quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO MITHRA.

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Um texto da Superinteressante de abril de 2002, sobre comer ou não carne trouxe uma notinha interessante para esta época de Natal:

"As tribos nômades de cavaleiros que habitavam a Eurásia há 6.000 anos juntavam gado selvagem e o criavam nos pastos naturais. Esses pastores cultuavam um deus-touro, chamado Mitra, símbolo da força, da masculinidade, do poder. A necessidade de pastos novos a cada vez que acabava o antigo fazia deles expansionistas por natureza e, no início da era cristã, eles já tinham se espalhado da Índia, Babilônia a Portugal. Com isso, o culto a Mithra tornou-se muito popular no Império Romano. Para contê-lo, a Igreja adotou sua data sagrada, o dia de Mithra - 25 de dezembro. Estava estabelecido o Natal. Depois, no Concílio de Toledo, em 447, a Igreja publicou a primeira descrição oficial do diabo, a encarnação do mal: um ser imenso e escuro, com chifres na cabeça. Como Mitra."

Esse texto pode insinuar que Mitra seja o próprio demônio, mas não é o caso. Mitra era um deus do bem, criador da luz (por isso mesmo era associado ao Sol), em luta permanente contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado à crença na existência futura absolutamente espiritual e libertada da matéria. Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os persas o adoravam por influência dos babilônios, os primeiros astrólogos da antiguidade. Seu nome, de raiz indo-européia, significa: "troca", "contrato" e "amizade" (seria daí que surgiu o costume de trocar presentes?). Era o correspondente iraniano do deus sumério Tamuz.

Os Romanos tinham a "Festa da Saturnália" em honra do deus Saturno. Este festival era celebrado entre 17 e 23 de Dezembro. Nos últimos dois dias trocavam-se presentes em honra de Saturno. Já em 25 de Dezembro acontecia a celebração do nascimento do sol invencível (Natalis Solis Invicti). Posteriormente, à medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do Deus Mitra, cujo nascimento se comemorava a 25 de Dezembro. O culto de Mitra - que se tornou difundido como o deus da luta e o protetor dos soldados - penetrou em Roma no 1º século AC. A data entrou no calendário civil romano em 274, quando o Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma, comparável ao nosso Carnaval. Os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, onde ficavam fazendo oferendas e preces pela volta da luz e do calor do Sol.

Em 313 d.C. Constantino, imperador de Roma, decretou o Édito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos e trocando, dessa forma, a perseguição pela tolerância tão desejada. Segundo uma lenda, antes da batalha de Mexêncio, ele teve uma visão da cruz contra o sol, e uma mensagem que dizia, "com este sinal vencerás". Constantino era adorador do deus Sol. De certa forma, o que temos hoje é justamente isso: a união de Mitra (Sol) e Jesus (Cruz) no Catolicismo.

E é provavelmente por isso que a Igreja Católica adotou Mitra como "padrinho", já que as missas são celebradas no domingo, dia dedicado ao Sol, e aquele chapeuzinho que os papas, cardeais e bispos usam é chamado de Mitra. As "coincidências" não param por aí:

Mitra também nasceu de uma virgem; Pastores, que assistiram ao evento, foram os primeiros que o adoraram; O líder do culto Mitráico era chamado de Papa e ele governava de um "mithraeum" na Colina Vaticano, em Roma; Uma característica iconográfica proeminente no Mitraismo era uma grande chave, necessária para destrancar os portões celestiais pelo qual se acreditava passar as almas dos defuntos; Os Mitraistas consumiam uma comida sagrada (Myazda) que era composta de pão e vinho; Assim como os cristãos, eles celebraram a morte reconciliada de um salvador que ressuscitou em um domingo; Um grande centro principal da filosofia Mitraica ficava em Tarso - Cidade natal de São Paulo - que agora é Sudeste da Turquia.



O acontecimento mais marcante da história de Mitra foi a luta simbólica contra o touro sagrado (o primeiro ser criado por Ahura Mazda) que ele derrotou e sacrificou em prol da humanidade. Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, esse gesto adquire o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados (assim como Jesus):

Esse touro pastava tranquilo num prado. Mitra precipitou-se sobre o animal, tomou pelos chifres e saem ambos em desabalada carreira, até que o animal, esgotado, caiu de joelhos. Por ordem do deus supremo, que enviou o corvo, seu mensageiro, Mitra enterrou a faca no animal. Da sua medula e do seu sangue germinarão todas as plantas úteis aos mortais, de modo especial o trigo e a vinha. Os animais maléficos enviados por Ahriman, o escorpião, a serpente, a formiga etc., tentam prevenir esses felizes efeitos bebendo o sangue derramado e envenenando a fonte do poder gerador. Mas é em vão.

Mitra papal


A alma do touro, transportada ao céu, continuará a proteger a vida agrícola. Depois vem a seca e o dilúvio. Mitra, em figura de arqueiro, fere um rochedo e dele jorra água. A seca foi vencida. Prende homens e animais numa arca e estes são salvos do dilúvio. No termo de sua carreira, Mitra abandona a terra num carro de fogo conduzido pelo Sol. Após ciclos sucessivos, Mitra deverá reaparecer na terra para sacrificar, mais uma vez, o touro misterioso, cuja gordura, misturada ao suco da planta Haoma, restituirá a vida, a existência imortal, aos fiéis de Mitra. Do céu, então, cairá fogo devorador e consumirá todos os seres maus, homens e demônios, juntamente com o princípio do Mal, Ahriman (bastante figurado, mas em síntese nada diferente da simbologia cristã).

Só pra constar: Engraçado como essa coisa de trindade já estava presente muito antes de Jesus, aparecendo no Egito (Isis, Osíris e Horus) e na Suméria, com Tamuz, que é filho de Ninrod (equivalente ao deus Sol) e Semírames (Mãe/esposa, equivalente à lua). Ninrod morreu de forma violenta, mas Semiramis criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele passaria a existir como um ente espiritual, alegando que um grande pinheiro cresceu de um dia para o outro de um pedaço de árvore morta. Esse pinheiro era o símbolo vivo da passagem de Ninrode para outra forma de vida. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, o espírito de Ninrode visitava o pinheiro e deixava nele oferendas. A data do aniversário é (por acaso) 25 de dezembro.

Fonte
Saindo da Matrix



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ACÃ E ANANIAS MORTOS POR DEUS POR QUEBRA DE DECORO



Muitas histórias contidas no Velho Testamento se repetem no Novo Testamento. Esta é mais uma história contada e recontada em que Deus condena dois homens a morte com suas famílias por sonegarem bens a serem entregues a aqueles que se diziam guardião do tesouro divino. Por outro lado, é possível definir o tamanho e a medida da justiça, da bondade, do amor e da misericórdia Divina.



DEUS MATA OS SONEGADORES 





Josué, o homem que substituiu Moisés em tudo, inclusive nas atrocidades e genocídios (1), manteve o propósito de levar os hebreus para a Terra Prometida. Sob orientação divina,  espalha o terror por onde passa, exterminando povos e saqueando objetos de valores, inclusive camelos, jumentos, bois e ovelhas.



A Bíblia me diz que Javé, nesta época conhecido como "O SENHOR", contando com a ajuda de uma prostituta de nome Raabe,(2) traça um plano para exterminar todos os habitantes de Jericó do mais novo ao mais velho, inclusive mulheres e crianças. A orientação divina era bem clara, toda prata, e o ouro e os vasos de metal e de ferro, decorrente do saque, fossem para o seu tesouro.

Acrece que um guerreiro corrupto de nome Acã, surrupiou parte do produto do saque, o que provocou a ira do Senhor, que por sua vez abandonou Josué a própria sorte, tendo o comandante que amargar uma derrota na cidade de Ai, de onde saíram feridos trinta e seis homens.

Josué ficou irado, rasgou suas roupas e se prostrou em terra sobre o seu rosto. Foi então que o Senhor lhe falou que o tinha abandonado pelo fato de haver um ladrão mentiroso infiltrado no seu exército e que necessário se fazia então que o corrupto fosse queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel.

Então levantou-se Josué ainda de madrugada e começou a investigar um por um de seus soldados, chegando ardilosamente ao culpado, um homem de nome Acã que confessou o roubo de duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos e uma capa.



Além de recuperar o produto do roubo "para o Senhor" Josué confiscou todos os bens de Acã e condenou juntamente com os seus filhos e filhas a pena de morte por apedrejamento e fogo no vale de Acor.

Feita a vontade do Senhor, Josué toma a cidade de Ai com a ajuda diniva.



NOVO TESTAMENTO



Desde o nascedouro do Cristianismo que a classe sacerdotal vem extorquindo fiéis seguidores, ameaçando-os com o suplício eterno, caso não contribuam com parte de seus bens para a manutenção luxuosa de seus clérigos. Ananias foi convencido pelos apóstolos de Jesus a vender sua propriedade e doar todo o dinheiro para a obra de Deus, tal como fazem hoje os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo bispo Edir Macedo. Ananias assim o fez, mas reteve parte do patrimônio, depositando aos pés dos apóstolos apenas parte do dinheiro da venda da propriedade. (Atos 5:1 e 2)

Descoberta a fraude, Ananias foi censurado publicamente pelos apóstolos e teve como castigo imediato, a morte súbita por decoro, causando assim um grande temor ao público presente. (Atos 5:5)





Safira, a mulher de Ananias não teve outro destino senão a mesma sorte do marido. Mesmo tendo confessado que sabia de tudo, inclusive a quantia exata em que a propriedade fora vendida, não teve direito a delação premiada. A fundamentação do Apóstolo Pedro para justificar a morte súbita de Safira foi a de que ela sabia do pecado de sonegação de dízimo praticado contra o "Espírito Santo" e manteve-se calada, contribuindo assim para a execução plena do pecado cometido pelo marido.



Tanto a história de Acã, como a história de Ananias, são histórias repetidas a propósito para servirem de exemplo do que pode acontecer a um fiel que tente enganar um sacerdote sonegando a oferta divina no todo ou em parte. A ira de Deus cairá sobre o sonegador fulminando-o com a pena capital. Para os cristãos a pena é imensurável, pois sonegar a oferta ou parte dela equivale a roubar o próprio Deus e a pena é sofrer eternamente no caldeirão escaldante de enxofre do inferno pelo pecado cometido. Já o judaísmo reserva aos que cometem o sacrilégio de roubar a Deus um lugar de expiação denominado Gehinom(3)



1) JOSUÉ 6:21-27 Com aprovação divina, Josué destrói com  fio da espada os homens, mulheres e crianças da cidade de Jericó.

JOSUÉ 7:19-26 Acã, seus filhos e seu gado são apedrejados até a morte por Josué, só por ter pego despojos dos babilônios.

JOSUÉ 8:22-25 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Ai, matando 12.000 homens e mulheres, sem que nenhum escapasse.

JOSUÉ 10:10-27 Com aprovação divina, Josué destrói todo os Gibeonitas.

JOSUÉ 10:28 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Maqueda.

JOSUÉ 10:30 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Libna.

JOSUÉ 10:32-33 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Laquis.

JOSUÉ 10:34-35 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Eglom.

JOSUÉ 10:36-37 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Hebrom.

JOSUÉ 10:38-39 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Debir.

JOSUÉ 11:21-23 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Anakim.

JOSUÉ 10:40 “Assim feriu Josué toda aquela terra, as montanhas, o sul, e as campinas, e as
descidas das águas, e a todos os seus reis. Nada deixou de resto; mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como ordenara o Senhor Deus de Israel.”

JOSUÉ 11:6 O senhor ordena o mutilamento (corte dos tendões das pernas) dos cavalos.


(2) O comentarista judeu medieval Rashi afirma que ela era uma vendedora de alimentos no mercado em Jericó. O historiador do primeiro século dCJosefo menciona que Raabe manteve uma pousada, mas é omisso quanto a saber se apenas o arrendamento de quartos era sua única fonte de renda. No Novo Testamento Cristão, a Epístola de Tiago e a Epístola aos Hebreus seguem a tradição estabelecida pelos tradutores da Septuaginta no uso da palavra grega "πόρνη" (que geralmente é traduzido para o Português como "meretriz" ou "prostituta") para descrever Raabe.



(3) No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação.


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terça-feira, 24 de novembro de 2015

JESUS CRUCIFICADO NU


Arqueólogos sugerem que Cristo estaria sentado na cruz com as pernas flexionadas, sem uma coroa de espinhos e nu




Rodrigo Cardoso, da Revista "Isto é.
Edição 2180, de 1º de abril de 2010









Supostamente   baseados   em   descobertas arqueológicas, escritos dos evangelistas e na literatura   romana, (?)  especialistas sugerem como  Jesus    teria  passado  as  últimas  três horas de vida na Terra



Não é exagero afirmar que a cruz é o alicerce do cristianismo. Instrumento dantesco na mão dos romanos, utilizado como pena capital contra escravos e revoltosos, ela ganhou contornos de altruísmo por volta das 15h da Sexta-feira da Paixão do ano 30, quando Jesus de Nazaré teria morrido pendurado em duas estacas de oliveiras nodosas em forma de “t”. Seus discípulos não estariam ao pé do calvário. Mas as primeiras linhas escritas pelos quatro evangelistas para perpetuar os ensinamentos desse homem que cresceu na Galileia relatavam justamente os episódios de sua Paixão e morte.

Não é de se estranhar, portanto, que, quase dois mil anos depois, a iconografia símbolo do cristianismo esteja apoiada na figura de um Jesus magro e frágil, com barba, pouca roupa, coroa de espinhos e preso a uma cruz pelas palmas das mãos e peitos dos pés. Mas essa imagem de Cristo no ato de seu suplício estaria fiel à história? “Não”, opina o especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém Rodrigo Pereira da Silva. “Acredito na hipótese de que Jesus tenha sido crucificado sentado, apoiado em uma madeira que existia na cruz abaixo de seu quadril, com as pernas dobradas para a direita, nu e sem a coroa de espinhos”, diz.

Professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Silva faz essa afirmação baseado, principalmente, em pistas deixadas pelos textos bíblicos e pela literatura romana. O acesso a especulações sobre a real posição de Jesus na cruz (leia quadro) tem sido cada vez mais possível graças a algumas obras escritas por especialistas em religião do Oriente Médio. Lançadas recentemente, elas trazem a discussão em torno dessa questão, difundida no meio acadêmico, para perto do grande público.

Em “Os Últimos Dias de Jesus – a Evidência Arqueológica” (Ed. Landscape), o arqueólogo Shimon Gibson, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), escreve que, “para prolongar a agonia e o momento da morte, os romanos posicionavam a vítima em uma espécie de assento de madeira, ou suporte de forquilha, na metade inferior da cruz”. Havia um motivo. Sem essa espécie de apoio, o corpo tombaria e a morte por asfixia ocorreria mais rapidamente. A intenção, portanto, era dar à vítima a possibilidade de ela respirar para que tivesse uma sobrevida e sofresse por mais tempo antes da morte.

“A pessoa morre mais lentamente por asfixia dolorosa, porque os músculos do diafragma vão parando de funcionar até que ela deixe de respirar”, explica John Dominic Crossan, professor de estudos bíblicos da Universidade DePaul (EUA), no livro “Em Busca de Jesus” (Ed. Paulinas). Esse tipo de assento é descrito, ainda, pelo historiador espanhol Joaquín Gonzalez Echegaray, do Instituto Bíblico e Arqueo­lógico de Jerusalém, em “Arqueología y Evangelios” (Ed. Verbo Divino), como uma espécie de “conforto” com objetivo cruel.

Detalhes de como os braços e as pernas de Cristo foram posicionados não são fornecidos pelos evangelistas. “Os soldados romanos, que teriam o que falar, não tinham interesse. E os discípulos, que deveriam escrever, não tinham os dados”, diz Pedro Lima Vasconcellos, professor de pós-graduação de ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As pistas, então, são fornecidas pela ciência.

Em 1968, uma ossada de um homem que viveu no século I foi encontrada em Jerusalém. Sua cartilagem próxima ao calcanhar direito apresentava um prego de ferro de 11,5 cm de comprimento preso a uma madeira. É a única vítima de crucificação descoberta por arqueólogos até hoje. “Se trabalharmos com a hipótese de que um único prego estaria atravessando os dois pés, pela forma como a ossada foi encontrada, as pernas estariam flexionadas para a direita”, diz Silva, da Unasp. Segundo o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que há de histórico no relato da Paixão de Cristo são a prisão e a crucificação. “O que ocorreu no meio e depois são relatos teológicos que passam pelo exercício da fé”, diz ele. “Se ele morreu pregado ou amarrado, estendido ou sentado são detalhes para aumentar ou diminuir a dramaticidade.”

Milhares de crucificações foram patrocinadas pelos romanos. A de Jesus foi a única que se perpetuou. Como pode um herói morrer de uma forma tão humilhante e seu nome viajar por gerações? Para a ciência, ele ainda é um quebra-cabeça com muitas peças desaparecidas. Mas não há mistério em um ponto: ele deu novo significado à cruz, hoje objeto de salvação e conforto espiritual, não de tormento.




FONTE




Incontáveis pessoas escreveram, e muito neste exato momento, estão escrevendo alguma coisa querendo enriquecer com a fábula de Jesus, - aquele de quem se fala no Novo Testamento.-  No entanto, nenhum escrito solidificado em fatos reais, ou pelo menos com boa dose de convicção foi publicado em todo universo. Por exemplo, a estrela criada repentinamente como em um passe de mágica para iluminar o menino Deus só foi descrita no livro bíblico do Novo Testamento atribuído a Mateus. 

Fenômenos astronômicos sempre foram registrados na antiguidade. Sabemos de um eclipse lunar ocorrido no dia 13 de março do ano quatro, registrado por Flavius Josephus. Plínio deixou um vasto relato sob a erupção do vulcão Vesúvio, que soterrou Pompéia no ano 79 e ninguém documentou a estrela de Belém.

Nenhum astrólogo da época registrou o fenomenal brilho intenso do astro recém criado. Ninguém sabe de onde vieram os Reis Magos. Ninguém fora do Novo Testamento escreveu sobre o massacre dos inocentes praticado a mando do valente idumeu(1) Herodes (O Grande), guerreiro e comandante de tropas subservientes ao governo imperial romano, que com receio de perder o cargo, teria mandado matar todas as crianças da cidade de Belém com idade abaixo de dois anos - Apenas Mateus narra este episódio macabro e os evangelistas Marcos e João não se reportam ao Jesus menino. É preciso ser muito ingênuo para acreditar que o rei Herodes tremeu de medo diante da notícia do nascimento de um bebê.

Nenhum livro extra bíblia do primeiro século fala de Jesus, de seus milagres, das ressurreições (filha de Jairo, filho da viúva e Lázaro) de  seus apóstolos, da crucificação, do terremoto, da escuridão que cobriu toda a terra e do fato super inusitado da ressurreição dos mortos. Para fatos extraordinários, necessário se faz provas surpreendentes. A confirmação unicamente pelo Novo Testamento, que foi escrito e reescrito, ou até mesmo por evangelistas que não conheceram Jesus, a exemplo de Lucas, não tornam verdadeiros os fatos.

Assim como uma gota de veneno contamina todo o pote, uma revelação falsa torna imprestável todo o Novo Testamento.

É o caso deste artigo publicado pela "Revista Isto É" que logo no prólogo anuncia que o relato está baseado na arqueologia, nos escritos dos evangelistas e na literatura romana.

Ora, a imprensa mundial quando do "achado" de uma urna, sem origem conhecida, contendo o nome de Jesus foi exposta ao mundo as manchetes dos grandes jornais foram unânimes - "Encontrado a 1ª. (PRIMEIRA) evidência história sobre Jesus". Logo que evidências tem Rodrigo Pereira da Silva e André Chevitarese, que o mundo desconhece?


A BÍBLIA COMO PROVA

Que grau de certeza tem os livros dos Evangelistas, se a própria igreja quem os confeccionou, alterou, republicou, forjou e não sabendo a quem atribuir a sua autoria, o fez por decreto através do Concílio Vaticano II.


A LITERATURA ROMANA COMO PROVA

Mas que literatura? Não existe nenhum documento emitido pelas autoridades romanas sobre Jesus, sobre seus discípulos, sobre seus apóstolos, sobre Pedro, sobre Paulo, etc. Nunca foi encontrado a ata do julgamento de Jesus.

É muito comum os cristãos afirmarem fatos sem prova para justificar a crença em seu Deus, inclusive já vi e ouvi alguns dizendo que a física quântica prova a existência de Deus, mas quando instigados a dar explicações se saem com a evasiva de que não sabem, mas que alguém com doutorado em física sabe melhor explicar.


(...) Não é exagero afirmar que a cruz é o alicerce do cristianismo. - São as primeiras palavras do Rodrigo Cardoso, demonstrando assim desconhecimento das bases do Cristianismo primitivo cultuado nas catacumbas de Roma, onde o símbolo era o peixe. A cruz só teve relevância com Constantino, por volta do ano 325 por decisão do Concílio de Niceia, onde foi deliberado a crença na Santíssima Trindade e o culto a Cruz.

Alega ainda Rodrigo Cardoso que "para a ciência Jesus ainda é um quebra cabeça com muitas peças desaparecidas".

Quanta falta de conhecimento e quanta vontade de propagar o nome de Jesus como o único e suficiente salvador da humanidade utilizando-se de fatos controvertidos e improváveis. A ciência não se preocupa em provar fábulas, a ciência se baseia em evidências verificáveis através de estudos de fenômenos de maneira mais racional possível, de modo a evitar enganos, sempre buscando evidências e provas para as ideias, conclusões e afirmações para formular e resolver problemas na aquisição objetiva do conhecimento.

Karl Popper, o filósofo da ciência, estabeleceu que a ciência somente pode estudar temas em que o conhecimento adquirido pudesse ser negado de alguma forma. Se alguma coisa não pode ser negada, ela não pode ser posta em dúvida e, portanto, não podemos testar sua validade. Só são científicas hipóteses que possam ser testadas.

Princípio das Aproximações Sucessivas:

Este princípio estabelece que a verdade sobre determinado fato jamais é atingida integralmente, mas vai sendo aperfeiçoada continuamente. Um conhecimento vale até que novas observações ou experiências o contradigam.


Ciência é "Conjunto de abordagens, técnicas". Impossível fugir a essa dura realidade, o que me deixa a vontade para duvidar do título de "Especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém" dado a Rodrigo Pereira da Silva. Mesmo porque, quem tira da religião o sustento para si e sua família não está comprometido com a verdade e sim com a fé.







1. Pessoa nascida na Idumeia, antiga região ao sul do Mar Morto.

NOTA
Para se candidatar para os cursos da Uhji, (Universidade Hebraica de Jerusalém) o candidato necessita apresentar um diploma de colegial bagrut completo (alunos estrangeiros necessitam apresentar um diploma equivalente como por exemplo o francês Baccalauréat ou o Abitur alemão, ou ingressar no rigoroso curso preparatório com duração de um ano, denominado mechiná) e também sua nota no exame psicométrico nacional de Israel, que mede capacidades verbais, lógicas, matemáticas e em língua inglesa. A admissão aos cursos depende das notas finais nos exames debagrut juntamente com a nota na prova psicométrica. A nota na parte de inglês (0-150) do exame psicométrico é usada para classificar e encaminhar os alunos que foram recebidos aos diferentes níveis dos cursos acadêmicos de inglês no primeiro ano de faculdade. Candidatos com menos de 100 em inglês não são recepcionados. Estudantes com nota acima de 133 são exemplos de estudos de inglês nos cursos de bacharelado.


Alguns Alunos e Professores Notáveis

·         Ada Yonath - Prémio Nobel da Química de 2009, concluiu bacharel (Química) e mestrado (BioQuímica) na universidade hebraica. Primeira mulher desde 1964 a ganhar um Prémio Nobel em Química.
·         Robert Aumann - Prémio Nobel da Economia de 2005, professor de Matemática da Universidade
·         David Gross - galardoado com o Prémio Nobel da Física de 2004, concluiu bacharel e mestrado no departamento de Física da universidade hebraica
·         Jacob Bekenstein - Físico teórico. Junto com Stephen Hawking contribuiu para o desenvolvimento da Termodinâmica do buraco negro
·         Aaron Ciechanover - Prémio Nobel da Química de 2004. MD pela faculdade de medicina da universidade
·         Avram Hershko - Prémio Nobel da Química em 2004. Phd e MD pela faculdade de medicina da universidade.
·         Daniel Kahneman - Prémio Nobel da Economia. Bacharelou-se em Psicologia e Matemática na Universidade Hebraica de Jerusalém.
·         Amos Tversky
·         Gila Lustiger
·         Abraham Z. Joffe
·         Saharon Shelah - Prêmio Wolf de Matemática (considerado o "Nóbel da matemática"). Phd pela universidade
·         Adolf Fraenkel
·         Menachem Magidor - matemático renomado em teoria dos conjuntos e lógica matemática.
·         Amos Oz
·         Ariel Sharon
·         Ehud Barak
·         Ehud Olmert
·         Menachem Elon - juiz Suprema Corte de Israel Professor
·         Natalie Portman Atriz famosa de hollywood
·         Yochanan Vollach - jogador de futebol, presidente da Maccabi Haifa, CEO
·         Martin Buber - filósofo e também fundador da universidade.
·         Lydia Aran - estudiosa do budismo, professora emérita da universidade, sobrevivente do holocausto

·         Dana Olmert - ativista de esquerda e da comunidade LGBT em Israel, filha do ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert. Phd em letras.



LEITURA SUGERIDA
O NOVO TESTAMENTO


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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

ASTROLOGIA NA ÚLTIMA CEIA DE LEONARDO DA VINCE





Cruz do Zodíaco





OS DOZE APÓSTOLOS E OS DOZE SIGNOS ASTROLÓGICOS




                                                                                 POR LUCIENE FELIX LAMY




Observem o agrupamento proposital de 3 em 3 (Cardinal – Fixo – Mutável), abarcando os 4 elementos (Fogo – Terra – Ar – Água) e totalizando os 12 signos astrológicos.






Na antiguidade, a química e a alquimia eram uma só ciência, assim como a astrologia e astronomia. Por volta do século XIII d.C., o Papa Inocêncio III decretou uma bula, cindindo a ciência entre sagrada e profana. Desde então, astrólogos e alquimistas passaram a ser perseguidos.

Leonardo Da Vinci, um iniciado, decidiu imortalizar através da pintura toda a simbologia astrológica e numerológica contida nos ensinamentos do cristianismo esotérico, deixando este registro no quadro “A Última Ceia”.

“A Última Ceia” é, talvez, a pintura mais reproduzida do mundo.  Da Vinci trabalhou de 1495 a 1498, pintando-a na parede do Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão.

Nela, os 12 apóstolos estão caracterizados pelos signos astrológicos, de acordo com os estudos da astróloga Emma de Mascheville, no livro “Luz e Sombra”.

Segundo o autor Santiago Americano Freire em “Leonardo Da Vinci” o pintor teria se inspirado no Evangelho de João, capítulo XIII. Na pintura os doze apóstolos representam os doze signos do zodíaco, de Áries a Peixes.

Leonardo esquematizou a disposição dos apóstolos de acordo com a posição astronômica, da direita para a esquerda de quem olha para o quadroOs apóstolos estão colocados em quatro grupos de três, simbolizando as quatro estações do ano da esquerda para a direita.

Jesus está ao bem centro, sua cabeça debaixo de um arco, um semicírculo, observando-se ao fundo três janelas abertas por onde entram luz (a iluminação). À direita e à esquerda da sala estão duas janelas fechadas de cada lado, simbolizando a escuridão (as trevas).

Jesus, ao centro entre João e André, tem as duas mãos estendidas uma para cada lado (a imparcialidade). Sugere-se que com a mão esquerda Cristo se doa e com a direita recolhe. Observa-se ainda a cabeça de Cristo pendendo para o lado esquerdo, o lado do coração.

O primeiro apóstolo à direita, na cabeceira da mesa, é Simão, o cananeu, com os dois punhos à frente, e que corresponde ao signo de Áries, Signo de fogo e de ação, Simão indica com as mãos a direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana também é mostrada pelas mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem cardeal [cardinal] de Áries.

Ao seu lado, está Judas Tadeu, o taurino. Seu semblante é sereno; enquanto escuta Simão (Áries/cérebro) vai digerindo lentamente suas impressões, acolhendo-as com uma das mãos, revelando a possessividade de Touro (que é terra/receptivo). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e o de Judas Tadeu está bem destacado.

Mateus vem em seguida, correspondendo a Gêmeos, signo duplo que necessita de interação com as pessoas e de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando a dinâmica geminiana de querer falar e ouvir a todos ao mesmo tempo. Mateus era repórter e historiador da vida de Jesus, e Gêmeos rege a casa III, setor de comunicação e do conhecimento.

Logo após, está Filipe, o canceriano. Suas mãos em direção ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir. Filipe está inclinado, como se estivesse se oferecendo para alguma tarefa.

Ao seu lado está Tiago Menor, o leonino, de braços abertos, revelando nesse gesto largo o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o chacra cardíaco), ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções. A Casa V diz respeito aos jogos (inclusive amorosos!), a criatividade e a prole.

Atrás dele, quase que escondido, está Tomé, o virginiano, que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de Virgem – com o dedo em riste ele contesta diante de Cristo; foi Tomé quem quis o ver para crer. Rege a Casa VI, saúde e a rotina do dia a dia.

Libra é simbolizado por João, de semblante sereno; o discípulo amado sentado mais próximo de Jesus. Com as mãos entrelaçadas, ele pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições – Libra rege a casa VII [do casamento, uniões, parcerias e associações], é o setor do outro e isso requer imparcialidade e diplomacia.

Ao seu lado, está Judas Iscariotes, representando Escorpião. Com uma das mãos ele segura a sacola com os “dinare”, o olhar profundo, angustiado, triste, amargurado. Era o organizador das finanças da comunidade dos apóstolos (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos bens e valores dos outros) e com a outra mão ele bate na mesa, protestando.

Sagitário é representado por Pedro, o Pescador de Almas. Foi ele quem fez o dogma e instituiu a lei da Igreja – Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual – e na outra mão ele segura uma faca, representando o lado instintivo nos homens. Ele se eleva entre outros dois apóstolos, trazendo esclarecimentos (luz) à discussão.

Ao seu lado está André, que representa Capricórnio. Conhecedor das responsabilidades, com seu gesto restritivo impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria. Rege a Casa X, do status e da carreira profissional.

Os temores de André são apaziguados por Tiago Maioraquariano, que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo liderado pelo Mestre. Aquário rege a casa XI, que é o setor dos grupos, amigos e esperanças.

O último da mesa é Bartolomeu, que representa Peixes. Seus pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele parece absorvido pelo que acontece à mesa e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse último encontro entre os apóstolos e Jesus Cristo, já que numa determinada hora as coisas ficaram um pouco confusas, pois Jesus revelou que “a mão do que me trai está comigo à mesa”. Rege a Casa XII, das finalizações. Fonte: internet, mas acresci alguns dados.

Agora, “A Última Ceia” nos “fala” mais de perto.

LUCIENE FELIX LAMY










domingo, 15 de novembro de 2015

TORTURA (INQUISIÇÃO) - JOHANNES JUNIUS










Johannes Junius foi um burgomestre e suposto bruxo alemão que exerceu suas funções em Bamberg em 1614, 1617, 1621 e entre 1624 e 1628, além de presidente do conselho entre 1608 e 1613, em 1615, 1616, 1618, 1619, 1620, 1622 e 1623.



Em 1628, o burgomestre de Bamburgo; Johannes Junius, foi acusado e processado por bruxaria.

Esta é a carta que escreveu à filha antes de ser morto, um dos mais importantes testemunhos das perseguições:

Cem mil vezes boa noite, minha adorada filha Verônica. Inocente, fui preso, inocente, fui torturado, inocente, devo morrer. Pois quem quer que seja trancafiado na prisão das bruxas é torturado até se decidir a inventar uma confissão qualquer. Na primeira vez em que fui submetido à tortura, lá estavam o doutor Braun, o doutor Kötzendörffer e outros dois estranhos. O doutor Braun me perguntou: "Amigo, por que está aqui?" E eu respondi: "Por falsas acusações e desgraça." "Escute", disse ele, "você é um bruxo. Quer confessar espontaneamente? Senão traremos as testemunhas e o carrasco".

Eu disse: "Não sou um bruxo, e minha consciência está tranquila com relação a isso. Nem mil testemunhas podem me assustar." Então chegou, Deus do Céu, tende piedade, o carrasco, que esmagou meus polegares com as mãos amarradas, de forma que o sangue jorrava das unhas e de todo lugar, e não pude usar as mãos por quatro semanas, como pode ver pela minha letra. Então me despiram, amarraram minhas mãos nas costas e me colocaram na polé. Pensei que Céu e Terra tivessem chegado ao fim; oito vezes fui erguido e solto, tendo sofrido terrivelmente. E assim confessei, mas era tudo mentira. Agora, querida menina, conto o que confessei para fugir da dor e das torturas que não teria conseguido suportar [...]

Eu deveria dizer quem tinha visto no sabá. Disse que não havia reconhecido ninguém.

"Velho arguto, vou chamar de volta o carrasco. Diga-me, não estaria lá o chanceler?" Então eu disse que sim, que estava. "E quem mais?" Eu não reconhecia ninguém. Então ele disse: "Siga uma rua depois da outra, começando pelo mercado, passando por toda uma rua e voltando pela seguinte." Fui obrigado a dar o nome de várias pessoas. Então chegou a rua comprida. Não conhecia ninguém que ali morasse, mas precisei dar o nome de oito pessoas. E assim continuaram por todas as ruas, ainda que eu não pudesse nem quisesse dizer mais nada. Então me entregaram ao carrasco, mandaram que ele me despisse e raspasse todo meu corpo e me submetesse à tortura.

E tive de confessar os crimes que cometi. Eu nada disse. "Levantem esse mentiroso!".

Então eu disse que deveria ter matado meus filhos, mas matei um cavalo.

Não adiantou nada [...] Eu também disse ter pego uma hóstia consagrada e tê-la profanado.

Quando disse isso, deixaram-me em paz.

Querida menina, guarda esta carta em segredo, ou sofrerei outras terríveis torturas, e meus carcereiros serão decapitados [...].
Boa noite, pois teu pai, Johannes Junius, não te verá mais.