Certa vez um homem entra num hospital psiquiátrico e vê um dos pacientes
ajoelhado no meio de um grande gramado de mãos postas olhando sorridente para o
céu. O homem aproxima-se do paciente e pergunta:
- O que você faz aqui ajoelhado?
- Converso com a mãe d’água, responde o paciente.
- Mas a mãe d’água não existe, responde o homem.
- Claro que existe, ela tá olhando pra você agora. Ela só aparece para quem acredita.
É possível afirmar com 100% de certeza, que o paciente está errado?
Tanto as histórias acima como a historinha do cego ou do professor ateu ou ainda materialista passada em uma sala de aula na Alemanha são sofismas.
Somos conduzidos a uma conclusão errada partido de uma premissa verdadeira.
Nenhum cego duvida da existência da luz, pois as provas da sua existência são mais amplas e variadas que só a simples percepção por intermédio da vista. O cego anda entre pessoas que enxergam, é conduzido por pessoas ou animais, sente o calor do sol, interage com animais e outros efeitos da luz como a noite, o silêncio, o galo que canta quando o dia vem raiando ou o barulho das pessoas durante o dia, etc., etc., etc..
Mas qual seria a prova da existência da tal mãe d’água do paciente do hospício?
Nenhuma, a não ser a fé doentia do pobre paciente.
QUE ILAÇÃO PODEREMOS TIRAR DESTE ARGUMENTO CAVILOSO
Aplique este argumento ou raciocínio deliberadamente
enganoso, com aparência de verdadeiro, com o objetivo de enganar pessoas que
passaram por lavagem cerebral através de um método malicioso aprimorados por
décadas.
Eles são persuadidos a acreditarem na sua ingenuidade, que
a autoridade eclesiástica tem uma conexão direta com Jesus, porque dizem saber
exatamente o que Deus quer ou tem para o fiel. Sem delongas, tais argumentos
coincidem exatamente com aquilo que tais pessoas desejam que os fiéis acreditem.
Jesus como a Mãe d’Água, só existe na fé daqueles que creem. Devo reconhecer
que há pessoas ingênuas, sem artifícios ou malícia, que acreditam em tudo que
ouvem dos clérigos. É aí onde mora o perigo, pois há uma quantidade não pequena
de charlatões que exploram pessoas puras e inocentes retirando-lhes todo o seu
patrimônio em forma de doação “para a igreja” em troca de milagres que nunca
acontecem.
A ignorância terá de ceder em toda a linha, ao final, à
ciência e ao conhecimento.
(*)“Mãe-d’água” Iara ou Uiara, é uma
entidade do folclore brasileiro de uma beleza fascinante. Por ser uma sereia,
enfeitiça os homens facilmente por ter a metade superior de seu corpo com
formato de uma linda e sedutora mulher. Já a parte inferior do seu corpo em
formato de peixe não é muito notada, por estar submersa em água. Assim não há
quem resista a sua belíssima face e suas doces canções mágicas.
Seu poder é tão forte que basta convidar os homens para irem à sua
direção que eles vão, acreditando vivenciar uma experiência incrível com a
encantadora mulher. Porém, as intenções de Iara são malignas e fatais, e o que
ela quer na verdade é atraí-los para a morte. São raros os que sobrevivem ao
encantamento da sereia e caso retornam não conseguem ter uma vida normal por
ficarem loucos. Somente um pajé ou uma benzedeira é capaz de curá-los
definitivamente.
Diz a lenda que antes de se tornar uma sereia, Iara era uma belíssima
índia trabalhadora e corajosa. Iara se destacava entre os demais, por ser a
melhor, e consequentemente despertava a inveja de alguns da tribo,
especialmente a de seus irmãos homens, que não se conformavam com tal situação.
Seu pai era pajé e a admirava em tudo o que fazia contribuindo ainda mais para
a revolta de seus irmãos. Tomados pela inveja e pelo ciúme, os irmãos de Iara
decidiram matá-la.
Certa noite, quando Iara repousava em sua rede, ouviu seus irmãos
entrando em sua cabana com a intenção de matá-la. Rápida e guerreira, se
defendeu e acabou os matando. Percebendo a gravidade da situação e com medo da
atitude de seu pai, Iara fugiu desesperadamente pelas matas. O pai de Iara
realizou uma busca implacável pela filha. Localizaram-na, e como punição pelo
seu ato, foi jogada no encontro do rio Negro com Solimões. Os peixes
trouxeram o corpo de Iara à superfície que sob o reflexo da lua cheia
transformou-se em uma linda sereia com cabelos longos e olhos verdes.
Desde então Iara permanece nas águas atraindo os homens de maneira irresistível
e os matando. Acredita-se que em cada fase da lua, Iara aparece com escamas
diferentes e adora deitar-se sobre bancos de areia nos rios para brincar com os
peixes. Também de acordo com a lenda, é vista penteando seus longos cabelos com
um pente de ouro, mirando-se no espelho das águas.
A lenda da Iara é conhecida em várias regiões brasileiras e existem
diversos relatos de pescadores que contam histórias de jovens que cederam aos
encantos da tentadora sereia e morreram afogados de paixão.
OUTROS SOFISMAS
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