade da pessoa que me entregara o folheto de identificar que tipo de "sinagoga" havia visitado, escrevo o que se segue…

O intolerável é sempre uma medida muito interessante. Representa a transgressão de uma fronteira que na verdade só se define claramente ao ser cruzada. Infeliz do tolerante que não conhece esta dimensão e que, portanto, não pode se perceber na condição de alienado.

A modernidade nos trouxe uma insuportável capacidade de confundir a tolerância com a alienação. Mudar-se de tom no meio de uma melodia é algo desagradável aos ouvidos sem com isto dizer-se que um tom é melhor do que outro. O que é intolerável não é a diferença, mas a indiferença - a capacidade de se esquecer do compromisso com a melodia. A tolerância não é uma medida absoluta e exigir-lhe esta natureza é estar-se de fora, externo e indiferente. O que é intolerável é sempre da ordem de uma tolerância inaceitável muito mais do que da discórdia e da diferença. O outro que é diferente pode chegar a ser até mesmo apreciado, um mesmo que é diferente estará sempre na dimensão do tolerável.

Os movimentos religiosos que existem hoje dentro do judaísmo são exemplos de um mesmo que é diferente. Suas patologias podem se expressar pela alienação dos mais tolerantes frente aquilo que não deveria ser tolerado ou pela intolerância dos menos tolerantes em relação à aquilo que deveria ser tolerado. Liberais portanto podem ter sido condescendentes e pluralistas com o intolerável e Ortodoxos implacáveis com o tolerável. Alcançar este discernimento só é impossível através de alguma definição de fronteira. Sem fronteiras que definam o que é um mesmo ou o que é um outro não existe qualquer possibilidade tanto de tolerância quanto de apreciação.

Quando duas ou mais tradições se encontram em espaços ecumênicos seu tratamento mútuo não consegue ultrapassar a dimensão da tolerância. São tradições tratadas com uma mesma deferência, são parte de um mesmo, e como diferentes partes de um mesmo só podem se tolerar. Se, por outro lado, este encontro se dá na dimensão do outro, na linguagem ou no espaço do outro onde não se pode ter qualquer dúvida de que o outro é o outro, então há espaço para a apreciação.

Ou como a cultura idische diz melhor, mais rápido e mais barato do que qualquer filosofia: "se eu sou eu porque você é você e você é você porque eu sou eu - nem eu sou eu e nem você é você; mas se eu sou eu porque eu sou eu e você é você porque você é você, então eu sou eu e você é você e nós podemos conversar." Se eu sou eu porque você é você e vice-versa então o que mais podemos almejar é a tolerância. Se eu sou eu porque eu sou eu e vice-versa, então é possível apreciar-nos e enriquecer-nos com nossa conversa. No ecumenismo é facilmente discernível os espaços onde se pratica a diplomacia e onde se pratica o enriquecimento no diálogo.

Surge hoje nas grandes capitais onde há presença judaica o cada vez mais visível Judaísmo Messiânico. Este grupo se assume como parte da fé judaica que reconhece Jesus enquanto Messias e pratica o judaísmo em sua forma cultural e tradicional. Tem corpo de judeu - propõe-se as mitsvot, circuncisão, kashrut, shabat, tefilá, chama seu mentor espiritual de rabino e sua casa de orações de sinagoga - e alma cristã - fala de Ioshuah, o salvador que trouxe nova luz e faz uso de livros que não fazem parte do cânone judaico. Há sem dúvida um canto de sereia no ar e um desafio em particular para aqueles que toleram.

Não tolerar este tipo de grupos não seria legitimar o não reconhecimento dos grupos mais tradicionalistas e radicais que não toleram qualquer outra prática que a sua ortodoxia? Não tolerar não significa experimentar o mesmo tipo de reação legítima, portanto, destas ortodoxias?

Acredito que não. Este grupo não é um mesmo diferente, é um outro. Poderia ao assumir isto ser até mesmo da dimensão da apreciação - poderia haver muita conversa. Sua perversidade é dizer-se parte de um mesmo para um grupo minoritário como são os judeus, com um longo passado de submissão à catequeses e até mesmo ao proselitismo violento, e em profunda transformação de sua identidade. É hora dos tolerantes serem profundamente coerentes com sua essência e exercerem sua intolerância. É um momento profundo de expressar-se não como um alienado ou um indiferente. É momento de resistir às tentações da indiferença que se dissimulam na tolerância e que não reconhecem que o judaismo é uma melodia. Não acredito ter que ser a única melodia - sem possibilidades de conversas - mas é uma melodia própria.

O judaísmo suporta qualquer jazz mas não o desafinar.

Triste a história deste grupo que ao invés de fazer jazz a partir da tradição cristã, vem desafinar o judaísmo. É suspeita esta necessidade de fazer-se um mesmo sendo-se um outro. Esta falta de transparência parece atender a um mercado das confusões mais do que abrir novas perspectivas melódicas a este mundo tão necessitado delas.

Ao mesmo tempo é este um momento importante para os judeus de conhecer suas próprias fronteiras. Bom este momento para lidar com nossas patologias. Que o liberal tolerante conheça suas intolerâncias e que o tradicionalista intolerante conheça suas verdadeiras tolerâncias.

Que os ditos Judeus Messiânicos despertem para o ato de agressividade que cometem ao se fazerem partes de um mesmo e que busquem o diálogo do diferente com aqueles que dizem respeitar - os judeus. Que a tradição cristã não se rejubile nesta manifestação religiosa como a cristianização dos judeus, mas que a compreenda como uma variante cristã em busca de suas origens. Cabe ao Cristianismo um ato de tolerância para com os seus, com mais um movimento dentro de suas fronteiras. Se a Igreja do passado não tivesse se compreendido como um mesmo, mas como um outro do judaísmo, se não tivesse se olhado pela ótica da cristianização dos judeus ou da transformação do velho em novo seja em testamento ou em mensagem, teríamos sido mais outros e teríamos conversado muito mais.

A heresia não é da dimensão do outro, mas do mesmo. Reforçar as identidades, fazer-se mais outro, é o caminho da paz e da apreciação. Que cristãos sejam mais cristãos, que judeus sejam mais judeus, em particular assumindo a sua legítima diversidade. "E naquele dia D'us será Um e Seu Nome Um" é o dia das muitas melodias que se apreciam. Não será o dia do enfadonho canto uníssono, nem do canto atravessado dos mesmos que são outros. Será o dia em que a diferença for sagrada e a indiferença uma heresia.



POSIÇÃO OFICIAL DO GOVERNO DE ISRAEL
ISRAEL, MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
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"Judeus messiânicos"

A  -  Antecedentes

Os Beresfords nasceram de pais judeus na África do Sul. Em 1985, o casal requereu o visto de imigrantes, e seu pedido foi recusado com o fundamento de que eles são judeus messiânicos. Em 1986 eles chegaram em Israel como turistas, e um outro pedido de vistos de imigrantes foi recusado pela mesma razão. O recurso para o Supremo Tribunal de Justiça foi rejeitado em 1989. Meio ano depois, o casal novamente recorreu para o Supremo Tribunal, e apenas alguns meses atrás, esse recurso também foi rejeitado. Os Beresfords permaneceram em Israel com vistos de turistas, e seus vistos expiraram em 20 de fevereiro de 1993. Duas outras famílias de judeus messiânicos o Kendalls e os Speakmans também tentaram os vistos, mas também foram indeferidos.

Os Beresfords pediram para imigrar para Israel como judeus sob a Lei do Retorno. A lei define um judeu como uma pessoa que nasceu de mãe judia ou que se converteu ao judaísmo. A lei também garante cidadania sob a Lei do Retorno para parentes de judeus, de modo que as famílias possam ficar juntos apesar das diferenças de religião. (É por isso que muitos imigrantes provenientes da CEI são emitidos vistos de imigrantes, embora eles não sejam judeus.) No entanto, uma pessoa que era judia e converteu voluntariamente a outra religião é considerado como tendo assim declarado seu desejo de dissociar o povo judeu ;consequentemente, a Lei do Retorno não se aplica a essa pessoa.

Os Beresfords pertencem a um grupo que crê que Jesus seja o Messias. Essa crença é o que marca a separação clara entre o judaísmo e o cristianismo. A crença de que Jesus é o Messias não pode ser conciliada com o judaísmo. O casal escolheu esta fé, e o Estado de Israel respeite a sua escolha. No entanto, eles não são considerados judeus, desde que tenham voluntariamente convertido, e eles não são, portanto, elegíveis para passar para Israel como judeus.

Os Beresfords então pediram o visto de permanência em Israel e também foi rejeitado. Eles afirmam que eles foram rejeitados por causa da oposição à sua fé. Este não é o caso: o pedido foi rejeitado porque eles não cumprem os critérios gerais que o Estado de Israel usa para decidir sobre a elegibilidade para um visto de residência permanente. O tribunal salientou este ponto, determinando que "a afirmação de que as recorrentes" ser "judeus messiânicos" era um estranho em consideração a decisão do demandado não tem fundamento. Este fato não é um problema em considerar a residência permanente nos termos da Lei de Entrada em Israel. Referida política do entrevistado se aplica igualmente a todos os não-residentes, sejam eles judeus messiânicos '' ou membros de qualquer outra seita, que são inelegíveis para vistos de imigrantes sob a Lei do Retorno. Ele não entram em jogo e não entram em jogo contra os recorrentes, mas não é e nem deve ser um fator em seu favor. "

Refutando a decisão do tribunal, alegam os Beresford o fato de que membros de seu grupo são residentes e cidadãos de Israel refuta ainda a afirmação do casal. Nos casos desses indivíduos, havia outras circunstâncias que justificaram a cidadania ou residência, e sua religião não era um obstáculo. Como a maioria dos países, Israel reserva-se o direito de aprovar ou rejeitar o direito da residência de estrangeiros. Beresford afirmou que está sendo mantido longe de dois de seus filhos, que são cidadãos israelenses, fará com que haja dano emocional profundo. O ministro do Interior foi além da letra da lei e divulgados, para análise do tribunal, os critérios segundo os quais as decisões família-reunificação são feitas, ou seja, um pai adulto que está sozinho e não tem filhos para o exterior. Beresford não está sozinha, e ela tem quatro filhos para o exterior. Ela não cumpre os critérios para a residência permanente. Seu status é o mesmo que o de qualquer não-judeu que deseja se estabelecer em Israel.

A High Court considerou caso do casal duas vezes. Seis juízes diferentes chegaram à mesma conclusão os Beresfords não são elegíveis para se estabelecer em Israel, nem como imigrantes, nem como residentes permanentes. A Suprema Corte é um dos pilares centrais do Estado de Direito em Israel. Os Beresfords esgotaram portanto, todas as suas prerrogativas no sistema judicial israelita, prerrogativas que lhes foram dadas em todas as instâncias. Quando eles não conseguiram, no entanto, eles declararam que não iria cumprir a decisão do tribunal e não deixaria Israel quando os seus vistos expiraram.

A tentativa de Beresford para justificar restantes em Israel por razões humanitárias, citando a importância de seu relacionamento com seus filhos é surpreendente. A questão teve repercussões em todo o mundo, e Israel tem sido muitas perguntas no assunto. Mas os filhos, que são cidadãos israelenses, e cuja separação de sua mãe, ela afirma, pode causar-lhe dano emocional profunda, nunca recorreu a nenhuma agência de governo. Este silêncio da parte deles colocou a veracidade da alegação da mãe em dúvida.
Após o final das deliberações, a mãe de Beresford, que tem sido um cidadão israelense, durante cinco anos, pediu para ser capaz de se reunir com sua filha porque ela precisa de sua ajuda. A família deixou de mencionar que a mãe não vive em Israel depois que ela se tornou um cidadão; ela chegou apenas recentemente, depois que as apelações falharam.

Quanto à acusação de que Israel está realizando "deportações" os vistos de turistas foram estendidos novamente e novamente. O Ministério do Interior de Israel deixar as famílias permaneçam aqui para a duração das audições, e estendeu seus vistos por quatro meses após o término das audiências para que eles pudessem se organizar. Ele ainda aderido a um pedido de prorrogação dos vistos para um mês suplementar. Quando o mês termina em 20 de fevereiro os vistos expiraram, e se as famílias não tiverem saído até então, sua presença no país será ilegal. Estas famílias não são diferentes de qualquer turista que é emitido um visto de turista por um período limitado de tempo. Se as famílias deixam Israel na hora, eles serão capazes de visitar o país novamente.


B. Pontos ao Stress

1. Israel não discrimina com base na filiação religiosa ou credo.Cidadãos cristãos e muçulmanos e residentes permanentes de Israel gozam de direitos iguais completos.

2. judeus messiânicos também vivem em Israel com direitos iguais. (Há mais de 2.000 dessas pessoas.) As famílias discutidos aqui nunca foram cidadãos ou residentes permanentes, mas apenas os turistas. A lei israelense não lhes dá direito à cidadania israelense.

3. Esta não é uma deportação de cidadãos ou residentes. É uma retirada de Israel de turistas estrangeiros cujos vistos expiraram.

4. Cada país democrático no mundo reserva-se o direito exclusivo de determinar quem é elegível para entrar no seu território e que é elegível para a cidadania ou residência. Estas famílias não preenchem nenhum dos critérios previstos na lei. As razões humanitárias que, as famílias afirmam, justificam a sua permanência em Israel foi investigado seriamente pelo tribunal e ao Governo e foram encontrados pouco convincente.


LEITURA SUGERIDA
POR QUE OS JUDEUS NÃO CREEM EM JESUS?

domingo, 30 de junho de 2013

JAVÉ: A invenção de Deus




Há aproximadamente 4 mil anos, a idéia de um Deus único e poderoso mudou a história do mundo. Saiba, enfim, como foi criada a ideia do criador

por Rodrigo Cavalcante


O todo-poderoso deus do Sol Amon-Rá, um dos criadores do mundo no antigo Egito, não passa hoje de mera curiosidade arqueológica. O mesmo fim levaram outros deuses egípcios, como Osíris e sua mulher Ísis. Tiamat e Apsu, deuses da criação na Mesopotâmia, também foram relegados ao ostracismo. Zurvan, o deus do tempo na Pérsia antiga, não conseguiu acompanhar o passar dos séculos com a mesma força. E os grandes deuses gregos e romanos, como Zeus (Júpiter, para os romanos), Afrodite (Vênus) e Apolo (Marte), apesar de gozarem ainda de status literário e mitológico no Ocidente, não são levados mais a sério como divindades – a não ser em episódios de desenhos animados como Os Superamigos, onde ainda são invocados por personagens como o Super-Homem, a Mulher-Maravilha e outros membros da Sala de Justiça.

Esse, definitivamente, não é o caso de Javé. O deus bíblico criador do céu e da terra segundo o Gênesis continua reinando absoluto para mais de 3 bilhões de judeus, cristãos e muçulmanos (ainda que estes últimos o chamem de Alá). Mesmo que você seja ateu, Javé continua moldando boa parte de sua vida. Afinal, a imagem de um ser todo-poderoso, masculino, onipotente, pai, permeia a cultura, o comportamento e a ética do Ocidente. Mas como a idéia de um único deus, cultuado inicialmente por pequenas tribos do Oriente Médio, viria a mudar a história do planeta? Como Javé superou os deuses dos maiores impérios da Antiguidade?


Deuses e Deus

Apesar de ninguém saber ao certo o momento em que os homens passaram a cultuar deuses, a maioria dos arqueólogos e antropólogos concorda que esse é um traço comum de todas as civilizações. Como escreveu a historiadora das religiões Karen Armstrong em seu livro Uma História de Deus, “parece que criar deuses é uma coisa que os seres humanos sempre fizeram. E, quando uma idéia religiosa deixa de funcionar para eles, simplesmente a substituem”.

Ishtar


As primeiras imagens de deuses esculpidas em pedras há mais de 10 mil anos na Europa, no Oriente Médio e na Índia em nada se parecem, contudo, com o velho barbudo e musculoso dos afrescos que Michelangelo pintou na Renascença. São imagens de mulheres nuas, gordas, grávidas e de seios fartos que simbolizavam a fertilidade – algo natural, segundo os arqueólogos, numa época em que a agricultura estava se desenvolvendo. Com o tempo, essa deusa mãe da fertilidade ganharia vários nomes: Inana na antiga Suméria, Ishtar na Babilônia, Anat em Canaã, Ísis no Egito e Afrodite na Grécia. E quase sempre dividia lugar com outros deuses.

Zeus


Na Grécia antiga, espécie de matriz do mundo ocidental, mais de uma dezena de deuses eram cultuados pelos cidadãos. Nenhum deles, contudo – incluindo o poderoso Zeus – era tão gigante, distante e sobrenatural como o deus da Bíblia. Para os gregos, os deuses não eram figuras imaculadas e perfeitas, mas apenas uma das “três raças” que habitavam o mundo, ao lado dos animais e dos homens. “Eles eram espécies de super-homens com qualidades e defeitos bem semelhantes aos nossos. Com a diferença, é claro, de que eram imortais”, diz o historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas. Até mesmo a morada deles em nada se assemelha ao céu sobrenatural do deus bíblico. Para os gregos, ao menos 12 desses deuses viviam no monte Olimpo, uma montanha de verdade localizada na Grécia, com quase 3 mil metros de altitude.

E, por estarem mais próximos dos homens, a relação dos gregos com os deuses era semelhante à relação de alguns católicos com seus santos de preferência. Cada um deles tinha um papel bem definido e as oferendas seguiam a lógica das promessas: em troca de ofertas ao seu deus predileto, os devotos esperavam que sua parte no pacto fosse cumprida. Quando isso não acontecia, era comum que os deuses fossem criticados abertamente – assim como um empregado critica seu patrão por não ter retribuído seu esforço.

Adotados pelos romanos com outros nomes, esses deuses da Grécia logo se tornaram parte do ritual cívico do novo império que não parava de se expandir. Como os deuses não eram entidades imaculadas – e sim um tipo de homens superpotentes –, era comum atribuir a alguns imperadores (as pessoas mais poderosas à época) uma origem divina. Na prática, os rituais da administração pública costumavam se mesclar às cerimônias religiosas.

Mas, desde que os povos dominados pelos romanos que seguissem outras religiões pagassem seus impostos e não desafiassem o comando romano, seus cidadãos tinham o direito de seguir os deuses de sua preferência. Quando os romanos conquistaram a região que hoje faz parte de Israel, no século 1 a.C., eles inicialmente não fizeram muito caso com o culto dos judeus a um deus único no Templo de Jerusalém. Naquele tempo, ninguém podia ainda imaginar que o deus dos judeus seria levado, quatro séculos depois, para o centro do maior império do Ocidente.
Mas que deus era esse?


Deus tribal

Segundo as Escrituras, o pacto entre os judeus e Javé teria começado com um homem chamado Abraão, há cerca de 4 mil anos. Conta a tradição que ele foi chamado por Deus para deixar a cidade de Ur, na Mesopotâmia (atual Iraque), para fundar uma nova nação em uma terra desconhecida. Mais tarde, essa terra prometida seria chamada de Canaã. Ao obedecer e firmar uma aliança com esse deus único, Abraão recebeu a promessa de que sua “semente” iria prosperar por toda a Terra.

O deus que aparecera para Abraão é completamente diferente dos deuses gregos e romanos. Ele não compartilhava da condição humana e se colocava na posição onipotente de poder fazer qualquer exigência que quisesse. Qualquer uma mesmo. No caso de Abraão, por exemplo, Javé ordenou que seu filho Isaac fosse sacrificado pelo próprio pai como prova de sua fé. O resto da história é conhecida: no momento em que Abraão já estava com a faca em punho, Javé recuou do pedido e disse que tudo não passara de um teste.

Por isso mesmo, quem lê o Antigo Testamento (o Pentateuco, para os judeus) sabe que Javé não guarda semelhanças com o pai dócil ou amoroso que mais tarde o cristianismo iria propagar. “É um deus brutal, parcial e assassino: um deus de guerra, que seria conhecido como Javé Sabaoth, Deus dos Exércitos”, escreveu a historiadora Karen Armstrong. “É passionalmente partidário, tem pouca misericórdia pelos não favoritos, uma simples divindade tribal.”

Prova disso seriam as passagens como a que Javé manda pragas aos egípcios. Em outras, Javé se mostra até arrependido de sua criação, como quando ordenou a morte por afogamento de toda a humanidade por meio do dilúvio do qual só escapou a família de Noé e os animais que ele pôs em sua arca – isso antes ainda da aliança feita com Abraão.

Durante essa fase, Javé parece mais preocupado em ameaçar a raça humana para que ela não se desvie de suas instruções. Talvez seja por isso que o pacto de Abraão precisou ser reforçado por outros patriarcas. Caso de Moisés, para quem Deus preferiu escrever diretamente seus mandamentos nas tábuas do profeta, não deixando dúvidas sobre suas intenções.

O fato é que, quando os romanos chegaram a Israel, o deus do Templo de Jerusalém parecia muito mais rigoroso e cheio de exigências que os deuses gregos. Mesmo para os romanos, que admiravam a tradição judaica pela consistência de suas escrituras, a conversão àquele deus era uma tarefa nada fácil. “Como era necessário seguir uma série de regras, que iam da alimentação à circuncisão, poucos romanos eram atraídos para o judaísmo”, afirma o historiador André Chevitarese, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Até que, no século 1, o advento de uma nova seita dentro do judaísmo iria tornar Javé popular muito além das fronteiras de Israel.




Deus cristão

A nova corrente judaica defendia que Jesus de Nazaré, o galileu que acabara de ser crucificado pelos romanos, era o messias enviado por Javé para cumprir as profecias das escrituras. Não seria exagero dizer que, inicialmente, o cristianismo não passava de uma corrente judaica – ou melhor, uma ala do judaísmo, assim como um partido político tem alas que nem sempre estão afinadas com a presidência. É então que surge uma questão decisiva para o futuro de Jesus e do deus Javé. A pergunta-chave era: os convertidos ao cristianismo que não seguiam os tradicionais rituais judaicos (como a circuncisão) poderiam ser salvos?

Esse foi um dos principais temas discutidos pelos cristãos numa assembléia realizada por volta do ano 49 d.C., mais tarde conhecida pelo nome de Concílio de Jerusalém. Como diz o historiador Paul Johnson em seu livro História do Cristianismo, o tal concílio foi o primeiro ato político da história da Igreja. É aí que surge uma figura decisiva para a expansão do cristianismo e, por tabela, da crença do deus único Javé.

O nome dele era Paulo de Tarso, um homem cosmopolita recém-convertido, para quem os traços judaicos do cristianismo estavam arruinando seu trabalho de arrebanhamento de novos cristãos. Como provavelmente falava grego muito bem e era um dos poucos cristãos que conheciam diversas províncias do Império Romano, ele devia ter consciência das dificuldades que seu trabalho teria caso tivesse que obrigar os gentios a seguirem as práticas judaicas, principalmente a circuncisão. Para a maioria dos historiadores da religião, se as idéias de Paulo fossem censuradas no Concílio de Jerusalém, talvez o cristianismo permanecesse apenas como mais uma seita judaica, sem conseguir jamais a autonomia responsável pela sua expansão.

Mas a idéia central de Paulo, resumida na frase de que o verdadeiro cristão se justifica pela fé “e não pelos trabalhos da lei”, prevaleceu. Os gentios podiam agora se converter sem tantos empecilhos e o cristianismo ganhou novas fronteiras. “Paulo ajudou a tirar de Jesus a imagem de um messias para o povo hebreu, transformando-o num salvador de todos os povos”, diz Chevitarese. Com isso, o deus Javé também deixou de ser um fenômeno regional, ligado apenas ao povo hebreu, para ganhar caráter universal.

Quando, no ano 313, o imperador romano Constantino instruiu os governadores das províncias dominadas por Roma a dar completa tolerância aos cristãos, revogando todos os decretos anticristãos do passado, o cristianismo deu um passo decisivo para se tornar, em seguida, o credo oficial do império.

Com a expansão da nova fé, o deus “carrancudo” ganhou uma face completamente diferente, ao menos para os cristãos. De certa forma, a crucificação de Jesus foi vista como o momento em que Javé sentiu na pele o que é ser humano. Se, no passado, foi Deus que pediu a Abraão que sacrificasse seu filho como prova de sua fé, o cristianismo invertia essa lógica: agora era o próprio Javé que tivera o filho sacrificado como prova de amor. Mesmo as mensagens atribuídas a Jesus nos Evangelhos parecem ressaltar mais o amor divino que a lei divina. “Apesar de não ser correta a ideia de que o cristianismo promovera um rompimento total com a tradição judaica, é inegável que a figura de Cristo passa a imagem de um deus bem mais marcadamente amoroso que no passado”, diz Luiz Felipe Pondé, filósofo e professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Na tradição judaica, em que Jesus viveu, estava muito claro que o homem devia temer a Deus acima de tudo. Com Jesus, a mensagem passa a ser amar a Deus acima de tudo.”




Deus do Islã

Para os muçulmanos, o acordo firmado entre Javé e Abraão renovou-se e foi ampliado no século 7, quando o mercador Muhammad (em português, Maomé) teria recebido as revelações de Deus (agora, Alá) por meio do anjo Gabriel (para eles, Jibril) – desta feita, em língua árabe. Mais tarde, as revelações foram reunidas no livro sagrado do Islã: o Alcorão (ou recitação, em árabe).

A nova revelação do deus dos judeus e dos cristãos vinha preencher um vazio religioso que há muito perturbava os povos da Arábia. Até então, a região também era um centro de santuários de culto a diversas divindades. O mais importante desses locais sagrados, em Meca, era a Caaba (que significa “cubo”), e seu objeto especial de veneração era uma pedra preta, fragmento de um meteoro. “Pedras desse tipo eram adoradas pelos árabes nesse tempo em diversas regiões”, escreveu o francês Maxime Rodinson na biografia Mahomet, ainda sem tradução no Brasil. Ao lado da pedra, havia representações de diversas deusas, e o santuário era uma espécie de parada obrigatória entre os mercadores da região.

Mesmo assim, como escreveu a historiadora Karen Armstrong na biografia Maomé, boa parte dos árabes sentia-se um tanto renegada por nunca ter recebido uma mensagem direta e explícita de um único deus, como as revelações contidas nas sofisticadas escrituras judaicas e nos evangelhos. Por conhecerem as tradições tanto do judaísmo quanto do cristianismo, eles acreditavam que já era hora de Deus enviar um profeta com uma revelação exclusiva para os árabes. As mensagens recebidas por Maomé foram vistas como o momento em que isso aconteceu.

Para os muçulmanos, as mensagens de Deus contidas no Antigo e no Novo Testamento foram revistas e ampliadas com o Alcorão, que deve ser consultado no lugar das revelações anteriores. No livro sagrado do Islã, o deus de Abraão volta a ser bem mais específico nos seus mandamentos que as parábolas atribuídas a Jesus nos evangelhos. Nesse quesito, Alá se torna bem mais próximo do deus da Lei do Antigo Testamento (a Torá dos judeus). Entre os 6326 versículos do Alcorão, há desde instruções para o casamento até regras sobre como o governante deve agir na cobrança de impostos.

É provável que esse grau de detalhamento das instruções de Deus seja fruto do momento em que Maomé recebera as revelações. Alá, afinal, transmitiu seus novos mandamentos na época em que o profeta erguia um estado em Meca. A nova palavra de Deus, contudo, foi tão forte que os seguidores do Islã terminaram construindo um império. Pouco mais de 100 anos após a morte do profeta, seus seguidores levaram a mensagem do deus único para a África e para locais distantes no Oriente, como o Afeganistão e o Paquistão.

A expansão do Islã no último milênio – assim como a do cristianismo – fez com que o deus de Abraão não apenas vencesse a batalha com os outros deuses como também sobrevivesse a um poderoso inimigo: o mundo científico contemporâneo. Em um tempo em que a narrativa da criação está mais para a explosão caótica do Big Bang do que para o relato do Gênesis, ser ateu continua tão impopular que, como diz o cientista britânico (e ateu) Richard Dawkings, autor de Deus, um Delírio, os homossexuais parecem ter bem mais facilidade para “sair do armário” que os ateus. Quatro mil anos depois, o velho Javé continua em forma.

“Vou enviar o dilúvio, as águas, sobre a Terra, para exterminar de debaixo do céu toda carne que tiver sopro de vida, tudo o que há na terra deve parecer"

(Antigo testamento, Gênisis 6:2)
“Toma teu filho, teu único que amas, Isaac, e vai a terra de Moriá, e lá o oferecerás em holocausto sobre uma montanha que eu te indicarei”

(Toma, Gênisis 22:2)
“Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou seu filho único, para que todo o que nele crê não pareça, mas tenha vida eterna.”

(Novo Testamento, João 3:16)
“Todos que crêem em Allah, no Dia do Juízo final e praticam o bem receberão a sua recompensa do seu Senhor.”
(Alcorão, Sura 2:16)

Krishna


Tudo ou nada

Para os hindus, há vários deuses. Para os budistas, eles são mortais

Por muito tempo, a passagem do politeísmo (culto a vários deuses) para o monoteísmo (a idéia de um único deus) foi vista por filósofos e historiadores como uma espécie de evolução, um marco na transição de sociedades mais primitivas para outras mais avançadas. Hoje, os pesquisadores reconhecem que há uma boa dose de preconceito nessa concepção, já que não há como provar que a crença em vários deuses antecedeu a crença em um único. Até porque ainda hoje muitas religiões no mundo permanecem cultuando diversos deuses. Caso do hinduísmo, que conta com centenas de divindades e é seguido por mais de 745 milhões de pessoas no mundo, a maioria na Índia. Na mesma Índia, nasceu outra religião no século 4 a.C. que ganhou o mundo sem pregar que a salvação da alma depende do culto a um ou mais deuses: o budismo. De acordo com os ensinamentos de Sidarta Gautama, o jovem rico que abandonou sua casa e teria atingido a iluminação, tornando-se o Buda, a libertação de todo o sofrimento não está garantida nem mesmo para os deuses e semideuses, categorias superiores à dos humanos. Segundo o budismo, qualquer um pode, desde que tenha mérito espiritual, entrar no mundo dos deuses. Mas o conforto lá em cima não seria eterno, já que os próprios deuses também estariam submetidos ao ciclo de renascimento e morte do samsara, espécie de roda viva que aprisiona todos os seres. Para atingir a iluminação e se libertar do samsara, o budismo prega que seus seguidores orem não a um deus específico, e sim aos guias espirituais, os bodisatvas – seres que já atingiram a iluminação e retornaram ao samsara apenas para ajudar outros a se libertarem das obstruções para chegar lá.


Homem solteiro, velho e poderoso

Por que Deus é sempre visto dessa forma?

Sua feição e os cabelos grisalhos revelam que ele deve ter mais de 60 anos. Seu corpo, apesar de robusto, preserva os músculos de um homem que o usou para trabalhar, seja construindo algo, seja lutando como um guerreiro. Embora não tenha uma esposa, quase nunca está só. Vive cercado de anjos que o acompanham como executivos seguindo o diretor numa visita à filial da empresa. Apesar de forte, consegue o que quer com o mínimo de esforço físico. Um simples levantar de dedo ou uma mudança de semblante pode decidir o destino do mundo. Sem dúvida, ele tem muito poder. O deus pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Vaticano, não é popular por acaso. Seu gênio artístico revela toda a força, poder, onipotência e masculinidade do Javé bíblico. Mas por que Javé é sempre representado como um homem? “Mesmo que os monoteístas insistissem que seu deus transcendia o gênero sexual, ele iria permanecer essencialmente masculino”, escreveu a historiadora das religiões Karen Armstrong. “Em parte, isso se devia às origens dele com um deus da guerra tribal.” Há cerca de 4 mil anos, quando a figura de Javé foi ganhando suas feições, as mulheres começariam a ser vistas nos impérios da Antiguidade como pessoas de segunda classe. O advento das cidades, assim, fez com que a força marcial e física superasse as qualidades femininas. Como resultado, as antigas deusas da fertilidade veneradas por milhares de anos na Europa e no Oriente foram desbancadas pela força bruta de Javé. Desde então, masculinidade e poder andam juntos.





Saiba mais

Livros

• Uma História de Deus, Karen Armstrong, Companhia das Letras, 1994
Trajetória de quatro milênios de Deus sob a ótica do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.
• História da Vida Privada 1, org. Philippe Áries e Georges Duby, Companhia das Letras, 1993
Um belo panorama sobre o papel da religião e dos deuses no cotidiano da Roma antiga.
• Mitologia e Religião na Grécia Antiga, Jean-Pierre Vernant, Martins Fontes, 2006
Breve e clássico ensaio sobre o papel dos deuses na Grécia.
• Deus, Uma Biografia, Jack Miles, Companhia das Letras, 2002
Uma das melhores análises de Deus do ponto de vista da literatura.


O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE FALAR EM LÍNGUAS

Falar em Línguas


ABUSO MENTAL DE CRIANÇAS

Quase todos os grupos religiosos tentam "provar" que são a religião verdadeira.  Freqüentemente, eles apelam para algum tipo de sinal, milagre ou experiência sobrenatural.  Os católicos, por exemplo, citam o aparecimento de Maria; os mórmons alegam as visitas de um anjo a Joseph Smith; os espíritas têm uma variedade de sinais e manifestações do sobrenatural; a Igreja Universal do Reino de Deus, todas as noites, realiza curas, expulsões de demônios e milagres; as igrejas pentecostais tradicionais têm línguas, curas, e o batismo do Espírito Santo.  E a lista continua.  Certamente, não é Deus aquele que realiza todas estas demonstrações, em todos estes diferentes grupos.  Como podemos saber com certeza se um sinal ou uma língua ou um fenômeno sobrenatural é de Deus ou não?


A existência de falsos sinais, prodígios de mentira e milagres falsificados não surpreenderá os estudantes sérios da Bíblia.  Numerosos textos bíblicos advertem sobre estas coisas (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14).  Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres.



Então, como saberemos quais sinais são verdadeiros e quais não são?  Primeiramente, comparando o ensinamento do operador do sinal com as Escrituras para ver se sua mensagem é verdadeira.  João nos adverte para testar os espíritos: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito;  antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1).  Ele revela o teste a usar:  "Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve.  Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro" (1 João 4:6).  O teste é a revelação escrita pelos apóstolos.  Os cristãos de Beréia são um bom exemplo:  "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).  Paulo operou sinais em Beréia, mas os cristãos dali determinaram se Paulo era de Deus ou não, comparando sua pregação com as Escrituras.  (Deuteronômio 13:1-5; Jeremias 23:25-32; 1 Coríntios 12:1-3; 1 Tessalonicenses 5:21 podem ser estudados para mais ajuda neste ponto).


Infelizmente, muitas pessoas vêem acontecimentos espantosos e, automaticamente, concluem que eles vêm de Deus.  Precisamos perceber que coincidência, pensamento positivo, ilusão fraudulenta e o Diabo podem falsificar milagres bíblicos.  Contudo, as falsificações nunca poderão igualar-se aos milagres reais. Deus mostrou que seu Filho era inigualável por meio de sinais que hoje ninguém sequer pretende realizar:  transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, caminhar sobre as águas, curar instantaneamente um cego, surdo e leproso, e ainda ressuscitar um morto.



Temos que voltar ao modelo da Bíblia, que é testar o sinal pela Palavra de Deus, e não modificar a Palavra de Deus para ajustá-la ao sinal.  A Bíblia é o padrão segundo o qual toda a pretensão de ter um sinal ou um prodígio de Deus deve ser testada.  Por favor, estudem as Escrituras cuidadosamente, com o desejo de permitir que elas sejam o juiz final da validade de qualquer sinal ou prodígio.


Neste estudo, testemos o falar em línguas das igrejas Pentecostais pela Bíblia.  Veremos seis diferenças entre as línguas da Bíblia e as línguas das igrejas de hoje:



O Dom de Línguas


Hoje em Dia É Diferente

  · Regras de Uso

  · Tipo das Línguas

  · Modo de Receber

  · Propósito

  · Pessoas que Recebem

  · Época
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Regras de Uso

(1 Coríntios 14:26-40)

· Específicas:

v. 27  Não mais do que dois ou três por culto

v. 27  Sucessivamente

v. 28  Se não houver intérprete, fique calado

v. 34-35 As mulheres não falam na igreja


· Princípios Gerais:

v. 26  Tudo para edificação

v. 40  Com decência e ordem

Em 1 Coríntios 14:26-40 encontram-se vários regulamentos para o uso das línguas da Bíblia.  Existem regras específicas e princípios gerais.  Quase todas estas regras a serem obedecidas no uso das línguas da Bíblia são habitualmente violadas por aqueles que pretendem falar línguas da Bíblia.  Em vez de limitar o número dos que falam em línguas a 2 ou 3 pessoas por culto, as igrejas de hoje, às vezes, têm dúzias falando no mesmo culto.  Em vez de falar um de cada vez, atualmente falam muitos simultânea-mente.  Em vez de falar em línguas somente quando um tradutor está presente, muitas igrejas onde se falam em línguas falam quer haja um intérprete, quer não.  

A proibição de Deus das mulheres falarem nos cultos da igreja é tão flagrantemente desrespeitada que, em alguns cultos, a maioria dos que falam em línguas é mulheres.  As regras gerais, também, são violadas freqüente-mente.  Os propósitos das línguas são mais de mostrar excitação e emoção do que edificar.  E, em muitos cultos em que se falam línguas, há pouquíssima ordem.  

O forte contraste entre as regras de Deus para as línguas da Bíblia e as regras que são segui-das pelas línguas modernas deveriam fazer-nos perguntar: Por quê?  Por que, se temos os mesmos dons, não seguimos as mesmas regras?  Se as igrejas que mais freqüentemente dizem que falam em línguas flagrantemente desrespeitam a Bíblia no uso destas línguas, poderia ser que essas próprias línguas não fossem de Deus?

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Tipo das Línguas


· Na Bíblia:  Idiomas Verdadeiros


Atos 2

  v. 4 ­  "em outras línguas"

  v. 6 ­  "cada um ouvia falar na sua própria língua"

  v. 8 ­  "ouvimos falar, cada um em nossa própria língua"

  v. 9-11­ lista das nações

  v. 11 ­  "ouvimos falar em nossas próprias línguas"


1 Coríntios 14

  v. 2,4,5, etc.­  "língua" quer dizer "idioma"

  v. 13 ­  "interpretar" quer dizer "traduzir"

  v. 11 ­  "estrangeiro" quer dizer "alguém que fala uma linguagem diferente"

  v. 21 ­  Referência à linguagem assíria

  v. 10 ­  "Há . . . muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido"


· Hoje:  Sílabas sem Sentido

De que tipo eram as línguas da Bíblia?  Com alguma exceção ocasional, as igrejas Pentecostais de nossos dias nem sequer pretendem falar em linguagens conhecidas de hoje, mas em sons incompreensíveis (combinações de sílabas sem significado próprio, ao menos para principiantes). Mas as línguas da Bíblia sempre significavam falar em idiomas verdadeiros, entendidos por pessoas que sabiam falar aquelas linguagens (Apêndice 1).  Em Atos 2, pessoas de muitas nações tinham se reunido em Jerusalém para a celebração do dia de Pentecoste.  Ali, pela primeira vez, homens batizados pelo Espírito Santo começaram "a falar em outras línguas".  

O texto mostra clara-mente que a audiência era composta de pessoas que falavam diferentes línguas:  "E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos e elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia,  da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios" (Atos 2:8-11).  

E as Escrituras dizem: "Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua(Atos 2:6); "e como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?" (Atos 2:8); "como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?" (Atos 2:11).  

Atos 2 foi o protótipo do falar em línguas no Novo Testamento.  E, em Atos 2, falar em línguas significava falar em linguagens que poderiam ser entendidas.  Em 1 Coríntios 14, a Bíblia mostra também que essas línguas eram idiomas verdadeiros.  Notem os significados das palavras usadas:  "língua" (nos versículos 2,4,5,6,9,13,18,19 . . .) significa "idioma"; "interpretar" (versículo 13) significa traduzir de uma língua para outra; "estrangeiro" (versículo 11) significa alguém de um país diferente, que fala uma linguagem diferente.  Ele ilustra esta passagem, citando uma profecia de Isaías que se referia à linguagem assíria:  "Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor" (versículo 21 ­ Isaías 28:11).  

Finalmente, ele categoricamente, disse:  "Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido" (1 Coríntios 14:10).  Pessoas que falavam línguas da Bíblia eram capazes de falar em linguagens reais, sem estudo ou treinamento.  Muito interessante, mesmo as igrejas que hoje são muito ativas no "falar em línguas" nunca enviam um missionário sem dar-lhe treinamento, de modo que ele possa falar a linguagem do povo ao qual ele está sendo enviado.  As línguas da Bíblia eram linguagens reais.  Portanto, as "línguas" das igrejas de hoje não são línguas da Bíblia.
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Modo de Receber

· Batismo no Espírito Santo

Apóstolos no dia de Pentecoste (Atos 2)  ­ para revelar o evangelho

A família de Cornélio (Atos 10) ­ para mostrar a aceitação dos gentios


· As Mãos dos Apóstolos

  Samaritanos (Atos 8:14-18)

Discípulos em Éfeso (Atos 19:1-7)


. . . Mas Hoje . . .

· Só há um batismo ­ Efésios 4:5 (na água para remissão dos pecados ­ Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios
5:26)
· Os apóstolos morreram ­ estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14)


As línguas não poderiam ser recebidas hoje em dia como foram as línguas da Bíblia.  As línguas da Bíblia foram recebidas ou por pessoas sendo batizadas pelo Espírito Santo (Atos 2:1-4) ou pela imposição das mãos dos apóstolos (Atos 8:14-18; 19:1-7).  É claro que ninguém poderia receber línguas hoje pela mão dos apóstolos, uma vez que eles morreram e estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14).  

Muitas pessoas, que hoje pensam possuir línguas da Bíblia, acreditam tê-las recebido pelo batismo do Espírito Santo.  Mas na Bíblia, o batismo pelo Espírito Santo ocorreu somente duas vezes:  aos apóstolos, em Atos 2, para capacitá-los a revelar o Novo Testamento e a Cornélio e sua família, em Atos 10, para mostrar a aprovação, por Deus, da conversão dos gentios.  Depois destes dois casos, a Bíblia diz que agora só existe um batismo (Efésios 4:5), o batismo na água para remissão dos pecados (Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26).  Portanto, se alguma pessoa falasse em línguas da Bíblia hoje em dia não poderia havê-las recebido da maneira pela qual eram recebidas na Bíblia.

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Propósito

· Na Bíblia

Confirmar a Palavra (Marcos 16:17-20; Atos 2; 1 Coríntios 14:22; Hebreus 2:3-4)

  . . . Hoje, a palavra já tem sido confirmada


Edificar a Igreja (1 Coríntios 14:5-6, 26)


. . . Hoje, a palavra já tem sido revelada para a edificação


· Hoje

Adoração de Deus

Demonstração de salvação

Glória pessoal


O propósito das línguas da Bíblia era diferente do propósito das línguas de hoje.  Nos primeiros dias da Cristandade, o Novo Testamento estava em processo de revelação.  Ninguém poderia recorrer ao Novo Testamento escrito, para testar a verdade do ensinamento de um homem, uma vez que ainda não estava escrito.  Por isso foram dados aos apóstolos e aos profetas sinais especiais, tais como as línguas, para mostrar que sua mensagem vinha de Deus.  

Sinais dados por Deus deveriam confirmar a palavra dos apóstolos e dos profetas revelando o Novo Testamento.  Nota:  "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:  em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.  

De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.  E eles, tendo partido, pregaram em toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam" (Marcos 16:17-20).  

"De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos e sim para os que crêem" (1 Coríntios 14:22). "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?  A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hebreus 2:3-4).  

Isto é, exatamente, o que aconteceu quando os apóstolos falaram em línguas, no dia de Pentecoste.  Sua habilidade para falar em outras línguas, apesar de serem galileus, provou que a nova mensagem que eles estavam revelando era de Deus.  Cada vez que uma nova mensagem é revelada, Deus, tipicamente, dá prova da autenticidade de seus mensageiros.  

Moisés, por exemplo, operou muitos sinais para mostrar que os mandamentos que Deus estava revelando por meio dele vinham, de fato, de Deus.  Jesus operou muitos sinais e foi, finalmente, ressuscitado, para provar sua afirmação de que era o Filho de Deus.  Igualmente, os apóstolos e profetas do primeiro século operaram sinais e prodígios, incluindo as línguas, para demonstrar que Deus estava, na verdade, revelando sua nova mensagem através deles.  Mas Deus nunca continuou a confirmar sua revelação por novos sinais a cada geração sucessiva.  

Sua Palavra, uma vez confirmada, é considerada provada para todas as gerações.  Assim, nenhuma geração posterir de israelitas podia testemunhar a separação das águas do Mar Vermelho ou os milagres do Monte Sinai (Êxodo 13-14, 20).  Ninguém, desde o primeiro século, viu o corpo ressuscitado de Jesus.  Da mesma maneira, a Palavra revelada pelos apóstolos já foi confirmada e nenhum sinal novo está sendo dado para "reconfirmá-la". 


A Bíblia também mostra que as línguas interpretadas (traduzidas) edificavam a igreja (1 Coríntios 14) por meio da revelação das mensagens de Deus.  Mensagens que foram mais tarde escritas para nós, no Novo Testamento.  Desde que a Palavra já foi revelada e confirmada, qual propósito têm as "línguas" modernas? De acordo com o ensinamento em muitas igrejas Pentecostais, as línguas são para louvar a Deus e para mostrar a evidência da salvação.  Os propósitos das línguas da Bíblia eram diferentes do propósito das "línguas" modernas.

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Pessoas que Recebem
· Igreja Universal do Reino de Deus

· Igreja Quadrangular

· Igreja Deus é Amor

· Assembléia de Deus

· Igrejas contra a doutrina da trindade

· Católicos carismáticos


Línguas iguais, mas doutrinas diversas!

Hoje, as "línguas" são usadas por muitas e diferentes igrejas que pregam e ensinam doutrinas contraditórias.  Igrejas desde a Igreja Universal do Reino de Deus até a Assembléia de Deus, e desde a Deus é Amor até as igrejas que negam a Trindade, todas têm as mesmas línguas.  Muitos católicos falam línguas nas igrejas católicas carismáticas.  Estaria o Espírito Santo dando seu sinal de aprovação a igrejas que pregam coisas que contradizem completamente umas às outras?  Muitas das doutrinas e práticas destas igrejas não só contradizem umas às outras, mas contra-dizem também a Bíblia.

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Época
Finalmente, porém talvez o mais importante, a Bíblia especificamente ensina que as línguas deveriam continuar somente durante aquela época.  Note cuidadosamente 1 Coríntios 13:8-13.  No versículo 8, Paulo disse que as línguas cessariam:"havendo línguas, cessarão".  

No versículo 10 ele mostra quando:  Quando vier o que é perfeito.  Isto está intensamente claro.  As línguas eram para durar somente até que o perfeito viesse.  A dificuldade está em determinar a que o "perfeito" se refere.  Em geral, muitas coisas poderiam ser perfeitas (completas).  Poderíamos ter uma casa perfeita, um carro perfeito ou, talvez, uma completa e perfeita pizza.  

Perfeito é uma qualidade que pode ser (e assim está na Bíblia) usada para qualificar muitas coisas.  Desta maneira, há um contraste entre o que é "em parte" e o que é "o perfeito".  Em qualquer área, o perfeito é sempre a soma das partes.  Assim, se sabemos quais eram as partes, podemos juntá-las e encontrar o perfeito.  As partes eram o conhecimento e a revelação (profecia) da vontade de Deus.  

Naquele tempo, a revelação de Deus estava se fazendo conhecida justamente uma parte de cada vez.  A própria  primeira carta aos Coríntios era uma dessas partes.  Se as partes, então, se referem à revelação da Palavra de Deus, parte por parte, o perfeito tem que ser a revelação completa de Deus, o Novo Testamento.  Portanto, quando o Novo Testamento se completou, o dom das línguas cessou, de acordo com o plano de Deus.