A Opus Dei é uma organização
católica com membros em todos os países do mundo. Ainda que hoje em dia tenha
relativamente poucos adeptos (de sessenta a oitenta mil pessoas), sua
influência é notável.
A Opus Dei nega ser uma
organização secreta (o segredo seria teoricamente proibido pela
Igreja), mas se recusa a fornecer a lista de seus membros. Tendo afinidade
política com a extrema direita, foi fundada em 1928 por um sacerdote espanhol,
monsenhor Josemaria Escrivá de Balaguer, e seus membros são, na maioria,
leigos.
Seus adeptos são católicos
integralistas que praticam a autoflagelação e usam um cilício. As mulheres
nunca chegam a desempenhar papéis importantes na hierarquia, e a educação dos
novos membros é muito rígida.
Segundo eles próprios se definem,
"a Opus Dei tem por objetivo contribuir com a missão evangelizadora
da Igreja, promovendo um estilo de vida plenamente coerente com a fé no
dia-a-dia dos fiéis cristãos de qualquer condição, especialmente através da
santificação do trabalho".
De fato, a organização é formada por
personalidades tão poderosas quanto escondidas que se infiltram sobretudo na
mídia e propõem uma mudança na percepção e na opinião das pessoas. O objetivo
final parece ser uma espécie de golpe que leve reviravoltas à própria Santa Sé,
já que foram rejeitadas as decisões do Concilio Vaticano II.
Em 1982, a Opus Dei obteve de
João Paulo II o status de prelazia pessoal, não estando mais sob a jurisdição
da estrutura mundial do bispado. A organização pode agir como preferir, ignorar
as contestações das dioceses e responder apenas a seu líder, que hoje é o
madrileno Xavier Echevarria, e, através dele, ao papa. Monsenhor Josemaria
Escrivá de Balaguer foi beatificado em 1992 e canonizado em outubro de 2002.
Para maiores informações sobre a
atividade da Opus Dei, aconselhamos a leitura do livro Do lado de
dentro: uma vida na Opus Dei,11 de Maria Carmen del Tapia,
secretária particular de Escrivá por seis anos e orgulhosa opositora à sua
canonização.
Hoje
Enquanto escrevemos, no trono de
Pedro está o papa Joseph Ratzinger, que assumiu com o nome de Bento XVI. Sua
eleição não foi bem-recebida pela ala progressista da Igreja Católica.
Ratzinger foi, por muitos anos, prefeito da Congregação para a Defesa da Fé, o
antigo Santo Ofício, antes conhecido como Santa Inquisição, e não é conhecido
por suas ideias progressistas.
Podemos também prescindir de alguns
aspectos não muito reconfortantes do passado do atual pontífice, mas atuais são
suas reiteradas críticas à comunhão para casais católicos divorciados, ao
casamento dos padres, ao sacerdócio das mulheres, bem como ao homossexualismo e
à contracepção.
A grande luta da Igreja na Itália
durante os referendos sobre o divórcio, em 1974, e o aborto, em 1981, é
conhecida. Há pouco tempo, mais uma vez ela contestou incansavelmente o
referendo sobre a fecundação assistida.
Tal comportamento levou e leva a
Santa Sé para cada vez mais longe da vida cotidiana, seja leiga ou clerical, e
esvazia as igrejas, embora a grande máquina midiática do Vaticano continue nos
mostrando grandes multidões a cada viagem do papa pelo mundo.
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