terça-feira, 29 de março de 2016

FRASES E PENSAMENTOS ATEÍSTA




Quem somos


Somos cidadãos indignados com o nível de irracionalidade que toma conta do país. Somos pessoas preocupadas com a situação do nosso sistema educacional, com o destino dos impostos que pagamos e com o mau uso dos meios de comunicação. Somos indivíduos que enxergam na ciência nossa melhor ferramenta de sobrevivência, e encaramos o mundo como ele realmente é, não como muitos acreditam que ele seja. Já convivemos por muito tempo com o absurdo, e agora começamos a nos mover.


Inferno é o lugar para onde nos mandam os pastores, se não acreditarmos neles.




O ateu não diz 'Deus não existe'. O que ele diz é 'Eu não sei o que você quer dizer com Deus. Esta palavra não tem um significado claro ou definido para mim. Eu não nego Deus porque não posso negar aquilo que não consigo conceber e cuja concepção pelos que defendem sua existência é tão imperfeita que eles não conseguem defini-lo para mim" (Charles Braslaugh) 



"A verdadeira virtude se baseia no exercício da razão, não na esperança de uma recompensa ou no medo de um castigo, o que em nada difere dos métodos usados por domadores de animais."

"A Crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protetor e imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana " E ainda:

O crente não se deixará privar de sua crença, não à força de argumentos e não a força de privações. Caso se conseguisse isso com alguns seria uma crueldade. Quem toma soníferos por décadas obviamente não poderá dormir enquanto privado do remédio. (Sigmund Freud in O Futuro de Uma Ilusão, fls. 119)


A estes vigaristas chamam "ovelhas extraviadas".  Que é que se pode chamar a quem acredita em religiões?


(...)Ou seja, se tu tiveres um impulso de roubar uma maçã, e a tua mão se te tolher nesse momento, tu o que dizes: que Deus é bom porque te limitou o ato, ou porque é um déspota que te controla? Não atribuas a Deus o que é responsabilidade dos homens...



Novo “ópio do povo”? Convém não esquecer a primeira parte da famosa frase de Marx: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o calor de um mundo sem coração, e o espírito das condições sociais das quais se encontra excluído o espírito.”

"Metafísica é a procura de um gato preto que não existe num quarto escuro. Teólogos são os que acham esse gato".

Há duas formas para viver sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre;
A outra é acreditar que todas as coisas
São um milagre.


"Não sei se Deus existe. Mas seria melhor para sua reputação que não existisse". Jules Renard.


“Os homens nunca fazem o mal tão plenamente e com tanto entusiasmo como quando o fazem por convicção religiosa". (Blaise Pascal)

A frase definidora do físico Steven Weinberg, Nobel em 1979: Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más. Porém para pessoas boas fazerem coisas más, é preciso religião.


"Ninguém fica repetindo "Creio no Sol, creio na Lua, creio na chuva". A necessidade que as pessoas religiosas têm de proclamar sua crença com tanta frequência e tão alto é em si mesmo um sinal de dúvida. Elas tentam sufocá-la através da repetição e dos decibéis" (adaptado de C. W. Dalton, "The Right Brain and Religion")

"Ubi dubium ibi libertas" ("Onde há dúvida há liberdade", provérbio latino)

Não se deve explicar o que não se sabe por meio do que não se vê.

Por que aqueles que ridicularizam os adoradores do Sol não vêem nada de mais em adorar uma abstração?

As religiões são responsáveis pela lavagem cerebral de milhões de crianças jovens demais para distinguir entre a realidade e as fantasias de sua comunidade. Catedrais, procissões, cânticos e rituais podem deixar impressões duradouras em suas mentes ainda em formação. Mais tarde, o desejo de pertencer a um grupo e o medo do ostracismo e isolamento as mantêm fiéis, evitando que encarem as suas próprias dúvidas, descartando-as como um comportamento socialmente inaceitável.

O cientista pesquisa até achar a verdade. O homem religioso quer que a verdade se adapte às suas idéias preconcebidas. O cientista muda de ideia conforme os fatos. O homem religioso tenta adaptar os fatos às suas idéias.

O homem criou deus à sua imagem e semelhança.


Pedir por um milagre é acreditar que as leis do Universo serão alteradas em benefício de um único indivíduo que sabe, ele próprio, que não merece (Ambrose Pierce).

Milagres não contrariam as leis da Natureza. Eles contrariam apenas aquilo que sabemos da Natureza.

"Por que os registros da administração de Herodes contêm tantos detalhes sem importância, mas nem mencionam a ordem para matar todos os meninos com menos de 2 anos?" Isaac Asimov

Se não houvesse um deus, a religião não seria necessária [...] Se Deus existisse, a fé se tornaria desnecessária e todas as religiões entrariam em colapso". (Ron Barrier) 


A autoridade da Igreja se baseia nos evangelhos, que ninguém sabe quem escreveu, nem quando, e dos quais só temos cópias das cópias das cópias, já que os originais se perderam ou foram destruídos. Mas a Igreja diz que eles são autênticos; foi ela que os escolheu, reescreveu e organizou. Portanto, são os evangelhos que validam a Igreja - mas é a Igreja que valida os evangelhos. Algo não me cheira bem...

"Há loucos em todas as seitas e impostores na maioria. Por que eu deveria acreditar em mistérios que ninguém entende, só porque foram escritos por homens que escolheram confundir loucura com inspiração e que se auto-denominam evangelistas?" (Lord Byron, from Rufus K. Noyes, Views of Religion, also James A. Haught, ed., 2000 Years of Disbelief)

"Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a organizando. Podemos concluir que ela não é imoral" (Rev. Alexander Campbell)

"O cristianismo nos afirma que há um homem invisível, que vive no céu e vigia tudo o que fazemos, o tempo todo. O homem invisível tem uma lista de 10 coisas que ele não quer que a gente faça. Se você fizer alguma dessas coisas, o homem invisível tem um lugar especial, cheio de fogo, fumaça, sofrimento, tortura e angústia onde ele vai lhe mandar viver, queimando, sofrendo, sufocando, gritando e chorando para todo o sempre. Mas ele ama você! (George Carlin, "Brain Droppings")


O Evolucionismo é uma mistura de fatos e teorias. O Criacionismo não é nenhum deles.



“Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.” Carl Sagan

“Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?” Epicuro


"Quando me deparo com uma imprecisão escrita em um livro por alguma pessoa, fico desencorajado e me pergunto se posso realmente aprender alguma coisa de um autor que já provou estar errado em pelo menos um ponto."

Invocar Deus para preencher lacunas em nosso conhecimento não avança o saber

“A Bíblia é o livro mais lido no mundo mas também o menos analisado e compreendido que até hoje foi escrito...”, disse Thomas Paine, um dos pais da nação americana.

Orações
"Preces nunca trazem nada... Elas podem trazer consolo para o esgotado, o fanático, o ignorante, o aborígene, e o preguiçoso - mas para o culto é o mesmo que pedir para o Papai Noel trazer algo para o Natal" (W. C. Fields)

A necessidade de acreditar em falsos milagres às vezes ultrapassa não só a lógica mas, aparentemente, até a sanidade mental.
  -- Rev. Canon William V. Rauscher

A síndrome do crente merece ser estudada pela ciência. O que é isso que compele uma pessoa a, ultrapassando os limites da razão,  crer no inacreditável? Como pode um indivíduo normalmente equilibrado tornar-se tão apaixonado por uma fantasia, uma impostura que, mesmo após esta ter sido exposta à luz clara do dia, ainda se agarra a ela -- na verdade,  se agarra ainda mais fortemente a ela?

Lamar Keene

"Se existisse um Deus bondoso e todo-poderoso, teria feito exclusivamente o bem".
Mark Twain.

"Deus diz: "Faça o que você quiser mas, se escolher errado, você será torturado no inferno por toda a eternidade". Isto não é liberdade de escolha. Equivale a um homem que diz a sua namorada: "Faça o que você quiser mas, se escolher me deixar, eu vou atrás de você e estouro seus miolos". Quando um homem diz isto, nós o chamamos de psicopata e exigimos sua prisão. Quando Deus diz isto, nós dizemos que ele nos ama e construímos igrejas em seu louvor" (William C. Easttom II)




A Lei foi entregue nas mãos de Moisés por Deus, portanto, para os judeus a Torá é de origem divina. Diferente é a origem do Novo Testamento. Este é o produto de uma história terrena e humana. Não caiu do céu como revelação (p.13). Em face dessa origem, devemos analisar todas as dificuldades encontradas em seus escritos sob o prisma de ter sido eles alvos de progressivas seleções. O Novo Testamento, como conhecemos hoje, contendo 27 livros, nem sempre se apresentou assim. Livros que hoje são denominados apócrifos eram em determinada época “autorizados”, ou seja, considerados como “sã doutrina”. Houve um intenso processo seletivo de livros os quais estavam em circulação nos primeiros séculos do cristianismo. O que aconteceu? Qual é o elo que uniu esses 27 livros para que se tornassem representantes da doutrina apostólica? Na introdução de seu livro, Bornkamm, já suscita essas questões mostrando a dificuldade imposta pelos escritos neotestamentários aos estudantes da Bíblia.


O navegador Fernão de Magalhães documentou mais essa visão geoquadrangular, da qual discordava: “A igreja diz que a terra é quadrada, mas eu sei que ela é redonda, porque vi sua sombra na lua. Tenho mais fé em uma sombra do que na igreja.”

Vocês mulheres, deveriam se orgulhar de não ter escrito uma só palavra na Bíblia.

“Os homens pensam que a epilepsia é divina meramente porque não a compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que não compreendem, não haveria fim para as coisas divinas.” Hipócrates, 460 a.C.

"Há, verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe reside a ignorância". 
[Hipócrates 460-377 a.C), médico grego]. 

“Não há no mundo amor e bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.” Nietzsche

“A religião nunca será capaz de reformar a humanidade porque religião é uma escravidão.” Ingersol



“As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes.” Bakunin

“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar.” Freud

“A ciência está aberta à crítica, que é o oposto da religião. A ciência implora para que você prove que ela está errada – que é todo o conceito – enquanto a religião o condena se você tentar provar que ela está errada. Ela te diz aceite com fé e cale a boca.” Jason Stock

“As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão.” Sebastièn Faure

“A idéia de um Ente supremo que cria um mundo no qual uma criatura deve comer outra para sobreviver e, então, proclama uma lei dizendo: ‘Não Matarás’é tão monstruosamente absurda que não consigo entender como a humanidade a tem aceito por tanto tempo.” Peter de Vries

“Se os bois e os cavalos tivessem mãos e pudessem pintar e produzir obras de arte similares às do homem, os cavalos pintariam os deuses sob forma de cavalos e os bois pitariam os deuses sob forma de bois.” Xenófanes

“Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.” Charles Chaplin

“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia


“Se a bíblia está errada ao nos dizer de onde viemos, como podemos confiar nela ao dizer pra onde iremos?” Justin Brown


“O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão.”Benjamin Franklin

“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito... e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos.” Chefe Pontiac, indígena americano

“A ciência tem provas sem certeza. Os teólogos têm certeza sem qualquer prova.” Ashley Montagu

“Para mim, um homem rezando e outro portando um pé de coelho para lhe dar sorte são igualmente incompreensíveis.” Mencken

“Se lhe ensinassem que os elfos causam a chuva, toda vez que chovesse, você veria a prova dos elfos.” Ariex

“Deus é uma hipótese, e, como tal, depende de prova: o ônus da prova cabe ao teísta.”

“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.” Einstein

“Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas.” Napoleão Bonaparte

“Afirmar que ‘Deus fez isso’ não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação.” Peter Atkins

“Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida.” Anatole France

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.” José Saramago



- A felicidade do corpo consiste na saúde, e a do espírito na sabedoria. (Tales de Mileto).





- O favor faz amigos e a verdade, inimigos. (Terêncio – Andria, ato 1, cena 1).

- Nada há tão difícil que, procurando-o, não possa ser encontrado. (Terêncio – Heautontimoroumenos, 4°, 2-8).


- Se devemos perdoar a nossos inimigos, não somos obrigados a confiar neles. (Thomas Fuller (1654-1734), escritor e médico inglês)

- Os que adoram Deus, apenas porque o temem, adorariam, também o diabo, se lhes aparecesse. (Thomas Fuller - Gnomologia, 6419)


- Um provérbio é muita coisa concentrada em poucas palavras. (Thomas Fuller - Worthys Of England, 2)

-A questão das questões para a espécie humana é a determinação do lugar que o homem ocupa na natureza e sua relação com o universo das coisas. (Thomas Henry Huxley – Naturalista inglês)

- O destino das grandes verdades é este: começam como heresias e acabam como superstições. (Thomas Henry Huxley – Naturalista inglês)

- Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia. (Thomas Henry Huxley – Naturalista inglês)

- O homem é o lobo do homem. (Thomas Hobbe - 1588-1679 - filósofo inglês)

- Em todos os governos terrenos, existe algum traço de fraqueza humana, algum germe de corrupção e degenerescência, que a astúcia, descobrirá e a maldade cultivará e aumentará. (Thomas Jefferson – O Pensamento Vivo de Jefferson, 55).



- A uma verdade, acrescentam muitos zero. (Tirso de Molina – La Villana de Vallecas, ato III, cena 14).


A superstição, ignorância e medo estão na base das religiões monoteístas. A morte é a pulsão que alimenta a fé e os padres os charlatães que a promovem.

Joseph Goebbels foi o mentor da propaganda nazista, e pregava que “uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade”.


“Fanático é quem não muda de idéia nem de assunto”. (Wiston Churchill 1874-1965




"Onde estão os filhos dos deuses que amaram as filhas dos homens?
Onde estão as ninfas, as deusas dos ventos e das águas?
Onde estão os duendes que costumavam pregar peças nos mortais?
Onde estão as fadas que podiam gorar ou abençoar o coração humano?
Onde estão os fantasmas que assombravam esse globo?
Onde estão as bruxas que voavam pelos lares dos homens?
Onde está o diabo que uma vez errou pela terra?
Onde estão eles? Se foram junto com a ignorância que acreditou neles."
Lamuel K. Washburn, "Vale A Pena Ler A Bíblia E Outros Ensaios", 1911

"O inferno é para onde os covardes enviaram os heróis."
Lemuel K. Washburn, Vale A Pena Ler A Bíblia E Outros Ensaios

- Onde está a perfeição em meu filho Shaya? Tudo o que DEUS faz, é feito com perfeição. Mas meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e números como as outras crianças. Onde está a perfeição de Deus?


O que faz de alguém um sábio ou um tolo é o modo como se relaciona com cada uma das realidades expressadas nessas duas formas de manifestação do humano


Se a ciência é uma religião, a química é bruxaria.


“Você diz que acredita na necessidade da religião. Seja sincero! Você acredita mesmo é na necessidade da polícia.” Nietzsche

“E no 4,5 bilionésimo ano o homem disse: Que haja deus.” Justin Thomas sobre que quem inventou deus foi o homem e não o contrario.



" A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilógica na ocorrência do improvável. Ela contém um sabor platônico; extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso domínio da metafísica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenômeno objetivo, não consegue afetar sua enfermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: ‘Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado’.” H. L. Mencken


“Não há dúvida que os deuses apareceram, não só nos tempos primitivos como também mais tarde, na história. Comeram e combateram conosco. Mas de que serve para o faminto o esplendor de banquetes já passados? De que serve ao pobre o tilintar do ouro que percebe através do muro do tempo? O que se pede é sua presença.” Eumeswil, Ernst Jünger.


Samuel Buttler disse uma vez: Ninguém nunca ouve a versão do demônio, porque Deus escreveu todos os livros.


A existência em Deus implica necessariamente a escravidão de tudo abaixo dele. Assim se Deus existisse, só haveria um meio de servir a liberdade humana: seria o de deixar de existir.
Mikhail Bakunin


“A religião pode ser comparada a alguém que pega um cego pela mão e o guia, pois este é incapaz de enxergar por si próprio, tendo como preocupação chegar ao seu destino, não olhar tudo pelo caminho.” Schopenhauer


“ Aqueles que proclamam sua fé com orgulho em geral têm medo ou preguiça de procurar a verdade. ”
F. M. Knowles - Escritor

"Quem acredita na Santíssima Trindade e insiste que sua religião é monoteísta é capaz de acreditar em qualquer coisa. Só precisa de algum tempo para se acostumar com a idéia" (Robert A. Heinlein, "Job: a comedy of justice")


“ Eu julgo algo detestável ter uma religião que diz o que você deve ou não fazer. O catolicismo é um exemplo dessa não-permissividade… ”

Linus Torvalds - Programador finlandês, 1969-?

“As pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e que elas vão para o céu de certa forma me deixam feliz por não estarmos indo para o mesmo lugar.”

“Quando você entender porque rejeita todos os outros deuses exceto o seu, você entenderá porque eu rejeito todos os deuses.”


“A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos.”

Dan Baker - Escritor e ex-evangelista


“Aquele que recebe a graça celestial da fé livra-se da inquietação da curiosidade.”

Concílio de Trento

“É melhor ser escravo no Brasil e salvar sua alma que viver livre na África e perdê-la.”

Padre Antônio Vieira, falando aos escravos

“Suponhamos que a evolução das espécies não ocorreu. Por que teríamos automaticamente que aceitar a versão do Gênesis para a criação? Cada povo tem seu próprio mito da criação. Não é a Bíblia contra o evolucionismo, é a Bíblia contra os egípcios, maias, nórdicos, gregos, celtas…”


“Quando tinha 10 anos fiz a primeira comunhão. A professora de catecismo dizia que não pode morder a hóstia, porque um menino na França tinha mordido a hóstia e tinha saído sangue pela boca. Fiquei com aquilo na cabeça. Na primeira comunhão eu não tive coragem, mas, uma semana depois, um tio fez bodas de prata e teve uma missa. Aí fui lá receber a hóstia, voltei para o meu lugar e mastiguei. Não saiu nada e eu virei ateu naquele momento. A partir daí, sempre que ouvia as aulas de religião no colégio pensava que aquilo podia ser mentira. E quando você começa a fazer isso com religião é devastador, porque é uma questão de fé, religião não admite racionalidade.”

Drauzio Varella - Médico brasileiro, 1943-?

“A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior inimigo da Fé. Quem quiser ser um cristão deve arrancar os olhos de sua Razão.”

Martinho Lutero - Monge agostinho e teólogo alemão, 1483-1546

“Os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros. Os ateus também não.”

“O deus capaz de por um câncer num crente certamente não se comoverá com orações.”

Bret Harte - Poeta e autor americano, 1836-1902


“Não consigo acreditar que o mesmo deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los.”

Galileu Galilei - Físico, matemático e astrônomo italiano, 1564-1642

“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.”

Joseph Campbell - Professor, orador e escritor americano, 1904-1987


“Todas as religiões são a verdade sagrada para quem tem a fé, mas não passam de fantasia para os fiéis das outras religiões.”

Isaac Asimov - Escritor americano nascido na Rússia, 1920-1992


“Pedir por um milagre é acreditar que as leis do Universo serão alteradas em benefício de um único indivíduo que sabe, ele próprio, que não merece.”

Ambrose Gwinnett Bierce - Colunista e novelista americano, 1842-1914

“Se Deus acha que eu estou errado, ele é que deve me dizer isto, não você.”

“Os cientistas não se consideram infalíveis. Os teólogos sim.”


“Se a Bíblia prova a existência de Deus então as revistas em quadrinhos provam a existência do Super Homem.”

“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar.”

Sigmund Freud - Psicanalista austríaco, 1856-1939


“Sempre que a moralidade baseia-se na teologia, sempre que o correto torna-se dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser justificadas e estabelecidas.”

Ludwig Andreas Feuerbach - Filósofo alemão, 1804-1872

“O Universo não apresenta qualquer evidência de uma mente dirigente (…) Todos os bons intelectos têm repetido, desde o tempo de Bacon, que não pode haver qualquer conhecimento real senão aquele baseado em fatos observáveis.”

Auguste Comte - Filósofo francês, 1798-1857


"Eu li a Bíblia de capa a capa. Chamar aquele livro de 'a palavra de Deus' é um insulto a Deus. Chamar aquele livro de um guia moral é uma afronta à decência e dignidade dos povos. Chamá-lo de guia para a vida é fazer uma piada de nossa existência. E pretender que ela seja a verdade absoluta é ridicularizar e subestimar o intelecto humano." (Anônimo) 

“...ninguém, em toda a história da humanidade, ao sofrer lavagem cerebral, veio a aperceber-se disso. Na maioria dos casos, após sofrerem-na, vão apenas defender apaixonadamente seus manipuladores, dizendo que esses lhe ‘mostraram a luz' ou ‘mudaram suas vidas miraculosamente'”

Freud, em “Totem e tabu”, compara os rituais religiosos com as obsessões neuróticas.-  Um dos traços evidentes para seu paralelo é o de que ambos se caracterizam pela repetição – como exemplos, os cacoetes e manias, rituais neuróticos; ou a reza do terço, ritual religioso.

- Dostoiévski: “O que os homens desejam não é Deus mas o milagre“. Os deuses são invocados, não por serem amados, mas por serem poderosos. Santo que demora para fazer milagre é abandonado...

Deus é uma espécie de anti-depressivo de que carecem pessoas pouco estáveis ou mais supersticiosas. É um placebo de resultados comprovados em pessoas instáveis mas pode tornar-se perigoso quando os clientes querem impor aos outros a mesma receita.


O hábito de invocar a autoridade divina para legitimar preconceitos, perseguições e atrocidades é muito antigo, mas ressurgiu com força nos últimos tempos." Essas são palavras de Salman Rushdie


Quem diz que os livros santos não dizem exatamente aquilo que claramente dizem é porque a vergonha, a dúvida, ou ambas, começaram a corroer os alicerces da fé.


“Ninguém é mais escravo do que aquele que se considera livre sem o ser.”
Johan Goethe

Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos. (Albert Einstein)


Quando a ignorância é felicidade, é loucura ser sábio.
Thomaz Gray

A que interesse a Ignorância serve?


"'Superstição' ...que palavra estranha esta! Se a gente acredita no bom Deus, isto se chama 'ter fé.' Mas se a gente acredita em astrologia ou na sexta-feira 13, o nome muda para 'superstição!'"
- Sofia Amundsen em "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder


A verdade não tem que ser aceita com fé. Os cientistas não seguram suas mãos todo Domingo, cantando, "Sim a gravidade é real! Eu vou ter fé! Eu vou ser forte! Amen.""
- Dan Barker, ex-evangélico e autor

"Eu sou ateu porque não há evidência para a existência de Deus. Isso deve ser tudo o que se precisa dizer sobre isso: sem evidência, sem crença."
- Dan Barker, Perdendo a Fé na Fé: De Padre A Ateu

"Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem."
- Cardeal Bellarmino (1615, durante o julgamento de Galileu)

Descartes (1596-1650)
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"Se duvido logo penso....  se penso logo existo". [René Descartes (1596-1650), filósofo, matemático, físico francês].  


Benjamin Franklin (1706-1790):
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"O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão". [Benjamin Franklin (1706-1790), norte-americano, jornalista, editor, cientista, diplomata e inventor].


Chefe Pontiac (1712-1769):
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"Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito... e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao "Senhor" por sermos salvos". [Chefe Pontiac, ou Obwandiyag (1712-1769), índio norte-americano que lutou contra os ingleses].


Adam Smith (1723-1790)
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"A ciência é o grande antídoto do veneno do entusiasmo e da superstição". [Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo escocês, no livro em "A Riqueza das Nações"].


Auguste Comte (1798-1857):
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"O Universo não apresenta qualquer evidência de uma mente dirigente (...) Todos os bons intelectos têm repetido, desde o tempo de Bacon, que não pode haver qualquer conhecimento real senão aquele baseado em fatos observáveis". [Auguste Comte (1798-1857), francês, fundador do positivismo, propositor da sociologia].


Brownell (1820-1906):
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"Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam". [Susan Brownell Anthony (1820-1906), norte-americana, defensora dos direitos da mulher].


Thomas Huxley  (1825-1895):
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"A ciência comete suicídio quando adota um credo". [Thomas H. Huxley (1825-1895), biólogo e cientista inglês, principal defensor público da teoria da evolução, de Charles Darwin].


Thomas Huxley
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"O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa". [Thomas H. Huxley (1825-1895)]..


James Garfield (1831-1881):
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"Qualquer igreja, de qualquer religião, deveria ser considerada uma sociedade civil e ser legalmente registrada. Não deveria ter isenção de nenhum imposto e nenhuma taxa exceto as referentes a obras de assistência social, ou estaríamos distribuindo por toda a sociedade os encargos por ela devidos, mesmo entre os fiéis das outras religiões". [James Abraham Garfield (1831-1881), advogado, militar, político, presidente dos EUA, 2º presidente assasinado].


Anatole France
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"Os homens animados por uma fé comum nada têm feito mais depressa senão exterminar aqueles que pensam de modo diferente, sobretudo quando a diferença é muito pequena". [Anatole France].


Thomas Edison (1847-1931):
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"Eu não acredito que qualquer tipo de religião deva jamais ser introduzida no sistema público de ensino dos Estados Unidos". [Thomas Edison (1847-1931), norte-americano, inventor da lâmpada elétrica].


Henri Poincaré (1854-1912):
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"Faz-se ciência com os fatos, como se faz uma casa com pedras; mas uma acumulação de fatos não é ciência, assim como um monte de pedras não é uma casa". [Jules Henri Poincaré (1854-1912), matemático, físico, filósofo e cientista francês].


Sigmund Freud (1856-1939):
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"Seria muito bonito se houvesse um Deus que criou o mundo, uma Providência benevolente, uma ordem moral e uma vida após a morte. Não parece curioso que tudo isto seja exatamente como desejaríamos que fossem as coisas?". [Sigmund Freud (1856-1939), austríaco, médico, fundador da psicanálise].  


Sigmund Freud
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"A crença em Deus subsiste devido ao desejo de se ter um pai protetor e da imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana. Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar". [Sigmund Freud (1856-1939)].


Sébastien Faure (1858-1942)
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"As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão." [Sébastien Faure (1858-1942), escritor francês ].


Bertrand Russell (1872-1970):
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"A fé não é racional, é emocional. Crentes reagem emocionalmente quando sua fé é contestada. No fundo de suas mentes, sabem que acreditam num mito e têm medo de que sua crença desabe na presença da lógica. É por isso que diferenças religiosas levam à guerra mas não a aritmética. Quanto menos evidência existe em favor de uma idéia, maior a paixão, maior a violência". [Bertrand Russell (1872-1970), britânico, filósofo, matemático, político].


Bertrand Russell
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"A filosofia começa quando alguém faz uma pergunta de caráter geral, e o mesmo acontece com a ciência". [Bertrand Russell (1872-1970)].


Einstein (1879-1955):
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"sempre que uma mente se expande pra aceitar uma nova idéia, jamais volta ao tamanho original!". [Einstein (1879-1955), físico e cientista alemão, pai da teoria da relatividade].


Einstein
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"Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e inocente; e, no entanto, é o que temos de mais valioso". [Albert Einstein (1879-1955)].


Einstein
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"É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". [Albert Einstein (1879-1955)].


Einstein
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"O importante é não parar nunca de questionar". [Albert Einstein (1879-1955)].


Einstein
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"Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível". [Albert Einstein].


Charles Chaplin (1889-1977)
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"Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum."
[Charles Spencer Chaplin (1889-1977), diretor, roteirista e ator inglês].


Aldous Huxley (1894-1963)
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"Toda a descoberta da ciência pura é potencialmente subversiva; por vezes a ciência deve ser tratada como um inimigo possível". [Aldous Leonard Huxley (1894-1963), escritor inglês, no livro "Admirável Mundo Novo"].


Bertold Brecht (1898-1956);
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"A verdade é filha do tempo e não da autoridade". [Bertold Brecht (1898-1956), dramaturgo alemão]. 


Carl Sagan (1934-1996)
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"A ciência vive corrigindo a si mesma. Nela não existem idéias definitivas: cada conceito está sujeito aos desafios que representam as novas descobertas". [Carl Edward Sagan (1894-1963), norte-americano, astrônomo, cientísta, exobiologista e escritor].


Carl Sagan
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"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências… Baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar". [Carl Sagan].


Stephen Roberts (1901-1971):
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"Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender porque é que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá porque é que eu rejeito o seu". [Stephen Henry Roberts (1901-1971), historiador australiano].


Ashley Montagu (1905-1999)
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"A ciência tem provas sem certeza. Os teólogos têm certeza sem qualquer prova". [Ashley Montagu (1905-1999), antropólogo e humanista inglês].


Robert  Heinlein (1907-1988):
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"Quem acredita na Santíssima Trindade e insiste que a sua religião é monoteísta é capaz de acreditar em qualquer coisa. Só precisa de algum tempo para se acostumar com a idéia". [Robert A. Heinlein (1907-1988), norte-americano, escritor de ficção científica].


Peter de Vries (1910-1993):
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"A idéia de um Ente supremo que cria um mundo no qual uma criatura deve comer outra para sobreviver e, então, proclama uma lei dizendo "Não Matarás" é tão monstruosamente absurda que não consigo entender como a humanidade a tem aceito por tanto tempo". [Peter de Vries (1910-1993), norte-americano, pensador e novelista]..


Isaac Asimov (1920-1992):
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"Por que os registros da administração de Herodes contêm tantos detalhes sem importância mas nem mencionam a ordem para matar todos os meninos com menos de 2 anos?". [Isaac Asimov (1920-1992), russo naturalizado norte-americano, escritor, ficção científica].


Isaac Asimov
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"Todas as religiões são a verdade sagrada para quem tem a fé mas não passam de fantasia para os fiéis das outras religiões". [Isaac Asimov].


Isaac Asimov
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"Os criacionistas fazem uma teoria parecer com algo que você sonhou depois de ficar bêbado a noite toda". [Isaac Asimov].


Isaac Asimov
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"Render-se à ignorância e chamá-la de deus sempre foi algo prematuro, e continua sendo hoje". [Isaac Asimov].




James Watson (1928-):

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"Eu não acho que fomos feitos pra coisa alguma, nós somos apenas produtos da evolução. Você pode até dizer "Sua vida deve ser horrível já que não acredita que há um propósito", mas eu não ligo". [James Dewey Watson (1928-), norte-americano, biólogo, um dos autores do "modelo de dupla hélice" para a estrutura da molécula de DNA]. 


Jesus ama você. Ele deu a vida por você. Agora se você não acreditar no que dizem os padres, os pastores, os bispos e os papas, ele lançará você no inferno para ser queimado por toda a eternidade.


"Tudo o que o homem não conhece não existe para ele. Por isso, o mundo tem para cada um o tamanho que abrange o seu conhecimento".  [Carlos Bernardo González Pecotche - pseudônimo Raumsol (1901-1963), escritor, pensador e humanista argentino].


"Compartilho meus pensamentos sem achar que vou mudar a cabeça das pessoas que pensam diferente. Compartilho para mostrar para essas pessoas que pensam igual ou semelhante a mim, que elas não estão sozinhas". [falta indicar o autor da frase].




Paz  é quando opiniões diferentes vivem lado a lado.


ATEUS E ATEIAS FAMOSAS

domingo, 20 de março de 2016

A QUESTÃO DOS PORCOS CITADOS NA BÍBLIA CRISTÃ

Homem apoderado por 2 mil Demônios





O porco não era criado pelos Árabes (Plínio, Hist. Nat. VIII, 78), e era considerado como imundo pelos Fenícios, Etíopes e Egípcios... Para os Judeus a carne de porco era abominável, o porco era a divisa da sujidade e da baixeza...

A proibição está claramente expressa no capítulo 11 do Levitico: "Entre todos os animais da terra, eis os que podereis comer: aqueles que tem os cascos fendidos e que ruminam (...) O porco, que tem os cascos fendidos, mas não rumina, é impuro."

O termo "kasher" significa genericamente "apropriado para o uso ou consumo". Mais especificamente, denota um alimento permitido pela lei judaica. Em contraste, designam-se por treifá os alimentos proibidos. Todas as leis alimentares judaicas (leis de kashrut) derivam de preceitos bíblicos, a maior parte dos quais são enumerados no capítulo 11 do Livro de Levítico. Uma das interpretações mais deturpadas sobre as leis de kashrut é que elas foram instituídas como medida sanitária. Assim, por exemplo, a carne de porco teria sido proibida porque ela pode transmitir a triquinose. Isto não é verdade. A própria Torá explica, em linguagem simples e direta, a razão das leis alimentares: "Pois Eu sou o Senhor, vosso Deus. Vós vos santificareis (...) e não vos contaminareis (...) Sereis santos porque Eu sou santo" (Levitico 11:44-45). Os rabinos da era talmúdica frisavam que não há nada de errado, do ponto de vista biológico e sanitário, com os alimentos não-kasher. O judeu tem que se abster de comê-los, não porque façam mal à saúde, mas sim porque a lei divina é suprema, mesmo que esteja além dos limites da compreensão humana. A única razão para as leis de kashrut é o conceito ético de santidade. E a santidade pode e deve ser ressaltada mesmo nos aspectos mais mundanos do dia-a-dia. Nenhum ato é insignificante. Cada vez que preparamos ou comemos um alimento kasher, estamos aprendendo algo sobre a reverência pela vida. Quando ingerimos um pedaço de carne kasher, conscientizamo-nos que o animal é uma criatura de Deus e que a morte dessa criatura não pode ser tomada com leviandade, pois todo ser vivo traz dentro de si uma centelha divina. Isto é Kedushá, santidade: "Fazes da tua mesa um altar ao Senhor" (Talmud Brachot 55a).

Assim como a proibição ao consumo da carne suína, existem outras restrições, como o consumo de camarão e de carne com leite ou seus derivados numa mesma refeição. A carne bovina consumida por judeus é apenas aquela realizada por abate especial (no qual, o animal não é sensibilizado antes de ser sangrado pelo Shochet).

A bíblia me diz que na cidade de Gerasa ou Gerash, quando da passagem de Jesus pregando o seu evangelho, um homem marginalizado por espírito imundo e demonstrando força descomunal ao vê-lo, o reconheceu como filho de Deus, partindo daí uma descrição do diálogo de Jesus com os espíritos malignos que habitavam o corpo do endemoniado. Em certo momentos os demônios encarnados no pobre homem, sabendo o potencial exorcista de Jesus o  pediram para o Mestre que os deixassem em Gerasa, mesmo que fosse encarnados nos porcos. Jesus acatou o pedido dos demônios e havendo dois mil porcos pastando naquele local  permitiu que os espíritos malignos vindos dos quintos dos infernos, neles encarnassem o que de pronto fez dos pacatos porcos uma vara de loucos correndo todos para um precipício.

A crença na antiguidade de que as doenças eram causada por demônios se repete, livre dos demônios o homem ficou são e salvo, e os porcos que receberam os espíritos malignos que haviam por muito tempo se apoderado do corpo do pobre homem, ficaram enlouquecidos preferindo o suicídio por afogamento, precipitando-se no mar (segundo Marcos 5:13) em um lago, (segundo Lucas 8:33) tendo provocado espanto nos homens que tomavam conta dos porcos. Isso na versão de João Ferreira de Almeida ao traduzir os livros citados. 


A história de Jerash é uma mistura do mundo greco-romano da bacia mediterrânea, e das antigas tradições da Arábia Oriental. De fato, o próprio nome da cidade reflete esta interação. Os habitantes Árabe-Semitas mais antigos, que habitavam na área durante o período pré-clássico do primeiro milênio BCE. chamavam sua aldeia Garschu. Os romanos posteriormente helenizaram o antigo nome árabe de Garschu para Gerasa, e a Biblia refere-se "à região dos Gerasenos" (Mk 5:1; Lc 8:26). No fim do século 19, os habitantes árabes e circanos dos pequenos estabelecimentos rurais transformaram a Gerasa romana em Jerash árabe.

A questão que se segue é: - Se havia a proibição do consumo da carne de porco, como explicar a criação de porcos citados pelos evangelistas Marcos e Lucas no Novo Testamento, em uma região ou país povoado no primeiro século por árabes e semitas?




Como explicar a criação de porcos apascentados pelo filho pródigo de quem fala Lucas - o evangelista que não conheceu Jesus?


CONTRADIÇÃO BÍBLICA


"Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é impuro em si mesmo, a não ser para quem considera uma coisa impura: para esse é que é impuro" (Paulo, carta aos rom, 14: 14)

Por outro lado  Paulo denunciou a Lei dizendo: "Porque a Lei produz a ira, e onde não há Lei, também não há transgressão." (S. Paulo, 4: 15).


Leitura Recomendada
Xô Satanás
Jesus Cura Um Mudo Endemoniado

 Recomenda a leitura dos livros e sites quando indicados como fontes. Os posts contidos neste blogger são apenas apontamentos de estudo.





domingo, 28 de fevereiro de 2016

Céticos x Críticos – A Importância do Ceticismo Grego para a Crítica de Artes



Apêndice 2: O relativo e o absoluto


       Qual a importância do conceito de verdade para o estudo das religiões? Para a postura ora hegemônica, não muito grande. O importante é compreender. Compreender como pensam e como sentem os religiosos. Os graus de veracidade e de coerência de suas crenças e escrituras não teria importância. Os mórmons, por exemplo, fazem afirmações sobre a história da América do Norte que podem ser testadas contra o pano de fundo da arqueologia, mas não é de bom tom fazê-lo. E, portanto, não o fizemos neste trabalho.

       A verdade existe, porém. Às vezes ela é relativa, outras vezes absoluta. É relativo dizer que Moscou fica longe de Londres. Se o parâmetro for Paris, a afirmação é verdadeira. Se o parâmetro for Pequim ou Tóquio, a afirmação é falsa. Mas o marco zero de Londres fica a uma quantidade absoluta e exata de quilômetros, metros, centímetros e milímetros do marco zero de Moscou. Esta distância é uma verdade absoluta.

       O solo de Meca é sagrado para os muçulmanos. Não o é para os adeptos de outras crenças ou descrenças. Ou seja, o solo de Meca é sagrado e não-sagrado ao mesmo tempo. Estamos aqui no reino dos significados atribuídos por sujeitos pensantes, reino relativo por natureza. Por outro lado, certos eventos históricos aconteceram ou não aconteceram em Meca. E isto é absoluto. Meca não fica na Alemanha ou no Japão, mas na Arábia Saudita. E isto também é absoluto.

       O evangelho atribuído a Lucas diz, nos versículos 39 a 43 do capítulo 23, que um dos ladrões crucificados com Jesus o defendia, enquanto o outro ladrão o insultava. Isto é um fato. Não que um dos ladrões defendia Jesus, mas que o evangelho atribuído a Lucas o afirma. Os evangelhos atribuídos a Marcos (15:32) e Mateus (27:44) dizem que ambos os ladrões o insultavam. Isto também é um fato. Não que os dois ladrões insultavam Jesus, mas que os evangelhos atribuídos a Marcos e Mateus assim o afirmam. Temos aqui uma contradição entre evangelhos. Isto é um fato.

       Vivemos, por conseguinte, num mundo de absolutos e relativos. Vivemos também num mundo em que professores relativistas são extremamente absolutistas quanto a suas próprias avaliações. O papel do ensaio a seguir é, pois, lembrar a tais professores que sua avaliação de textos alheios cai no lado relativista do espectro, algo de que se esquecem com muita facilidade. Boa leitura.

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Céticos x Críticos – A Importância do Ceticismo Grego para a Crítica de Artes

                                                      Por Gilson Gondim



Gilson Gondim
       “Difícil encontrar um espetáculo mais inspirado e feliz do que Viagem ao Centro da Terra, de Bia Lessa, em cartaz no Teatro Sesc- Vila Nova. Baseada no livro de Júlio Verne, a peça faz o tempo passar com rapidez; tem o encanto e, se me permitem o termo, o frescor da juventude. É moderna sem ser pretensiosa; é alegre, simpática, concebida e encenada com prazer.”

(Marcelo Coelho, “Viagem ao Centro da Terra ironiza ciência”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 10 de março de 1993)

       “Se não houvesse o resto, Viagem ao Centro da Terra é uma peça chata. Mas tem o resto. Tem a frivolidade de um teatro que anda às cegas, contando umas piadas aqui, construindo um impacto visual ali. Um teatro que anda às cegas, não só um espetáculo. Viagem, como Orlando antes deles, como Cartas Portuguesas, não sabe a que veio e não se importa. Quando acaba é que se descobre que não veio mesmo para coisa alguma.”

(Nelson de Sá, “Um besteirol metido a besta”, Folha de S. Paulo, Mais!, 14 de março de 1993)

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       O exemplo acima é um dentre muitos de críticas opostas das mesmas obras, publicadas na grande imprensa por pessoas igualmente credenciadas para o exercício do texto crítico. O que isto significa?

       Significa, é claro, que os julgamentos estéticos são relativos, vinculados a preferências e estados pessoais os mais variados. Na verdade, não somente os julgamentos estéticos, mas toda percepção. Humana ou de qualquer outro animal. É o que demonstram os argumentos do antigo ceticismo filosófico, cujo expoente mais conhecido foi Pirro, grego nascido cerca de 340 anos antes de Cristo.

       O grande objetivo de Pirro era a tranqüilidade, que ele dizia obter por meio da suspensão do julgamento. Se podem ser produzidos argumentos igualmente válidos e fortes contra e a favor de qualquer tese, pensava ele, por que sofrer com a procura de uma verdade inexistente ou inacessível? O enfoque de Pirro era, portanto, a felicidade pessoal; ele não foi um teórico do conhecimento. Este papel, dentro do ceticismo grego, coube a um de seus sucessores, Enesidemo. O trabalho epistemológico deste – assim como a ética pirrônica – chegou-nos por intermédio de um terceiro filósofo da velha Grécia, Sexto Empírico, que viveu no século II a. C.

       Sexto Empírico não foi um pensador original; foi um sistematizador. Organizou, expôs com clareza e legou à posteridade os conceitos e as teses de seus predecessores céticos, sobretudo Pirro e Enesidemo. Graças a ele, conhecemos hoje os Dez Modos de Oposição, formulados por Enesidemo.

       Definindo o cético pirrônico como alguém capaz de alcançar a tranqüilidade por meio de uma oposição de argumentos, Enesidemo definiu dez Modos gerais de realizar tal oposição:


       1º) As diferenças físicas entre os animais.

       Os cinco sentidos variam muito de uma espécie para outra. A águia e o lince, por exemplo, vêem muito melhor do que o homem, que enxerga melhor que o cachorro, que ouve e fareja muito melhor do que o homem e assim por diante. E não se trata apenas de ver ou ouvir melhor ou pior. Trata-se, também, de percepções diferentes. Da mesma maneira que a configuração de uma imagem depende da forma do espelho, o formato e outras características de um olho moldam a percepção visual, de modo que as formas e cores de uma árvore vistas por um gato serão diferentes daquelas vistas por uma coruja ou um crocodilo. Como poderíamos afirmar que a nossa percepção é a mais válida? Não somos juízes imparciais, uma vez que estamos envolvidos na disputa. Além do mais, não sabemos como um objeto é realmente, sabemos apenas como ele nos aparece aos nossos aparelhos perceptivos.


       2º) As diferenças existentes entre os homens.

       Se um hindu e um grego, dizia Enesidemo, percebessem da mesma maneira os alimentos, teriam as mesmas preferências alimentares. Se a percepção dos objetos fosse igual, as preferências também deveriam sê-lo. Como todo homem é parte deste conflito, nenhum de nós pode ser juiz de tais diferenças.

       3º) As diferenças entre os sentidos de uma mesma espécie animal (e seus limites).

       O quadro, que tem três dimensões para a visão, tem apenas duas para o tato. . O mel, agradável para o paladar, pode ser desagradável à visão, de forma que não se pode afirmar se o mel é, por natureza, atraente ou repulsivo. Para um cego de nascença, uma maçã tem forma, cheiro, gosto e textura, mas não tem cor. Como podemos saber se a maçã não tem alguma outra característica, que os sentidos humanos são incapazes de captar?


       4º) As circunstâncias do homem ao perceber os objetos.

       Um dia de sol terá significados diversos para mim, dependendo de eu estar doente ou saudável, exausto ou descansado, triste ou alegre, etc. Eu nunca percebo num vazio; só posso fazê-lo por meio de alguma circunstância, de algum estado de ânimo. Não posso saber, portanto, como as coisas são nelas mesmas, apenas como elas nos afetam em cada circunstância, em cada estado de ânimo.


       5º) Posições, distâncias e localizações.

       Um navio visto de longe nos aparece pequeno e parado. De perto, torna-se grande e em movimento. Sendo todos os objetos sempre vistos a partir de uma certa posição, com uma certa distância e em algum lugar, eles sempre aparecem de diferentes maneiras. Não havendo um critério neutro para decidir qual a percepção correta, só podemos afirmar como os objetos nos aparecem.


       6º) A mistura dos objetos com o ambiente e com outros objetos.

       As folhas de uma árvore, que nos aparecem verdes sob uma luz como a do sol, tornar-se-ão pretas ou vermelhas sob uma luz de outro tipo. A imagem da árvore dependerá também do tipo de olho que a captar e do tipo de cérebro que processar a informação..


       7º) Os efeitos das variações de quantidades.

       Uma mesma substância pode curar ou matar ou não fazer nenhum efeito, dependendo da quantidade. Ela não tem, portanto, uma natureza fixa, não é essencialmente isto ou aquilo, não tem um valor absoluto.


       8º) Relatividade.

       Este Modo é o mais difícil de explicar. Assim o resume Plínio Smith no livro O que é Ceticismo, p 42-3:

       O oitavo modo é baseado na relatividade. : uma vez que tudo é relativo, devemos suspender o juízo sobre a natureza real dos objetos. Segundo Sexto, todos os sete Modos expostos até aqui mostram a relatividade das percepções: elas são relativas ao animal, ao homem, ao sentido, à situação etc. Mas há um argumento particular que mostra ser tudo relativo: as coisas que existiriam absolutamente diferem das coisas relativas ou não? Se não diferem, é porque também são relativas. E, se diferem, também serão relativas, pois ter uma diferença com alguma coisa é ter uma relação com ela. Se tudo é relativo, não podemos dizer como as coisas são em toda a sua pureza, mas apenas como nos aparecem.


       9º) Os efeitos da raridade ou freqüência dos eventos.

       Explica Plínio Smith (op. cit., p. 43): “O sol é muito mais impressionante do que um cometa, mas, devido à freqüência do primeiro e à raridade do segundo, apenas este último nos causa admiração. Uma desgraça frequente acaba por nos tornar indiferente a ela”.


       10º) A diversidade cultural.

       Após longa enumeração de diferenças – no espaço e no tempo – entre hábitos, costumes, leis, crenças etc., Enesidemo conclui que não dispomos de um critério neutro, absoluto ou seguro para julgar qual dessas maneiras de viver está correta.

       Observe-se que os Modos de Enesidemo referem-se a coisas aparentemente objetivas, relativizando as percepções do próprio mundo físico. O que dizer então dos juízos estéticos, emitidos sobre objetos que não têm a solidez, a concretude de uma árvore?

         No universo das artes a relatividade é tão acentuada que todas as afirmações ameaçam tornar-se impossíveis, impondo-nos a paralisia e o silêncio. Há, porém, uma saída, que tem sido empregada de modo inconsciente ao longo da História: a invenção de mundos sucessivos ou paralelos. O mundo da poesia parnasiana, por exemplo, movia-se por regras que relegaram Augusto dos Anjos à pena da não-existência como poeta. Já o Rei dos Parnasianos, Olavo Bilac, seria por sua vez excomungado pelos arautos do modernismo. O crítico é portanto, na melhor da hipóteses, o porta-voz de um modelo. A validade de seus juízos circunscreve-se, no máximo, às regras do paradigma de que ele se faz porta-voz.

       A relatividade não se restringe a obras específicas. Aplica-se também a autores, a escolas, até mesmo a gêneros ou períodos inteiros. A constituição das percepções críticas da arte como mundos sucessivos ou paralelos é ilustrada com clareza – mesmo não sendo formulada nesses termos – pelo livro O que é arte, de Jorge Coli, publicado pela primeira vez em 1981. Primeiro ele mostra que a crítica de arte não pode ater-se à objetividade do comentário técnico (p. 17):


       O bom conhecimento da perspectiva da anatomia, da aplicação de luz e sombra são técnicas de um mesmo nível do manuseio das tintas, pois são aprendidas segundo regras e podem ser julgadas com um forte grau de objetividade. Mas elas são um meio entre outros para a construção de um quadro e não são, nem podem ser, uma exigência absoluta. Ninguém pensaria em condenar Ingres pelo seu desdém pela anatomia, nem Uccello pela sua perspectiva pouco ortodoxa, nem Botticelli pela ausência de modulado em suas obras. Podemos dizer que certo pintor conhece perfeitamente a anatomia, mas com isso estamos elogiando apenas um aspecto técnico parcial de sua obra.

       Em seguida ressalta a complexidade e a natureza necessariamente arbitrária dos discursos que determinam o estatuto da arte e o valor do objeto artístico (p.17-8):

       [...] São tantos os fatores em jogo e tão diversos, que cada discurso pode tomar seu caminho. Questão de afinidade entre a cultura do crítico e a do artista, de coincidência (ou não) com os problemas tratados, de conhecimento mais ou menos profundo da questão e mil outros elementos que podem entrar em cena para determinar tal ou qual preferência. Dirá um que Wagner é compositor desmedido ou de prolixidade vazia, outro invocará seu gênio harmônico a serviço de uma dramaticidade filosófica, etc.

       Após ressaltar a dificuldade, Coli parece apontar uma saída (p. 18):

       A situação é algo embaraçosa: vimos os fatores exteriores instaurando a arte em nossa cultura, vimos que eles determinam a hierarquia dos objetos artísticos, e nos deparamos com divergências de critérios que nos deixam confusos. Poderíamos tentar uma saída para o impasse buscando uma solução estatística: se não há unanimidade, talvez haja maioria. E, com efeito, pelo menos em certos casos mais notáveis, essa maioria parece manifestar-se com alguma solidez: é raro encontrarmos textos que desqualifiquem Cézanne, por exemplo, Einstein, Shakespeare ou Mozart. Eles existem, sem dúvida, mas um consenso geral valoriza extremamente a obra desses artistas.

       Era, porém, uma falsa saída (p. 18):

       Temos que nos desenganar, no entanto. Não somente porque, quando se trata de obras mais polêmicas, que não conquistaram a institucionalidade do consenso, as polêmicas mantêm-se acerbas, mas também porque esse consenso não é estável, ele evolui na história.

        Para ilustrar seu argumento, Coli (p. 19) lembra que Cézanne, Van Gogh, Gaugin e os impressionistas foram rechaçados pelos críticos de seu tempo, quando havia um conflito entre os critérios estabelecidos e a obra que eles produziam. A este respeito, ele faz um alerta (p. 19):

       [...] Poderíamos pensar que somos hoje mais aptos a perceber o valor deles, que nossa sensibilidade é mais aberta a Van Gogh e a Cézanne que a do público de seu tempo, e teríamos razão. Seria entretanto abusivo acreditar que o nosso juízo de hoje determina o reconhecimento definitivo de Cézanne Van Gogh. A crítica, amanhã, poderá nos mostrar que estávamos enganados, e que o interesse dessa pintura, afinal de contas, não era assim tão grande.

       “Absurdo?”, pergunta o autor, para logo em seguida demonstrar que não (p. 19-20):

       Rafael e Fídias são dois pilares da história da arte. Inúmeras gerações de artista se referiram a eles como mestres. Não obstante, no começo do nosso século [XX] foram assimilados a uma arte convencional, a modelos de escola, a patronos do “academicismo” e viram sua estabilidade de grandes gênios abalada; ao “convencionalismo” que representavam preferiu-se uma arte mais conforme ao espírito de inovação do tempo, um “primitivismo” mais espontâneo: exalta-se, por exemplo, Uccello e a escultura arcaica. Foi preciso esperar um tempo para que, novamente, eles se reerguessem como faróis, embora certamente menos incontestados do que antes.

        Depois de apontar vários exemplos, Jorge Coli fala das reviravoltas por que tem passado a reputação de pintores como Meissonier, Gervex, Puvis de Chavannes, Chaplin e Alma Tademma (p. 20-1):

       A morte de Meissonier, por exemplo, causou luto nacional na França.  Com o tempo, no entanto, a avaliação crítica inverteu-se e esses pintores, que se opunham aos impressionistas como técnica e assunto, deixaram de ser exaltados. A condenação da posteridade chegou a tal ponto que se tornou difícil ver um quadro deles em museus. Estes, quando possuíam algum, escondiam-nos envergonhados nas reservas.  Durante muito tempo, essa pintura foi considerada como o próprio exemplo da não arte, como alguma coisa artisticamente irrecuperável. Ora, há questão de dez ou quinze anos, começou a sua reabilitação triunfal. Hoje descobrimos nela uma técnica admirável, um imaginário surpreendentemente rico, por vezes um erotismo extravagante e desmedido. E, inversamente, começam a despontar análises restritivas a Renoir, a Monet.

       Coli prossegue na sua marcha irresistível, demolindo certezas (p. 21):

       Em certos casos, são setores inteiros da arte que passam por purgatórios do mesmo gênero. As catedrais góticas, que tanto admiramos hoje, a escultura, os vitrais e a pintura da Idade Média, foram execrados pelos homens da Renascença e dos séculos seguintes, até que os românticos e alguns teóricos do século passado [XIX], como Viollet-le-Duc, interessaram-se por eles e demonstraram seu valor. O barroco, o maneirismo, o art nouveau, o neoclassicismo, entre outros grandes movimentos da história da arte, conheceram trajetórias de forte oscilação entre o interesse e o desprezo.

       A conclusão não poderia ser outra (p. 21-2):

       Com estes exemplos, colhidos um pouco ao acaso, já podemos chegar a uma constatação deprimente: a autoridade institucional do discurso competente é forte, mas inconstante e contraditória, e não nos permite segurança no interior do universo das artes.

       O que fazer, então? Recolher-se ao silêncio? Não. Mas nunca perder a consciência da precariedade de tudo o que si disser. E mais: ter como meta a elaboraçao de análises fundamentadas no conceito cético de suspensão do julgamento Vejamos o que Jorge Coli nos diz  (p.37), mesmo sem fazer nenhuma menção ao ceticismo (aqui ou em qualquer outro trecho::

       A compreensão, a suspensão do julgamento denotam o desejo de rigor, próximo da ciência. Será útil examinarmos alguns esforços feitos na história da arte para se conseguir um rigor maior através da idéia de estilo.

       O melhor exemplo que ele nos traz é o do suíço Heinrich Wölfflin (1864-1945), cujo livro Renascença e barroco, publicado em 1888, atacou a visão – predominante desde o final do século anterior – de que o barroco não passava de uma evolução aberrante e decadente da arte da Rnascença. Ele tratou o barroco como uma produção artística nova e total, com seus próprios critérios, formas e intenções, mostrando que a arte dos séculos XVII e XVIII é diferente da arte da Renascença, e deve ser compreendida em si mesma. Em 1915, Wölfflin completou o que começara 27 anos antes, ao lançar – em Princípios fundamentais da história da arte – um modelo de análise minuciosa das constantes formais de cada estilo.

       Sem emitir nenhum juízo de valor em sua comparação, Wölfflin demontrou, entre outras coisas, que num quadro renascentista as figuras têm contornos nítidos, são claramente demarcadas e distintas, umas das outras e da paisagem. Na pintura barroca, as transições são suaves, as figuras se misturam umas com as outras e se fundem com a paisagem, que não tem uma existência autônoma. A arte da Renascença é – digamos assim – federativa: uma combinação de elementos destacáveis. Na arte barroca, cada obra se apresenta como uma totalidade, indivisível. Não são virtudes ou defeitos, mas características, constantes formais. Algo muito mais difícil de construir, muito mais refinado e instrutivo (e muito mais prazeroso para quem tem a consciência cética da relatividade, dos mundos sucessivos ou paralelos) do que arremessar adjetivos ou distribuir estrelinhas.

* * *

       “Gilberto Gil ficou cinco anos sem lançar um disco próprio com canções inéditas. Agora, com o ótimo CD duplo Quanta, cada minuto de espera de seus fãs foi plenamente recompensado. Trata-se de um trabalho especial, em que Gil – o mais antenado de todos os compositores de sua geração – contraria o mito que confere aos baianos o gosto pela preguiça. Durante dois anos ele se debruçou com afinco no que pode ser considerado o mais ambicioso, elaborado e rico projeto de sua carreira de 35 anos. O resultado é um álbum de letras férteis e de acabamento primoroso.”

       (“Disco cabeça”, IstoÉ, 16 de abril de 1997)


       “Gilberto Gil passou cinco anos sem gravar um CD com músicas inéditas, desde o instigante Parabolicamará, de 1992. Isso gerou grande expectativa em relação a seu novo disco, Quanta, já nas lojas. A expectativa foi igual à decepção. Quanta, um álbum duplo, dá a impressão de que o compositor perdeu a mão. A proposta do CD é pretensiosa. Falar sobre as relações entre arte e ciência na cultura universal. Cita-se, entre outros, Vilanova Artigas: ‘Quando a ciência se cala, a arte fala’. Já o resultado musical é pífio. As melodias e os arranjos não estão à altura de Gilberto Gil, que sempre foi um músico criativo. O pior, no entanto, são as letras. Misturam assuntos como umbanda, filosofia oriental e física quântica, numa salada ininteligível.”

       (Celso Masson, “Muita besteira”, Veja, 23 de abril de 1997)


COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1998, 133 p.
SMITH, Plínio. O que é ceticismo. São Paulo: Brasiliense, 1992, 85 p.

* Gilson Gondim é membro da Academia de Livres Pensadores da Paraíba