terça-feira, 24 de novembro de 2015

JESUS CRUCIFICADO NU


Arqueólogos sugerem que Cristo estaria sentado na cruz com as pernas flexionadas, sem uma coroa de espinhos e nu




Rodrigo Cardoso, da Revista "Isto é.
Edição 2180, de 1º de abril de 2010









Supostamente   baseados   em   descobertas arqueológicas, escritos dos evangelistas e na literatura   romana, (?)  especialistas sugerem como  Jesus    teria  passado  as  últimas  três horas de vida na Terra



Não é exagero afirmar que a cruz é o alicerce do cristianismo. Instrumento dantesco na mão dos romanos, utilizado como pena capital contra escravos e revoltosos, ela ganhou contornos de altruísmo por volta das 15h da Sexta-feira da Paixão do ano 30, quando Jesus de Nazaré teria morrido pendurado em duas estacas de oliveiras nodosas em forma de “t”. Seus discípulos não estariam ao pé do calvário. Mas as primeiras linhas escritas pelos quatro evangelistas para perpetuar os ensinamentos desse homem que cresceu na Galileia relatavam justamente os episódios de sua Paixão e morte.

Não é de se estranhar, portanto, que, quase dois mil anos depois, a iconografia símbolo do cristianismo esteja apoiada na figura de um Jesus magro e frágil, com barba, pouca roupa, coroa de espinhos e preso a uma cruz pelas palmas das mãos e peitos dos pés. Mas essa imagem de Cristo no ato de seu suplício estaria fiel à história? “Não”, opina o especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém Rodrigo Pereira da Silva. “Acredito na hipótese de que Jesus tenha sido crucificado sentado, apoiado em uma madeira que existia na cruz abaixo de seu quadril, com as pernas dobradas para a direita, nu e sem a coroa de espinhos”, diz.

Professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Silva faz essa afirmação baseado, principalmente, em pistas deixadas pelos textos bíblicos e pela literatura romana. O acesso a especulações sobre a real posição de Jesus na cruz (leia quadro) tem sido cada vez mais possível graças a algumas obras escritas por especialistas em religião do Oriente Médio. Lançadas recentemente, elas trazem a discussão em torno dessa questão, difundida no meio acadêmico, para perto do grande público.

Em “Os Últimos Dias de Jesus – a Evidência Arqueológica” (Ed. Landscape), o arqueólogo Shimon Gibson, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), escreve que, “para prolongar a agonia e o momento da morte, os romanos posicionavam a vítima em uma espécie de assento de madeira, ou suporte de forquilha, na metade inferior da cruz”. Havia um motivo. Sem essa espécie de apoio, o corpo tombaria e a morte por asfixia ocorreria mais rapidamente. A intenção, portanto, era dar à vítima a possibilidade de ela respirar para que tivesse uma sobrevida e sofresse por mais tempo antes da morte.

“A pessoa morre mais lentamente por asfixia dolorosa, porque os músculos do diafragma vão parando de funcionar até que ela deixe de respirar”, explica John Dominic Crossan, professor de estudos bíblicos da Universidade DePaul (EUA), no livro “Em Busca de Jesus” (Ed. Paulinas). Esse tipo de assento é descrito, ainda, pelo historiador espanhol Joaquín Gonzalez Echegaray, do Instituto Bíblico e Arqueo­lógico de Jerusalém, em “Arqueología y Evangelios” (Ed. Verbo Divino), como uma espécie de “conforto” com objetivo cruel.

Detalhes de como os braços e as pernas de Cristo foram posicionados não são fornecidos pelos evangelistas. “Os soldados romanos, que teriam o que falar, não tinham interesse. E os discípulos, que deveriam escrever, não tinham os dados”, diz Pedro Lima Vasconcellos, professor de pós-graduação de ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As pistas, então, são fornecidas pela ciência.

Em 1968, uma ossada de um homem que viveu no século I foi encontrada em Jerusalém. Sua cartilagem próxima ao calcanhar direito apresentava um prego de ferro de 11,5 cm de comprimento preso a uma madeira. É a única vítima de crucificação descoberta por arqueólogos até hoje. “Se trabalharmos com a hipótese de que um único prego estaria atravessando os dois pés, pela forma como a ossada foi encontrada, as pernas estariam flexionadas para a direita”, diz Silva, da Unasp. Segundo o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que há de histórico no relato da Paixão de Cristo são a prisão e a crucificação. “O que ocorreu no meio e depois são relatos teológicos que passam pelo exercício da fé”, diz ele. “Se ele morreu pregado ou amarrado, estendido ou sentado são detalhes para aumentar ou diminuir a dramaticidade.”

Milhares de crucificações foram patrocinadas pelos romanos. A de Jesus foi a única que se perpetuou. Como pode um herói morrer de uma forma tão humilhante e seu nome viajar por gerações? Para a ciência, ele ainda é um quebra-cabeça com muitas peças desaparecidas. Mas não há mistério em um ponto: ele deu novo significado à cruz, hoje objeto de salvação e conforto espiritual, não de tormento.




FONTE




Incontáveis pessoas escreveram, e muito neste exato momento, estão escrevendo alguma coisa querendo enriquecer com a fábula de Jesus, - aquele de quem se fala no Novo Testamento.-  No entanto, nenhum escrito solidificado em fatos reais, ou pelo menos com boa dose de convicção foi publicado em todo universo. Por exemplo, a estrela criada repentinamente como em um passe de mágica para iluminar o menino Deus só foi descrita no livro bíblico do Novo Testamento atribuído a Mateus. 

Fenômenos astronômicos sempre foram registrados na antiguidade. Sabemos de um eclipse lunar ocorrido no dia 13 de março do ano quatro, registrado por Flavius Josephus. Plínio deixou um vasto relato sob a erupção do vulcão Vesúvio, que soterrou Pompéia no ano 79 e ninguém documentou a estrela de Belém.

Nenhum astrólogo da época registrou o fenomenal brilho intenso do astro recém criado. Ninguém sabe de onde vieram os Reis Magos. Ninguém fora do Novo Testamento escreveu sobre o massacre dos inocentes praticado a mando do valente idumeu(1) Herodes (O Grande), guerreiro e comandante de tropas subservientes ao governo imperial romano, que com receio de perder o cargo, teria mandado matar todas as crianças da cidade de Belém com idade abaixo de dois anos - Apenas Mateus narra este episódio macabro e os evangelistas Marcos e João não se reportam ao Jesus menino. É preciso ser muito ingênuo para acreditar que o rei Herodes tremeu de medo diante da notícia do nascimento de um bebê.

Nenhum livro extra bíblia do primeiro século fala de Jesus, de seus milagres, das ressurreições (filha de Jairo, filho da viúva e Lázaro) de  seus apóstolos, da crucificação, do terremoto, da escuridão que cobriu toda a terra e do fato super inusitado da ressurreição dos mortos. Para fatos extraordinários, necessário se faz provas surpreendentes. A confirmação unicamente pelo Novo Testamento, que foi escrito e reescrito, ou até mesmo por evangelistas que não conheceram Jesus, a exemplo de Lucas, não tornam verdadeiros os fatos.

Assim como uma gota de veneno contamina todo o pote, uma revelação falsa torna imprestável todo o Novo Testamento.

É o caso deste artigo publicado pela "Revista Isto É" que logo no prólogo anuncia que o relato está baseado na arqueologia, nos escritos dos evangelistas e na literatura romana.

Ora, a imprensa mundial quando do "achado" de uma urna, sem origem conhecida, contendo o nome de Jesus foi exposta ao mundo as manchetes dos grandes jornais foram unânimes - "Encontrado a 1ª. (PRIMEIRA) evidência história sobre Jesus". Logo que evidências tem Rodrigo Pereira da Silva e André Chevitarese, que o mundo desconhece?


A BÍBLIA COMO PROVA

Que grau de certeza tem os livros dos Evangelistas, se a própria igreja quem os confeccionou, alterou, republicou, forjou e não sabendo a quem atribuir a sua autoria, o fez por decreto através do Concílio Vaticano II.


A LITERATURA ROMANA COMO PROVA

Mas que literatura? Não existe nenhum documento emitido pelas autoridades romanas sobre Jesus, sobre seus discípulos, sobre seus apóstolos, sobre Pedro, sobre Paulo, etc. Nunca foi encontrado a ata do julgamento de Jesus.

É muito comum os cristãos afirmarem fatos sem prova para justificar a crença em seu Deus, inclusive já vi e ouvi alguns dizendo que a física quântica prova a existência de Deus, mas quando instigados a dar explicações se saem com a evasiva de que não sabem, mas que alguém com doutorado em física sabe melhor explicar.


(...) Não é exagero afirmar que a cruz é o alicerce do cristianismo. - São as primeiras palavras do Rodrigo Cardoso, demonstrando assim desconhecimento das bases do Cristianismo primitivo cultuado nas catacumbas de Roma, onde o símbolo era o peixe. A cruz só teve relevância com Constantino, por volta do ano 325 por decisão do Concílio de Niceia, onde foi deliberado a crença na Santíssima Trindade e o culto a Cruz.

Alega ainda Rodrigo Cardoso que "para a ciência Jesus ainda é um quebra cabeça com muitas peças desaparecidas".

Quanta falta de conhecimento e quanta vontade de propagar o nome de Jesus como o único e suficiente salvador da humanidade utilizando-se de fatos controvertidos e improváveis. A ciência não se preocupa em provar fábulas, a ciência se baseia em evidências verificáveis através de estudos de fenômenos de maneira mais racional possível, de modo a evitar enganos, sempre buscando evidências e provas para as ideias, conclusões e afirmações para formular e resolver problemas na aquisição objetiva do conhecimento.

Karl Popper, o filósofo da ciência, estabeleceu que a ciência somente pode estudar temas em que o conhecimento adquirido pudesse ser negado de alguma forma. Se alguma coisa não pode ser negada, ela não pode ser posta em dúvida e, portanto, não podemos testar sua validade. Só são científicas hipóteses que possam ser testadas.

Princípio das Aproximações Sucessivas:

Este princípio estabelece que a verdade sobre determinado fato jamais é atingida integralmente, mas vai sendo aperfeiçoada continuamente. Um conhecimento vale até que novas observações ou experiências o contradigam.


Ciência é "Conjunto de abordagens, técnicas". Impossível fugir a essa dura realidade, o que me deixa a vontade para duvidar do título de "Especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém" dado a Rodrigo Pereira da Silva. Mesmo porque, quem tira da religião o sustento para si e sua família não está comprometido com a verdade e sim com a fé.







1. Pessoa nascida na Idumeia, antiga região ao sul do Mar Morto.

NOTA
Para se candidatar para os cursos da Uhji, (Universidade Hebraica de Jerusalém) o candidato necessita apresentar um diploma de colegial bagrut completo (alunos estrangeiros necessitam apresentar um diploma equivalente como por exemplo o francês Baccalauréat ou o Abitur alemão, ou ingressar no rigoroso curso preparatório com duração de um ano, denominado mechiná) e também sua nota no exame psicométrico nacional de Israel, que mede capacidades verbais, lógicas, matemáticas e em língua inglesa. A admissão aos cursos depende das notas finais nos exames debagrut juntamente com a nota na prova psicométrica. A nota na parte de inglês (0-150) do exame psicométrico é usada para classificar e encaminhar os alunos que foram recebidos aos diferentes níveis dos cursos acadêmicos de inglês no primeiro ano de faculdade. Candidatos com menos de 100 em inglês não são recepcionados. Estudantes com nota acima de 133 são exemplos de estudos de inglês nos cursos de bacharelado.


Alguns Alunos e Professores Notáveis

·         Ada Yonath - Prémio Nobel da Química de 2009, concluiu bacharel (Química) e mestrado (BioQuímica) na universidade hebraica. Primeira mulher desde 1964 a ganhar um Prémio Nobel em Química.
·         Robert Aumann - Prémio Nobel da Economia de 2005, professor de Matemática da Universidade
·         David Gross - galardoado com o Prémio Nobel da Física de 2004, concluiu bacharel e mestrado no departamento de Física da universidade hebraica
·         Jacob Bekenstein - Físico teórico. Junto com Stephen Hawking contribuiu para o desenvolvimento da Termodinâmica do buraco negro
·         Aaron Ciechanover - Prémio Nobel da Química de 2004. MD pela faculdade de medicina da universidade
·         Avram Hershko - Prémio Nobel da Química em 2004. Phd e MD pela faculdade de medicina da universidade.
·         Daniel Kahneman - Prémio Nobel da Economia. Bacharelou-se em Psicologia e Matemática na Universidade Hebraica de Jerusalém.
·         Amos Tversky
·         Gila Lustiger
·         Abraham Z. Joffe
·         Saharon Shelah - Prêmio Wolf de Matemática (considerado o "Nóbel da matemática"). Phd pela universidade
·         Adolf Fraenkel
·         Menachem Magidor - matemático renomado em teoria dos conjuntos e lógica matemática.
·         Amos Oz
·         Ariel Sharon
·         Ehud Barak
·         Ehud Olmert
·         Menachem Elon - juiz Suprema Corte de Israel Professor
·         Natalie Portman Atriz famosa de hollywood
·         Yochanan Vollach - jogador de futebol, presidente da Maccabi Haifa, CEO
·         Martin Buber - filósofo e também fundador da universidade.
·         Lydia Aran - estudiosa do budismo, professora emérita da universidade, sobrevivente do holocausto

·         Dana Olmert - ativista de esquerda e da comunidade LGBT em Israel, filha do ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert. Phd em letras.



LEITURA SUGERIDA
O NOVO TESTAMENTO


 Recomenda a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são apenas apontamentos de estudo.








segunda-feira, 16 de novembro de 2015

ASTROLOGIA NA ÚLTIMA CEIA DE LEONARDO DA VINCE





Cruz do Zodíaco





OS DOZE APÓSTOLOS E OS DOZE SIGNOS ASTROLÓGICOS




                                                                                 POR LUCIENE FELIX LAMY




Observem o agrupamento proposital de 3 em 3 (Cardinal – Fixo – Mutável), abarcando os 4 elementos (Fogo – Terra – Ar – Água) e totalizando os 12 signos astrológicos.






Na antiguidade, a química e a alquimia eram uma só ciência, assim como a astrologia e astronomia. Por volta do século XIII d.C., o Papa Inocêncio III decretou uma bula, cindindo a ciência entre sagrada e profana. Desde então, astrólogos e alquimistas passaram a ser perseguidos.

Leonardo Da Vinci, um iniciado, decidiu imortalizar através da pintura toda a simbologia astrológica e numerológica contida nos ensinamentos do cristianismo esotérico, deixando este registro no quadro “A Última Ceia”.

“A Última Ceia” é, talvez, a pintura mais reproduzida do mundo.  Da Vinci trabalhou de 1495 a 1498, pintando-a na parede do Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão.

Nela, os 12 apóstolos estão caracterizados pelos signos astrológicos, de acordo com os estudos da astróloga Emma de Mascheville, no livro “Luz e Sombra”.

Segundo o autor Santiago Americano Freire em “Leonardo Da Vinci” o pintor teria se inspirado no Evangelho de João, capítulo XIII. Na pintura os doze apóstolos representam os doze signos do zodíaco, de Áries a Peixes.

Leonardo esquematizou a disposição dos apóstolos de acordo com a posição astronômica, da direita para a esquerda de quem olha para o quadroOs apóstolos estão colocados em quatro grupos de três, simbolizando as quatro estações do ano da esquerda para a direita.

Jesus está ao bem centro, sua cabeça debaixo de um arco, um semicírculo, observando-se ao fundo três janelas abertas por onde entram luz (a iluminação). À direita e à esquerda da sala estão duas janelas fechadas de cada lado, simbolizando a escuridão (as trevas).

Jesus, ao centro entre João e André, tem as duas mãos estendidas uma para cada lado (a imparcialidade). Sugere-se que com a mão esquerda Cristo se doa e com a direita recolhe. Observa-se ainda a cabeça de Cristo pendendo para o lado esquerdo, o lado do coração.

O primeiro apóstolo à direita, na cabeceira da mesa, é Simão, o cananeu, com os dois punhos à frente, e que corresponde ao signo de Áries, Signo de fogo e de ação, Simão indica com as mãos a direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana também é mostrada pelas mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem cardeal [cardinal] de Áries.

Ao seu lado, está Judas Tadeu, o taurino. Seu semblante é sereno; enquanto escuta Simão (Áries/cérebro) vai digerindo lentamente suas impressões, acolhendo-as com uma das mãos, revelando a possessividade de Touro (que é terra/receptivo). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e o de Judas Tadeu está bem destacado.

Mateus vem em seguida, correspondendo a Gêmeos, signo duplo que necessita de interação com as pessoas e de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando a dinâmica geminiana de querer falar e ouvir a todos ao mesmo tempo. Mateus era repórter e historiador da vida de Jesus, e Gêmeos rege a casa III, setor de comunicação e do conhecimento.

Logo após, está Filipe, o canceriano. Suas mãos em direção ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir. Filipe está inclinado, como se estivesse se oferecendo para alguma tarefa.

Ao seu lado está Tiago Menor, o leonino, de braços abertos, revelando nesse gesto largo o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o chacra cardíaco), ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções. A Casa V diz respeito aos jogos (inclusive amorosos!), a criatividade e a prole.

Atrás dele, quase que escondido, está Tomé, o virginiano, que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de Virgem – com o dedo em riste ele contesta diante de Cristo; foi Tomé quem quis o ver para crer. Rege a Casa VI, saúde e a rotina do dia a dia.

Libra é simbolizado por João, de semblante sereno; o discípulo amado sentado mais próximo de Jesus. Com as mãos entrelaçadas, ele pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições – Libra rege a casa VII [do casamento, uniões, parcerias e associações], é o setor do outro e isso requer imparcialidade e diplomacia.

Ao seu lado, está Judas Iscariotes, representando Escorpião. Com uma das mãos ele segura a sacola com os “dinare”, o olhar profundo, angustiado, triste, amargurado. Era o organizador das finanças da comunidade dos apóstolos (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos bens e valores dos outros) e com a outra mão ele bate na mesa, protestando.

Sagitário é representado por Pedro, o Pescador de Almas. Foi ele quem fez o dogma e instituiu a lei da Igreja – Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual – e na outra mão ele segura uma faca, representando o lado instintivo nos homens. Ele se eleva entre outros dois apóstolos, trazendo esclarecimentos (luz) à discussão.

Ao seu lado está André, que representa Capricórnio. Conhecedor das responsabilidades, com seu gesto restritivo impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria. Rege a Casa X, do status e da carreira profissional.

Os temores de André são apaziguados por Tiago Maioraquariano, que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo liderado pelo Mestre. Aquário rege a casa XI, que é o setor dos grupos, amigos e esperanças.

O último da mesa é Bartolomeu, que representa Peixes. Seus pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele parece absorvido pelo que acontece à mesa e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse último encontro entre os apóstolos e Jesus Cristo, já que numa determinada hora as coisas ficaram um pouco confusas, pois Jesus revelou que “a mão do que me trai está comigo à mesa”. Rege a Casa XII, das finalizações. Fonte: internet, mas acresci alguns dados.

Agora, “A Última Ceia” nos “fala” mais de perto.

LUCIENE FELIX LAMY










domingo, 15 de novembro de 2015

TORTURA (INQUISIÇÃO) - JOHANNES JUNIUS










Johannes Junius foi um burgomestre e suposto bruxo alemão que exerceu suas funções em Bamberg em 1614, 1617, 1621 e entre 1624 e 1628, além de presidente do conselho entre 1608 e 1613, em 1615, 1616, 1618, 1619, 1620, 1622 e 1623.



Em 1628, o burgomestre de Bamburgo; Johannes Junius, foi acusado e processado por bruxaria.

Esta é a carta que escreveu à filha antes de ser morto, um dos mais importantes testemunhos das perseguições:

Cem mil vezes boa noite, minha adorada filha Verônica. Inocente, fui preso, inocente, fui torturado, inocente, devo morrer. Pois quem quer que seja trancafiado na prisão das bruxas é torturado até se decidir a inventar uma confissão qualquer. Na primeira vez em que fui submetido à tortura, lá estavam o doutor Braun, o doutor Kötzendörffer e outros dois estranhos. O doutor Braun me perguntou: "Amigo, por que está aqui?" E eu respondi: "Por falsas acusações e desgraça." "Escute", disse ele, "você é um bruxo. Quer confessar espontaneamente? Senão traremos as testemunhas e o carrasco".

Eu disse: "Não sou um bruxo, e minha consciência está tranquila com relação a isso. Nem mil testemunhas podem me assustar." Então chegou, Deus do Céu, tende piedade, o carrasco, que esmagou meus polegares com as mãos amarradas, de forma que o sangue jorrava das unhas e de todo lugar, e não pude usar as mãos por quatro semanas, como pode ver pela minha letra. Então me despiram, amarraram minhas mãos nas costas e me colocaram na polé. Pensei que Céu e Terra tivessem chegado ao fim; oito vezes fui erguido e solto, tendo sofrido terrivelmente. E assim confessei, mas era tudo mentira. Agora, querida menina, conto o que confessei para fugir da dor e das torturas que não teria conseguido suportar [...]

Eu deveria dizer quem tinha visto no sabá. Disse que não havia reconhecido ninguém.

"Velho arguto, vou chamar de volta o carrasco. Diga-me, não estaria lá o chanceler?" Então eu disse que sim, que estava. "E quem mais?" Eu não reconhecia ninguém. Então ele disse: "Siga uma rua depois da outra, começando pelo mercado, passando por toda uma rua e voltando pela seguinte." Fui obrigado a dar o nome de várias pessoas. Então chegou a rua comprida. Não conhecia ninguém que ali morasse, mas precisei dar o nome de oito pessoas. E assim continuaram por todas as ruas, ainda que eu não pudesse nem quisesse dizer mais nada. Então me entregaram ao carrasco, mandaram que ele me despisse e raspasse todo meu corpo e me submetesse à tortura.

E tive de confessar os crimes que cometi. Eu nada disse. "Levantem esse mentiroso!".

Então eu disse que deveria ter matado meus filhos, mas matei um cavalo.

Não adiantou nada [...] Eu também disse ter pego uma hóstia consagrada e tê-la profanado.

Quando disse isso, deixaram-me em paz.

Querida menina, guarda esta carta em segredo, ou sofrerei outras terríveis torturas, e meus carcereiros serão decapitados [...].
Boa noite, pois teu pai, Johannes Junius, não te verá mais.


sábado, 14 de novembro de 2015

A PERSEGUIÇÃO AOS "ANTIGOS CRENTES".











No século XVII, na Rússia, era preciso prestar muita atenção ao fazer o sinal-da-cruz. Quem errasse corria o risco de acabar na fogueira.

O período entre 1598 e 1613 é conhecido na história russa como o "Tempo das Dificuldades". No breve espaço de 15 anos, sucederam-se levantes populares, invasões, guerras civis, escassez. A própria Igreja Ortodoxa Russa viu-se ameaçada pelo proselitismo dos missionários católicos e luteranos.

As "dificuldades" chegaram ao fim com uma revolta popular que libertou Moscou dos estrangeiros e com a ascensão da dinastia Romanov ao trono.




Em 1619, Filaret, pai do czar Mikhail Fedorovich, que cuidou da reorganização administrativa da Igreja, foi nomeado patriarca da Igreja de Moscou (ou seja, líder da Igreja Russa). Essa centralização familiar do poder político e espiritual não foi casual. Na verdade, a própria concepção da religião e da sociedade russas previa um Estado e uma Igreja unidos em simbiose. "O Estado moscovita — ou seja, seu soberano, o czar — era inconcebível fora da moldura eclesiástica, sem a companhia da hierarquia da Igreja e, em mais alto grau, de seu patriarca."1

Os anos que se sucederam aos "difíceis" também testemunharam o nascimento de um novo movimento religioso, o dos "Amigos de Deus", liderado pelo pope (termo russo que significa sacerdote) Ivan Nerovov. Outro expoente de relevo do movimento foi o arcebispo Awakum, autor de uma famosa autobiografia.

Os "Amigos" eram um grupo de padres que pregavam em russo, mesmo fora das igrejas; lutavam pela moralização do clero e da vida pública; opunham-se aos costumes importados do exterior (como raspar a barba), e às diversões "pagãs".

A confraternidade queria impor "um cristianismo de uma austeridade monástica que [...] banisse qualquer alegria e qualquer distração. Em vez de adaptar o serviço divino dos súditos monges às necessidades dos leigos, impunha a militares, camponeses, a toda uma população, ritos de quatro ou cinco horas na igreja".2 

Os popes da confraternidade dos "Amigos" tiveram muitos desentendimentos com as autoridades locais fortemente contrárias à sua obra de moralização. O próprio Awakum fala, em sua autobiografia, que um poderoso atirou contra ele por "exasperação pela demora excessiva da liturgia".

O povo mais humilde também se desesperava com o rigor e mais de uma vez os expulsou das paróquias. Mas os "Amigos" sempre conseguiam se safar, entre outras coisas, porque contavam com a amizade e proteção tanto do czar quanto do patriarca de Moscou.

Em 1652, Nikon, graças também ao apoio dos "Amigos de Deus", foi eleito patriarca de Moscou. Mas ele acabou logo com as expectativas de seus partidários. Os reformistas sonhavam com uma regeneração espiritual da Rússia que envolvesse todo o clero e grupos sociais.

Mas Nikon, que os historiadores compararam a uma espécie de Inocêncio III russo, queria criar uma Igreja teocrática, submissa às vontades do patriarca, que impusesse sua própria autoridade ao czar e estendesse sua influência às outras Igrejas ortodoxas do Oriente.

E talvez para dar à Igreja uma imagem mais "ecumênica" e autoritária, ele tenha decidido eliminar da liturgia russa alguns elementos nacionais e torná-la mais parecida com as outras crenças de rito grego, em especial a de Jerusalém.

Nikon manteve boas relações com o patriarca ortodoxo de Jerusalém, Paisios, não obstante o seu envolvimento no assassinato de seu rival fosse conhecido na corte e apesar de ele ter personagens duvidosos entre seus emissários a Moscou, como o religioso Arsênio, um aventureiro internacional que trocara de religião três ou quatro vezes durante suas peregrinações.

As diferenças mais evidentes entre os costumes gregos e russos estavam no sinal-da-cruz (os gregos o faziam com três dedos, os russos, com dois), no batismo (os gregos o realizavam por infusão, como os latinos, os russos, por imersão tripla) e na contagem dos anos a partir da criação do mundo (5500 para os gregos, 5508 para os russos).





Nikon decidiu adotar os ritos gregos, erradamente considerados mais "puros" e antigos. Também foram introduzidas outras mudanças, como a grafia do nome Jesus, que mudava de Isus para lisus. Muitos não a aceitaram, pois para eles parecia que Cristo era substituído por outra divindade ou até mesmo pelo anticristo.

O patriarca de Moscou introduziu suas reformas de maneira brutal e autoritária, sem nenhuma mediação ou gradualismo. Suas inovações provocaram angústia nos fiéis russos, que de um dia para o outro se viram proibidos de praticar o que lhes pareciam as manifestações "naturais" de religiosidade, substituindo -as por costumes estranhos à sua cultura e tradição.

Naturalmente, os "Amigos de Deus" foram os primeiros a protestar contra as mudanças, mas Nikon respondeu com a repressão.

Em 1653, mais de sessenta opositores às reformas, dentre os quais Neronov e Awakum, foram presos. Este último foi trancado no mosteiro de Sant'Andronico, em Moscou, onde tentaram subjugá-lo, inutilmente, pela fome. Neronov, ao contrário, cedeu ao suplício e abjurou.

Awakum (graças à intervenção do czar, que o poupou de penas bem piores) foi exilada na Sibéria com toda a família por dez anos.

Em 1654, Nikon convocou um concilio em Moscou para ratificar sua reforma. O arcebispo de Kolomna Pavel, que contestou as conclusões da assembléia, foi deposto, preso secretamente e, ao que parece, queimado na fogueira.

No mesmo ano do concilio, eclodiu na Rússia uma epidemia de peste, que muitos fiéis tradicionalistas interpretaram como uma punição pela traição com a qual o clero russo se sujara.

Em 1655, Nikon proibiu o sinal-da-cruz; com dois dedos e, no ano seguinte, passou a punir com a excomunhão quem continuasse a fazê-lo. "Aquele sinal-da-cruz, que a grande maioria dos russos havia visto os pais e avós fazendo, agora era considerado heresia, e quem insistisse em realizá-lo era afastado da Igreja." (Pia Pera, 1986, p. 36.)

Foi naqueles anos que surgiu o cisma dos "antigos crentes" na Igreja russa, que perdura até hoje. Uma Igreja popular, próxima às classes humildes e presa às tradições se contrapunha a uma autoritária e voltada para as classes altas.

Em 1657, três artesãos de Rostov, inimigos das inovações, foram torturados e exilados por ordem do czar.

Muitos "antigos crentes", que rejeitavam tanto a autoridade do Estado quanto a da Igreja, fugiram dos vilarejos e das cidades para se estabelecer nos espaços abandonados e quase inabitados do Baixo Volga, do Don, dos Urais e da Sibéria. Alguns extremistas, convencidos de que o mundo estava dominado pelo anticristo, deixaram-se morrer de fome ou atearam fogo ao próprio corpo.

Os monges do mosteiro de Solovki se rebelaram contra a nova liturgia e foram atacados pelas tropas do czar, que só conseguiram tomar o convento após um assédio de oito anos.

"No geral, a reforma de Nikon teve o efeito de afastar da Igreja uma parcela considerável do povo russo." (Pia Pera, 1986, p. 37.)

Em 1666, um novo concilio depôs Nikon, mas confirmou todas as suas inovações doutrinárias (que tinham a aprovação do czar).

Awakum, que participara dos trabalhos do concilio para defender a causa da "verdadeira" fé russa, foi declarado deposto e preso. Três discípulos seus tiveram um pedaço da língua cortado.

A sessão se concluiu em 2 de julho, com a condenação solene da antiga fé e a de seus adeptos.

Em 1667, Awakum foi exilado em Pustozërsk junto com alguns seguidores. De lá, continuou guiando os "antigos crentes" que permaneceram na Rússia.

Em 1670, foram realizadas outras perseguições sanguinárias. Alguns discípulos de Awakum foram enforcados, e sua mulher e seus filhos (que ele não via há quatro anos) foram presos em um calabouço. Três amigos seus, que com ele compartilhavam a experiência do exílio, tiveram um pedaço da língua cortado e foram presos em um calabouço junto com seu pai espiritual.

Em 1682, foi realizado um enésimo concilio, que ordenou que as autoridades civis e religiosas procurassem ativamente os antigos crentes e acirrassem as perseguições. Também foi dada ordem para queimar vivos os quatro sacerdotes irredutíveis.

E, assim, em 14 de abril de 1682, os quatro crentes Awakum, Lazar, Epifanij e Fédor foram martirizados por insistirem em fazer o sinal-da-cruz com dois dedos, em vez de três.

Antes da execução, Awakum escrevera, no cárcere, uma autobiografia que entrou para a história com o título de A vida do arcebispo Avvakum, e circulou de forma clandestina e manuscrita por cerca de dois séculos, antes de ser impressa.

FONTE DE ESTUDO

1.   É a tese do historiador Marc Raeff, citado em: Pia Pera (organizado por), Vita deii'arciprete Avvakum scritta da lui stesso. Milão, Adelphi, 1986.
2.   Pierre Pascal citado em Pia Pera, op. cit., p. 22.